“Regulamentar a cannabis é um ato de amor e coragem”, diz Natália Bonavides

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) defendeu, nesta semana, a aprovação da regulamentação da cannabis para fins medicinais no Brasil, afirmando que o tema “não é de ideologia, é de humanidade”.
Em publicação nas redes sociais, a parlamentar afirmou que “regulamentar a cannabis é um ato de amor e coragem”, destacando o papel da ciência e o direito das famílias que dependem do uso medicinal da planta para garantir qualidade de vida a seus filhos.
Natália participou de uma reunião em Brasília com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Paulo Teixeira, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e representantes de associações de pacientes e entidades médicas, para tratar do Projeto de Lei 399/2015, que propõe a liberação controlada da cannabis medicinal e industrial (cânhamo).
Segundo a deputada, o encontro marcou um avanço importante na articulação política para que o tema volte à pauta no Congresso Nacional ainda este ano.
“Garantir o acesso democrático aos tratamentos, reconhecendo o papel essencial da ciência, da saúde pública e das famílias que lutam por esse direito, é urgente”, afirmou Natália.
“O Brasil precisa sair da hipocrisia. Não é sobre drogas — é sobre vidas, sobre crianças com epilepsia, idosos com dores crônicas e pacientes que lutam por dignidade.”
Um debate que mobiliza famílias e ciência
A defesa de Natália se insere em um debate que ganha força em todo o país. Hoje, centenas de famílias brasileiras dependem de decisões judiciais ou autorizações da Anvisa para importar medicamentos à base de cannabis, com custos que chegam a milhares de reais por mês.
O PL 399/15, em discussão há quase uma década, pretende regulamentar o cultivo e a produção nacional, reduzindo preços e ampliando o acesso.
A parlamentar destacou que a regulamentação da cannabis medicinal já é realidade em mais de 50 países, incluindo nações conservadoras como Israel e Estados Unidos, e que o Brasil precisa modernizar sua política de saúde.
“Quando um pai ou uma mãe precisa entrar na Justiça para garantir o tratamento do próprio filho, o que está faltando não é lei — é sensibilidade. O Congresso tem a obrigação de agir com empatia e responsabilidade científica”, completou.
Apoio político e resistência moral
A reunião contou com o apoio de líderes de diferentes partidos e do próprio presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que, segundo Natália, “se mostrou plenamente favorável ao debate e à votação do projeto”.
O ministro Paulo Teixeira reforçou que o tema é prioridade do governo Lula na agenda de saúde e cidadania, buscando superar o estigma moral que ainda envolve a cannabis medicinal no país.
Apesar disso, setores conservadores seguem resistindo à proposta, associando o debate à liberação do uso recreativo — o que, segundo Natália, “é uma confusão proposital que prejudica pacientes e atrasa o país”.
“A regulamentação medicinal não tem nada a ver com incentivo ao uso recreativo. É sobre controle, pesquisa e cuidado. É sobre empatia com quem sofre”, disse.
RN na vanguarda do debate
No Rio Grande do Norte, a deputada potiguar tem sido uma das principais vozes em defesa da cannabis medicinal, ao lado de entidades como a Associação Potiguar de Apoio à Cannabis Medicinal (Apacem), que reúne famílias de pacientes com epilepsia, autismo e doenças degenerativas.
Natália também integra a Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial, lançada em 2023 com apoio de mais de 100 deputados.
“É um ato de coragem porque enfrenta preconceitos, mas também um ato de amor — porque coloca a vida das pessoas acima da desinformação”, concluiu a parlamentar.
AGORA RN
