Principal hipótese é de que médicos foram assassinados por engano em quiosque no Rio; alvo seria miliciano
A principal hipótese da polícia para a motivação do assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é de que um dos profissionais pode ter sido confundido com um miliciano. A tese foi compartilhada por investigadores do Rio, com agentes de São Paulo que prestam apoio ao inquérito. A polícia dos dois Estados e a Polícia Federal apuram o crime cometido na madrugada desta quarta-feira (5).
O médico Perseu Ribeiro Almeida pode ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa. Segundo o g1, Dalmir é apontado por autoridades policiais como um dos chefes de uma milícia que atua na zona oeste do Rio. Perseu e Taillon possuem fisionomia similar.
Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza Bomfim também foram assassinados na ocorrência. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que cobrou apuração do caso e se disse “devastada” com a notícia.
Por meio das redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que recebeu com grande tristeza e indignação a notícia da execução dos médicos na orla da Barra da Tijuca. Ele citou que a Polícia Federal está acompanhando o caso.
Médicos morreram no local
Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro, policiais do 31° BPM foram acionados para uma ocorrência de homicídio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.
De acordo com o comando da unidade, no local os agentes encontraram quatro vítimas de disparos sendo socorridas por militares do Corpo de Bombeiros. Três delas não resistiram aos ferimentos e morreram no local.
“Agentes do 31° BPM chegaram a efetuar buscas para encontrar o paradeiro dos acusados, mas nada foi constatado. O policiamento foi reforçado na região. A área foi isolada e o local preservado para o trabalho da perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)”, disse a Polícia Militar do Rio.
De acordo com imagens de câmeras de segurança do quiosque fornecidas pela Polícia Civil do Rio, é possível ver os três homens aparentemente encapuzados descendo de um veículo e indo em direção aos médicos para efetuar os disparos. Alguns dos criminosos atiram várias vezes nas vítimas.
“Não voltará ao nosso convívio”, lamenta médico
O médico ortopedista Edvaldo Correia Lago Junior contou que soube da morte do colega pela manhã, ao abrir as redes sociais, e afirmou não ter acreditado de início que Perseu fosse uma das vítimas do ataque:
— Assim que vi a notícia imaginei que não era possível se tratar da mesma pessoa. Pensei que poderiam tê-lo confundido com outro médico — disse Lago Junior.
Ele confirma que Perseu era um excelente profissional:
— Era uma pessoa do bem, um trabalhador. Saiu daqui para agregar mais conhecimento nesse congresso, no Rio e, infelizmente não voltará ao nosso convívio.
Os dois médicos eram companheiros de plantão no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié. Para poder viajar para participar do congresso, ele trocou o plantão com outro colega. Em nota, a casa de saúde lamentou o fato:
“Por sua dedicação e pelos excelentes serviços prestados na nossa unidade, expressamos nossas sinceras condolências à família”, afirmou em trecho da nota publicada em rede social.
GHZ