Ministério da Defesa mantém 124 militares da reserva do governo Bolsonaro.
O governo Lula mantém no Ministério da Defesa 124 militares da reserva ou reformados, herdados do governo Bolsonaro, e contratados como “prestadores de tarefa”.
O levantamento feito pela coluna por meio da Lei de Acesso à Informação se refere à modalidade de Prestador de Tarefa por Tempo Certo (PTTC), que é diferente dos cargos comissionados comuns no Executivo — que também abrigam centenas de militares. No PTTC, a nomeação e a exoneração ficam sob responsabilidade do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, embora eles atuem na Defesa.
Quem pode ocupar esse tipo de cargo é o militar inativo, ou seja, da reserva (que pode voltar à ativa) ou reformado (aposentado ou afastado do serviço).
De 127 integrantes das Forças Armadas lotados que havia no ministério no fim do governo Bolsonaro, três perderam o cargo entre 1º e 17 de janeiro. Um deles é Vilmar José Fortuna, capitão-de-mar-e-guerra reformado que participou do ato golpista de 8 de janeiro, conforme noticiado pela coluna.
Outros dois são do Exército e foram exonerados em 1º de janeiro: o coronel reformado Renato Cavalcante de Mendonça e o capitão reformado Darci Gerson Petri.
Em 17 de janeiro, restavam no Ministério da Defesa, segundo os dados fornecidos pela pasta, 25 integrantes da Marinha, 65 do Exército e 34 da Aeronáutica. Todos já integravam o órgão durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Como mostrou a coluna, o ministro da Defesa, José Múcio, resiste à tentativa de “desbolsonarização” de sua pasta, defendida por petistas. Ele tem dito a interlocutores que, diferentemente do Palácio do Planalto, onde a segurança do presidente é um assunto sensível, no Ministério da Defesa não haverá uma triagem ideológica.
Também via Lei de Acesso à Informação, o Exército informou que, em 18 de janeiro, havia 128 integrantes da Força, da reserva ou reformados, nomeados como prestadores de tarefa no Executivo. Desses, 54 estão no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), 64 no Ministério da Defesa, dois na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e oito na Advocacia-Geral da União (AGU).
Publicações no Diário Oficial da União mostram que houve seis exonerações de ocupantes de cargos PTTC no GSI no início do governo. O órgão passou também por uma exoneração em massa de militares de cargos comissionados, um pedido de Lula após a tentativa de golpe de 8 de janeiro.
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