Por que João Gustavo não assumiu a prefeitura?

Postado em 1 de outubro de 2025

Nos últimos dias, uma pergunta tem ecoado nas ruas, nas redes sociais e nos bastidores políticos de Currais Novos: se o prefeito Lucas Galvão está em Brasília e a vice-prefeita Milena Galvão também está em Brasília, quem responde pela Prefeitura? Quem governa a cidade neste momento?

De acordo com a Lei Orgânica do Município e a legislação brasileira, não é obrigatório transmitir o cargo em caso de viagem curta ou missão administrativa. Ou seja, Lucas Galvão continua sendo o prefeito, mesmo estando fisicamente distante. O mesmo vale para a vice. No entanto, esse detalhe jurídico não elimina a inquietação da população: na prática, Currais Novos está sem prefeito e sem vice dentro de sua sede administrativa.
Pela ordem sucessória, o presidente da Câmara Municipal, João Gustavo Guimarães, deveria assumir o comando em caso de afastamento simultâneo do prefeito e da vice. Mas isso só acontece se houver um ato formal, publicado em Diário Oficial, autorizando a transmissão de cargo. Como não houve tal formalização, João Gustavo permanece apenas como presidente do Legislativo, e não como prefeito interino.

A ausência de um ato administrativo levanta uma questão crucial: por que não se optou por dar posse temporária ao presidente da Câmara, assegurando presença institucional no comando do Executivo local?

Enquanto Lucas e Milena buscam emendas parlamentares em Brasília, quem toca o dia a dia da Prefeitura são os secretários municipais, cada um em sua pasta, com despachos autorizados à distância ou orientações que vêm de fora.
Mas, convenhamos: não é a mesma coisa. A presença de um prefeito ou vice no gabinete significa comando, decisão rápida, interlocução direta com a população. A ausência dos dois ao mesmo tempo gera a percepção de um vácuo de poder.

Se algo grave acontecer na cidade, quem decide de imediato?

Por que o presidente da Câmara não assumiu temporariamente esse papel ?

A ida de Lucas e Milena a Brasília pode render frutos para Currais Novos em forma de recursos, projetos e investimentos. Mas também deixou um vazio administrativo que não passou despercebido.
Talvez seja hora de o município discutir com mais clareza o protocolo de sucessão temporária, para que não paire dúvidas sobre quem responde pela cidade quando prefeito e vice estão fora ao mesmo tempo.