Argentina oferece militares, helicópteros e cães farejadores para ajudar o RS

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina anunciou na noite desta segunda-feira (6) a oferta de uma lista de equipamentos e pessoal técnico para ajudar na resposta às inundações históricas no Rio Grande do Sul, estado na fronteira com o país.
Foram disponibilizadas pela chancelaria e pelas pastas da Segurança e da Defesa uma brigada de 20 militares e cães da Polícia Federal argentina, além de especialistas em logística da equipe de assistência humanitária do Estado, a chamada Comissão de Capacetes Brancos.

Também contém essa lista um avião para transporte de pessoas ou cargas, três helicópteros para retirada de pessoas de áreas atingidas, uma equipe móvel de saúde, mergulhadores táticos da Marinha local, engenheiros de barcos e caixas com pastilhas para purificar água.

A diplomacia argentina também prestou solidariedade às vítimas dessa tragédia, que tem ocupado a primeira página nos sites dos principais jornais locais por sua dimensão.

Não alinhados ideologicamente, os presidentes Lula (PT) e Javier Milei trocaram farpas antes da eleição do argentino para a Casa Rosada, ainda que suas diplomacias tenham tentado depois colocar panos quentes na situação.

Ainda assim, a agenda econômica bilateral Brasil-Argentina e também as cooperações entre ambos os países seguiram em ritmo considerado normal pelos envolvidos nessas áreas.

Já nos dias iniciais da tragédia no Rio Grande do Sul, a chancelaria comandada por Diana Mondino expressou solidariedade ao Brasil e “as mais sinceras condolências aos familiares das vítimas”.

Além disso, coloca-se à disposição das autoridades brasileiras para ajuda imediata e oferta de itens necessários para dar assistência às milhões de afetados.

Também a diplomacia do Uruguai, no último sábado (4), anunciou o envio de um avião de sua Força Aérea para ajudar nossos esforços de resgate e transporte no estado.

Folha de São Paulo

Postado em 7 de maio de 2024

Hospital Walfredo Gurgel atende 77 vítimas de acidentes de moto em apenas dois dias, diz Sesap

O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, a maior unidade de saúde do Rio Grande do Norte, registrou 77 atendimentos que envolveram vítimas de acidentes com motocicletas no último fim de semana, nos dias 6 e 7 de maio.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Segundo a Sesap, vítimas de acidente de moto são a segunda maior demanda do Walfredo Gurgel, ficando atrás apenas de queda da própria altura.

Nas primeiras horas da manhã desta segunda, segundo a pasta, outros 11 vítimas do mesmo tipo de ocorrência já haviam dado entrada no pronto-socorro Clóvis Sarinho.

De acordo com a Sesap, em março o hospital registrou 765 vítimas de acidentes com motocicletas. Esse foi o maior número registrado em três anos, quando o levantamento começou a ser feito. Esse número representa, em média, um acidentado a cada hora dando entrada na unidade.

Entre fevereiro e abril, segundo a Secretaria de Saúde, 2.164 atendimentos no hospital foram de acidentes de moto.

Desde 2021, a média mensal de acidentes de moto cresceu na unidade, saindo de 598 naquele ano para 700 em 2023.

Pontos dos acidentes: Natal e na Região Metropolitana

O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel é a unidade de saúde referência no atendimento a acidentes de moto para Natal, a Região Metropolitana e parte do interior.

Segundo o levantamento deste ano, cerca de 37,8% dos acidentes ocorrem na capital, com destaque para os bairros de Lagoa Nova, Potengi e Alecrim.

Na Região Metropolitana, os acidentes mais frequentes foram em Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Ceará-Mirim.

Fratura na perna e traumatismo: tipos de atendimentos

A maior incidência das vítimas de acidentes de moto que recebem atendimento no hospital envolve: fratura na perna, traumatismo craniano e fraturas no antebraço, no pé, no ombro e braço. Os números de cada um não foram detalhados pela Sesap.

Neste ano, 709 vítimas, ou 32,7% do total, foram internados no hospital após o primeiro atendimento de urgência. A média de permanência foi de cinco dias na unidade, segundo a Sesap.

De acordo com a pasta, quase 60% dos pacientes atendidos no Walfredo Gurgel por acidente de moto tem entre 21 e 40 anos. Outros 10% têm entre 16 e 20 anos, enquanto 15% estão na faixa de 41 a 50 anos.

g1-RN

Postado em 7 de maio de 2024

Carnaval do Rio terá três dias de desfiles oficiais a partir do ano que vem

Os desfiles do Grupo Especial das escolas de samba do Rio, no Sambódromo carioca, agora terão mais um dia. Além dos tradicionais domingo e segunda-feira de carnaval, a terça-feira entrou para o calendário da folia das avenidas. A decisão da nova divisão de datas foi tomada nesta segunda-feira, em plenária na sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa).

A nova configuração, que já vai valer para 2025, será com quatro escolas se apresentando em cada dia. Além da decisão, outra novidade é que as notas dos julgadores passarão a ser fechadas ao final de cada dia.

A Unidos de Padre Miguel, atual campeã da Série Ouro, vai abrir o domingo, em 2 de março do próximo ano, com a Unidos da Tijuca, 11ª colocada do Grupo Especial no ano anterior, iniciando a segunda-feira, 3 de março, e a Mocidade, 10ª de 2024, abrindo a terça. As demais serão divididas em trincas, com a ordem sendo definida no sorteio do próximo dia 23, na Cidade do Samba.

— Dentro dessa iniciativa, queremos viabilizar uma redução no preço das arquibancadas, com o objetivo de tornar os ingressos ainda mais acessíveis. Também vamos proporcionar que mais pessoas estejam no Sambódromo em dias diferentes — afirma o presidente da Liesa, Gabriel David.

Segundo a Liesa, o grande espetáculo ainda terá “ainda mais atrativos, com novidades que garantam a presença do público na Sapucaí após o encerramento de cada dia, até o amanhecer”. Ainda não foi definido quais serão os atrativos.

Com a alteração do Grupo Especial, os desfiles mirins serão em um novo dia da semana, que ainda não foi definido.

