Datafolha: 52% acham que Bolsonaro deveria ser preso por tentativa de golpe de Estado

Mais da metade dos brasileiros (52%) acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser preso por tentativa de golpe de Estado. É o que aponta uma pesquisa do Datafolha, que entrevistou 3.054 pessoas com mais de 16 anos em 172 cidades de 1º a 3 de abril.

Bolsonaro virou réu por tentativa de golpe de Estado em março deste ano. A decisão foi tomada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou, de forma unânime, a denúncia de mais de 300 páginas da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ex-presidente foi acusados de cinco crimes, cujas penas, somadas, passam de 30 anos de prisão. São eles:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano contra o patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Agora, o STF dará início à fase de instrução do caso, com o recolhimento de provas e depoimentos de testemunhas. Ao final desta etapa, a Corte marcará um julgamento para analisar o caso, decidindo se Bolsonaro será condenado ou absolvido das acusações.

Embora Bolsonaro diga ser inocente, mais da metade dos brasileiros acredita que o político deveria ser preso por liderar a trama golpista em 2022, conforme apontado na investigação da Polícia Federal. Desses entrevistados, no entanto, 52% acreditam que ele não será preso, enquanto outros 41% falam que o ex-presidente será preso. Cerca de 7% afirmaram não saber.

Anistia

Nos últimos meses, Bolsonaro vem promovendo uma campanha de manifestações a favor da anistia para condenados por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Na mesma pesquisa, o Datafolha apontou que 56% dos brasileiros são contra o perdão aos condenados, percentual menor do que o observado pelo instituto em dezembro de 2024: 62%.

sbt

Postado em 8 de abril de 2025

Ipec: Maioria dos brasileiros são a favor de exame toxicológico para CNH

A maioria da população brasileira é favorável à ampliação da aplicação de exame toxicológico para outras categorias profissionais na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de motoristas profissionais de caminhões, ônibus e vans, segundo pesquisa do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) divulgada na segunda-feira (7).

No levantamento, 83% foram favoráveis ao Projeto de Lei 3965/2021, aprovado no Senado em dezembro e que será analisado na Câmara nesta semana, que prevê tornar obrigatório o exame toxicológico para pessoas que estão tirando sua primeira habilitação, independente da categoria, por exemplo.

Os grupos que são mais a favor são pessoas com 60 anos ou mais – 86% se consideram a favor da medida –, pessoas que ganham de 1 a 2 salários mínimos, 85%, e quem ganha até 1 salário mínimo, 84%.

“A medida será determinante para aumentar a segurança nas ruas e estradas brasileiras e coibir o uso de drogas pelos nossos jovens, evitando acidentes que, segundo a Global Burden of Disease, representam uma das principais causas de morte entre os jovens de 14 a 29 anos”, aponta Marcio Liberbaum, Presidente do Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro (ITTS).

“O exame toxicológico já se provou um aliado na busca por salvar vidas no trânsito, e esta mudança representará um passo significativo para tornar a vida não só nas estradas, mas principalmente nas grandes cidades, mais segura e saudável”, completa.

Para o levantamento, o Ipec ouviu 2.000 pessoas de todas as regiões do país, entre os dias 6 e 10 de fevereiro.

cnn

Postado em 8 de abril de 2025

Lula minimiza Trump e diz que país está seguro com reservas internacionais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7) que o Brasil está seguro para enfrentar abalos econômicos, não importa o que diga o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

De acordo com o petista, seu governo foi capaz de pagar uma dívida externa de US$ 30 bilhões e ainda deixar uma reserva de US$ 370 bilhões, que serviria para dar “tranquilidade” à equipe econômica em caso de crises no mercado financeiro.

“Nós pagamos a dívida externa brasileira, US$ 30 bilhões. Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva de US$ 370 bilhões, o que segura esse país até hoje contra qualquer crise, qualquer crise”, disse Lula.

“Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque nós temos um colchão de US$ 350 bilhões que dá ao Brasil e ao Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, completou Lula.

Em outro momento, o presidente afirmou que a construção de um país mais igualitário não depende dos Estados Unidos, da China ou da Argentina, mas dos brasileiros.

A declaração foi realizada em cerimônia de anúncio de investimentos e contratações do Mercado Livre, na cidade de Cajamar (SP), e se deu em dia de instabilidade no mercado financeiro global, que reflete o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

No sábado (5), entrou em vigor as tarifas comerciais impostas pelo presidente norte-americano. Os Estados Unidos elevaram em 10% a taxação sobre produtos brasileiros e em 34% sobre bens chineses.

Em resposta, a China aplicou tarifas do mesmo valor sobre mercadorias americanas, acirrando o conflito.

No Brasil, o dólar à vista subiu 1,24%, encerrando o dia cotado a R$ 5,9107. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, recuou 1,31%, fechando aos 125.588,09 pontos após um pregão marcado por oscilações.

Trump ainda ameaçou adotar uma nova rodada de tarifas, com alíquota de 50%, caso a China não volte atrás nas medidas retaliatórias.

cnn

Postado em 8 de abril de 2025

Com novo texto, Lewandowski entrega PEC da Segurança a Hugo e líderes

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresenta nesta terça-feira (8) o novo texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a líderes partidários.

O encontro está previsto para as 9h e também terá a presença da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Além dos líderes partidários da Câmara, o presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP) da Casa, Paulo Bilynskyj (PL-SP), também foi convidado para a reunião.

