Ventos fortes e nuvem de poeira atingem a Região Metropolitana de Manaus
No Amazonas, ventos fortes e uma nuvem de poeira provocaram prejuízos na Região Metropolitana de Manaus.
A ventania forte chegou em Manaus na tarde de domingo (5). Logo uma tempestade de poeira se formou e cobriu vários bairros da cidade. Das janelas dos prédios, moradores registraram o avanço da tempestade. Casas ficaram destelhadas e sem energia.
O vento forte também atingiu a Zona Oeste de Manaus, onde ficam as praias. A areia e a poeira invadiram as ruas e as residências. As rajadas de ventos na região atingiram os 70 km/h. O aposentado José Neves Bruce estava com os dois netos pequenos quando a tempestade levou o telhado da casa dele.
“Susto foi muito grande e depois a gente ter que entrar em casa nessa hora, porque a coisa não foi fácil mesmo, não para a gente aqui. No meu caso, na minha idade, que eu tenho dois netinhos aqui, eu fiquei muito apavorado na hora”, fala o aposentado José Neves Bruce.
Com medo da ventania, a Vitória, vizinha do José, dormiu com os filhos na sala.
“A gente tudo reuniu colchãozinho, deitamos ali na sala mesmo, mas sabe como é, né? Carapanã, calor, as crianças. Essa aqui e está toda empoladinha que ela é mais bebezinha, mas deu para dormir, né? É o jeito, não pode fazer nada”, conta a dona de casa Vitória Karoline.
O Amazonas passa por uma seca histórica e sofre com queimadas de todos os tipos: tanto as legais, como as criminosas, e também as de causas naturais. A principal cidade atingida é Manaus que está há mais de uma semana coberta por uma nuvem de fumaça. O governo do Amazonas afirmou que queimadas na Região Metropolitana da capital e no Pará são as principais responsáveis pelo problema.
Segundo meteorologistas, todos esses fatores contribuíram para a tempestade de poeira acontecer em Manaus.
“Nós estamos na transição do período menos chuvoso para o mais chuvoso e que é a época que mais ocorrem tempestades aqui na Amazônia. Porém, esse ano, nós estamos com um agravante, que é o famoso o El Nino, aumentando muito as temperaturas. Nós estamos vivendo uma época de estiagem muito severa e a superfície está bastante seca. E aí o vento bateu e aí levantou toda essa poeira”, explica o meteorologista Gustavo Guterres Ribeiro.
A previsão é que tempestades de poeira voltem a ocorrer.
“Nos meses de novembro e dezembro é comum que ocorram. Então, espera-se que eventos similares ao que aconteceu ontem voltem a se repetir”, diz Gustavo.
O Ibama e os governos do Amazonas e do Pará afirmaram que ampliaram as ações de combate e fiscalização contra as queimadas ilegais.
g1