O Desfile das Campeãs se mantém no sábado, próximo dia 8 de março, com as seis primeiras colocadas de 2024 festejando o resultado.

Folha PE

Postado em 7 de maio de 2024

Chuvas no RS: Governo vai liberar R$ 1,06 bilhão de emendas parlamentares para prefeituras atingidas

O governo federal disse que vai liberar até R$ 1,06 bilhão em emendas parlamentares nos próximos dias para os municípios gaúchos atingidos pelas inundações. Cerca de R$ 580 milhões já foram destinados e outros R$ 480 milhões serão liberados, de acordo com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha . As emendas são verbais que os parlamentares podem direcionar para os municípios e obras que quiserem.
– R$ 580 milhões já foram liberados e autorizados desde sexta-feira e R$ 480 milhões dependentes de alteração na LDO que deve ser votada na sexta-feira. Somadas, dá em cerca de 1,06 bilhão de repasses imediatos que não dependem de convênio. Emendas que vão direto ao município – disse Padilha.

O ministro afirmou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 trava a antecipação de emendas parlamentares, por isso é necessária uma emenda a lei. Isso porque, a LDO prevê que as emendas deverão ser liberadas de forma proporcional para parlamentares de diferentes estados e partidos. Neste caso, as verbas serão técnicas nos deputados e senadores do Rio Grande do Sul, durante este mês.

Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a liberação de emendas parlamentares para a região

– A liberação das emendas parlamentares para o RS terá de ser uma prioridade e nos cabe definir leis complementares e ordinárias para permitir que isso se faça com segurança jurídica – afirmou neste domingo.

O GLOBO

Postado em 7 de maio de 2024

Exclusivo: saiba quem é o substituto de Lucas Galvão na secretaria de obras

O engenheiro Civil Breno Oliveira , substituirá próximo mês, o atual secretário de obras e pré-candidato a prefeitura de Currais Novos, Lucas Galvão.
Lucas se afastará, em determinação da lei eleitoral e será substituído por Breno no Mês de Junho.
Breno é engenheiro e empresário.

Postado em 6 de maio de 2024

Juros de cartão de crédito sobem e atingem 421,3% ao ano em março

Após dois meses consecutivos de queda, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo apresentou, em março, aumento de 9,4%, atingindo 421,3% ao ano. Os dados constam das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta terça-feira (3) pelo Banco Central (BC), em Brasília.
O crédito rotativo dura 30 dias e tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar.

Segundo o BC, mesmo com a entrada em vigor, em janeiro, da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, a medida não afeta a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito. Como ela só se aplica a novos financiamentos, não houve impacto na apuração estatística de março.

Com isso, a taxa média de juros no crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 53,4% ao ano, um incremento de 0,8%no mês e diminuição de 5,2% em 12 meses.

Além do aumento no crédito do rotativo, o resultado do crédito com recursos livres a pessoas físicas foi motivado, principalmente, pelos aumentos das taxas médias de crédito pessoal não consignado (4,5%), bem como do cartão de crédito parcelado (1,7%).

Crédito livre
O Banco Central informou que o saldo do crédito livre às pessoas físicas cresceu 0,4% em março e 8,2% em 12 meses, com destaque para os incrementos nas carteiras de financiamento para a aquisição de veículos (1,5%), crédito pessoal não consignado (1,4%) e consignado para beneficiários do INSS (1,2%).

“Cabe ressaltar que o crescimento observado na carteira de crédito livre às famílias concentrou-se nas modalidades não rotativas, com altas de 0,8% no mês e de 9,0% em 12 meses. Em sentido oposto, nas modalidades rotativas, observou-se queda mensal da carteira de 0,7% e avanço de 6,0% comparativamente a março de 2023”, informou a autoridade monetária.

Já o endividamento das famílias ficou em 47,9% em fevereiro, queda de 0,1 pp na comparação com o mês anterior e de 0,8 pp em 12 meses. O comprometimento de renda permaneceu em 25,7% em fevereiro, mantendo-se estável e revelando queda de 1,7 pp em 12 meses.

Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 20,9% ao ano, declínio mensal de 0,5 pp em março e de 2,9 pp em relação ao mesmo período do ano anterior. Basicamente, contribuíram para esse resultado as quedas mensais nas taxas médias das modalidades de desconto de duplicatas e outros recebíveis, de 1,1 pp, de de capital de giro com prazo superior a 365 dias, de 1,2 pp.

Saldo das operações
O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$ 5,9 trilhões em março, com crescimento mensal de 1,2%. Esse resultado decorre dos incrementos de 2,0% no saldo das operações de crédito às pessoas jurídicas e de 0,7% no de pessoas físicas, totalizando R$ 2,3 trilhões e R$ 3,6 trilhões, respectivamente.

Já a inadimplência da carteira de crédito total do Sistema Financeiro Nacional situou-se em 3,2% em março, assinalando estabilidade no mês e em 12 meses (-0,1 pp).

Por segmento, a inadimplência variou negativamente 0,1 pp, tanto nas operações pactuadas com empresas quanto com famílias. Por outro lado, em 12 meses, a inadimplência apresentou comportamentos distintos, com alta de 0,4 pp nas operações para o segmento empresarial e redução de mesma intensidade nas realizadas com as famílias.

BAND

Postado em 6 de maio de 2024

Moraes deixa comando do TSE depois de eleição polarizada, ameaça de golpe e cerco a fake news

Em pouco menos de dois anos como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes teve de lidar com a eleição mais disputada desde a redemocratização e o aumento da violência política.
A passagem de Moraes pela Corte termina daqui a pouco menos de um mês, em 3 de junho.

Antes, na próxima terça-feira (7), haverá a eleição que definirá a ministra Cármen Lúcia como nova presidente do TSE, sucessora de Moraes no posto — ele permanece no cargo até o começo de junho. Caberá à ministra comandar as eleições municipais de 2024.

Integrante titular da Corte desde 2020 e presidente a partir de agosto de 2022, Moraes emplacou um endurecimento das normas contra a propagação de notícias falsas e desinformação nas redes sociais, diante de um cenário de falta de regulamentação sobre as novas tecnologias e de intensificação do uso da internet para ataques.

