PIB do Brasil cresce 0,9% no 3º trimestre e avança 4% em um ano

A economia brasileira cresceu 4% no terceiro trimestre de 2024, ante o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com os três meses anteriores, o PIB (Produto Interno Bruto) perdeu força ao avançar 0,9%.

Como foi o PIB
Soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil aumentou 4% em um ano. A variação para o período entre julho e setembro considera uma comparação com o mesmo trimestre de 2023. As projeções do mercado financeiro sinalizavam para um avanço de justamente 4% do PIB nacional na base anual.

Resultado representa 15ª alta seguida do PIB ante o mesmo período do ano anterior. A última queda nessa comparação foi apurada pelo IBGE no último trimestre de 2020 (-0,3%). No período, a economia mundial ainda sofria com os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Crescimento econômico perde força na comparação com o trimestre anterior. A desaceleração surge com a alta de 0,9% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao avanço de 1,4% registrado entre abril e junho deste ano. Os analistas apontavam para um crescimento de 0,8% na comparação.

Cenário reverte a sequência de dois períodos consecutivos de aceleração do PIB. Ainda na comparação com os trimestres imediatamente anteriores, a última perda de força da economia havia sido registrada justamente no terceiro trimestre do ano passado, quando o avanço da economia recuou de 0,8% para 0,2%. No trimestre seguinte, a atividade econômica apresentou estabilidade.

Setores
Serviços e indústria puxam crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2024. Os segmentos apresentaram avanços de, respectivamente, 0,9% e 0,6% na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, as altas totalizam 4,1% e 3,6%, respectivamente.

Agropecuária encolheu em ambas bases de comparação no terceiro trimestre. O PIB do segmento recuou 0,9% ante o segundo trimestre e registrou queda de 0,8% frente a igual período em 2023. O desempenho é justificado pela baixa na estimativa de produção anual e perda de produtividade da cana (-1,2%), do milho (-11,9%) e da laranja (-14,9%), safras significativas no terceiro trimestre.

Revisão
Atualizações do IBGE mostram crescimento maior do PIB no ano passado. O crescimento de 2,9% identificado anteriormente foi elevado para 3,2%. Revisões alteram os desempenhos dos setores de serviços (de 2,4% para 2,8%), da Indústria (de 1,6% para 1,7%) e da Agropecuária (de 15,1% para 16,3%) no acumulado de 2023.

Na Agropecuária, a diferença entre o resultado revisto e o original pode ser explicada, em grande parte, pela incorporação de novas fontes estruturais anuais do IBGE que não estavam disponíveis na compilação anterior, como a Produção Agrícola Municipal, a Produção da Pecuária Municipal e a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Essas pesquisas foram incorporadas em substituição aos dados de pesquisas conjunturais.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE

O que é o PIB
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período. Divulgado no Brasil pelo IBGE a cada três meses, o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais é calculado a partir de uma fórmula que considera os consumos das famílias e do governo, os investimentos e as exportações líquidas.

A pesquisa foi iniciada em 1988, mas sofreu alterações ao longo dos anos. A primeira reestruturação ocorreu em 1998, quando os seus resultados foram integrados ao Sistema de Contas Nacionais, de periodicidade anual. Em 2015, uma nova mudança metodológica estabeleceu o ano de 2010 como referência para os cálculos.

UOL

Postado em 3 de dezembro de 2024