‘Pulmão de pipoca’: entenda doença sem cura causada por cigarro eletrônico

Uma adolescente de 17 anos, líder de torcida em Nevada, nos Estados Unidos, foi diagnosticada recentemente com bronquiolite obliterante, uma doença grave e irreversível também conhecida como “pulmão de pipoca”. A causa da condição foi o uso de cigarro eletrônico por três anos.
Entenda o diagnóstico
A bronquiolite obliterante é uma doença pulmonar grave, inflamatória e irreversível, que causa obstrução progressiva das pequenas vias aéreas (bronquíolos) devido à inflamação e fibrose.
“O dano estrutural é permanente, levando à deterioração funcional dos pulmões. Embora seja uma condição rara, sua progressão pode resultar em insuficiência respiratória incapacitante”, afirma a médica pneumologista da Saúde no Lar, Michele Andreata à Itatiaia.
Segundo a médica, os principais sintomas incluem tosse seca persistente, chiado no peito, sensação de falta de ar (dispneia) progressiva, fadiga e limitação para atividades físicas. “Esses sintomas podem ser confundidos com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mas, na bronquiolite obliterante, a resposta a tratamentos convencionais é mínima”, alerta Andreata.
Cigarro eletrônico é um dos causadores da doença?
O cigarro eletrônico é um potencial causador da bronquiolite obliterante. A exposição a compostos químicos tóxicos presentes nos vapores, como diacetil, formaldeído e acetaldeído, pode induzir danos irreversíveis às vias aéreas.
No entanto, segundo a pneumologista, nem todos os usuários desenvolverão a doença, mas o risco existe e é proporcional à intensidade, frequência e tempo de uso, além da composição dos produtos inalados, que muitas vezes não é regulamentada nem testada para segurança respiratória.
“A principal medida preventiva é a cessação imediata do uso de cigarros eletrônicos. A interrupção precoce reduz o risco de desenvolvimento de lesões pulmonares permanentes. Programas de cessação do tabagismo, suporte médico e acompanhamento pneumológico são essenciais para usuários atuais, visando à identificação precoce de alterações e à orientação adequada”, explica a médica.
Doença pode ser comparada ao câncer de pulmão?
Embora sejam patologias distintas em origem e tratamento, ambas podem ser extremamente graves e limitantes.
“A bronquiolite obliterante, apesar de não ser maligna, pode comprometer severamente a função pulmonar, levando à necessidade de oxigenoterapia e, em casos avançados, à indicação de transplante pulmonar. Assim como no câncer de pulmão, o impacto sobre a qualidade de vida é profundo e pode ser fatal”, afirma Andreata.
Radio Itatiaia