Na segunda-feira (7), Hugo Motta afirmou que a Câmara vai se debruçar sobre a PEC, mas pediu cautela no recebimento do texto, que enfrenta resistência entre governadores e parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Vejo que hoje no Congresso, infelizmente, tem muito preconceito quando se tem o vício de iniciativa de ‘não presta porque vem do governo’. Nem se conhece o texto e já estamos dizendo que não presta? Vamos ter calma”, disse Hugo.

PEC da Segurança

A PEC da Segurança é uma das prioridades do governo federal. O texto, elaborado pela equipe de Lewandowski, busca unificar o combate ao crime organizado com ações coordenadas entre a União, estados e municípios.

Uma primeira versão da PEC foi apresentada no ano passado pelo ministro Lewandowski, mas não foi bem recebida por governadores e prefeitos. Os gestores temiam que a União interferisse no poder dos estados e municípios de gerir as forças de segurança.

Em janeiro deste ano, Lewandowski apresentou uma nova versão da proposta. O texto deve ser oficialmente protocolado na Câmara após o encontro entre Lewandowski e os líderes partidários.

Após ser protocolada, a PEC precisará ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Neste ano, o colegiado é presidido pelo deputado Paulo Azi (União-BA).

Depois de passar pela CCJ, a proposta ainda deverá ser debatida em uma comissão especial. Em seguida, o texto precisará ser aprovado em dois turnos pelo plenário da Casa. Se aprovada, a PEC segue para análise do Senado.

cnn

Postado em 8 de abril de 2025

Ministério da Justiça e Anatel iniciam nova etapa do programa Celular Seguro

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o Ministério da Justiça começaram, nesta segunda-feira (7), uma nova fase do programa Celular Seguro, que pretende combater o furto de aparelhos celulares no Brasil. A novidade é que o usuário passa a contar com duas opções se for vítima de roubo ou furto: o bloqueio total e o modo recuperação.

A primeira opção é mais rigorosa e impede o uso do aparelho. Se acionado, ele desativa completamente a linha telefônica, as contas vinculadas às instituições parceiras e o IMEI do celular, número único que identifica o dispositivo na rede de telefonia móvel.

Dessa forma, o celular não se conecta mais a nenhuma rede de telecomunicação e fica inutilizável mesmo com a troca do chip. Tal medida pretende destimular roubos e furtos, pois o aparelho perde o valor de revenda no mercado ilegal.

Apesar disso, se a vítima recuperar o celular, não poderá inserir um novo chip para usar imediatamente, mas deverá seguir um processo burocrático para reverter a restrição.

Já o modo recuperação permite bloquear a linha telefônica e as contas vinculadas às instituições parceiras, sem desativar o IMEI do celular, mas apenas inserindo-o em uma lista de restrição.

Caso alguém ativar a linha nesse dispositivo, receberá uma mensagem automática no WhatsApp, solicitando que o celular seja levado até uma delegacia e que explicações sejam dadas às autoridades.

Se o aparelho for recuperado, pode ser reutilizado imediatamente depois da instalação de um chip novo. Conforme o MJ, tal alternativa é especialmente útil em casos de perda ou extravio, pois há possibilidade de o verdadeiro dono do celular recuperar o aparelho.

r7

Postado em 8 de abril de 2025

Milena Galvão participa do lançamento do Projeto #CurraisViva com foco na saúde e qualidade de vida

Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta segunda-feira (7), Currais Novos lançou oficialmente o projeto ‘#CurraisViva’, com o objetivo de promover mais saúde, movimento e qualidade de vida para os currais-novenses. O evento aconteceu na Praça Cristo Rei e contou com a presença da vice-prefeita, advogada Milena Galvão, e da secretária municipal de Saúde, Alana Mores.

O projeto visa incentivar a prática de atividades físicas, hábitos saudáveis e fortalecer os laços da comunidade com a promoção da saúde. A programação inclui aulas coletivas, caminhadas, acompanhamento de profissionais de saúde e desafios interativos. Tudo isso com apoio das Unidades Básicas de Saúde.

Milena Galvão destacou a importância do projeto, afirmando que o ‘#CurraisViva’ é um movimento coletivo para o cuidado com o corpo e a mente, e um chamado à ação para uma cidade mais ativa e participativa. A vice-prefeita também agradeceu a todos os profissionais envolvidos.

“O #CurraisViva representa o início de um novo ciclo, com foco na prevenção e no bem-estar de toda a população. A ação é uma inspiração para que todos nós possamos viver e praticar saúde diariamente”, explicou Milena Galvão.

Postado em 8 de abril de 2025

13º BPM DIVULGA BALANÇO DAS OCORRÊNCIAS NAS ÚLTIMAS 24 HORAS

O 13º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Currais Novos, divulgou na manhã desta terça-feira (08) o relatório das principais ocorrências registradas nas últimas 24 horas nas áreas de atuação da unidade. As ações cobriram as três companhias subordinadas ao BPM, abrangendo diversas cidades do Seridó potiguar.

1ª CIA – CURRAIS NOVOS

Na principal cidade da área do 13º BPM, três ocorrências mereceram destaque:

Ameaça: Um caso de ameaça foi registrado e devidamente encaminhado para os procedimentos legais.

Porte de droga para consumo pessoal: Um indivíduo foi flagrado com substância entorpecente em pequena quantidade, configurando uso pessoal.

Apoio à Secretaria de Tributação: A guarnição prestou apoio a uma ação conjunta com o órgão municipal, reforçando a parceria entre as instituições.

2ª CIA – ACARI 

Acari: Um registro de direção perigosa mobilizou os policiais, que agiram rapidamente para coibir o risco à segurança viária.

