“Vamos agonizar”, alerta reitor do IFRN sobre risco de colapso em 2026 após corte de R$ 7 milhões

O reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), José Arnóbio, fez um alerta contundente sobre os efeitos dos cortes orçamentários promovidos pelo Congresso Nacional para 2026. Segundo ele, a retirada de R$ 7 milhões do orçamento da instituição inviabiliza o fechamento do próximo ano caso não haja recomposição dos recursos.
De acordo com Arnóbio, a redução afeta diretamente o funcionamento do IFRN e pode levar à adoção de medidas consideradas drásticas. Entre os impactos citados estão a diminuição de aulas de campo, cortes na assistência estudantil, redução de bolsas de pesquisa e extensão e até a dispensa de trabalhadores terceirizados.
O reitor destacou ainda que estudantes com deficiência tendem a ser especialmente prejudicados. Isso porque grande parte dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento desse público é terceirizada, e a falta de recursos pode inviabilizar a manutenção desses serviços. Segundo ele, a interrupção desse suporte compromete o percurso formativo e a permanência desses alunos na instituição.
Ao comentar a decisão do Congresso, Arnóbio classificou os cortes como graves e afirmou que institutos federais e universidades podem enfrentar sérias dificuldades para manter suas atividades. Dados do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) apontam que o corte total para os Institutos Federais em 2026 chega a cerca de R$ 300 milhões, valor que representa o dobro do registrado em 2025.
Em nota, o Conif alertou que a redução ocorre em um momento de expansão da rede federal e de fortalecimento de políticas como a alimentação escolar, fundamentais para garantir a permanência dos estudantes. A entidade também afirmou que o desinvestimento na educação pública compromete o desenvolvimento social e econômico do país.
No Rio Grande do Norte, os cortes também atingem outras instituições. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informou uma redução de pouco mais de R$ 14,7 milhões em seu orçamento para 2026, o que representa queda de 7,18%. Já a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) estima impacto de cerca de R$ 5 milhões, com reflexos principalmente na assistência estudantil.
Diante do cenário, os reitores esperam que o Ministério da Educação possa recompor os valores da Lei Orçamentária Anual de 2026, a exemplo do que ocorreu em anos anteriores, para evitar prejuízos ainda maiores às instituições federais de ensino.
*Com informações do Saiba Mais
