Trump processa The New York Times e pede US$ 15 bilhões por calúnia e difamação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou, na madrugada desta terça-feira (16), que entrou com um processo contra o jornal norte-americano The New York Times. Na ação, protocolada na Flórida, o republicano pede US$ 15 milhões por calúnia e difamação.
Trump acusou o The New York Times de causar prejuízos significativos por publicar mentiras sobre ele, bem como sobre sua família e seus negócios. Sustentou, ainda, que o jornal se envolveu em casos de interferência eleitoral ao “endossar” a candidata democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais de 2024.
“Tenho orgulho de responsabilizar esse outrora respeitado ‘trapo’, um dos piores e mais degenerados jornais da história do nosso país, tornando-se um ‘porta-voz’ virtual do Partido Democrata da Esquerda Radical. O New York Times foi autorizado a mentir, caluniar e difamar livremente por muito tempo, e isso para agora”, disse Trump.
A abertura do processo acontece semanas após o jornal norte-americano publicar uma série de matérias mostrando o vínculo de Trump com Jeffrey Epstein — bilionário condenado por crimes sexuais em 2008. A última publicação foi sobre supostas cartas enviadas pelo presidente ao empresário, uma delas com o desenho obsceno.
O The New York Times ainda não se pronunciou sobre o caso. Na última semana, no entanto, o jornal disse que havia sofrido ameaças do advogado de Trump. Na notificação, Edward Paltzik exigiu uma retratação e um pedido de desculpas pelas matérias, dizendo que entraria com um processo de US$ 10 bilhões.
Em resposta, uma porta-voz do The New York Times, Danielle Rhoades Ha, disse que o jornal trabalha com fatos e que publicou o posicionamento do presidente. “Nossos jornalistas relataram os fatos, forneceram as evidências visuais e publicaram a negação do presidente. Está tudo lá para o povo americano ver e formar sua própria opinião.”
Outros processos
Esta não é a primeira vez que Trump entra com uma ação judicial contra veículos de comunicação. Em julho, o presidente também processou o Wall Street Journal após o jornal revelar um desenho obsceno de uma mulher supostamente enviado pelo republicano a Epstein. Na época, ele negou a autoria e entrou com um processo contra o jornal pedindo indenização de US$ 10 bilhões por difamação.
No início deste mês, o Partido Democrata divulgou a suposta carta, que fazia parte de um livro de aniversário feito para Epstein. A correspondência incluía um desenho de conotação sexual e referências a “segredos maravilhosos”.
Caso Epstein
Jeffrey Epstein foi um financista bilionário condenado por crimes sexuais. Em 2008, fez um acordo com a Justiça e admitiu ter solicitado prostituição de uma menor. Em julho de 2019, foi novamente preso por tráfico sexual de menores, mas foi encontrado morto em sua cela um mês depois, com indícios de suicídio.
Em 2024, documentos judiciais com mais de 900 páginas revelaram nomes de quase 200 pessoas associadas a Epstein, incluindo, além de Trump, o ex-presidente norte-americano Bill Clinton e o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, do Reino Unido. Desde então, jornais iniciaram uma série de publicações revelando a relação entre Trump e Epstein.
sbt