Planalto e PT avaliam que pressão de Lula sobre BC começa a surtir efeito.
Ministros do Palácio do Planalto e dirigentes do PT avaliam que as críticas do presidente Lula ao Banco Central em razão da alta taxa de juros no Brasil já começaram a surtir efeito.
Para eles, um dos primeiros efeitos positivos teria sido a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 13,75% ao ano.
No documento, divulgado na terça-feira (6/2), o comitê do BC trouxe uma avaliação positiva sobre o pacote apresentado pela equipe econômica de Lula em 12 de janeiro.
O Copom afirmou que, embora só trabalhe em seus cenários com políticas já implementadas, a execução do pacote, que promete uma melhora fiscal de R$ 242,7 bilhões, poderia reduzir a pressão sobre a inflação.
Pressão
Para ministros do Planalto e integrantes da cúpula do PT, o texto da ata foi melhor que o comunicado, o que já teria sido fruto da pressão de Lula sobre o Banco Central.
O comunicado do BC foi divulgado em 1º de fevereiro, mesmo dia da reunião do Copom. Já a ata, embora reflita o debate da reunião, foi divulgada cinco dias depois. Nesse intervalo, Lula fez ao menos três críticas ao BC.
“Amigável”
O contentamento com a mudança de tom do Banco Central foi exposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista a jornalistas, o ministro afirmou que a ata foi “mais amigável”.
Com esse diagnóstico, aliados dizem que Lula deve seguir pressionado o BC com críticas a alta taxa de juros. O próprio presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, já espera isso, como mostrou a coluna.
Ministros palacianos deixam claro, no entanto, não estar nos planos de Lula reverter a autonomia do Banco Central. O governo tem consciência que não teria votos suficientes para isso hoje no Congresso.
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