Florânia: Nenhuma ocorrência relevante foi registrada.

São Vicente: Também sem alterações.

3ª CIA – LAGOA NOVA E REGIÃO

Lagoa Nova: A cidade teve duas ocorrências registradas:

Averiguação de chamada de atendimento: A guarnição foi acionada, averiguou a situação e não constatou maiores problemas.

Entregar veículo automotor a pessoa não habilitada: Um condutor foi autuado por permitir que um não habilitado assumisse a direção do veículo, o que é considerado infração grave.

Cerro Corá, Bodó e Tenente Laurentino Cruz: Sem alterações.

O 13º BPM reforça o compromisso com a segurança da população do Seridó e destaca a importância da colaboração da comunidade, que pode contribuir com denúncias anônimas pelo 190.

Repórter Seridó

Postado em 8 de abril de 2025

Justiça cassa mandato do prefeito e vice-prefeito de Lajes

A justiça eleitoral cassou o mandato do prefeito de Lajes, Felipe Ferreira de Menezes, e do vice José Carlos Felipe.

Segundo decisão da juíza Gabriella Edvanda Marques Felix, da 17ª Zona Eleitoral, a cassação se deve “abuso de poder político e uso indevido da máquina administrativa”.

Além disso, determina “a suspensão de direitos políticos e imposição de pena de inelegibilidade”.

A ação foi vencida pelos advogados Thales Gois e Fernanda Barreto Tavares

 Blog Gustavo Negreiros

Postado em 7 de abril de 2025

13º BPM registra diversas ocorrências nas últimas 24h

Entre os dias 06 e i inicio da manhã do dia 07 de abril de 2025, o 13º Batalhão de Polícia Militar registrou várias ocorrências nas cidades sob sua jurisdição. Os casos envolvem desde furtos até situações de violência doméstica e aliciamento de menor.

1ª CIA – CURRAIS NOVOS

Na cidade de Currais Novos, foram registrados dois casos:

Um furto, cuja autoria ainda está sendo investigada;

E uma ocorrência de lesão corporal leve, com a vítima sendo atendida e liberada em seguida.

2ª CIA – ACARI E REGIÃO

Em Acari, a Polícia Militar recebeu uma comunicação de aliciamento de menor, caso que já foi encaminhado para as autoridades competentes para investigação.

Na cidade de Florânia, foi registrado um flagrante de entregar veículo a pessoa não habilitada, o que configura infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro.

Em São Vicente, não houve registros de ocorrências neste período.

3ª CIA – LAGOA NOVA E REGIÃO

Na cidade de Lagoa Nova, duas situações chamaram a atenção:

Um caso de violência doméstica, onde o agressor foi preso em flagrante e conduzido à 11ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Currais Novos;

E um incêndio em residência, cujas causas ainda serão apuradas. Felizmente, não houve vítimas.

Em Cerro Corá, foi registrada uma ocorrência de lesão corporal, sem maiores detalhes divulgados até o momento.

Na cidade de Bodó, um indivíduo foi detido por adulteração de sinal identificador de veículo automotor, crime previsto no artigo 311 do Código Penal.

Já em Tenente Laurentino Cruz, não houve registro de ocorrências nas últimas 24 horas.

Reporter Seridó

Postado em 7 de abril de 2025

Líderes na Câmara não veem clima para anistia mesmo com pressão sobre Motta em ato de Bolsonaro

Líderes na Câmara dos Deputados disseram, reservadamente, ainda não ver clima para avanço do projeto de lei que propõe anistia aos presos do 8 de janeiro, mesmo diante da pressão feita neste domingo (6) sobre o presidente da Casa, Hugo Motta , em ato de Jair Bolsonaro ( PL ).

Lideranças da esquerda avaliam que a estratégia pode ser um tiro no pé e isolar ainda mais o PL no Parlamento. “É uma tática de desespero. Se acha que Hugo vai pautar alguma coisa essa semana depois de tentar emparedá-lo, estão errados”, disse o líder do PT , Lindbergh Farias (RJ).

Já Mário Heringer (MG), líder do PDT , falou em desserviço institucional. “Atacar Hugo Motta é um desserviço institucional, mantém uma atitude transgressora contra as instituições e a Constituição. O movimento do encontro é legítimo, mas mais uma vez errático”, afirmou.

Em São Paulo, deputados de direita, centro e esquerda consideraram Motta como um alvo claro. A principal escalada para fazer o ataque foi o pastor Silas Malafaia , também como uma forma de poupar os demais parlamentares presentes de desgaste com o presidente da Câmara.

“Sr. presidente da Câmara, Hugo Motta, disse ‘eu sou arbitro, juiz’. Só se for juiz iníquo, porque ele pediu aos líderes partidários para não aplicar urgência do projeto de anistia”, disse Malafaia em cima do carro de som.

“Espero, Bolsonaro, se Hugo Motta estiver vendo isso aqui, que ele mude, porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, completou.

Após a última reunião de líderes de quinta-feira, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Motta teria pedido aos líderes para não discutir o requisito de urgência, o que fez com que o partido tivesse de colher no varejo as assinaturas para garantir que o projeto vá direto para o plenário. Hoje, segundo disse no ato, há 165 votos de apoio dos 257 necessários.

No carro de som, o líder do PL não apresentou o nome de Motta diretamente, mas deu o sinal para que apoiadores aumentassem a pressão sobre deputados que ainda não tenham se posicionado, ao prometer um cartaz de indecisos.

