Na contramão de relator, bolsonarismo insistirá em anistia ampla

Parlamentares da bancada bolsonarista afirmam que não irão aceitar a construção de uma proposta que apenas reduza a pena de 27 anos e três meses de prisão aplicada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Muitos não receberam bem o nome do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) na relatoria do texto e avaliam que se ele insistir na “dosimetria” de penas como tem sinalizado, a bancada bolsonarista irá apresentar um texto substitutivo.
O projeto que agrada é o que foi relatado pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que é considerado pronto para ser votado.
O vice-líder da oposição, deputado Sanderson (PL-RS), tratou do assunto com o Bolsonaro na quinta-feira (18), em uma visita de duas horas ao ex-presidente.
À CNN, o parlamentar disse que Bolsonaro lhe perguntou sobre Paulinho, mas não teceu comentários aprovando ou rejeitando a escolha.
“Ele está na expectativa de que o Congresso aprove uma anistia. É a única saída dele”, afirmou.
Segundo o relato de Sanderson, Bolsonaro está muito debilitado, segue com crises de vômitos e soluços, e abalado com a detecção de um câncer de pele.
“Fiquei surpreso negativamente. Ele está acabado e não aguenta dois anos na cadeia”, afirmou Sanderson.
A bancada bolsonarista tem se irritado com mobilizações da cúpula da Câmara para superar a anistia ampla e irrestrita.
Parlamentares lembram de movimentos contrários à PEC da Blindagem, que teve articulação forte do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Centrão. Afirmam, no entanto, que o acordo foi cumprido e deram os votos para que a proposta passasse.
Uma das apostas da bancada bolsonarista é no que entendem como boa recepção da urgência da anistia nas redes sociais entre camadas da direita. Alguns parlamentares do Centrão pontuaram a bolsonaristas que sentiram um engajamento maior após votarem favoravelmente.
CNN