Operação da PF contou com ajuda de Mauro Cid e hacker Walter Delgatti
A operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8/2) que mira Jair Bolsonaro, ex-ministros, militares e ex-assessores teve como base pelo menos dois eixos: a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e os depoimentos do hacker Walter Delgatti.
A partir da delação de Cid e de diligências para confirmar as acusações, investigadores apontaram a participação do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e de Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Cid relatou à PF que Garnier havia endossado um plano de golpe, enquanto Martins participou da elaboração de uma minuta golpista entregue ao então presidente.
Os depoimentos do hacker Walter Delgatti reforçaram os supostos crimes do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e o coronel Marcelo Câmara, ex-auxiliar de Bolsonaro. Delgatti disse à PF que, a pedido de Bolsonaro em uma reunião no Alvorada em agosto, foi levado por Câmara ao Ministério da Defesa. O objetivo do grupo era desacreditar as urnas eletrônicas.
Delgatti também relatou que Bolsonaro lhe ofereceu um indulto para invadir urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo telefônico do ministro Alexandre de Moraes.
Autorizada pelo STF, a Operação Tempus Veritatis apura uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Bolsonaro no poder, antes e após a eleição presidencial.
A PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão, em dez unidades da federação: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
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