“Segunda-feira [7], amanhã, vamos publicar o nome e a foto deles [dos que apoiam a anistia] para vocês agradecerem os deputados. Vamos divulgar também o nome e a foto de quem ainda está indeciso. Até quarta [9], presidente Bolsonaro, vamos ter, com ajuda do Caiado, Zema, Tarcísio, Wilson Lima, sim, as 257 assinaturas”, disse.

“E aí será pautado querendo ou não a Câmara dos Deputados”, completou.

A decisão final da pauta do plenário é de Motta, mas com o número de assinaturas, o requerimento de urgência já deve ir direto para lá.

Na mesma toada, Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Casa, afirmou no ato que Motta “será pautado pela maioria da Câmara dos Deputados”. Em seguida, chamou um dos sete governadores no carro de som para perguntar se os seus partidos apoiavam à pauta, a que todos responderam “sim”.

Estiveram no local os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas ( Republicanos ); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Amazonas, Wilson Lima (União); do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).

Líderes partidários aliados de Motta negaram ter sorte um pedido para que não assinassem o requisito, mas uniram o entendimento de que não é o momento político para discutir a proposta. Dizem que é preciso apoiar o presidente da Casa e dividir com ele essa pressão, que agora veem aumentar.

Por isso, até nos partidos de governadores que apresentaram o carro de Bolsonaro na Paulista (Republicanos, União Brasil, PP e PSD), os líderes não analisaram o documento.

Aliados de Motta dizem que o ato, que reuniu 55 mil pessoas, segundo levantamento do Datafolha , aumenta a pressão na Casa como um todo, principalmente a um ano da eleição. Mas avalio que isso não será suficiente para haver uma mudança de chave do paraibano e dizem que é o ônus de presidir a Casa.

Eles citaram duas justificativas de manutenção da harmonia para a Câmara segurar o projeto: primeiro com o STF (Supremo Tribunal Federal); e segundo, com o Senado, onde o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já afirmou não ver prioridade no tema.

Entre os membros do governo Lula (PT), a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disseram que os ataques a Motta e os ministros do STF não vão reforçar o acerto do Judiciário no caso de tentativa de golpe de 8 de janeiro.

“Na boca dos golpistas, a palavra anistia se reduz a uma farsa, um projeto de lei que visa à impunidade de réus que nem foram julgados ainda. Querem apagar os fatos que aterrorizaram o país, mas não são capazes de esconder a violência e o ódio que continuam guiando ações”, disse.

Já o ministro Jorge Messias ( AGU ) classificou o ato em São Paulo como de “extrema direita” e foi apontado para um fracasso da manifestação.

“Não vi bandeiras em defesa de nossa soberania, de nossos trabalhadores e empresários, ou de projetos fundamentais ao povo, como a autorização do IR”, disse.

Na mesma toada, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), disse que a manifestação foi “um espetáculo de irrelevância e constrangimento em dois idiomas”. “Que nota você daria para a aula de inglês do inelegível?”, questionou, em referência a um trecho do discurso de Bolsonaro.

Folha de São Paulo

Postado em 7 de abril de 2025

Crimes virtuais seguem em alta mesmo com nova lei em vigor no Brasil

Um ano após a criminalização do bullying e cyberbullying , o Brasil segue registrando aumento de crimes virtuais. De acordo com um levantamento realizado pelo CNB (Colégio Notarial do Brasil), em 2024 foram solicitados 145,3 mil atas notoriais para comprovar cyberbullying.

O número representa um aumento de 14% em comparação com 2023. Em 2015, dados iniciais da série histórica, foram solicitadas 48 mil atas —naquele ano foi instituída uma lei que previa o programa de combate ao bullying, mas que não estabelecia. Os crimes passam a constar no Código Penal, com pena de multa. Versão digital do bullying tradicional, o cyberbullying tem punições mais severas, com pena de dois a quatro anos de reclusão, além de multa.

Ao longo dos anos os registros só cresceram. Em 2020 o número saltou para 90.619, e em 2022 chegou a 113.911.

Segundo a presidente da CNB, Giselle Oliveira de Barros, o cyberbullying tem o potencial de deixar marcas profundas nas vítimas, mas os acessórios começam com uma prova contundente. “Ata notarial, feito em cartórios, é o caminho mais seguro para registrar conteúdos digitais antes que sejam perdidos.”

A lei que criminaliza o bullying e o cyberbullying, sancionada no ano passado, já começa a ser usada em processos. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), 283 processos que fazem referência a esses crimes ingressaram na Justiça em 2024.

Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), 27 ações que tratam de bullying e cyberbullying foram movidas no território paulista. O número pode parecer baixo, mas os magistrados relatam a percepção do aumento de casos de bullying.

Especialistas afirmam que, apesar dos avanços na legislação, a prevenção precisa ser aprimorada. Eles também avaliaram que escolas e pais ainda têm dificuldade de entender e combater o problema junto aos jovens.

A advogada Ana Paula Siqueira, especializada em direito digital e que já implementou programas antibullying nas escolas, diz que as instituições de ensino ainda têm dificuldade de compreender o problema. Ela também observou que a maioria dos colégios, apesar das obrigações da lei, ainda não desenvolveu um protocolo para combater o bullying na sala de aula.

“A maior parte das escolas está esperando o próximo óbito. Infelizmente, essa atitude é fruto de uma cultura, de ‘quando o problema vier, a gente vê'”, diz ela.

“Muitas vezes ignoram o cyberbullying e alegam que [o crime] ocorre fora do ambiente escolar. Mas o vínculo comum entre as crianças é a escola e o bullying afeta esse ambiente”, afirma Siqueira. “Se eles estão se xingando à noite, acham que vão se abraçar de manhã? Para essa geração não existe diferença entre mundo presencial e virtual.”

