Malafaia na mira da PF: origem do dinheiro que financiou ato de Bolsonaro será investigada
A Polícia Federal vai investigar de onde veio o dinheiro do pastor Silas Malafaia que financiou o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, neste domingo (25).
Malafaia entrou na mira dos investigadores por ter organizado o ato e radicalizado o tom contra as instituições democráticas. Uma fonte ligada à investigação confirmou à CBN que o pastor pode ser incluído no hall dos investigados.
A avaliação é de que Bolsonaro ‘terceirizou’ os ataques ao pastor. Apesar de ter adotado uma postura mais moderada, investigadores afirmam que o ex-presidente acabou confirmando a participação dele no esquema da elaboração de um golpe de Estado; e, que, se tivesse adotado o tom de Malafaia, ele estaria preso, uma vez que policiais federais acompanharam o ato presencialmente, com esquema montado no local.
Bolsonaro admitiu intenção de golpe?
A PF começou a transcrever o discurso de Bolsonaro. Os investigadores afirmam que, ao citar a existência da minuta do golpe, o ex-presidente admitiu a intenção de colocar em prática o plano, o que, por si só, já configura crime contra o Estado.
Para a PF, só o fato de tentar um golpe já é uma ilegalidade. No domingo, o ex-presidente ironizou o documento.
No escopo da investigação, o tenente-coronel Mauro Cid vai ser intimado a prestar um novo depoimento no início de março. Os investigadores querem que ele complemente informações sobre a origem de recursos que teriam sido usados para financiar a tentativa de golpe de estado. E vão perguntar mais detalhes da reunião de julho de 2022, ocasião em que a PF afirma que foi debatida a trama golpista junto da cúpula das Forças Armadas.
Caso Cid não responda aos questionamentos ou não colabore com a investigação, ele pode perder os benefícios da delação premiada.
A intenção da PF é concluir as investigações do esquema de golpe de Estado, das joias da Arábia Saudita doadas ao governo brasileiro e a adulteração no esquema do cartão de vacina do ex-presidente em julho. Depois disso, a PF indicia os suspeitos e encaminha o caso a Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai analisar se oferece ou não a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O que diz Malafaia?
Pelas redes sociais, na noite desta segunda-feira (26), Silas Malafaia pediu que os ministros do STF ou qualquer pessoa indiquem onde ele radicalizou o tom, em discurso no ato deste domingo.
“Vem dizer que Bolsonaro terceirizou para mim os ataques ao STF. Que narrativa bandida! É o fundo do poço de uma imprensa cretina! Pois bem, eu vou fazer um desafio a quem quer que seja, até aos ministros do STF: eu desafio quem vai provar que eu menti, caluniei, ataquei o STF com injúrias. Eu falei verdades! Eu mostrei fatos! Querer produzir uma narrativa mentirosa para me atingir e atingir o presidente Bolsonaro? Eu combinei porcaria nenhuma! Será que não deu para ver que aquilo saiu do coração? Combinei porcaria nenhuma com Bolsonaro”, afirmou.
CBN