Para salário mínimo subir será preciso ‘corte de gastos’, diz Tebet.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que “não é difícil” aumentar o valor do salário mínimo em maio, mas que a medida exige “corte de gastos” e análises de quais políticas públicas serão priorizadas.
Em entrevista ao UOL, Tebet explicou que a obrigação dela é mostrar onde os cortes podem ser feitos, mas que a decisão será tomada pelo presidente Lula (PT) em conjunto com outros ministros.
“Se for uma decisão política do presidente da República [reajustar o salário mínimo], nós abriremos espaço fiscal. De onde cortar? É uma decisão que nós apresentaremos à Junta, aos outros ministros, ao presidente da República. Não é uma decisão tomada individualmente. A mim me cabe abrir o espaço, achar alternativas, no plural”, explica.
Para 2023, o valor do piso foi fixado em R$ 1.302, mas depois da eleição, o PT passou a calcular que seria possível subir para R$ 1.320. Os custos para isso, no entanto, estão acima do previsto.
Prioridades. A ministra destaca que “qualquer aumento de despesa requer corte de gastos” e, por essa razão, é necessário definir qual será o foco do governo. Se for o aumento do piso, outras áreas terão menos verba.
Tebet cita como exemplo a redução de recursos para obras, o que implicaria em “uma estrada que não vai ser feita e outra que não vai ser recuperada”. Consequentemente, há uma diminuição na abertura de postos de trabalho.
Onde cortar? De acordo com a emedebista, a pasta já está estudando opções, mas prefere não revelá-las por enquanto.
“Tenho noções, mas não vou adiantar, sob pena de abrir uma discussão do que passa a ser prioritário ou não, e atrapalhar uma possível negociação nessa questão”, pontuou.
Quem está envolvido? A Junta de Execução Orçamentária é formada por ministérios que discutem a movimentação financeira do Brasil e o impacto de novas despesas:
Planejamento;
Gestão;
Fazenda;
Casa Civil.
A definição de verba para políticas públicas é analisada por esse grupo, que decide em conjunto qual o melhor caminho tomar. O aumento real do salário mínimo – ou seja, acima da inflação – foi promessa de campanha de Lula.
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