A advogada diz ainda que a concessão do celular dentro das escolas, renovada no início do ano, não trouxe efeitos contra o bullying e o cyberbullying. Segundo ela, isso deve ao fato de que a maioria das agressões acontece fora do horário escolar, principalmente durante a noite. Em grupos de adolescentes no WhatsApp, ela diz, alguns são alvos de discriminação racial e misoginia.

Para ela, os ataques registrados nas escolas são sintomas do problema. “Embaixo, temos um iceberg gigante de violência, agressão, discriminação e cultura de ódio.”

Apesar dos problemas ainda existentes, ela concorda com a afirmação de que a legislação melhorou a discussão dos crimes que envolvem principalmente crianças e adolescentes.

“Bullying não é mimimi”, diz ela, citando alguns avanços no legislativo. “O Tribunal de Justiça já entendeu que os adesivos podem ser usados ​​para cyberbullying sem sentido pejorativo.”

Uma pesquisa divulgada em setembro do ano passado revelou que 13,2% dos jovens afirmaram já ter sofrido cyberbullying. O estudo, realizado por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), reuniu 159.245 estudantes de 13 a 17 anos do ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas.

A prevalência entre jovens que afirmam terem sofrido bullying são nos adolescentes mais jovens, de 13 a 15 anos, meninas, jovens de escolas públicas e filhos de mãe sem escolaridade. Outro destaque da pesquisa é que as vítimas, em geral, relatam sofrer agressão dos pais e não têm supervisão para o que fazem no tempo livre.

O advogado Felipe Martarelli, autor do livro “Bullying – A Responsabilidade do Estabelecimento de Ensino”, afirma que, no Brasil, o bullying é pautado na tortura habitual, no intuito de humilhar e prejudicar as vítimas. Apesar de não ser uma violência física, é uma violência presente.

Ele observa que as vítimas desses crimes se assemelham à violência doméstica, em que a vítima tem medo de denunciar e sofrer retaliação, prolongando o sofrimento. Apesar de ser favorável às leis que visam a proteção dos agressores, ele afirma que o mais importante da nova legislação é o efeito educativo.

“O problema nunca foi e nunca será a aplicação da pena. Ela tem, claro, o objetivo de ajudar a reprimir, mas a função primordial é a educação. Geralmente, quem pratica o bullying traz uma violência vívida de casa e isso demonstra um problema estrutural”, afirma o advogado.

Como solicitar uma nota notarial?
Disponibilizado em cartórios, o documento também pode ser obtido de forma digital por meio da plataforma e-Notariado ( www.e-notariado.org.br) .

A CNB explica que, no caso de ataques em redes sociais, por aplicativos de mensagens ou publicação de notícias falsas, uma pessoa pode solicitar que o tabelião registre ou veja em uma página específica.

O documento emitido pelo cartório apresenta informações básicas de criação do arquivo, como dados, hora e local, o nome e a qualificação do solicitante, a narrativa dos fatos —pode incluir declarações de testemunhas, fotos, vídeos e transcrições de áudios—, além da assinatura do tabelião junto ao visto do cartório.

Folha de São Paulo

Postado em 7 de abril de 2025

Alta de preços X queda de popularidade: como inflação afeta imagem dos governantes

A alta da inflação — especialmente a dos alimentos — tem impacto direto na percepção da população sobre o governo. Quando o preço de itens básicos, como arroz, feijão, carne e café sobe, o descontentamento cresce, e isso se reflete diretamente nos índices de aprovação dos governantes.

Mesmo com avanços em áreas como o emprego e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país), o brasileiro médio reage ao que sente no bolso.

Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem visto sua popularidade recuar, em especial devido à alta dos preços dos alimentos. Pesquisas recentes mostram que a desaprovação ao governo continua crescendo. Levantamento da Genial/Quaest divulgado na quarta-feira (2) apontou que 56% dos entrevistados desaprovam a gestão do petista. Em janeiro, esse grupo representava 49%. Já a aprovação caiu de 47% para 41%.

O governo reconhece o problema e tenta conter os danos com medidas emergenciais, como a redução de impostos de importação sobre alimentos. No entanto, especialistas ouvidos pelo R7 afirmam que a solução exige mais do que ações pontuais. Eles explicam por que a inflação percebida pesa mais na avaliação popular do que outros indicadores econômicos.

Para Hugo Garbe, professor de economia do Mackenzie e economista chefe da G11 Finance, a relação entre a alta dos preços e a queda de popularidade dos governantes está ligada à perda de poder de compra, que mexe com a rotina das famílias, principalmente das que ganham menos e que vêem uma parcela maior do orçamento sendo consumida por itens básicos.

“A sensação que se instala é a de que tudo está mais caro — e não é só impressão. Isso corrói o sentimento de bem-estar e gera uma percepção de que o país está desorganizado, o que recai diretamente sobre o governo. Afinal, na cabeça da população, se a vida está mais difícil, alguém precisa ser responsabilizado — e quem está no poder costuma ser o primeiro alvo”, explicou.

Segundo ele, controlar a inflação sem perder o apoio popular é um dos dilemas clássicos da economia. O professor afirma que, para conter a alta dos preços, o governo ou o Banco Central costuma subir os juros, cortar gastos ou segurar o crédito, mas, para quem está na ponta, isso pode significar juros mais altos no cartão, menos empregos e crescimento mais lento. “Ou seja, o remédio pode amargar a vida das pessoas no curto prazo”, explica.

