Saúde mental abandonada no RN: ‘Governo investe menos de 3% e pacientes sofrem sem atendimento

O deputado estadual Dr. Kerginaldo alertou, durante sessão na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, sobre a grave situação da saúde mental no estado. Segundo ele, o governo estadual destina menos de 3% do orçamento da saúde para essa área, número apontado em um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“Segundo o relatório do Tribunal de Contas do Estado, o governo investe menos de 3% na saúde mental das pessoas do Rio Grande do Norte, e cada dia mais cresce a gravidade dos transtornos mentais por falta de atendimento”, declarou.

O parlamentar citou que o estado tem mais de 300 mil pessoas com algum tipo de transtorno mental e que a falta de políticas públicas agrava o problema. Ele apontou que o Rio Grande do Norte está atrás de outros estados nordestinos em investimentos na área e destacou ações feitas no Ceará e Minas Gerais como exemplos que deveriam ser seguidos.
“No Ceará, por exemplo, o governo investiu na recuperação de vários Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), ampliando o acesso ao tratamento e reduzindo em 20% as internações por transtornos mentais. Em Minas Gerais, mais de 500 profissionais foram contratados para um programa estadual de saúde mental”, afirmou.

O deputado criticou o fechamento de leitos psiquiátricos no Rio Grande do Norte, o que, segundo ele, sobrecarrega os municípios e deixa muitas famílias sem suporte adequado.

“Aqui, não existe um programa efetivo do governo do estado para a saúde mental. Praticamente, o atendimento é custeado pelos municípios, que não têm orçamento suficiente. Isso acaba jogando toda a responsabilidade para as famílias, muitas das quais vivem com um salário mínimo ou menos e não conseguem pagar uma consulta”, explicou.

Dr. Kerginaldo destacou que Natal tem o maior índice de depressão do Nordeste, com 13,2% da população adulta diagnosticada com a doença, segundo dados de 2023. Ele também citou que há dificuldades no atendimento de saúde mental em todo o estado, sem estrutura suficiente para a demanda crescente.

“A situação é grave. Precisamos cobrar diariamente um olhar do governo para essa área, porque se trata de uma doença que atinge todas as idades, classes sociais e raças. A falta de atendimento adequado torna os transtornos mentais ainda mais críticos e impede que milhares de pessoas tenham qualidade de vida”, disse.

O parlamentar anunciou que vai visitar as unidades dos CAPS e hospitais psiquiátricos do estado para fiscalizar a estrutura e cobrar melhorias. Ele também pretende incluir a pauta da saúde mental nas discussões do orçamento estadual e pressionar o governo a ampliar os investimentos.

“Os municípios estão sobrecarregados, os CAPS não têm estrutura e as famílias não conseguem pagar o tratamento. O governo do estado precisa dar prioridade a essa questão. A saúde mental não pode continuar sendo ignorada”, finalizou.

agora rn

Postado em 6 de fevereiro de 2025