Valdemar Costa é solto, deixa carceragem da PF e cumprirá cautelares
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, deixou a carceragem da superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília por volta das 21h40 deste sábado (10/2). Ele terá que cumprir medidas cautelares.
Ao passar pela guarita da PF no carro de seu advogado, Marcelo Bessa, Valdemar acenou e sorriu para os jornalistas presentes.
Ele disse que a estadia na prisão da PF foi tranquila e, ao ser questionado sobre as decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes para manutenção da prisão e depois soltura, Valdemar disse apenas que “o Bessa não me deixa falar”.
Valdemar foi preso na última quinta durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, em operação da PF contra um grupo que teria arquitetado uma tentativa de golpe de estado durante o governo Bolsonaro.
O político acabou preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e usurpação mineral, já que a equipe da PF encontrou uma pepita de ouro e um armamento na residência de Valdemar.
Duas decisões
Na sexta (9/2), Alexandre de Moraes decidiu manter a prisão. No entanto, neste sábado (10/2), Moraes voltou atrás e determinou a liberdade provisória de Valdemar por considerar que ele tem mais de 70 anos e não cometeu crime de violência ou grave ameaça.
Na justificativa inicial pela manutenção da prisão, Moraes havia lembrado que o cumprimento do mandado de busca era por crimes gravíssimos: abolição violenta do Estado, golpe de Estado e associação criminosa. Além disso, lembrou que Valdemar já foi condenado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em novembro de 2013.
Apesar da soltura, Moraes manteve as medidas cautelares decretadas em decisão anterior.
Entre as medidas estão a proibição de manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados e a proibição de se ausentar do país.
Quatro continuam presos
Batizada de Tempus Veritatis, a operação da PF deflagrada na última quinta-feira é fruto de uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado. Os alvos da operação foram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas dele.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Valdemar não era alvo do mandado de prisão, mas acabou preso em flagrante por causa da arma e da pepita de ouro.
Os pedidos de prisão e buscas foram solicitados pela Polícia Federal, aprovados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizados pelo relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes.
As quatro prisões preventivas foram mantidas. Continuam presos o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Marcelo Câmara; o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa; e o major das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins.
Metrópoles