O real ganhou do dólar com considerável folga no primeiro trimestre de 2025. Nesse período, a taxa de referência do Banco Central (BC) para a moeda americana (a Ptax para venda) fechou cotada a R$ 5,742 em 31 de março, ante R$ 6,192 registrados no fim de 2024. Com isso, a retração acumulada nesse período foi de 7,27%.
De acordo com análise da consultoria Elos Ayta, o resultado representa a maior queda trimestral do dólar desde o primeiro trimestre de 2022, quando a Ptax para venda despencou 15,1%. Essa foi a quarta maior desvalorização da moeda americana em relação à brasileira da série iniciada em 2020.

“O movimento reflete uma combinação de fatores internos e externos, incluindo mudanças na percepção de risco do mercado financeiro e ajustes na política monetária global”, diz Einar Rivero, sócio da Elos Ayta.

Desde janeiro de 2020, marco inicial da pandemia de Covid-19, o dólar Ptax para venda registrou desvalorização em nove dos 21 trimestres analisados. Houve, contudo, momentos de forte valorização da moeda americana, com destaque para o primeiro trimestre de 2020, quando o dólar disparou 28,98% em meio às incertezas do início da crise sanitária global e para o quarto trimestre de 2024, que registrou alta de 13,66%.

Impactos da queda
“A recente desvalorização do dólar pode gerar impactos significativos no mercado financeiro e nas empresas listadas na B3”, afirma Rivero. “Exportadores tendem a sentir o efeito da moeda americana mais barata em suas receitas em reais, enquanto setores que dependem de insumos importados podem se beneficiar com custos reduzidos. No mercado de câmbio, o movimento sinaliza uma possível inflexão nas expectativas para a política cambial e monetária do país.”

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