Rogério Marinho diz que Bolsonaro será julgado pelo STF “como em uma câmara de gás”

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), criticou duramente a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) o julgará “como em uma câmara de gás”. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador afirmou que o ex-presidente não está tendo a garantia de duas instâncias recursais e será julgado por um colegiado que inclui ministros que considera adversários.

“Primeiro, o presidente Bolsonaro não deveria estar sendo julgado no STF. Não está sendo dada a ele a prerrogativa de pelo menos ter duas instâncias recursais. Ele vai ser julgado como em uma câmara de gás. Não vai ser julgado sequer pelo pleno. E está sendo julgado por um juiz que declaradamente é seu inimigo, seu adversário, e que seria alvo dessa trama. Então nós achamos que é evidente que esse jogo já está jogado”, afirmou.

Nesta terça-feira 18, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista que visava mantê-lo no poder e impedir a posse do presidente Lula (PT) após a derrota nas eleições de 2022. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin.

Rogério contesta tentativa de golpe

Rogério contestou a narrativa de que houve uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram sedes dos Três Poderes em Brasília. “Nós esperamos demonstrar que isso é mais uma narrativa, que não há substância, que não há consistência, que não houve golpe. O que houve foi uma baderna”, afirmou o senador.

Aliados de Bolsonaro temem que a Primeira Turma do STF aceite a denúncia por unanimidade. Um levantamento do jornal O Globo mostrou que o ministro Alexandre de Moraes tem obtido adesão unânime dos colegas em julgamentos de processos envolvendo bolsonaristas e atos golpistas ao longo de 2024.

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Postado em 20 de fevereiro de 2025