Zenaide não é entrave para unir oposição pois PSD estará contra Lula, avalia Agripino

Postado em 18 de novembro de 2025

O presidente estadual do União Brasil, José Agripino Maia, afirmou que a relação política entre o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), e a senadora Zenaide Maia (PSD) não representa impedimento algum para a união da oposição no Rio Grande do Norte nas eleições de 2026.

Em entrevista à Rádio Cidade nesta segunda-feira 17, Agripino registrou que Zenaide integra um partido que, no cenário nacional, tende a apoiar uma candidatura de centro, contra o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem é Zenaide Maia? Qual é o partido dela? É PT? Não, é PSD”, afirmou o ex-senador.

O dirigente disse que, no atual desenho político, o PSD não está alinhado automaticamente ao PT. Ele citou, inclusive, o contexto nacional envolvendo a possibilidade de candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência da República. “O PSD tem a chefia da Casa Civil do governador Tarcísio de Freitas. O PSD de Zenaide vai apoiar quem? Vai apoiar o candidato do centro, é evidente”.

Ele rechaçou parcela da oposição que vê na aproximação de Allyson com Zenaide um problema para unir o campo de centro-direita. “Se querem impedir um apoio, procurem outro argumento”, enfatizou.

Agripino acrescentou que críticas à presença de Zenaide no entorno político de Allyson não se sustentam, sobretudo porque a senadora ajudou a gestão municipal de Mossoró com recursos e projetos. “Ela fez, pela administração de Allyson, muito, e Allyson é grato muito”, disse. E completou: “Política se faz com reciprocidade e com gratidão. É assim que eu faço”.

Segundo o ex-senador, também não procede a narrativa de que Zenaide estaria vinculada a repasses federais como se fossem moedas de troca do governo lulista. Ela é atualmente vice-líder do Governo Lula no Senado, o que lhe dá benefícios na obtenção de emendas parlamentares. Mas Agripino esclareceu que “verba do governo federal é um direito de todos.” “São recursos da União. São recursos do povo brasileiro”.

União da centro-direita: meta é juntar para ganhar a eleição
Para José Agripino, qualquer projeto eleitoral consistente em 2026 precisa partir da cooperação e da convergência de forças, e não da multiplicidade de candidaturas internas. Ele foi taxativo: “A meta mais importante para mim é juntar. É juntar o centro com a direita”.

O ex-senador registrou que o Rio Grande do Norte vive um momento crítico, marcado por baixa performance econômica, estagnação administrativa e decisões fiscais que, segundo ele, comprometem o futuro do Estado. Esse cenário reforça, na avaliação do dirigente, que a oposição precisa estar coesa.

Agripino criticou a postura de quem tenta antecipar divisões ou criar obstáculos dentro do próprio grupo político, o que, para ele, é um erro estratégico: “Não dá para tentar ganhar e ganhar logo no primeiro turno se você fica arengando”.

A solução, segundo ele, é objetiva: escolher o nome mais forte com base em critérios mensuráveis. “Qual é a forma que você encontra de identificar o candidato mais forte? Uma pesquisa de opinião. Na época certa, desde que se concorde com isso”.

Ele ainda alertou que qualquer caminho fora dessa lógica pode gerar conflitos internos que enfraquecem o bloco. “Fora disso, você vai fazer aí uma guerra de egos. Nessa daí, eu prefiro estar fora”.

“Um conjunto de forças que tem o elenco de candidatos que nós temos tem mais do que ter juízo. Se eu puder aconselhar, eu aconselho juízo para que a gente possa ganhar a eleição. Juízo para todos que estiverem passando o ponto na argumentação. E o adversário está fora desse campo, não está dentro do nosso campo. E o meu papel é de mostrar isso uma vez, duas, três, dez vezes”, destacou.

Allyson “tem todo o direito” de ser candidato, mas não para “aventura”
Durante a entrevista, Agripino destacou a avaliação positiva que Allyson Bezerra tem de sua gestão em Mossoró. Isso, segundo o ex-senador, credencia o prefeito a disputar o cargo de governador em 2026. O dirigente do União Brasil, porém, reforça que uma eventual candidatura ao governo precisa obedecer ao critério de viabilidade eleitoral.

“Ele é uma liderança jovem. Tem todo o direito, se quiser, de pleitear a candidatura. Agora, não de pleitear a aventura”, afirmou.

O dirigente repete insistentemente que uma candidatura majoritária não pode ser construída sem lastro, e que o desempenho nas pesquisas é determinante. “Se ele estiver nas pesquisas que eu advogo, se ele estiver bem posicionado, é evidente que ele terá condições de pleitear e até de ser o candidato. Isso aí não tem nenhuma dúvida. Zero dúvida, zero”.

Álvaro “não pode dar uma de Pitonisa”, diz ex-senador
Agripino também foi perguntado sobre declarações recentes do ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), que afirmou publicamente que Allyson Bezerra não iria sequer ao segundo turno na eleição para governador. A resposta foi firme.

“Álvaro é um companheiro bom, foi um companheiro importante na eleição de Paulinho para prefeito. Mas não pode dar uma de Pitonisa, não, de prever o futuro e dizer que não vai nem para o segundo turno. Calma, as coisas têm que ir com jeito, têm que ir com parcimônia, com racionalidade”.

Para ele, previsões desse tipo não contribuem com a construção de uma aliança vitoriosa e apenas alimentam tensões dentro do bloco. Agripino afirmou que, se Álvaro quiser ser candidato, deve seguir o mesmo critério de todos: pesquisa e viabilidade.

Ele também voltou a defender a união e criticou o que chamou de “fogo amigo”: “Está tendo um pouco de pouca compreensão de que o adversário está no campo de fora, não está dentro de casa”. E reforçou que seu papel é lembrar isso ao grupo: “O meu papel é despertar o povo para o que está ocorrendo com o Rio Grande do Norte”.

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