Tensão entre o Lula 3 e PSD cresce após críticas de Kassab

A relação entre o governo Lula e o PSD passou por um momento delicado após o presidente do partido, Gilberto Kassab, criticar a gestão econômica do ministro Fernando Haddad. Essa situação gerou preocupações entre os aliados do presidente, que interpretaram as declarações de Kassab como um indicativo de que o apoio do PSD à reeleição de Lula poderia estar em risco, mesmo com o partido ocupando três ministérios.

Durante um evento, Kassab não poupou críticas a Haddad, afirmando que sua atuação à frente do Ministério da Fazenda é insatisfatória. Ele ainda insinuou que, se as eleições fossem realizadas naquele momento, o PT não teria grandes chances de vitória. No Palácio do Planalto, essas declarações foram vistas como um sinal de que o PSD poderia não aceitar perder influência em cargos importantes.

Em resposta às críticas, membros do PT saíram em defesa de Haddad, ressaltando suas realizações, como a aprovação da reforma tributária e a criação de novos postos de trabalho. Kassab, ao ser questionado sobre suas declarações, reafirmou suas críticas, mas enfatizou que não tinha a intenção de atacar o governo de Lula.

A situação se complicou ainda mais com a ausência do governador do Paraná, Ratinho Júnior, em um evento no Palácio do Planalto, o que gerou desconforto entre os aliados do presidente. Além disso, o senador Omar Aziz, também do PSD, manifestou sua preocupação em relação à possível nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência, levantando dúvidas sobre a relação dela com Haddad. Embora tenha sido mencionado que Lula convidou Gleisi para assumir um ministério, ela negou ter recebido qualquer convite formal.

Lula ironiza Kassab

Na quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas de Gilberto Kassab. Na perspectiva de Lula, o presidente do PSD foi injusto ao chamar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de “fraco”. O petista ainda ironizou a previsão de Kassab sobre uma possível uma derrota nas próximas eleições.

Lula ressaltou a relevância do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na aprovação da PEC da Transição, enfatizando a importância de sua atuação para o governo. “Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir. Eu olhei no calendário e vi que a eleição vai ser só daqui a dois anos eu fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição”, declarou o presidente.

O chefe de Estado ainda mencionou que é inegável o impacto do trabalho do ministro no governo. “Eu posso não gostar de uma pessoa e ter crítica pessoal a uma pessoa, mas não reconhecer que ele começou nosso governo coordenando a PEC da Transição, porque nós não tínhamos dinheiro para governar em 2023, e conseguimos, em um Congresso totalmente adverso, aprovar a PEC que permitiu a gente ter dinheiro para fazer as políticas e ainda pagar as dívidas do governo passado”, acrescentou Lula.

Tribuna do Norte

Postado em 31 de janeiro de 2025