O ministro ainda conduziu aquela que seria a eleição mais disputada desde a redemocratização. O processo eleitoral de 2022 levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao seu terceiro mandato e deixou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030.

O pleito foi marcado também por aumento da violência política, com casos de mortes relacionadas ao contexto eleitoral, uma relação conturbada entre militares e o TSE, pedidos de ruptura institucional e manifestações em quartéis.

Prestígio na posse
Cerca de 2 mil pessoas, entre as quais quatro ex-presidentes, 40 representantes de embaixadas estrangeiras, 14 ministros de governo, 20 governadores e autoridades dos Três Poderes da República participaram da cerimônia de posse de Moraes na presidência do TSE, em 16 de agosto de 2022. Faltavam então pouco mais de 40 dias para a eleição.

A demonstração de prestígio dada à solenidade foi a primeira marca da gestão do ministro no comando da Justiça Eleitoral.

Moraes herdou de seus dois antecessores, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, um ambiente já carregado de questionamentos à urna eletrônica e ao sistema de votação.

As duas gestões anteriores também alternavam altos e baixos na relação com o Ministério da Defesa pela atuação das Forças Armadas como uma das entidades autorizadas a fiscalizar as eleições.

Militares
Uma semana depois de empossado na presidência, Moraes recebeu o ministro da Defesa, Paulo Sérgio. Ex-comandante do Exército, o titular da pasta no governo Bolsonaro protagonizou um movimento de fazer reiterados questionamentos ao TSE sobre o processo eleitoral e de pressionar a Corte a atender sugestões das Forças Armadas para auditoria das urnas.

Ao fim das tratativas – que envolveu uma outra reunião com as respectivas áreas técnicas dos órgãos, Moraes acolheu uma das propostas dos militares como um “projeto piloto” para uso de biometria no teste de integridade da urna.

Quase um ano depois, em setembro de 2023, Moraes excluiu as Forças Armadas do rol de entidades aptas a participar da fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação.

“Não se mostrou necessário, razoável e eficiente a participação das Forças Armadas. Demonstrou-se absolutamente incompatível com as atribuições constitucionais, e também a participação na comissão de transparência eleitoral”, disse, na ocasião.

Fake news
Em um contexto turbulento nas redes sociais, com ataques e disseminação de desinformação, o TSE aprovou uma resolução ampliando seus poderes sobre conteúdos publicados na internet.
Proposta por Moraes, a norma foi votada e confirmada por todos os integrantes do tribunal a dez dias do segundo turno do pleito.

O texto endureceu o combate a notícias falsas nas redes sociais e deu mais agilidade ao processo de retirada de conteúdos falsos que pudessem comprometer o processo eleitoral.

A preocupação com o tema permanece. Em fevereiro deste ano, Moraes cobrou Congresso sobre uma regulação das redes sociais e disse que o TSE faria sua regulação de big techs.

Semanas depois, o tribunal aprovou resoluções para as eleições de 2024 com uma inédita regulamentação do uso de inteligência artificial (IA) e um aumento na responsabilidade das chamadas big techs.

O cerco ao compartilhamento de notícias falsas na internet não é de agora. Ainda antes de assumir a presidência da Corte eleitoral, Moraes teve participações importantes em julgamentos sobre o assunto.

Um dos mais emblemáticos foi o que cassou o mandato do deputado estadual do Paraná Fernando Francischini, o primeiro político a perder o mandato por divulgação de notícias falsas na internet, ainda em 2021.

No ano seguinte, o ministro fez uma espécie de alerta para o pleito de 2022 que se aproximava. Citando o precedente da Corte, declarou que “notícias fraudulentas divulgadas por redes sociais e que influenciem o eleitor acarretarão a cassação do registro” do candidato.

A preocupação com o uso da internet para ataques, discursos de ódio e manipulação do debate público com uso de mentiras foi central em 2022. Para Moraes, o mundo estava “desprevenido” para a atuação do que chama de “milícias digitais”.

Eleições
O processo eleitoral de 2022 foi marcado pelo aumento da violência. Ao menos cinco pessoas morreram no Brasil em situações relacionadas à política nos três meses que antecederam o pleito.
Segundo levantamento da Anistia Internacional divulgado na véspera do primeiro turno, no período, foram registradas 42 violações de direitos humanos em contexto eleitoral.

O dia definitivo da eleição presidencial, 30 de outubro, também guardou momentos de tensão pela ameaça representada pelas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em ônibus que levavam eleitores às urnas, no dia do segundo turno.

Veiculados pelas redes sociais, vídeos mostravam blitze da corporação, principalmente no Nordeste, com bloqueios em rodovias de cidades onde o então candidato Lula teria vantagem contra Bolsonaro.

Moraes convocou o então diretor da PRF, Silvinei Vasques, para ir pessoalmente à sede do TSE explicar as operações.

Vasques foi preso depois pelo episódio e é investigado em um inquérito relatado por Moraes no STF.

O resultado do pleito foi confirmado pelo TSE pouco antes das 20h. Moraes deu uma entrevista coletiva na mesma noite ao lado de autoridades, como ministros do Supremo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Augusto Aras, então procurador-geral da República.

Protestos
A partir do dia seguinte, manifestações em rodovias começaram a ser registradas em protesto à vitória de Lula. Os atos contavam, principalmente, com a participação de caminhoneiros.

Pelo STF, o ministro despachou determinações de desbloqueio imediato das vias, com imposição de multas de R$ 100 mil por hora para donos de veículos que estivessem sendo usados em bloqueios, obstruções ou interrupções.

Nas semanas seguintes, manifestações passaram a se concentrar no entorno de quartéis pelo país. Em Brasília, um acampamento foi montado nas imediações do Quartel-General (QG) do Exército.

O acampamento do QG do Exército reunia caravanas de diversas partes do Brasil e tinha infraestrutura de apoio, com tendas e barracas de alimentação, oração, fornecimento de energia, e banheiros.

Os acampados ostentavam faixas e bradavam palavras de ordem de teor golpista e inconstitucional, como intervenção militar, destituição dos ministros do STF e questionamentos sobre o resultado da eleição.

