PF abre inquérito para apurar perseguição e ofensas de torcedor contra Gil durante a Copa do Catar.
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar possíveis crimes cometidos pelo empresário Ranier Felipe dos Santos Lemache, de 43 anos, contra Gilberto Gil durante a Copa do Mundo no Catar.
Lemache foi identificado nas redes sociais como sendo a pessoa que aparece em um vídeo perseguindo o cantor, fazendo provocações e proferindo ofensas.
A investigação vai apurar se o empresário cometeu os seguintes crimes com base no Estatuto do Idoso:
Discriminação contra pessoa idosa, que tem pena de 6 meses a 1 ano de reclusão mais multa;
Exibir ou veicular informações ou imagens depreciativas ou injuriosas de idoso, que tem pena de detenção de 1 a 3 anos mais multa;
Injuriar com base em elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, que tem pena de 1 a 3 anos de recusão mais multa.
Na investigação, há ainda uma menção ao código 147 do artigo do Código Penal, que cita o parentesco com juízes e impede que o magistrado nessa condição atue no caso — e que dá a entender ser o caso de Lemache.
Quem é o empresário?
Ranier Felipe é de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, mas atualmente vive nos Estaddos Unidos. Ele é dono de franquias da Domino’s e do Spoleto em sua cidade natal.
Na época, Ranier foi identificado nas redes sociais por trazer em sua camisa a inscrição “Papito Rani” e ser um das pessoas mais exaltadas do grupo em que estava.
No vídeo (veja acima), em que Gil é hostilizado, é possível ouvir frases como “Vamos Bolsonaro” e “Você ajudou o Brasil para c…”. Ainda é possível ouvir: “Vamos, Lei Rouanet” e, ao final, uma voz se sobressai xingando Gil: “Obrigado, filho da…”.
Empresário negou ofensa
Após a repercussão do vídeo em que brasileiros aparecem ofendendo Gilberto Gil, um dos homens se identificou e pediu desculpas. O empresário Ranier Felipe dos Santos Lemache foi identificado por usuários do Twitter e fez uma publicação assumindo que fez provocações ao cantor por posições contrárias, mas negou ter feito as ofensas.
O cantor e sua mulher, Flora Gil, foram hostilizados por torcedores do Brasil quando entravam no estádio para assistir a partida de estreia da seleção brasileira, no Catar, no dia 24 de novembro.
“Gostaria de me solidarizar com o Sr. Gilberto Gil e sua família em virtude da ofensa que a ele fora proferida, uma vez que eu também não gostaria de ouvi-la. No entanto, estão veiculando a minha imagem essa ofensa o que não é verdade. Inobstante a minha divergência aos ideais políticos do Sr. Gilberto Gil, reitero o mais absoluto respeito que tenho ao nobre artista, porém, deixo claro novamente que a ofensa/xingamento não foi por mim proferido”.
No post, o empresário disse ter falado o nome do presidente Jair Bolsonaro durante a abordagem a Gil e “fez uma ironia” com a posição política do cantor. Ele atribuiu os xingamentos a um homem atrás dele.
“Em virtude da polarização política existente hoje no Brasil, uma outra pessoa que estava atrás de mim extrapolou e desferiu um xingamento ao Sr. Gilberto Gil. Entretanto, repita-se, NÃO FOI EU!!! (sic)”, completou.
G1