Visite seus avós: companhia aumenta a expectativa de vida de idosos
Seres humanos são animais sociais. Para nos desenvolvermos com sucesso e saúde, o contato com outras pessoas é essencial — principalmente para idosos. Pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, descobriram que a solidão impacta até na expectativa de vida de pessoas mais velhas.
Idosos que não têm contato com outras pessoas e dizem nunca receber visitas tiveram chances 39% mais altas de morrer do que indivíduos do mesmo sexo, idade e condição de saúde, mas com mais ligações sociais. Segundo os cientistas, tanto a solidão objetiva, aquela que vem de um isolamento das relações físicas, quanto a subjetiva, que mantemos com amigos próximos e familiares, contribuem para maior risco de morte.
“Não era o que esperávamos encontrar. Mas parece claro que existe um efeito limite: quando você começa a ver seus amigos e familiares mensalmente, o risco permanece bastante estável. Não importa se é uma visita mensal, semanal, várias vezes por semana ou todos os dias”, afirma o cardiologista Jason Gill, um dos autores do estudo, para o site El País.
O estudo utilizou dados de 458.146 adultos com idade média de 56,5 anos cadastrados no banco de dados UK Biobank e os acompanhou por 13 anos. Participantes sem atividades em grupo, vivendo sozinhos e sem visitas frequentes, enfrentam maior risco de morte, observou a equipe na pesquisa publicada na revista BMC Medicine nesta sexta-feira (10/11).
“Cada um desses três fatores foi associado a um maior risco de morte, mas, em particular, destacaram-se as pessoas que relataram nunca receber visitas. A combinação aumentava as chances de morte em até 39%”, afirma Harmish Foster, outro autor do estudo.
Solidão mata
Os pesquisadores explicam que comportamento, hábitos e estado mental pioram diante do isolamento. “Pode ser que amigos e familiares ofereçam um nível específico de apoio às pessoas e as ajudem a ter acesso aos serviços de saúde”, destaca Foster.
Outra teoria é que o consumo de álcool e cigarros aumenta com a solidão, enquanto exercícios físicos e conversas com outras pessoas diminuem — todos esses são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas que podem diminuir a qualidade de vida e até levar à morte.
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