Paulinho será peça-chave em 2026, diz Allyson Bezerra sobre projeto do União Brasil

Postado em 2 de julho de 2025

O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), afirmou que o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União), será uma figura central nas decisões do União Brasil no Rio Grande do Norte para as eleições de 2026. Durante entrevista à 96 FM, Allyson avaliou o peso político de Paulinho como dirigente da maior cidade do Estado e defendeu que, qualquer que seja o futuro desenho eleitoral, ele passará pela articulação do atual prefeito da capital. “Acredito que as decisões políticas para 2026 do União Brasil vão passar diretamente por Paulinho”, disse, acrescentando que Freire “tem uma posição política determinante dentro do partido”.

Allyson também comentou a recente reunião que teve com o senador José Agripino Maia (União) e a ligação telefônica com o deputado federal João Maia (PP), sinalizando coesão na federação União Progressista — composição entre União Brasil e Progressistas, que, segundo ele, formam “um grupo político muito forte, muito consolidado” com bancada robusta em Brasília e base no interior.

Sobre composições eleitorais, o prefeito de Mossoró reafirmou que não fecha portas. Disse não ver impedimento em manter diálogo com os senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PSDB), mesmo que tenham apoiado adversários nas eleições municipais. Ele afirmou ter convidado Rogério para o camarote do Mossoró Cidade Junina. Ele não se encontrou com o senador, que compareceu ao evento. Já sobre Styvenson, Allyson foi direto: “Acho que ele não é empecilho em nenhum momento. Pelo contrário, ele é senador, está em primeiro lugar disparado nas pesquisas”.

Allyson relatou ainda o primeiro encontro presencial com o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), pré-candidato ao Governo do Estado. Segundo ele, a conversa foi respeitosa e produtiva. “Uma coisa nós concordamos: temos que conversar mais”, disse.

Allyson reforçou também que “não tem ligação com o Governo do Estado” e reiterou que sua atuação política sempre foi contrária ao modelo de gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). “Sempre fui muito claro nas minhas posições”, afirmou.

Sobre o próprio nome ser apontado em pesquisas para o Governo, Allyson disse que nunca pediu para ser incluído nos levantamentos, mas agradece à população. “Sou grato à população do Estado que tem citado nosso trabalho em Mossoró”, declarou. Ele reforçou, no entanto, que ainda não é hora de discutir candidatura.

“A convenção só começa em julho do ano que vem. Ainda temos muito tempo”, afirmou, sem deixar de lembrar que política se faz com diálogo. “Tenho conversado com vários prefeitos, deputados federais e estaduais. Vamos continuar dialogando.”

Prefeito recusa rótulo de 3ª via e propõe nova visão de Estado
O prefeito de Mossoró rejeitou a classificação de “terceira via” para qualquer possível candidatura ao Governo do Estado em 2026. Para ele, o debate eleitoral não deve ser reduzido à lógica de polarização entre esquerda e direita ou a rótulos genéricos. Em entrevista à 96 FM, o gestor defendeu que a próxima eleição estadual será definida entre dois campos: quem deseja a continuidade do modelo de gestão da governadora Fátima Bezerra e quem propõe um novo projeto de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte.

“Eu não acredito nessa divisão entre direita e esquerda como vem sendo colocada. O que vejo é que, em 2026, teremos o grupo que quer continuar com o governo que está há oito anos e outro grupo ou candidatura que vai se contrapor frontalmente a esse modelo e apresentar algo diferente”, argumentou.

Ele insistiu que a discussão eleitoral só fará sentido quando vier acompanhada de uma proposta concreta para destravar o potencial do Estado. “Nosso estado é rico, tem tudo para dar certo. Temos sal, gás, petróleo, energia limpa, turismo, fruticultura, minério. Só falta uma gestão que funcione”, afirmou.

Durante a entrevista, Allyson também criticou o personalismo na política potiguar. “Nosso estado carece de projeto político. O que temos é projeto de pessoas. A gente precisa inverter essa lógica”, disse. Segundo ele, o centro do debate não pode ser “qual é o seu projeto?”, mas sim “qual é o projeto para o Estado?”. Ele considera que essa mentalidade de candidatura descolada de plano de governo tem sido um entrave ao desenvolvimento do RN.

Sobre sua própria atuação, Allyson rejeitou interpretações de que seria inacessível ou arrogante. “Converso com todo mundo. Recebi mais de 80 prefeitos em Mossoró, metade da bancada federal, deputados estaduais, vereadores. Estou aberto ao diálogo”, garantiu. Também rechaçou a ideia de que adversários políticos sejam automaticamente inimigos: “Tem político que eu discordo de tudo o que ele faz, mas não vou ficar atacando nas redes ou com palavras pejorativas. Isso não ajuda o povo.”

O prefeito citou como exemplo de convivência civilizada o contato com a senadora Zenaide Maia (PSD), a quem reconheceu como parceira da cidade. “Ela tem enviado muitos recursos para Mossoró e é bem recebida. Temos uma ligação política, sim.” Também mencionou o senador Styvenson Valentim, com quem ainda pretende conversar pessoalmente. “Não tenho nenhum problema com ele. Não é empecilho para nada.”

Segundo ele, o que vai determinar os caminhos de 2026 não será a polarização ou a quantidade de candidaturas, mas a clareza sobre quem está disposto a apresentar um modelo de gestão que transforme o estado. “Vai ser entre quem quer continuar com o que está aí e quem quer destravar o potencial do Rio Grande do Norte. E o povo vai saber escolher.”

‘Qualquer político deve ser investigado’, afirma gestor de Mossoró
“Qualquer político pode ser investigado e deve ser investigado mesmo.” Foi com essa declaração direta que o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, reagiu às notícias sobre sua citação em uma investigação relacionada a supostas fraudes em sua gestão. Para ele, a fiscalização rigorosa da administração pública é não apenas legítima, mas necessária. “Quem mais tem interesse sou eu. Quero mesmo que se analise tudo, que se veja medição de obra, que se veja contrato, que se veja processo licitatório, tudo isso”, afirmou.

Allyson fez questão de apresentar um panorama das práticas de controle e digitalização implementadas na Prefeitura de Mossoró. Segundo ele, todas as licitações são realizadas de forma 100% eletrônica, o que elimina brechas para fraudes manuais. O mesmo padrão foi adotado no controle de patrimônio e almoxarifado. “Para sair uma folha de papel, várias pessoas têm que dar OK eletronicamente. Fica rastro de tudo”, explicou.

No caso da distribuição de combustíveis, o prefeito detalhou que o sistema antigo, baseado em requisições manuais, foi substituído por cartões magnéticos vinculados a cada veículo da frota municipal. “Tudo eletrônico com cartão magnético, com quilometragem, com o nome do veículo, com a placa do veículo, com o nome do condutor, com toda a transparência possível”, descreveu.

Na área de obras, Allyson disse que criou uma estrutura paralela de fiscalização dentro da Controladoria Geral do Município, composta por engenheiros com a função específica de reanalisar medições já executadas. “Tenho uma equipe para fazer fiscalização da obra e da medição e outra para fazer da medição que foi feita”, frisou.

O prefeito classificou como legítima a atuação dos órgãos de controle e afirmou que a Prefeitura mantém total abertura para fornecer documentos, processos e informações solicitadas. “Toda gestão pública tem que ser analisada. Os órgãos de controle têm que ter total liberdade de acompanhar, solicitar documentos, buscar o máximo possível de informação. Isso é fundamental.”

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