A igreja Casa, criada pelo pastor investigado por crimes sexuais Davi Passamani, teve em sua programação cultos com temáticas inusitadas. Um deles, realizado em agosto de 2022, chamava-se “Vem Novinha”. Três jovens ex-membros da Casa denunciaram Davi por assédio ou importunação sexual desde o ano de 2020. Ele fez acordo com o Ministério Público em um dos casos e acabou condenado a uma indenização de R$ 50 mil em outro. Um terceiro é investigado pela Polícia Civil. O pastor foi preso em 4 de abril.
Fundada em Goiânia (GO), em 2017, a igreja chamava a atenção pela forma irreverente com que realizava cultos e apresentações. Além de “Vem Novinha”, as atrações que ocorriam quinzenalmente para os jovens na congregação tinham nomes como “Tinder” e “Rei do Camarote”.
Evangelização de jovens Em agosto de 2022, a então esposa de Davi, pastora Giovanna Lovaglio, defendeu para o site Fuxico Gospel que o culto tinha o objetivo de evangelizar e ressignificar temas, atraindo jovens para a igreja a partir da realidade deles.
“Com esse movimento, nós conseguimos entrar na realidade dos jovens para tratar e ressignificar temas, pois sabemos que não adianta fechar os olhos para certos problemas, com medo de causar polêmica, pois essas questões não vão deixar de existir”, declarou a pastora na ocasião. A reportagem entrou em contato com ela, e não houve retorno. O espaço segue aberto.
Em dezembro do ano passado, Davi deixou a igreja Casa e fundou uma nova congregação, batizada de A Porta. Giovanna segue na chefia da Casa com outros pastores. O casal se divorciou em novembro, e ela conseguiu uma medida protetiva contra Passamani por violência psicológica.
Já a defesa do pastor nega todas as acusações de crimes sexuais e alega que as denúncias são resultado de uma conspiração para apropriação de patrimônio do líder religioso e que tudo será esclarecido em breve.
Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (11) aponta que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é aprovado por 62% dos eleitores paulistas, enquanto 29% reprovam sua gestão. A margem de erro é de 2,4 pontos para mais ou para menos.
Veja os números:
Aprova: 62%; Reprova: 29%; Não sabe/não respondeu: 9%.
Aprovação do Governo do Estado de SP Pesquisa ouviu 1.656 pessoas no estado. Margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento ouviu 1.656 eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 4 e 7 de abril e foi encomendado pela Genial Investimentos.
Avaliação do governo de SP A pesquisa também perguntou como os eleitores avaliam o trabalho do governo estadual. Os eleitores avaliaram:
41% positivo; 35% regular: 16% negativo; 8% não sabe/não respondeu.
Avaliação do Governo do Estado de SP Pesquisa ouviu 1.656 pessoas no estado. Margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
A próxima eleição para o comando das mesas diretoras do Congresso acontece só no início do ano que vem, mas a disputa pelos cargos de direção já está impactando a agenda legislativa e a relação entre os Poderes da República. Nesse cenário, votações cotidianas – sobretudo na Câmara – têm sido encaradas em Brasília como demonstrações de força ou fraqueza de cada grupo político. Isso aconteceu com a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco, que alguns observadores apontaram como uma derrota para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Lira não gostou nada dessa interpretação e tornou pública uma tensão com o governo Lula que vinha esquentando, mas nos bastidores.
“Essa notícia hoje, que você está tentando verbalizar, porque os grandes jornais fizeram, foi vazada do governo e basicamente do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, incompetente. Não existe partidarização, eu deixei bem claro que ontem a votação era de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver”, disparou Lira em referência ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
Padilha é o responsável principal pela articulação do governo Lula com o Congresso.
O atual presidente da Câmara não pode mais concorrer à reeleição e tenta emplacar um aliado para o biênio 2025-2026. Um dos favoritos do alagoano é o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA). No entanto, esse possível sucessor de Lira articulou e votou pela soltura de Brazão, tornando-se sócio nessa derrota, e seus adversários tentam se aproveitar disso.
Governo federal aguarda Sem maioria na Câmara, o PT de Lula não tem condições de disputar o comando da Casa e deve apoiar um aliado do Centrão. No governo, porém, o nome do candidato favorito de Lira não é bem aceito, e outros parlamentares têm articulado o futuro apoio de Lula, que ainda resiste a entrar diretamente na disputa. Entre os “pré-candidatos” estão os deputados Antônio Brito (PSD-BA), Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Mostrando como os ânimos estão exaltados, a subida de tom do presidente da Câmara gerou rápida repercussão entre os ministros da gestão Lula e também de aliados do petista no Congresso Nacional, como o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
“Tenho muito orgulho de ser liderado pelo ministro Padilha na coordenação política do governo, que tem obtido tantas vitórias importantes nas batalhas diárias de reconstrução do Brasil”, escreveu Randolfe na rede social X, antigo Twitter.
