Redação do Enem: veja dicas para tirar nota 1.000 na prova deste ano

Considerada uma das etapas mais temidas do Enem, a redação exige que o candidato produza um texto dissertativo argumentativo em até 30 linhas, sobre um tema de relevância social, cultural, científica ou política. O desafio não é pequeno: além de defender uma tese com clareza e coesão, o estudante precisa mobilizar repertório sociocultural, construir bons argumentos e ainda propor uma intervenção para o problema apresentado, sempre em conformidade com os direitos humanos.
Na prática, isso significa que não basta “escrever bem”. A redação avalia a capacidade de organizar ideias, relacionar informações e usar a norma culta de forma consistente, tudo dentro de um tempo limitado. É justamente por isso que a preparação faz tanta diferença: treino, estratégia e familiaridade com a estrutura do texto são fatores decisivos para alcançar uma nota alta.
Em 2025, a estudante Anna Beatriz Rebouças Veríssimo, de 21 anos, alcançou a nota 1000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e obteve a primeira colocação geral para o curso de Medicina na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Ela integrou o seleto grupo de apenas 12 estudantes em todo o país que atingiram a pontuação máxima na redação na última edição do exame.
Ela revelou não esperar a nota 1000 na redação do Enem, atribuindo o feito à sua autenticidade ao evitar modelos de texto prontos e à uma intensa rotina de preparação. Detalhando sua metodologia, Anna Beatriz confessou que nem sempre conseguia produzir uma redação por semana, mas destacou os simulados como uma ferramenta indispensável para desenvolver estratégia de prova e, principalmente, para aprender a gerenciar o tempo. Ao final, a estudante aconselhou futuros candidatos a investirem na leitura constante de livros e revistas para ampliar o repertório e se manterem atualizados, além de buscarem a melhoria contínua de seus textos.
Clara Lococo Fernandes, de 18 anos, conquistou 940 pontos na redação do Enem 2024, que trouxe como tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Durante o último ano do Ensino Médio, ela estruturou uma rotina de estudos bastante rigorosa, intercalando aulas de redação na escola com treinos em casa. “Eu escrevia duas redações por semana: uma sem consulta, simulando o dia da prova, e outra consultando repertórios e redações de nota máxima. Esse equilíbrio me ajudou a ganhar confiança e melhorar a qualidade dos meus textos”, conta.
Clara acredita que a estratégia de estudar repertórios socioculturais aplicáveis a diferentes temas foi decisiva para o resultado. “Treinar repertórios chave economiza tempo e diminui a dificuldade de escrever na hora da prova. Além disso, seguir um modelo específico de organização, com frases introdutórias, conectivos e uma proposta de intervenção bem estruturada, dá segurança e clareza ao texto”, explica. Para ela, mais do que inspiração, a redação exige método e disciplina.

No dia do exame, a aluna optou por escrever a redação logo no início, reservando cerca de 1h10 — tempo que já havia treinado nas semanas anteriores. A estratégia funcionou, mas exigiu atenção no desfecho.
Clara reconhece que gostar de escrever pode facilitar o processo, mas não considera isso determinante para o desempenho. “Eu gosto de escrever, mas não é algo que faço como hobby. O que realmente fez diferença foi entender o formato da redação do Enem, treinar bastante e aprender a relacionar meus conhecimentos com a proposta”, aponta.
Aos 18 anos, Letícia Garcia de Toledo alcançou 940 pontos na redação na edição do Enem do ano passado. Sua preparação foi relativamente curta, mas intensa: durante seis meses, ela treinava uma redação por semana, sempre com temas de anos anteriores, além de contar com aulas particulares de redação. “Também montei um repertório de argumentos por área temática, o que me ajudava a adaptar as ideias para quase qualquer proposta”, explica.
A estudante reforça que a prática constante e o conhecimento das regras da prova foram determinantes para o bom desempenho. “Conhecer bem os critérios de correção do Enem é importante, porque você entende o que a prova valoriza e evita deslizes bobos”, afirma. Embora nunca tivesse gostado muito de escrever, Letícia decidiu encarar o desafio. “Acho que gostar de escrever ajuda, mas não é o suficiente. Na minha opinião, o que realmente conta é entender o gênero, treinar bastante e se acostumar ao formato.”
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