Mesmo ‘sem dor’ por rompimento com o irmão, Ciro vê Cid Gomes como ‘cúmplice de tragédia’ no Ceará

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse não guardar mais “nenhuma mágoa” em âmbito pessoal do irmão Cid Gomes (PSB), senador da República, mas teceu críticas no campo político. A declaração foi dada nesta terça-feira (6) à imprensa, após reunião com a bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
“Deus já tirou das minhas costas a dor lancinante de uma facada. Entretanto, eu vejo, fria e geladamente, como uma pessoa preocupada com o que está acontecendo com o Ceará, o senador Cid como conivente, como cúmplice dessa tragédia que está acontecendo no Estado”, disse Ciro.
Na ocasião, ao encontrar o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL), Ciro também afirmou: “Espero votar em você para senador”. Apontado como pré-candidato ao Senado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Alcides mencionou que era a primeira vez que ele ficava cara a cara com o ex-governador.
A fala chama atenção porque, apesar de dar indicativos de não tentar a reeleição em 2026, Cid Gomes ainda é defendido por lideranças locais como candidato ao Senado, a exemplo do presidente do PSB cearense, Eudoro Santana. Além disso, o senador já sinalizou alinhamento ao irmão em âmbito nacional.
“Eu jamais estarei em lado oposto ao Ciro na questão nacional. Aqui, no Ceará, a gente tem uma visão diferente, eu o respeito profundamente, mas jamais estarei em lado diferente dele na questão nacional. Penso absolutamente como ele”, disse Cid, em entrevista à TV Jangadeiro, no final de abril, durante evento do PSB.
Os irmãos estão rompidos desde 2022, após divergências relacionadas às candidaturas ao Governo do Estado naquele ano e ao apoio ao PT, contra quem Ciro intensificou críticas nos últimos anos.
Diário do Nordeste