Em dezembro, a tensão aumentou na capital federal com ameaças e violência. No dia 12, data da diplomação de Lula no TSE, manifestantes queimaram carros e ônibus na região central do plano piloto. Na véspera de Natal, houve a tentativa de explodir uma bomba em um caminhão-tanque nas proximidades do aeroporto.

A tranquila posse de Lula com show na Esplanada dos Ministérios e nenhuma ocorrência, em 1º de janeiro, seria abalada sete dias depois, com os ataques de 8 de janeiro.

No STF, Moraes deu as primeiras decisões judiciais sobre o caso ainda na noite de 8 de janeiro, como a que afastou o governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e a que mandou prender em flagrante todos que estivessem acampados em quartéis.

Relator dos inquéritos sobre o caso, nos meses seguintes o ministro autorizou diversas ações da PF e da PGR.

Os desdobramentos continuam até hoje. Mais de 200 pessoas foram condenadas por invadir e depredar as sedes dos Três Poderes. O grupo que instigou os atos e foi preso em frente ao QG teve a possiblidade de fechar acordos com a PGR. Até o momento, 172 foram fechados. Nenhum financiador dos atos foi julgado até hoje.

CNN

Postado em 6 de maio de 2024

Bombeiros do RN irão atuar nas buscas e salvamentos no Rio Grande do Sul

A governadora Fátima Bezerra autorizou o envio de equipes e equipamentos para ajudar nos esforços de buscas e salvamentos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul. A Defesa Civil gaúcha já confirmou 75 mortes, conforme boletim divulgado neste domingo (5).

No sábado (04), Fátima Bezerra, atual presidenta do Consórcio Nordeste, entrou em contato com o Ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro, para solicitar apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) na logística de envio de efetivo e equipamentos dos estados do Nordeste ao Rio Grande do Sul.

“E na condição de presidenta do Consórcio Nordeste, estamos enviando bombeiros e equipamentos para ajudar nossos irmãos gaúchos, porque se a lição é amor ao próximo, união e solidariedade”, disse a governadora do Rio Grande do Norte.

O pedido foi feito em nome do Consórcio Nordeste, que iniciou na última sexta-feira (03) uma ação para prestar auxílio ao estado da região do Sul do país. Ao todo, foram disponibilizados pelo menos 100 profissionais.

Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe se uniram para enviar equipes de Bombeiros Militares, mergulhadores, guarda-vidas e especialistas em salvamento em escombros.

Além disso, viaturas, embarcações infláveis, equipamentos de mergulho, binômios certificados em restos mortais, moto aquática, monóculo termal, lanternas, roupas de neoprene e outros recursos foram enviados para reforçar os esforços de resgate.

A governadora também já comunicou ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sobre as providências em andamento e destacou a prontidão dos Comandantes dos Bombeiros em todo o Nordeste para prestar ajuda. A expectativa é de que a ajuda dos estados nordestinos seja enviada a partir desta segunda-feira (06).

“Estamos enviando bombeiros cursados e capacitados para atuarem nessa missão. Junto a eles, irão equipamentos, botes e viaturas que darão apoio no resgate das vítimas. Toda nossa Corporação está pronta caso seja necessário ainda mais militares”, afirma Coronel Monteiro, comandante-geral do CBMRN.

A situação no Rio Grande do Sul continua preocupante. De acordo com o boletim da Defesa Civil da manhã do domingo, o número de mortes confirmadas já alcança 75, e outros seis óbitos estão sob investigação para determinar se estão relacionados com a tragédia. Além das vítimas fatais, há 103 pessoas desaparecidas e 155 feridas.

O impacto se estende para a população desabrigada e desalojada, com um total de 107,6 mil pessoas fora de suas casas. Deste número, 16,6 mil encontram-se em abrigos, enquanto 88 mil estão alojadas na casa de familiares ou amigos, buscando refúgio diante das circunstâncias adversas.

Confira abaixo a contribuição de cada estado nordestino:

Alagoas:
12 Bombeiros Militares
01 Binômio

Bahia:
22 Bombeiros Militares
01 Médico
01 Enfermeira
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Ceará:
02 Viaturas tipo AS
01 Embarcação inflável
01 Embarcação de alumínio
02 Equipes de salvamento
02 Binômios certificados em restos mortais
01 Viatura do CBCães

Maranhão:
12 Bombeiros Militares
02 Viaturas pick-up
01 Van
01 Embarcação inflável
Equipamentos de mergulho
03 Binômios
01 Moto aquática
Monóculo termal, lanternas e roupas de neoprene

Paraíba:
02 Viaturas tipo ABS
02 Embarcações infláveis
02 Equipes de salvamento
02 Binômios certificados em restos mortais
02 Viaturas de canil

Pernambuco:
02 Viaturas tipo ABS
02 Botes infláveis de salvamento
08 Bombeiros Militares
01 Viatura com Cães
02 Binômios

Piauí:
10 Bombeiros Militares
02 Pick-ups
02 Barcos (caso necessário)

Rio Grande do Norte:
06 Bombeiros Militares especialistas em operações com embarcações
02 Pickups
02 Embarcações completas

Sergipe:
02 Viaturas Tipo Pick-Up
02 Botes Infláveis
01 Equipe de Salvamento
02 Binômios

Tribuna do Norte

Postado em 6 de maio de 2024

Lula e Moraes querem destruir a direita no Brasil, diz Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (4.mai.2024) que o objetivo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é “destruir à direita no Brasil” . Bolsonaro não citou o magistrado nominalmente e se referiu a ele como “um juiz que preside o [TSE] Tribunal Superior Eleitoral” .

↑ Bolsonaro participou do Space– podcast ao vivo no X (antigo Twitter)– do jornalista australiano Mario Nawfal . Durante sua participação, o ex-presidente afirmou que existe uma perseguição do governo federal e do Poder Judiciário contra políticos e perfis de direita.

Na visão de Bolsonaro, a imprensa tradicional é aliada da esquerda, enquanto as redes sociais são a única forma da direita combater as narrativas de seus oponentes. Segundo o ex-presidente, o Judiciário mira as plataformas digitais só para calar as vozes de direita.