No Brasil, os principais picos de inflação nos últimos 20 anos ocorreram em momentos específicos, geralmente impulsionados por crises econômicas, alta do dólar, choques de oferta e fatores externos.

Veja alguns exemplos:

Inflação de 2002-2003 (Transição FHC-Lula)
Em meio a um cenário de incerteza política com a primeira eleição de Lula e a desvalorização do real, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, chegou a 12,53% em 2002 e 9,3% no ano seguinte. Apesar do início turbulento, o governo adotou uma política econômica ortodoxa, com foco no controle da inflação e responsabilidade fiscal, o que ajudou a recuperar a confiança do mercado e estabilizar a economia nos anos seguintes.

Inflação de 2015-2016 (Governo Dilma)
A crise econômica do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff foi marcada por uma combinação de fatores internos e externos que levaram o país a uma forte recessão. O descontrole fiscal e a perda de credibilidade também influenciaram nesse cenário, e a inflação chegou a 10,67% em 2015. Além disso, o aumento do desemprego e a queda na renda das famílias agravaram a insatisfação popular, contribuindo para o desgaste político do governo e abrindo caminho para o processo de impeachment em 2016.

Inflação de 2021-2022 (Pandemia e Guerra na Ucrânia)
Durante o governo Jair Bolsonaro, a inflação voltou a subir, especialmente entre 2021 e 2022, impulsionada por fatores globais como a pandemia de Covid-19, que desorganizou cadeias de suprimentos, e a guerra na Ucrânia, que elevou os preços do petróleo e alimentos. Em 2021, o IPCA fechou em 10,06% — o maior índice desde 2015 — e, embora tenha desacelerado em 2022, ainda foi alto, chegando a 5,79%. Esse cenário afetou diretamente o custo de vida da população e pressionou a popularidade do governo, em meio a críticas sobre a condução da economia e o combate à inflação.

‘Bolso é o órgão do ser humano’
O cientista político André César, sócio da Hold Assessoria Legislativa, explica que politicamente esse é um assunto “muito sensível”, já que “o bolso é o órgão do ser humano”. Pelo senso comum, segundo ele, as pessoas tendem a responsabilizar a gestão federal e, por isso, há historicamente uma preocupação de todos os governos em controlar a inflação.

“Entra governo, sai governo, não importa o matiz, a coloração política de quem está no poder, essa é a questão [controlar a inflação]. Perdendo o controle da inflação, você perde o controle sobre a gestão. Se você quer se reeleger ou eleger alguém do teu grupo político, uma inflação corroendo o poder de compra da população coloca isso em risco. Não adianta ter outros resultados positivos, políticas públicas eficientes se não tem controle sobre os preços”, completou.

César cita ainda que, em um cenário de inflação alta, é necessário que o governante adote medidas “radicais drásticas para cortar o mal pela raiz”. Do contrário, segundo ele, não há como conseguir avançar nessa questão.

O especialista lembrou do pico da hiperinflação no Brasil, alcançada em março de 1990, durante o governo José Sarney, dias antes do ex-presidente Fernando Collor assumir. Naquele mês, a inflação atingiu 82,39% em apenas um mês, segundo o índice IPC-Fipe.

“O Sarney começou o mandato com apoio popular e terminou de uma maneira muito baixa, saiu quase escorraçado. Então, se você não tomar medidas drásticas e eficazes, efetivas de verdade, só piora o quadro. Se perde o controle, é difícil retomar as as rédeas”, afirmou.

Impactos da polarização política
O cientista político afirmou que o cenário de polarização política enfrentado pelo Brasil nos últimos anos impacta diretamente na falta de tolerância da população em relação ao aumento dos preços. Segundo ele, hoje, uma parcela significativa da população entrou em um modo de “tolerância zero”, o que faz o debate deixar de existir.

“A inflação em alta, inflação dos alimentos em especial, acaba se tornando ainda mais politicamente sensível. As pessoas falam: ‘Está vendo? Não dá, esse governo não dá‘. É algo muito ruim”, reitera.

Equilíbrio, transparência e diálogo
Garbe explica que o desafio é equilibrar. Alguns governos, ele diz, tentam compensar os efeitos negativos com políticas sociais — como programas de transferência de renda — ou com cortes de impostos em setores estratégicos, como combustíveis e energia. Mas mesmo essas medidas têm limite: gastar demais para agradar hoje pode piorar o cenário amanhã.

“O ideal é transparência e diálogo: explicar por que as medidas são necessárias, mostrar que são temporárias e que existe um plano claro de recuperação. A confiança é um ativo valioso na economia — e na política também”, completou.

r7

Postado em 7 de abril de 2025

Em ato na Paulista, Bolsonaro fala em inglês, defende anistia e ironiza STF: “Pipoqueiros e sorveteiros condenados por golpe armado”

Durante manifestação em São Paulo neste domingo (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou em defesa da anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele ironizou os julgamentos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), fez provocações ao ministro Alexandre de Moraes e se comprometeu a “não fugir do país”.

Na tentativa de mandar um “recado ao mundo”, Bolsonaro arriscou algumas frases em inglês. “Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação”, afirmou antes de improvisar: “They already have a majority to sentence a popcorn seller and an ice cream seller for an armed coup. It’s unbelievable.” (Eles já têm maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe armado. É inacreditável.)

Bolsonaro volta a questionar eleição e critica anulação de condenação de Lula
Diante de milhares de apoiadores na Avenida Paulista, Bolsonaro voltou a questionar o resultado das eleições de 2022. “O golpe foi dado, tanto é que o candidato deles está lá”, declarou, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às decisões judiciais que anularam suas condenações na Lava Jato.

