Um número cada vez maior de estudos mostra que a alimentação impacta diretamente na saúde mental e do cérebro. A nutricionista Uma Naidoo, da Universidade de Harvard , nos Estados Unidos, sabe bem isso. Após décadas pesquisando como a ansiedade afeta muitos aspectos da saúde física, incluindo imunidade, inflamação, dieta e metabolismo, ela afirma que a nutrição é uma ferramenta valiosa para aliviar a ansiedade, aumentar o foco e melhorar a saúde mental geral.
Ao site CNBC, Naidoo compartilha seis hábitos alimentares que ajudam a ter um cérebro mais calmo, forte e feliz.

Priorize alimentos naturais e inteiros
Um nutricionista revela que priorize ingredientes não processados ​​ou minimamente processados ​​em sua alimentação diária. Leguminosas, frutas vermelhas, grãos não processados ​​e verduras são ótimas fontes de fibra, o que é crucial para a saúde intestinal e para a criação de ambientes onde boas bactérias possam prosperar. Também está cada vez mais claro que o microbioma desempenha um papel fundamental no bem-estar e na saúde, em geral.

Além disso, os carboidratos complexos, como os encontrados nos vegetais e nos grãos integrais, são processados ​​mais lentamente pelo corpo, o que dá mais saciedade e ajuda a evitar picos de açúcar no sangue. Segundo Naidoo, um metabolismo saudável é um fator chave para manter a ansiedade sob controle.

Consuma alimentos coloridos
Pode parecer besteira, mas a verdade é que um prato colorido equivale a um fornecimento constante de nutrientes essenciais para o funcionamento adequado do cérebro e uma mente calma. A nutricionista ressalta que não são apenas frutas e vegetais.

Ervas e temperos como açafrão, alecrim, cúrcuma, pimenta-do-reino e manjericão também trazem cor, sabor e propriedades de combate à ansiedade — na forma de substância bioativa — às refeições.

Amplie os micronutrientes
Vitaminas e minerais são micronutrientes e muitos deles têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem proteger o cérebro do declínio a longo prazo. Eles também ajudam na produção e regular de substâncias químicas do humor, como os neurotransmissores dopamina e serotonina.

As vitaminas do complexo B, C, D e E e minerais como cálcio, magnésio, ferro e zinco, por exemplo, ajudam a reduzir a ansiedade.

Priorize gorduras saudáveis
O cérebro é composto por 60% de gordura. Por isso, um fornecimento constante de gorduras é um dos fatores mais importantes para mantê-lo saudável e livre de ansiedade. Alguns exemplos são azeite de oliva extra virgem e abacate, que além de anti-inflamatórios, promovem uma boa saúde intestinal e metabólica.

Já os óleos de cártamo, soja e girassol são evitados. Eles contêm ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 (PUFAS), que são importantes para a saúde. Por outro lado, os ácidos graxos ômega-3 saudáveis, encontrados em frutos do mar, nozes e sementes, são cruciais para reduzir a ansiedade, prevenir a neuroinflamação e proteger contra a neurodegeneração.

Evite alimentos que aumentam o açúcar no sangue
O índice glicêmico (IG) mede a rapidez com que os alimentos afetam os níveis de glicose no sangue. Carboidratos orgânicos como farinha branca, arroz branco e outros amidos, têm algo índice glicêmico e podem aumentar o açúcar no sangue, o que pode significar uma explosão de energia seguida por uma queda brusca. Este ciclo está correlacionado com a ansiedade.

Açúcares adicionais também devem ser evitados ao máximo, pois causam o mesmo efeito, sem trazer benefícios à saúde. Prefira os açúcares presentes naturalmente em alimentos, como furtas e vegetais.

Consistência e equilíbrio
Para ter uma alimentação saudável, Naidoo recomenda buscar alimentos que se ajustem aos perfis de sabor e formas de alimentação que você gosta. Um nutricionista também orienta ouvir seu corpo.

“Se você se sente mal-humorado, irritado, com fome ou nervoso depois de comer certos alimentos, tente cortá-los de sua dieta. Se algo não faz você se sentir bem depois de comê-lo, provavelmente não é bom para você” , pontua Naidoo.

O GLOBO