Bolsonaro também declarou que aguarda a apresentação de provas do dono do X, Elon Musk, de que Moraes censura arbitrariamente perfis de direita na rede social. Para o antigo chefe do Executivo, o Brasil precisa de apoio externo para expor os “abusos autoritários” praticados no país.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Bolsonaro foi convidado a participar do programa de Nawfal para discutir “os desafios da liberdade de expressão no Brasil” . Existe uma expectativa de que Elon Musk, dono do X, participe da conversa, mas o bilionário sul-africano não se compara.

O ex-presidente participou do Espaço de Manaus. Em sua 1ª fala, Bolsonaro agradeceu Elon Musk pela tecnologia da Starlink que possibilitou que ele participasse do programa da região amazônica.

Bolsonaro teve dificuldades técnicas para participar do podcast na plataforma. Segundo o jornalista australiano, o perfil oficial do ex-presidente não conseguiu acessar o Space e só foi capaz de participar do programa através do perfil do deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM).

O apresentador também declarou que diversos brasileiros reportaram dificuldades em escutar o programa e precisaram utilizar VPN (virtual private network, ou rede privada virtual, em tradução livre) para ouvir o Space.

Depois da conversa com Bolsonaro, Nawfal convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar do programa para ouvir “o seu lado da história” .

O horário de pico do programa foi às 22h15 quando 39.200 perfis do X estavam ouvindo o Space. Bolsonaro entrou no programa às 22h25. Antes do ex-presidente entrar, outros aliados e congressistas conversaram com Nawfal. Leia abaixo a lista dos participantes:

Gustavo Gayer (PL-GO), deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Goiânia;
Ana Paula Henkel, jornalista e analista política;
Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PL-SP), deputado federal;
Julia Zanatta (PL-SC), deputada federal;
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal e filho do ex-presidente;
Bia Kicis (PL-DF), deputada federal;
Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal.

Poder 360

Postado em 6 de maio de 2024

Porto Alegre mantém suspensão das aulas na rede municipal até quarta-feira (8)

A prefeitura de Porto Alegre manteve a suspensão das aulas na rede municipal de educação até a próxima quarta-feira (8). Algumas escolas, inclusive, passaram a servir de alojamento provisório para moradores de áreas atingidas pela enchente. Em outras que não foram alvos das cheias, alunos, familiares e comunidade recebem acolhimento.
“Estamos em contato constante com as gestões escolares para que nossas escolas, que estejam em boas condições, sejam ponto de acolhimento e suporte aos alunos e à comunidade”, disse o secretário de Educação, José Paulo da Rosa.

Nas escolas municipais, além do acolhimento e alimentação, os atingidos recebem apoio de uma equipe de mais de 50 psicológicos e assistentes sociais.

Os alimentos disponíveis nos estoques das escolas foram disponibilizados para atendimentos das unidades que servem de abrigo. Os excedentes são doados para produção de refeições aos desabrigados.

Band

Postado em 6 de maio de 2024

Alergias: médico dá dicas de como evitar os gatilhos e espirros em casa

As alergias não escolhem hora e nem lugar para atacar. O outono traz também as mudanças bruscas de temperatura — tanto para o frio, quanto para o calor —, o que acaba resultando em mais gatilhos para alergias. No entanto, existem alguns cuidados que podem ser tomados para evitar que isso aconteça dentro da sua própria casa.

É justamente no conforto do nosso lar, onde pensamos estar protegidos, que há mais elementos capazes de desencadear uma crise de espirros, de acordo com uma pesquisa britânica.

O estudo, feito com 2 mil britânicos pela Sterimar, uma empresa de produtos para pessoas alérgicas, descobriu que a casa é o lugar que mais faz as pessoas espirrarem (42%), seguida pelo jardim (28%) e a cama (23%).

O otorrinolaringologista Carlos Feier, professor titular de otorrinolaringologia na Unigranrio, destaca a importância de se manter um lar organizado e limpo para fugir das alergias.

— A casa é nosso templo. No quarto, por exemplo, passamos no mínimo oito horas por dia — afirma

O levantamento britânico mostrou que 84% das pessoas pensam que esses espirros surgem do nada.

No entanto, não é bem “do nada”. Há muitos itens dentro de casa que são gatilhos para esses espirros.

Cuidados em casa
Para começar, tudo pode acumular poeira. Por isso, de acordo com o otorrinolaringologista, o melhor é optar por ambientes com menos objetos, e tirar o pó com um pano úmido dos móveis com frequência para evitar acúmulo.

A casa deve se mantida arejada a fim de evitar a umidade e a formação de mofo, o que também contribui para a irritação das vias aéreas e ataque de alergias.

Para os amantes de tapetes, cortinas e carpetes, a notícia não é muito boa: eles também acumulam muita poeira, o que pode ser um gatilho para uma sucessão de espirros. Os quartos das crianças, com seus amados bichinhos de pelúcia, também podem acabar virando um ambiente hostil pelo mesmo motivo.

De acordo com Feier, o ideal seria evitar os itens, caso a alergia seja muito forte, ou limpá-los constantemente, se não conseguir viver sem.

— Manter tudo o mais simples e clean possível ajuda — diz ele.

Roupas de cama, como cobertores e lençóis, além de travesseiros, devem ser lavados e trocados com regularidade, mantendo-os sempre limpos.

As roupas do dia-a-dia também merecem atenção. O otorrinolaringologista assinala que as roupas de algodão são as mais recomendadas para os alérgicos, já que é uma fibra natural e costuma absorver melhor a umidade, deixando a pele “respirar”.

Além disso, é preciso ter cuidado com as peças que ficam no armário, sempre fazendo o possível para manter o móvel limpo e arejado. Lavar antes de usar algo que ficou muito tempo guardado também pode evitar novos gatilhos.

Embora a palavra chave seja limpeza, isso não significa ambientes super perfumados. Velas e sprays aromatizadores, por exemplo, devem ser evitados, pois o perfume forte pode ser irritante e provocar espirros.