A eleição para a presidência da Câmara é realizada por voto secreto a cada dois anos. Arthur Lira foi eleito pela primeira vez em 2021 e reeleito em 2023, mas agora está em busca de um sucessor para o seu grupo político manter o controle da agenda legislativa.
Ex-candidato à Presidência da República e ex-deputado federal, Cabo Daciolo pediu em suas redes sociais a liberdade de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes da facção Comando Vermelho. Daciolo pediu a liberdade de Marcinho VP, acusado de tráfico de drogas e homicídios, e citou o cantor Oruam, filho do traficante, que usou um show em São Paulo para pedir a soltura do pai.
“Liberdade para Marcinho VP, pai de Oruam”, escreveu Daciolo em seu “X”. “Apenas um grito de um Filho com saudades do Pai”, completou.
Em seguida, Daciolo cita um trecho do evangelho de São Lucas, no qual Jesus recita parte do livro de Isaías da Bíblia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para anunciar a boa notícia aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos”.
Na publicação, Daciolo ainda colocou uma foto de Oruam em show no festival Lollapalooza, quando o cantor vestiu uma camisa com foto de seu pai e pediu sua liberdade.
A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, a pagar uma multa de R$ 53,2 mil em razão da divulgação irregular de uma pesquisa eleitoral publicada por ele em suas redes sociais.
O juiz respondeu a duas ações, movidas pelo MDB, partido do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e pelo PSB, partido da também pré-candidata Tabata Amaral. Havia a solicitação de que Boulos retirasse de suas redes sociais o recorte de uma pesquisa eleitoral apontada pelos partidos como fraudulenta.
Boulos utilizou suas redes sociais para mostrar que “lidera contra qualquer bolsonarista”. No quadro, aparecem Boulos, Nunes, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) e o senador Marcos Pontes (PL-SP). O MDB apontou que esse cenário não apareceu na pesquisa.
Na decisão, a Justiça apontou que houve “divulgação irregular de dados (de pesquisa eleitoral) com indução do eleitor ao erro”, e citou o fato de a publicação de Boulos ter na disputa dois nomes de um mesmo partido – Salles e Pontes -, o que impediria eles se concorrerem simultaneamente.
Procurada, a equipe de Guilherme Boulos disse que vai recorrer da decisão.
A edição do jornal Wall Street Journal desta sexta-feira (12/4) traz a notícia de que o Irã pode fazer incursão terrestre contra Israel entre 24 e 48 horas. E cita autoridade dos Estados Unidos e relatórios de inteligência do país. A tensão entre os dois países, que sempre existiu, piorou desde a invasão do grupo extremista Hamas, que resultou na morte de mais de 1.200 civis e militares israelenses em 7 de outubro do ano passado. E atingiu o pico com o ataque ao consulado iraniano na Síria, no dia 1º de abril.
O ato, supostamente feito por Israel, matou vários comandantes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, incluindo dois generais. Jerusalém não confirma. Até por isso, Israel entrou em estado de alerta máximo, uma vez que as autoridades iranianas começaram a anunciar vingança desde então.
De acordo com o Wall Street Journal, um funcionário dos EUA envolvido no assunto afirmou que os relatórios da inteligência americana indicam ataque retaliatório iraniano nos próximos dias, “possivelmente em solo israelense”. O país do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sabe disse e se prepara tanto no sul quanto no norte da nação.
Decisão do Irã ainda não foi tomada O mesmo relatório, entretanto, traz a informação de que nenhuma decisão final foi tomada por Teerã. O certo é que a Guarda Revolucionária Islâmica deu ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, diversas possibilidades de ataque, incluindo terrestre e com mísseis de médio alcance.
Na análise feita por especialistas no jornal norte-americano, Khamenei considera que uma ação assim pode ter resultado oposto. Israel, por exemplo, tem potencial para interceptar mísseis e responder com uma força ainda maior.
“Os planos de ataque estão diante do líder supremo, e ele ainda está avaliando o risco político”, afirmou um conselheiro ao jornal.
Em Israel, o porta-voz das Forças de Defesa, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que o país se encontra “em alerta e altamente preparado para vários cenários, e estamos constantemente avaliando a situação”.
