Zona rural de Acari inicia período crítico sem recarga de açudes, alerta prefeito

Postado em 26 de agosto de 2025

A zona rural de Acari entra em um período de dificuldades severas por falta de recarga nos açudes. O alerta foi feito pelo prefeito Fernando Bezerra (PODE), que classificou o quadro como preocupante tanto para o consumo humano quanto para a manutenção do rebanho bovino. “Em alguns recantos do município não tivemos a recarga suficiente dos reservatórios. Já sentimos o impacto na alimentação do gado e no fornecimento de água para as famílias”, disse.

Na área urbana, a situação é menos grave graças à recarga do açude Gargalheiras, responsável por garantir oferta estável para a cidade. O prefeito informou que a prioridade no momento é ampliar a rede de distribuição e de saneamento, de forma a consolidar o abastecimento nos bairros.

O quadro se agrava no campo, onde pequenos açudes não tiveram reposição de volume e muitos agricultores começam a enfrentar escassez. Segundo Fernando Bezerra, a questão vai além da água para consumo humano. “O problema mais imediato é o rebanho bovino. Estamos entrando em uma fase em que a falta de alimento para os animais se torna tão grave quanto a falta de água”, afirmou.

A preocupação com o abastecimento levou prefeitos da região a participarem de reunião na Assembleia Legislativa do RN, mediada pelo deputado Ezequiel Ferreira com representantes da Caern. No encontro, foram relatadas situações críticas em municípios vizinhos. “O relato mais angustiante foi o de Campo Redondo, que faz parte da associação de municípios do Seridó Oriental e Trairi. A condição lá é ainda mais delicada do que a que vivemos em Acari”, comentou Fernando.

Para enfrentar o problema, uma das esperanças é a conclusão de obras do Governo Federal. Entre elas, a adutora que parte da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, projetada para atender Currais Novos e, em seguida, incluir Acari. Segundo o prefeito, a execução em ritmo adequado será decisiva para garantir estabilidade hídrica no segundo semestre e início do próximo ano.

Bezerra reconheceu que a Caern enfrenta dificuldades, mas pediu agilidade em medidas de curto prazo que possam aliviar a pressão sobre os municípios. “Não é uma tarefa fácil, mas qualquer providência que chegue agora fará diferença”, declarou.

Fernando reafirmou que o enfrentamento da estiagem rural exige soluções conjuntas. “A zona urbana vive um alívio momentâneo, mas a zona rural já está sob forte pressão. Precisamos somar forças para evitar um colapso maior nos próximos meses”, concluiu.

Complexo da Moda de Acari já tem 60% das obras concluídas, mas ritmo preocupa gestão

As obras do Complexo da Moda de Acari alcançaram mais de 60% de execução, mas seguem em velocidade abaixo do esperado. O prefeito Fernando Bezerra admitiu que o ritmo preocupa e explicou que o município aguarda readequações junto à Caixa Econômica Federal, além de tratativas com o Governo Federal, para garantir a retomada plena do projeto.

Com investimento estimado em R$ 8 milhões, o empreendimento é considerado vital para a cadeia produtiva das confecções na região. O complexo prevê três frentes principais: galpões para produção de roupas, um centro permanente de qualificação profissional e um centro de eventos, que deverá servir tanto ao setor têxtil quanto a atividades regionais diversas. “O centro de qualificação é indispensável. Precisamos formar mão de obra de forma contínua. E o centro de eventos será o pulmão do projeto, criando condições para feiras e outras atividades que movimentam comércio e serviços”, explicou o prefeito.

Atualmente, Acari já depende fortemente do setor. Estimativas da prefeitura indicam que cerca de 500 pessoas trabalham em confecções, seja em fábricas estruturadas, seja em iniciativas particulares. A expectativa é que o Complexo da Moda permita a criação de mais 300 postos de trabalho diretos e indiretos, ampliando o alcance econômico.

Para Fernando Bezerra, trata-se de uma aposta adequada ao semiárido. “A indústria de confecções não exige água no processo de produção e emprega muitas pessoas. É a vocação que melhor se encaixa à nossa realidade”, disse.

Além das oportunidades diretas, o prefeito prevê um efeito em cadeia. “Vamos ter impacto no comércio, em serviços de logística, supermercados, hospedagem e alimentação. Não será apenas Acari a colher os frutos, mas todo o Seridó, especialmente as cidades vizinhas”, afirmou.

Mesmo reconhecendo a importância do projeto, Fernando não escondeu a frustração com a lentidão. “Gostaríamos de estar em fase mais avançada, mas dependemos das análises técnicas e burocráticas que ainda tramitam. Assim que concluídas, poderemos acelerar a entrega do complexo”, explicou.

Ao final da entrevista à TV Tropical, o prefeito afirmou que, apesar dos entraves, o município mantém firme o compromisso de concluir o empreendimento. “Já percorremos boa parte do caminho e não podemos recuar. O Complexo da Moda será realidade e marcará a consolidação de Acari como referência na indústria de confecções”, concluiu.

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