Para quem tem carro, um dos principais cuidados descritos pelo médico — além de limpar com frequência o seu interior, não só o exterior — é evitar fumar dentro do veículo. A fumaça acaba ficando retida dentro do carro, o que leva ao acúmulo das substâncias contidas dentro do cigarro. Parte destes elementos, como a acroleína, afetam diretamente a mucosa do aparelho respiratório e podem provocar gatilhos para aqueles que possuem doenças ligadas a alergias.

Rinite e sinusite
Além das mudanças de temperatura, o outono tem outras particularidades, como baixa umidade do ar, maior concentração de poeira, poluentes e pólen no ar. Tudo isso gera um ambiente quase perfeito para o aumento de doenças respiratórias.

Duas doenças alérgicas que costumam atacar ainda mais são a rinite e a sinusite, ambas caracterizadas pela inflamação das vias aéreas.

De acordo com Feier, por conta da baixa umidade e o clima mais frio, os mecanismos normais de defesa do nariz, como muco e movimento ciliar, acabam sofrendo mudanças que afetam suas funções, como o ressecamento.

A rinite é classificada como alérgica quando a inflamação das mucosas nasais é ocasionada por uma substância também alérgica, como a poeira, pelos ou penas de animais e cheiros fortes.

Já a sinusite é a inflamação dos seios da face, parte do nosso corpo responsável por aquecer o ar ou diminuir o peso do crânio. A sinusite alérgica, de forma semelhante à rinite, ocorre quando o paciente apresenta sintomas ao entrar em contato com organismos que desencadeiam uma reação alérgica.

Os principais sintomas da sinusite são nariz entupido, dor de cabeça com sensação de pressão na região do nariz e dos seios nasais, secreção amarelada, além de mal estar geral e febre. A sinusite aguda, que surge após resfriados ou crises alérgicas, geralmente desaparece sem a necessidade de tratamento específico. Mas lavar o nariz frequentemente ajuda a aliviar os sintomas.

O tratamento das condições de origem alérgica inclui o uso de medicamentos antialérgicos, corticoides nasais e lavagem nasal com soro.

Folha PE

Postado em 6 de maio de 2024

Incerteza marca disputa de Biden e Trump a seis meses da eleição

Joe Biden está, ao mesmo tempo, 11 pontos à frente de Donald Trump e 18 pontos atrás. A seis meses do pleito, o roteiro da eleição americana poderia ser um filme sobre um multiverso -porque quase tudo é possível e porque o público está exausto da fórmula.
O interesse na corrida entre americanos é o mais baixo em quase 20 anos, segundo pesquisa da NBC. São 64% os que se dizem muito envolvidos, queda de 13 pontos percentuais em relação a 2020. Num país onde o voto não é obrigatório, essa indiferença é o problema central para ambas as campanhas neste momento.

Se considerarmos apenas aqueles que votaram nos pleitos de 2018, 2020 e 2022, por exemplo, é aí que o democrata está 11 pontos à frente, segundo levantamento do Centro Nacional de Pesquisa de Opinião (Norc, na sigla em inglês). De modo inverso, Trump tem avanço de 18 pontos entre quem poderia, mas não participou de nenhum dos pleitos.

Tão importante quanto é onde essas pessoas votam. Em um eleitorado total de 161 milhões de pessoas, os próximos meses de campanha serão voltados para os 26 milhões, ou cerca de 16%, que vivem em seis estados onde não há fidelidade clara a nenhum partido, conhecido como “pêndulo”: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Correndo por fora vem para Carolina do Norte. Embora os democratas não tenham vencido no estado desde 2008, nunca foram tão esperançosos com uma chance de virada quanto agora.

Na mídia de intenção de voto nacional do agregador de pesquisas Real Clear Politics, Trump aparece numericamente à frente (46,6% a 45,1%). Se levaram em conta apenas os seis (ou sete) estados realmente em disputa, o placar ainda favorece mais o republicano (47,9% a 44,7%). Essas pesquisas, no entanto, compartilharão o total de eleitores aptos a votar – e muitos provavelmente ficarão em casa no dia 5 de novembro.

As principais razões para o apoio maior a Trump são a insatisfação com o desempenho de Biden na economia, apesar de os números não serem exatamente ruínas, e na imigração. Mesmo entre democratas, mas especialmente entre independentes, o fluxo recorde de entradas irregulares pela fronteira sul é uma preocupação.

Há, ainda, a idade de Biden, 81. Pesquisas apontam que a maioria do eleitorado não o vê como apto mentalmente e fisicamente a exercer um novo mandato, embora Trump seja apenas quatro anos mais novo.

Assim, a tarefa do atual presidente é convencer os insatisfeitos com a coalizão que o eleito em 2020 – especialmente jovens, negros e latinos – apareçam nas urnas de novo. No caso de Trump, que apresenta uma base altamente engajada, mas minoritária, o desafio é ampliar o apoio para aqueles que simpatizam com ele, mas não costumam votar.

ANTES DE TUDO, UMA ECONOMIA

O maior problema de Biden é a economia. Embora a taxa de desemprego esteja abaixo de 4% há 27 meses e a renda cresça acima da inflação, a disparada de preços em seu mandato acumula alta de 19,4%.

Em um país pouco acostumado com o problema, a memória de que se pagava muito menos pelas mesmas coisas há quatro anos favorecendo Trump. Pesquisa encomendada pelo New York Times no início de abril mostra que 64% aprovam o desempenho do empresário na economia, enquanto 63% desaprovam o de Biden. Um novo repique vigoroso da inflação até novembro é o maior terror da campanha democrata.

Esse tema é especialmente sensível justamente para os eleitores de que o democrata mais precisa. Levantamento feito pelo Instituto de Política de Harvard mostra que a maior preocupação entre jovens é a alta dos preços e, entre negros, moradia –o acesso ao crédito imobiliário ficou ainda mais difícil com o aumento dos juros aplicados em marcha para segurar a pressão inflacionária.

Para latinos, o maior problema é a violência por armas de fogo -outra frente explorada por Trump e na qual Biden tem pouco a apresentar-, mas moradia, saúde e inflação vêm logo atrás.

Na visão do estrategista democrata Max Burns, a campanha precisa enfatizar menos dados e números e colocar o presidente para falar em comunidades enfatizando seus feitos de modo mais humano.

