Sobe para 147 o número de mortos em tragédia no RS

As fortes chuvas no Rio Grande do Sul causaram ao menos 147 mortes, de acordo com boletim divulgado às 9h desta segunda-feira (13). O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 127 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha.

As mortes ocorreram em 44 cidades , conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.

Por razão das enchentes, que afetam mais de 2 milhões de pessoas no estado, a população tem buscado refúgio na casa de parentes ou amigos em outros estados, como Santa Catarina.

Segundo a Defesa Civil estadual, o número de desaparecidos vem diminuindo ao longo dos dias —a população tem sido orientada a procurar a Polícia Civil para informar sobre a localização de familiares.

O boletim desta segunda-feira atualiza para 80.826 o total de desabrigados e 538.241 desalojados.

Dos 497 municípios gaúchos, 447 foram afetados pela tragédia.

Também são ao menos 303 mil pontos sem energia (o número é maior, porém a RGE Sul não informou a quantidade de pontos na manhã desta sexta) e 208 mil imóveis continuam sem água no estado.

As aulas foram suspensas em 2.338 escolas da rede estadual e mais de 338 mil alunos foram impactados. Neste domingo, são 1.028 escolas afetadas, 528 afetadas e 84 propostas de abrigo.

A tragédia foi comparada ao furacão Katrina , que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e feriu mais de mil mortes.

Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais , dificuldade de equipes de saúde chegarem a locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.

SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
147 mortes
127 desaparecidos
806 feridos
80.826 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
538.241desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
2.115.703 pessoas afetadas no estado
O nível da água do lago Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre , estava em 4,7 metros na medição do cais Mauá nesta segunda, conforme informações do Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços). No sábado (4), ele chegou a 5,30 metros, conforme o Ceic.

O lago é considerado inundado quando atinge 3 metros de altura. Há um alerta que é emitido quando o nível da água está em 2,5 metros.

Por isso, mesmo com a diminuição do volume de água do Guaíba, ruas e avenidas da capital gaúcha continuaram alagadas nesta quinta.

Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da metrópole desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.

A volta da chuva e dos ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.

SAIBA A DIFERENÇA DOS TERMOS
Afetado: Qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por um desastre, como feridos, desalojados, desabrigados e pessoas que perderam sua fonte de renda

Desalojado: Pessoa que foi obrigada a abandonar temporariamente ou definitivamente sua habitação, em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, resultante de desastre, e que, não necessariamente, carece de abrigo fornecido pelo sistema

Desabrigado: Desalojado ou pessoa cuja habitação foi afetada por dano ou ameaça de dano e que necessita de abrigo fornecido pelo Estado

Fonte: Glossário de Defesa Civil

Postado em 13 de maio de 2024