Rafael Motta descarta aliança com Rogério Marinho: “Uma pessoa que atrapalhou a vida do trabalhador”

O ex-deputado federal Rafael Motta afirmou, durante entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM Natal, nesta sexta-feira (17). que não pretende se unir politicamente ao senador Rogério Marinho nas eleições de 2026, por divergências ideológicas. Segundo ele, sua trajetória política está mais próxima de uma visão de centro, com posições moderadas, mas distantes do campo bolsonarista.
“Sem depreciar a ninguém, mas eu não tenho como caminhar do lado de Rogério, uma pessoa que eu não vejo, que é produtiva para o Rio Grande do Norte, que atrapalhou a vida do trabalhador, do aposentado. Então, eu não tenho como subir num palanque com ele. A outra via, digamos assim, da direita, do PL, eu descartaria. Diria que é impossível caminhar, porque tem uma ideologia completamente diferente da minha”, declarou.
Rafael também comentou sobre o atual cenário político potiguar e avaliou nomes que devem disputar o Governo do Estado. Ele elogiou o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, apontado como um dos principais nomes da oposição para a sucessão estadual.
“O pré-candidato Allyson é uma pessoa que mostrou, na prática, que sabe resolver problemas, como fez em Mossoró. É um amigo, uma pessoa que eu acredito e que tem o reconhecimento da população”, afirmou.
Questionado sobre uma possível aliança com o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, Rafael reconheceu ter uma boa relação pessoal com o gestor, mas ponderou que as diferenças políticas e o alinhamento de Álvaro com o bolsonarismo dificultariam uma composição.
“Não tenho nada contra Álvaro, pelo contrário, sou amigo e tenho muito respeito por ele. Mas pela via em que ele se encontra, do bolsonarismo, eu não me encaixo”, explicou.
Durante a entrevista, o ex-deputado também comentou sobre o pré-candidato do governo, Cadu Xavier, atual secretário estadual da Fazenda, a quem classificou como um nome técnico e preparado.
Papel na reforma trabalhista
Atual lider da oposição no Senado, Marinho foi o relator da reforma trabalhista no ano de 2017, na Cãmara dos Deputados. Os acordos coletivos passaram a prevalecer sobre a legislação. Com isso, o que for acertado entre empregado e empregador não é vetado pela lei, respeitados os direitos essenciais como férias e 13º salário.
Entre seus principais pontos, a reforma prevê que:
- O pagamento da contribuição sindical, equivalente a um dia de trabalho, deixou de ser obrigatório.
- A jornada de trabalho, antes limitada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, pode ser agora pactuada em 12 horas de trabalho e 36 horas de descanso, respeitadas as 220 horas mensais.
- As férias, de 30 dias corridos por ano, agora podem ser parceladas em até três vezes.
- Possibilidade do trabalho intermitente, com direito a férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), contribuição previdenciária e 13º salários proporcionais. O salário não pode ser inferior ao mínimo, nem aos vencimentos de profissionais na mesma função na empresa.
- Grávidas e lactantes só poderão trabalhar em locais com insalubridade de grau médio ou mínimo. Mesmo assim, se for por vontade própria e desde que apresentem um laudo médico com a autorização.
98FM