“Onde Biden sempre se saiu melhor foi contando histórias, mostrando como isso está afetando você, como você está ganhando mais dinheiro, como agora você pode pagar por coisas que antes não podia. Quer dizer, a realidade é que se você não tinha um emprego durante o governo Trump, é muito provável que tenha um agora sob o governo Biden”, diz a Folha.

VOTO E ABSTENÇÃO DE JOVENS, BRANCOS SEM DIPLOMA E LATINOS SÃO CENTRAIS

Em 2020, Biden venceu entre concorrentes de até 29 anos com 61% dos votos. Neste ano, se a participação deste grupo cair dez pontos percentuais e a votação em uma terceira via -o independente Robert F. Kennedy Jr., por exemplo- crescer quatro pontos, Trump garantiria a vitória no Arizona, na Geórgia e no Wisconsin e, assim , seria eleito, mostra simulação do site FiveThirtyEight.

“Vemos republicanos e democratas brigando por coisas como dívida estudantil, a guerra em Gaza, esses protestos nos campi, quando na verdade essas questões estão entre as menos importantes para os jovens”, diz Burns.

“Os jovens se importam com moradia acessível, violência por arma de fogo, inflação e poder pagar as necessidades básicas. Essas não são realmente questões sobre como qualquer partido está falando com eles, porque estão focadas nessas questões de guerra cultural”, afirma .

Uma dessas batalhas acontece em um front inusitado: o reino pop de Taylor Swift. De um lado, os trumpistas criam teorias da conspiração entre a cantora e a Casa Branca, cientes de que um apoio ao empresário é impossível; de outro, os democratas batalharam por um endosso público da estrela.

Para os analistas, no entanto, o poder de Swift está menos na definição do voto, mas sim no incentivo a comparecer às urnas. No ano passado, a cantora conseguiu aumentar em 35 mil o número de novos registros de convites em um único dia, após fazer uma postagem sobre o tema em seu Instagram. O número é 23% maior do que o registrado no mesmo dia de 2022 e mais do que o dobro entre eleitores de 18 anos.

Trump, por sua vez, pode se beneficiar de um aumento da participação eleitoral de brancos sem diploma universitário. Se ele ampliar a vantagem nesta fatia em apenas dois pontos percentuais, Biden será derrotado. No entanto, se a margem de apoio permanecesse a mesma, mas a participação de deputados sem diploma cairia cinco pontos e de brancos, outros cinco, o democrata levaria a Carolina do Norte e se reelegeria.

A divergência é maior em relação às expectativas de comportamento do eleitorado latino, o que mais se expande no país. Desde 2020, o grupo cresceu em quase 4 milhões de votos potenciais, ou 12%, segundo o Pew Research Center. Nos estados-pêndulo, o peso é maior no Arizona e em Nevada, onde estão cerca de um quarto do eleitorado.

Em 2020, Biden ganhou o voto latino por uma margem de oito pontos, mas, neste ano, a vantagem no eleitorado dos estados-pêndulo está em apenas quatro pontos, segundo pesquisa Bloomberg/Morning Consult de abril.

Há várias hipóteses para a mudança, das mais pragmáticas, como da inflação, das mais ideológicas, como uma tendência mais conservadora dentro desse grupo. Para Burns, no entanto, o quadro é mais complexo.

“Entre os latinos, 76% apoiam uma lei federal protegendo o direito ao aborto. Mas eles também são muito pró-Justiça criminal, querem uma polícia mais forte. Esses questionamentos desafiam os estereótipos, não vão se encaixar facilmente em nenhuma categoria. Os dois partidos vão ter que trabalhar para ganhá-los, pensar em nuances do que estão dizendo e propondo”, afirma.

PLEBISCITOS NOS ESTADOS EA “CARONA REVERSA”

Em uma eleição cheia de singularidades -a primeira em mais de um século entre um titular e um ex-presidente, travada entre os candidatos mais velhos da história, e com os nomes mais impopulares desde que existem pesquisas de opinião-, outras ocorrências raras podem acontecer: uma “carona reversa”.

Em tempos normais, a corrida presidencial, que mobiliza a atenção nacional, costuma influenciar as demais votações que ocorrem junto com ela, que “pegam carona” nesse engajamento. Ou seja, um eleitor iria às urnas para votar em Trump e, de quebra, acabaria votando nos republicanos para o governo estadual e o Congresso, e em posições defendidas pelo partido em plebiscitos.

Mas, neste ano, com a alta mobilização em torno do direito ao aborto, os democratas acreditam que desta vez Biden poderá aproveitar essa votação. O cálculo tem como base a eleição de meio de mandato de 2022, no qual o partido de fato foi favorecido pelo tema. Até agora, plebiscitos sobre o aborto estão confirmados em três estados: Flórida, Maryland e Nova York. Destes, apenas o primeiro dá alguma esperança aos democratas, mas pequena.

Outros dez estados ainda estão considerando incluir o tema na votação em novembro, entre eles os pêndulos Arizona, Nevada e Pensilvânia.

Um precedente desse efeito planejado por analistas é a eleição de George W. Bush em 2004, quando os republicanos aproveitaram a oposição em vários estados ao casamento homoafetivo para propostas de seu candidato em paralelo a plebiscitos sobre o tema.

(FERNANDA PERRIN | FOLHAPRESS)

Postado em 6 de maio de 2024

Prazo para emitir e regularizar título de eleitor termina dia 8

Quem precisa regularizar a situação de seu título eleitoral ou emitir o documento pela primeira vez tem até a próxima quarta-feira (8) para tomar providências a tempo de votar nas eleições municipais de outubro.

O prazo serve também para a transferência do domicílio eleitoral, caso o eleitor tenha mudado de endereço, indo morar em bairro ou município de outra zona eleitoral, por exemplo. É possível somente atualizar informações cadastrais, se necessário. Vale lembrar que, neste ano, devido ao caráter local das eleições, não há possibilidade de voto em trânsito.

A data final de 8 de maio para a realização dos procedimentos está prevista na legislação eleitoral, e após esse dia qualquer alteração no cadastro eleitoral somente poderá ser realizada depois da votação deste ano.

