Tarcísio sobre denúncias de excessos da PM na Baixada: ‘Pode ir na ONU, na Liga da Justiça, que eu não tô nem aí’

Ao ser questionado sobre as denúncias de violência policial durante a Operação Verão, que já deixou 39 mortos pela PM na Baixada Santista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a ação e disse estar “nem aí” para as críticas.

— A gente está fazendo o que é certo, vamos continuar fazendo o que é certo, não tem bandido na polícia, e quando tem excesso, esse excesso vai ser punido exemplarmente, porque nós não vamos tolerar o desvio de conduta, o excesso, a indisciplina, tudo a gente vai investigar. Mas tem uma turma profissional que está dando o máximo, dando a vida para nos proteger (…) Sinceramente, temos muita tranquilidade sobre o que está sendo feito, então o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parte, que eu não tô nem aí — falou nesta sexta-feira (8) no Palácio dos Bandeirantes, após anúncio de medidas para coibir a violência contra as mulheres.

A Reportagem do GLOBO mostrou que moradores de cidades onde ocorre a Operação Verão relatam tortura, execuções sumárias, obstrução à Justiça, fraude processual e outras violações de direitos humanos . Nesta quarta, a reportagem do g1 revelou que pessoas socorridas pelo SAMU já estavam mortas quando foram levadas às unidades de saúde.

Nesta sexta, a ONG Conectas e a Comissão Arns fizeram uma denúncia na 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU contra as “operações letais e escalada da violência policial na Baixada Santista promovida pelo governador”.

Tarcísio disse que não há “nenhum interesse” em confrontos, mas que “ninguém fala da crueldade do crime”.

— Tem uma questão de denúncia, vamos investigar. Agora, precisamos de saber o que realmente aconteceu. Não há nenhum interesse da nossa parte em confrontar ninguém, quando as forças de segurança são confrontadas, elas reagem mesmo — destacadas o governador. — Parece que a gente quer que o brasil vire um narcoestado, a gente vê cada bobagem que é falada. ‘A polícia não está fazendo investimento no policiamento ostensivo’. Conversa! Quando você sabe onde está o crime, e a prisão do Nego Boy, do Samurai do PCC, da Japa do PCC? A nossa polícia é extremamente profissional, e toda hora querem botar a polícia na posição de infrações — afirmou.

A Operação Verão foi reforçada no dia 3 após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota. Em 7 de fevereiro, o cabo José Silveira Santos, do 2⁰ Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) morreu após ser baleado em Santos. De lá para cá, 39 pessoas foram mortas em decorrência de intervenção policial.

O GLOBO

Postado em 9 de março de 2024