Ministério da Saúde usa cadeia de TV para criticar negacionismo e falhas de Bolsonaro na pandemia
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite deste domingo (7), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, criticou o negacionismo e as falhas da gestão de Jair Bolsonaro (PL) no combate à Covid-19 e afirmou que esses fatos não podem ser esquecidos.
“Não podemos esquecer, precisamos preservar essa memória do que aconteceu para poder construir um futuro digno”, disse a ministra.
Ela ainda afirmou que muitas vidas poderiam ter sido salvas e elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua fala de pouco mais de cinco minutos.
“Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas —2,7% da população mundial vive em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes. Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e fossem as obrigações de governante de proteger a população do país”, afirmou ainda a ministra.
Na sexta-feira (5), após mais de três anos e quase 7 milhões de mortes em todo o planeta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que a Covid-19, pandemia mais devastadora do século 21, não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii).
A condução do governo Jair Bolsonaro (PL) no combate ao coronavírus incluiu uma sequência de erros , como ausência de uma política organizada de controle da doença, troca em série de ministros, aposta em remédios sem eficácia, apagamento de dados e atrasos na compra de vacinas , entre outros pontos.
Atualmente, o Brasil é o segundo país em número acumulado de mortes pela Covid, atrás apenas dos Estados Unidos . Desde o início da pandemia, são 701 mil mortes. Na prática, é como varrer do mapa uma capital inteira, como Cuiabá ou Aracaju, ou até 336 cidades de menor porte.
A ministra aproveitou o pronunciamento deste domingo para defender a vacinação contra a Covid, ressaltando a campanha do Ministério da Saúde, estados e municípios pela vacinação de reforço para a Covid-19.
Ela destacou que a maioria das internações e mortes é de pessoas sem o esquema vacinal completo e fez um apelo para que a população se vacine e que estados e municípios mantenham o rastreamento da doença ativa.
“Entende-se que o momento indica uma transição do modo de emergência para um enfrentamento continuado, como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas. Infecções pelo vírus Sars-CoV-2 vão continuar e devemos manter os cuidados. Portanto, sistemas de vigilância, diagnóstico, redes de assistência e vacinação precisam ser fortalecidos.”
Nísia também fez vários elogios ao SUS, ocasião em que citou o nome de Lula.
“Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limite das trabalhadoras e trabalhadores da saúde. A eles, agradeço em meu nome e em nome do presidente Lula, que tem se dedicou desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS”, acrescentou.
Folha de SP