Padre indiciado pela PF fez “oração do golpe” para generais e ministro da Defesa
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi citado no relatório final da Polícia Federal (PF) que investigou a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
De acordo com mensagens de WhatsApp analisadas pela PF, José Eduardo de Oliveira encaminhou uma “oração ao golpe” a Gilson da Silva Pupo Azevedo, com o contato salvo como “Frei Gilson”.
O texto, compartilhado no dia 3 de novembro de 2023, pedia que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, incluíssem os nomes o então Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais quatro estrelas – esses últimos pertencentes à mais alta patente militar do Exército – em suas orações.
“Segue abaixo uma lista com o nome do ministro da Defesa e de outros dezesseis Generais 4 estrelas para que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, os incluam em suas orações, pedindo a Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários público de farda”, compartilha o padre na mensagem.
Segundo a PF, “a mensagem demonstra que Jose Eduardo, logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, já disseminava a ideia de um
golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas”.
Segundo a PF, a oração foi enviada com o objetivo de “manter o então presidente no poder e impedir a posse do governo eleito”.
“Frei Gilson, passe apenas para pessoas de estrita confiança!”, escreveu o padre José Eduardo após o envio da mensagem.
O que diz o padre
A defesa do padre, por meio das redes sociais dele, disse que “o relatório não traz nenhuma prova séria, concreta, de participação do padre em qualquer ato que visasse a quebra do Estado democrático”.
Quem é José Eduardo de Oliveira
Com mais de 431 mil seguidores nas redes sociais, o padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva nasceu em Piracicaba (SP).
Em 2006, foi ordenado sacerdote da Diocese de Osasco, localizada na região metropolitana de São Paulo.
O sacerdote também compõe a lista dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e golpe de Estado.
Como apurou a CNN no início do mês de novembro, o padre relatou à PF que conversou com investigados pelos ataques de 8 de janeiro apenas para prestar “apoio espiritual” e que não tem nenhuma ligação com a tentativa de golpe.
CNN