MST elabora dossiê contra Ricardo Salles e outros deputados da CPI
Em parceria com organizações de luta pela preservação do meio ambiente, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) está elaborando um dossiê contra Ricardo Salles (PL-SP) e outros deputados que vão compor a CPI instalada no Congresso que tem os ativistas do campo na mira.
Segundo apurou o Painel, a cúpula do movimento definiu que não adotará postura passiva diante da CPI e organizará ofensiva para combater discursivamente os ruralistas, que articularam a criação da comissão e são maioria nela.
O dossiê faz parte dessa estratégia, e está sendo elaborado com a colaboração de organizações sociais administradas à causa da preservação do meio ambiente. O De Olho nos Ruralistas, observatório do agronegócio no Brasil, será um dos colaboradores.
A passagem de Salles, relator da CPI, pelo Ministério do Meio Ambiente será um dos focos de pesquisa.
Ele pediu demissão da pasta em junho de 2021 , experimentando por investigação sobre claro favorecimento a empresários do setor de madeiras por meio da mudança de regras com o objetivo de regularizar cargas apreendidas no exterior e pelos altos índices de desmatamento .
A tática do MST pode gerar desgaste à imagem de Salles no momento em que ele tenta viabilizar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024. Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal, já manifestou a intenção de participar da eleição, e também pode ser atingido pela CPI — Salles tem afirmado que a CPI do MST pode chegar ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) , que tem o psolista como principal líder.
Outra frente já definida como alvo pelo MST é o possível envolvimento do presidente da CPI, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), em atos antidemocráticos no Rio Grande do Sul.
Em novembro de 2022, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul colocou o nome de Zucco em uma lista enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) de pessoas que estimularam ou participaram de bloqueios de estradas e ruas, além de mobilizações no entorno de quartéis, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial.
Na quarta-feira (17), como mostrou à revista Veja, Alexandre de Moraes, ministro do STF, determinou que a Polícia Federal investigue o caso do deputado federal.
Folha de SP