Ex-presidente ironiza atos da esquerda e diz que “guerra contra a anistia está perdida”
Na abertura de seu discurso, Bolsonaro ironizou os protestos organizados por partidos de esquerda na semana anterior, no mesmo local. “Vieram falar contra a anistia e pela prisão do Bolsonaro. Contra a anistia eles já perderam essa guerra. A maioria do povo brasileiro entende as injustiças”, disse o ex-presidente, apelando para que Câmara e Senado aprovem a anistia.

Pesquisa aponta que maioria da população rejeita anistia
Apesar da declaração, uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada neste domingo (6), mostra o contrário: 56% dos brasileiros são contra a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Outros 34% são favoráveis ao perdão, enquanto 10% não souberam responder.

Tribuna do Norte

Postado em 7 de abril de 2025

Rogério Marinho fala que anistia é “prerrogativa do Congresso Nacional” e cita “perseguição” a Bolsonaro

O senador Rogério Marinho (PL) discursou neste domingo (6) durante o ato, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, e diante de milhares de apoiadores vestidos de verde e amarelo, reforçou o pedido por anistia aos presos do 8 de janeiro, criticou o governo do presidente Lula (PT) e defendeu a legitimidade do Congresso Nacional para tratar do tema.

Durante seu discurso, ele afirmou que o Brasil vive um momento de “perseguição política” e que é preciso restabelecer o equilíbrio institucional. Ele destacou que o Congresso Nacional tem a legitimidade para conceder anistia e criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A anistia que está sendo vilipendiada por aqueles que não querem a reconciliação do país. A anistia, na verdade, é uma prerrogativa do Congresso Brasileiro. Não pertence ao Supremo Tribunal Federal, não pertence ao Presidente da República, não pertence aos órgãos de imprensa. Pertence àqueles que são os legítimos donos do Brasil, que é o povo brasileiro”, declarou.

Líder da oposição no Senado, ele também atacou o governo Lula, chamando-o de “rancoroso” e acusando-o de não apresentar propostas reais para o país. Segundo ele, a atual gestão prefere desqualificar seus opositores ao invés de governar com responsabilidade.

“A população brasileira percebeu o engodo de dois anos atrás. Muitos já se arrependem do voto porque estão sofrendo na pele”, afirmou.

Marinho ainda denunciou o que chamou de “judicialização seletiva” no país. “Nós não podemos aceitar como normal que nós tenhamos uma justiça em que não há mais um juiz natural, em que não há o princípio da ampla defesa, em que o juiz que se diz vítima hoje preside o inquérito. E que nós estamos sendo julgados sem a prerrogativa de foro”, ressaltou.

O parlamentar reforçou que a anistia é uma prática histórica no Brasil, citando presidentes como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, e defendeu a necessidade de reconciliação nacional. “Ao longo da nossa história, o Brasil teve mais de 40 anistias desde 1822. Porque nós tivemos grandes homens governando esse país. Pessoas que tiveram o desprendimento de fazerem a conciliação e a pacificação do país. Desde os imperadores que passaram pelo Brasil, até os primeiros presidentes, até o ditador Getúlio Vargas, até o grande presidente Juscelino Kubitschek. Todos tiveram gestos de desprendimento e reconciliação. Mas o que falta no Brasil é a estatura de um líder”, concluiu.

Tribuna do Norte

Postado em 7 de abril de 2025

Tadalafila como pré-treino? Profissionais alertam para os riscos

Originalmente desenvolvida para tratar a disfunção erétil, a tadalafila tem ganhado popularidade além das farmácias e se transformado numa espécie de fenômeno cultural. Citada em músicas, amplamente comentada nas redes sociais e até promovida por influenciadores como um suposto impulsionador do desempenho físico, a substância vem sendo adotada por frequentadores de academias como um tipo de “pré-treino alternativo”. Entretanto, especialistas ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE alertam: não há comprovação científica de que o uso desse medicamento impulsione o desempenho esportivo, além do que a automedicação pode trazer riscos à saúde.

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas da “tadala” — como é conhecido popularmente — no Brasil registraram um aumento expressivo nos últimos anos. Em 2020, foram comercializadas 21,4 milhões de caixas do medicamento. O número saltou para 47,2 milhões em 2023. Já no primeiro semestre de 2024, já haviam sido contabilizadas 31,1 milhões de caixas vendidas, o que mostra uma tendência de crescimento contínuo.

O urologista Rafael Pauletti, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio Grande do Norte (SBU-RN), revela que cada vez mais os médicos têm sido procurados para prescrever o medicamento para pacientes que estão em busca de um melhor desempenho físico. Diante disso, o médico alerta sobre a falta de evidências científicas a respeito do uso do medicamento com essa finalidade, bem como sobre os possíveis riscos envolvidos nessa prática. “Eu desencorajo fortemente o uso da tadalafila com essa finalidade. Não há comprovação científica de benefícios no desempenho esportivo para indivíduos saudáveis”, alerta o profissional.

O especialista comenta que alguns estudos estão sendo realizados sobre o uso da tadalafila na prática de atividades físicas. Uma pesquisa feita com atletas saudáveis intitulada “Efeitos da tadalafila no tecido muscular esquelético: explorando interações e novos mecanismos de ação”, publicada na revista Minerva Endocrinology, mostrou que uma dose de 20 mg não alterou significativamente parâmetros como volume máximo de oxigênio ou limiares aeróbicos e anaeróbicos em condições normóxicas — aquelas em que há um suprimento adequado de oxigênio. Isso sugere que o medicamento não melhora o desempenho físico nessas circunstâncias.