O pleito está marcado para 6 de outubro, com eventual segundo turno em 27 de outubro. Neste ano, os eleitores vão votar para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

Primeiro título e biometria
Quem vai tirar o seu primeiro título de eleitor precisa necessariamente comparecer a um cartório eleitoral para se alistar. Qualquer pessoa que tenha 16 anos na data da votação pode solicitar o documento que a qualifica a votar.

Precisam comparecer ao cartório eleitoral mais próximo os eleitores que ainda não possuem o cadastro de biometria.

É necessário levar um documento de identificação, preferencialmente com foto, que pode ser o registro geral (RG) ou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo. São aceitas certidão de nascimento ou de casamento.

Podem ser solicitados comprovantes de residência e, no caso de homens que pedem o primeiro título no ano em que completam 19 anos, o certificado de quitação militar.

De acordo com a Constituição, o alistamento e o voto são obrigatórios a partir dos 18 anos de idade, e facultativos aos jovens de 16 e 17 anos, aos maiores de 70 anos e às pessoas analfabetas.

Transferência de domicílio
Para a transferência de domicílio eleitoral, é necessário comprovar vínculo com a localidade em que o eleitor pretende votar. “Os vínculos podem ser residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha da localidade”, informa a Justiça Eleitoral.

O procedimento, nesse caso, pode ser feito pela internet, por meio da plataforma Título Net.

Para requerer a transferência, é necessário que o eleitor resida há pelo menos três meses no novo município e já tenha transcorrido, no mínimo, um ano da data do alistamento eleitoral ou da última transferência do título. Estão isentos dessa condição os servidores civis ou militares, bem como seus familiares, que tenha se mudado em decorrência de transferência ou remoção.

EBC

Postado em 6 de maio de 2024

RS terá uma PEC de ‘Orçamento de Guerra’ para reconstrução, indica Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao Rio Grande do Sul, neste domingo (5/5), e reforçou que não faltarão recursos para o atendimento e para a reconstrução do estado. No entanto, Lula alertou que os recursos devem ser aplicados apenas no combate aos efeitos da tragédia climática no estado.
“Não haverá impedimento da burocracia para que a gente recupere a grandiosidade desse estado”, prometeu o presidente. “Às vezes a gente dá dinheiro e as obras não acontecem, por isso que é preciso termos uma combinação perfeita entre o governo federal, o Poder Legislativo, o Tribunal de Contas, o Ministério Público, porque cada centavo que for colocado para combater isso, não pode ser desviado, ele tem que ser colocado naquilo que se destina”, afirmou.
Falando dos migrantes gaúchos que desenvolveram o agronegócio em outras regiões, Lula apontou que o país tem uma dívida para com o estado gaúcho. “A gente deve muito ao Rio Grande do Sul, sobretudo no desenvolvimento da sua agricultura. Eu quero dizer que o que estamos fazendo é dar ao Rio Grande do Sul aquilo que ele merece. Ele sempre ajudou o Brasil, eu acho que está na hora do Brasil ajudar o Rio Grande do Sul”.

Com a presença na comitiva dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, além do vice-presidente do Supremo, ministro Edson Fachin, Lula disse que precisava mostrar a destruição do estado para sensibilizar os demais poderes.

“Eu coloquei todos eles (presidentes dos Poderes), no meu helicóptero, junto comigo, vindo para cá, para que a gente pudesse ter uma visão do significado dessa enchente, junto com o governador (Eduardo Leite-PSDB). Então eles viram o estrago que a chuva está causando, não é que já causou, ainda está causando, tanto na cidade de Porto Alegre, como no estado do Rio Grande do Sul”, emendou o petista.

As demais autoridades reforçaram a posição de Lula e, falando em unidade, indicaram que o caminho do governo central na ajuda ao estado deve ser pela aprovação, já nos próximos dias, de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de “Orçamento de Guerra”, nos moldes da PEC aprovada no período da pandemia de covid-19.

Lira garantiu que a Câmara fará uma reunião do Colégio de Líderes, ainda na manhã desta segunda-feira (6/5), para começar a preparar a PEC que vai autorizar os recursos para atender ao estado gaúcho.

“O Congresso Nacional tem que se atentar para essa legislação para solucionarmos isso. A nossa responsabilidade essa semana será de perseverança, de discussão e de rumo para que a gente elabore uma medida totalmente extraordinária. Essa semana será de muita negociação e de muito trabalho no Congresso Nacional e a resposta será dura, firme e efetiva como foi na pandemia”, disse Lira.

O senador Rodrigo Pacheco destacou que, não só o Rio Grande do Sul, mas o Brasil vive uma situação de guerra e que é necessário retirar do caminho as burocracias, as travas e as limitações para que nada falte ao Rio Grande do Sul na sua reconstrução.

“A nossa presença aqui é muito importante para que voltemos a Brasília com a vivência do que nós assistimos e uma obrigação que recai sobre os nossos ombros de trabalho para poder socorrer o Rio Grande do Sul. Isso significa dizer que todas as autoridades que estão aqui constituídas haverá de repercutir nas suas ações aquilo que anseia o povo gaúcho. Da nossa parte há de fato uma exigência de medidas rápidas e urgentes, em um sentido de união e de reconstrução. Fizemos isso na pandemia, com muita altivez no âmbito do Congresso Nacional com a proposta de emenda à Constituição que apelidamos de PEC de Guerra. Essas respostas se exigem nesse momento e são exigidas ao Congresso Nacional”, pontuou.

Fachin, vice-presidente do STF, também indicou que a PEC deve ser aprovada pelo Parlamento e garantiu que o Judiciário será rápido em dar as respostas legais que vão garantir as ações emergenciais ao estado.

“O parlamento fará um regime emergencial, como o feito durante a pandemia, já que a emergência aqui exige um igual tratamento rápido, o que garantirá uma flexibilização das atividades de fiscalização e, quando houver alguma dúvida, o Poder Judiciário poderá, através dessa autorização legislativa, fazer com que esses recursos sejam aplicados”, disse Fachin.

Correio Braziliense

Postado em 6 de maio de 2024