ONU diz que 13,7 milhões de pessoas correm risco de fome severa devido a cortes na ajuda global

Quase 14 milhões de pessoas em Afeganistão, República Democrática do Congo, Haiti, Somália, Sudão do Sul e Sudão correm o risco de passar fome grave devido aos cortes na ajuda humanitária global, alertou o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) nesta quarta-feira (15).
O maior doador do PMA, os Estados Unidos, reduziu sua ajuda externa sob o comando do presidente Donald Trump, e outras nações importantes também fizeram ou anunciaram cortes no desenvolvimento e na assistência humanitária.
“O financiamento do PMA nunca foi tão desafiador. A agência prevê receber 40% menos financiamento para 2025, resultando em um orçamento projetado de US$ 6,4 bilhões, abaixo dos US$ 10 bilhões em 2024”, disse a agência com sede em Roma.
Um relatório do PMA, intitulado “A Lifeline at Risk”, alertou que os cortes em sua assistência alimentar poderiam levar 13,7 milhões de pessoas dos níveis de “crise” para “emergência” de fome, a um passo da fome em uma escala internacional de fome de cinco níveis.
“A lacuna entre o que o PMA precisa fazer e o que podemos fazer nunca foi tão grande. Estamos correndo o risco de perder décadas de progresso na luta contra a fome“, disse a diretora executiva do PMA, Cindy McCain.
“Não são apenas os países envolvidos em grandes emergências. Até mesmo os ganhos duramente conquistados na região do Sahel, onde 500.000 pessoas foram retiradas da dependência de ajuda, podem sofrer graves retrocessos sem ajuda, e queremos evitar isso”, acrescentou.
sbt