Pai mata filho autista de 11 anos para se livrar de pensão, em João Pessoa

Postado em 6 de novembro de 2025

Um menino autista de 11 anos foi morto pelo próprio pai, Davi Piazza Pinto, em João Pessoa, na Paraíba. Ele confessou à Polícia Civil ter asfixiado o filho, Arthur Davi, e afirmou que cometeu o crime porque não conseguia mais pagar a pensão alimentícia. O homem foi preso após se apresentar às autoridades em Santa Catarina, onde mora.

De acordo com o delegado Bruno Germano, Davi Piazza relatou em depoimento à Polícia Civil de Florianópolis que estava endividado e, por isso, decidiu matar o filho para não precisar arcar mais com a pensão da criança, que custava cerca de R$ 1,8 mil. “O pai do menino também teria afirmado ter matado a criança para ‘se livrar da dívida’”, disse o delegado.

Os depoimentos de Davi Piazza foram encaminhados à Polícia Civil da Paraíba, responsável pelo caso. Segundo o delegado Thiago Cavalcanti, dois motoristas de aplicativo participaram das viagens que levaram e trouxeram o suspeito até o local onde o corpo foi abandonado, no bairro Colinas do Sul.

Um dos motoristas, que transportou Davi após o crime, foi ouvido pela polícia. Ele afirmou que fez a corrida como parte de sua rotina e se apresentou espontaneamente depois de reconhecer o homem pela televisão. O motorista que levou o suspeito até o local onde o corpo foi abandonado ainda não foi localizado.

O corpo de Arthur Davi foi encontrado na noite de sábado 1º, dentro de um saco plástico preto, parcialmente coberto por terra, em uma cova rasa nas imediações de uma antiga fábrica abandonada. O menino estava desaparecido desde a manhã de sexta-feira 31.

Segundo o Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi asfixia por sufocação. Exames complementares, como o toxicológico, foram realizados e os resultados ainda não foram divulgados. O corpo foi liberado para a família no domingo 2, e o enterro ocorreu na segunda-feira 3, no Cemitério do Cristo Redentor, em João Pessoa.

De acordo com as investigações, o homem viajou de Santa Catarina para a Paraíba com o argumento de ajudar nos cuidados do filho. A mãe da criança, Aline Lorena, mora em João Pessoa e está em um novo relacionamento. Ela contou que o pai pediu para encontrar o menino e que o encontro aconteceu no bairro de Manaíra, na zona leste da capital.

Durante o enterro, Aline afirmou à TV Cabo Branco que não imaginava o desfecho trágico. Ela conta que não esperava que isso fosse acontecer quando concordou com a aproximação dele com o filho, a pedido dele próprio.

A mãe relatou que deixou tudo preparado para a estadia do filho com o pai e pediu que ele a avisasse caso Arthur apresentasse irritação.

A Polícia Civil da Paraíba informou que o caso ainda está em investigação e que novas testemunhas serão ouvidas para esclarecer a dinâmica da morte.

AGORA RN