Partido de Milei supera centro-direita e vence eleições legislativas de Buenos Aires

Postado em 19 de maio de 2025

O partido do presidente argentino, Javier Milei, venceu as eleições legislativas deste domingo na cidade de Buenos Aires . A capital era um reduto tradicionalmente do movimento de centro-direita PRO, que terminou em terceiro lugar atrás do peronismo (centro-esquerda), segundo o órgão eleitoral.

O resultado coloca A Liberdade Avança, o jovem partido do mandatário argentino ultraliberal, como principal força de Buenos Aires. Desde 2007, a região era governada pelo PRO, legenda do ex-presidente Mauricio Macri, cujo apoio foi crucial para a vitória de Milei em 2023.

— Hoje o bastião amarelo foi pintado de violeta. E a partir de agora vamos pintar de violeta todo o país! — disse Milei ao comemorar a vitória, em referência aos núcleos que identificam seu partido e o do PRO.

Com 98,15% das urnas apuradas, o porta-voz de Milei, Manuel Adorni, venceu a disputa com mais de 30,13% dos votos. Com isso, desbancou o peronismo, encabeçado por Leandro Santoro, que obteve 27,35%, e Silvia Lospennato, do PRO, que foi a escolha de 15,92% dos candidatos, segundo o Instituto de Gestão Eleitoral de Buenos Aires.

— Hoje escolhemos entre dois modelos. Entre o modelo da casta, dos privilégios, o de poucos; e o modelo da liberdade — disse Adorni, aludindo ao peronismo.

Após a divulgação dos dados, Santoro, que foi favorito em muitas das pesquisas, pediu para “colocar em contexto o resultado da eleição” e destacou que “o PRO, como projeto político, deixou de representar a maioria dos portenhos”.

Para o cientista político Carlos Fara, “foi quebrada a hegemonia do PRO depois de 20 anos, e talvez seja o começo de um fim, ao menos como protagonista, em nível nacional”.

— Ainda que o governo de Milei sofra certo desgaste nos últimos cinco meses, a verdade é que tende a ser a primeira minoria na eleição de meio de mandato — afirmou o analista em sua coluna no Diário Popular.

Por sua vez, Lospennato declarou que os resultados não foram os esperados e atualmente que “não faz bem ao país que a discussão política se transforma em uma discussão sem regras da democracia”.

O GLOBO