“Existem estudos publicados e em andamento a respeito do uso de tadalafila no esporte. Por exemplo, uma pesquisa avaliou o impacto da tadalafila em índices de desempenho anaeróbio em atletas saudáveis e encontrou aumentos nos níveis de lactato após o exercício, mas sem melhora significativa no desempenho. Com relação à massa muscular, apenas estudos em laboratório foram realizados, uma vez que as sociedades médicas e do esporte já debatem há muitos anos sobre os riscos da utilização de drogas em geral para a prática de esporte”, comenta o urologista.

Rafael também esclarece que não há evidências científicas de que a tadalafila cause dependência física. Porém, o uso recreativo pode levar a uma dependência psicológica, de tal modo que faça com que o indivíduo sinta a necessidade do medicamento como condição única para um desempenho sexual adequado, conforme se tem propagado em redes sociais e em sites de conteúdo adulto.

Assim como as demais drogas utilizadas para a disfunção erétil, a “tadala” só deve ser utilizada quando necessária, reforça Rafael. Ele ressalta que esses fármacos não causam infarto ou obstruções coronarianas, como algumas pessoas têm divulgado. Entretanto, o uso por pessoas saudáveis e sem indicação de tratamento pode resultar na redução da pressão arterial e no aumento da frequência cardíaca, uma consequência da vasodilatação ocasionada pelo medicamento.

O uso da tadalafila pode levar a efeitos adversos descritos em bula, como dores de cabeça, tontura e distúrbios gastrointestinais. Além disso, a aquisição de medicamentos de fontes não confiáveis aumenta o risco de consumir produtos falsificados com substâncias desconhecidas.

O aumento do uso da tadalafila como pré-treino também tem sido observado pelo educador físico Charlles Rodrigues. Os benefícios supostamente estariam ligados ao aumento do fluxo sanguíneo para os músculos, melhora no pump muscular, otimização no transporte de oxigênio e uma possível diminuição na fadiga muscular. Porém, assim como Pauletti, ele pontua que não há estudos ou comprovações científicas de que o medicamento favoreça o desempenho esportivo.

Charlles Rodrigues atribui a recente popularização do fármaco a um efeito manada e não a um comportamento baseado em evidências. “Muitos praticantes buscam uma maneira de otimizar o fluxo sanguíneo e de melhorar o desempenho muscular. A tadalafila tem sido mencionada como uma possível alternativa devido ao seu efeito vasodilatador”, conta.

“Há, no mundo fitness, um ciclo recorrente de substâncias que ganham fama devido a experiências pessoais, a relatos anedóticos, mesmo sem comprovação científica. Além disso, a tadalafila é associada ao aumento do desempenho sexual, o que eu acredito que pode ser um reforço à crença de que ela também melhora a performance física de maneira geral”, explica o educador físico.

Charlles também ressalta que o uso da tadalafila pode apresentar riscos à saúde, principalmente para aqueles que usam sem a devida prescrição médica. Entre os sintomas que podem surgir, estão hipotensão arterial, arritmia, dor de cabeça e congestão nasal. Em relação aos possíveis impactos no sistema cardiovascular durante atividades físicas intensas, um dos principais riscos é o efeito hipotensor. “Há uma restrição do fluxo sanguíneo para os músculos. Se a pressão arterial cair demais, pode ocorrer uma queda abrupta do débito cardíaco, aumentando o risco de desmaio, tontura e eventuais acontecimentos”, detalha.

“Até eventos cardiovasculares graves podem acontecer. Se não tomar uma dose controlada, pode afetar a saúde, e o sistema cardiovascular pode ser atingido de uma forma descontrolada”, completa Rodrigues. O profissional também alerta para o uso recreativo por parte do público feminino. Segundo ele, as mulheres costumam ter a pressão arterial mais baixa em relação à do homem, o que representa um risco maior de queda de pressão e desmaio.

Para quem busca melhorar a performance nos treinos de forma segura, Charlles orienta que o foco deve ser em uma boa alimentação, visto que manter um equilíbrio entre macronutrientes e micronutrientes é essencial, pois garante a ingestão correta de carboidratos e proteínas, potencializando os ganhos e, consequentemente, o controle calórico.

“Ter um sono adequado [também é importante], porque é no sono que a mágica acontece. No momento em que estamos dormindo é quando realmente o músculo cresce, que o corpo funciona na hora do descanso”.

Outra dica do profissional para melhorar a performance esportiva é não realizar treinos de forma aleatória, mas sim com planejamento, levando em consideração as particularidades de cada pessoa.

“Suplementar com suplementos que a gente sabe hoje que são essenciais, como a proteína, uma creatina, uma beta-alanina; são essenciais para potencializar os resultados. A hidratação é muito importante, porque a desidratação pode reduzir drasticamente o desempenho. Então, manter o corpo bem hidratado é crucial no processo de evolução”, acrescenta.

  • Como age a tadalafila?
    A tadalafila causa a vasodilatação — deixa as veias do corpo mais cheias de sangue — visto que suprime uma enzima do corpo que causa o relaxamento do músculo liso das veias. Isso leva ao aumento do fluxo sanguíneo, especialmente no pênis, sendo eficaz no tratamento da disfunção erétil. O medicamento também proporciona a melhoria de outras condições, como a hipertensão pulmonar.

Tribuna do Norte

Postado em 7 de abril de 2025