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta sexta-feira (11/4), julgamento do processo que pode ampliar o foro privilegiado para políticos para além do mandato. A análise dos ministros se dá no âmbito da INQ 4.787 e ocorre no plenário virtual. A votação estava com o placar de 5 a 0 até o pedido de vista do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso. Nesta sexta, ele retornou a ação com o voto vista e votou pela ampliação do foro privilegiado.
Com a maioria, o Supremo “recalibra” o entendimento atual e amplia o foro de deputados, senadores, ministros e demais autoridades que cometerem crimes usando a função pública, ainda que tenham deixado o mandato.
Logo após o voto-vista de Barroso, porém, o ministro André Mendonça pediu vista, deixando o julgamento suspenso novamente.
O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes, que foi seguido, até agora, por outros cinco ministros. Ele votou para que o alcance do foro seja ampliado a fim de abranger também o julgamento de crimes em tribunais específicos mesmo após o fim da ocupação do cargo público. Mesmo em caso de renúncia, não reeleição ou cassação, o processo seria mantido na Corte.
Controvérsia no STF Em 2018, com o argumento de reduzir o volume de processos na Corte, os ministros decidiram que deveriam tramitar no Supremo apenas processos de deputados, senadores, ministros de Estado e outras autoridades que supostamente tivessem cometido crimes no exercício do mandato e relacionados a ele.
No entanto, o ministro Gilmar Mendes retomou a discussão ao entrar com recurso em caso específico. Gilmar alegou que o foro privilegiado como está hoje “reduz indevidamente o alcance da prerrogativa de foro, distorcendo seus fundamentos e frustrando o atendimento dos fins perseguidos pelo legislador”.
O ministro propõe a ampliação do entendimento como relator de habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). O parlamentar é suspeito de ter exigido, a servidores de seu gabinete, o depósito de 5% de seus salários em contas do partido, prática conhecida como “rachadinha”.
O crime começou a ser investigado ainda em 2013, quando Marinho era deputado federal. Depois, Marinho foi eleito vice-governador do Pará e, em seguida, senador, cargo que ocupa atualmente.
Ao longo desse período, o processo foi mudando de competência de acordo com o cargo ocupado ao longo desses 11 anos. O senador deseja que o caso permaneça no Supremo, uma vez que recuperou o foro privilegiado ao ter se elegido para o Congresso novamente. Assim, Gilmar Mendes fez a proposta de ampliar o foro.
“Considerando a dimensão da controvérsia discutida nesta demanda, que pode recalibrar os contornos do foro por prerrogativa de função”, justificou o ministro, no recurso que assina.
Além de Gilmar Mendes, já votaram no sentido de ampliar os foro os ministros Dias Toffoli, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (11) que é ilegal a utilização do chamado perfilamento racial nas abordagens policiais em todo o país. A questão foi decidida no julgamento do processo de um homem negro que alegou ter sido condenado com base na cor da pele.
Pela decisão da Corte, a abordagem policial não pode ser fundamentada em critérios de raça, orientação sexual, cor da pele ou aparência física. No entendimento dos ministros, a busca pessoal deve ser justificada em elementos que justifiquem posse de arma proibida ou outros objetos ilegais.
Os ministros julgaram o caso concreto de um homem abordado por policiais em uma esquina de Bauru, cidade paulista, com 1,53 gramas de cocaína. Ele foi condenado a 2 anos e 11 meses de prisão por tráfico de drogas.
No boletim de ocorrência, os policiais afirmaram que “avistaram um indivíduo de cor negra em cena típica do tráfico de drogas”.
Apesar de reconhecer a ilegalidade do perfilamento, a maioria dos ministros entendeu que não houve ilegalidades nesse caso concreto. Para a maioria, outros elementos foram utilizados para embasar a investigação, como a presença do acusado em ponto de venda de drogas.
Para o ministro Cristiano Zanin, há outras provas contra o acusado. “Não foi apenas uma diligência que se baseou na cor do indivíduo, mas em um comportamento que foi descrito para justificar a diligência policial. No contexto, foram considerados a localização do indivíduo em conhecido ponto de venda de drogas e a sua atitude suspeita antes e depois de avistar os policiais”, afirmou.
O relator do caso, ministro Luiz Fux, discordou da maioria e entendeu que houve o perfilamento. No entendimento do ministro, o boletim de ocorrência teve como primeiro fundamento o uso da expressão “homem negro”.
“A polícia não pode lavrar um flagrante dizendo ‘um homem negro’. Ela tem que narrar o crime”, completou.
Já imaginou não precisar perder horas de deslocamento todos os dias para chegar ao escritório? Agora imagine trabalhar apenas quatro dias por semana . Parece inconciliável, mas essa possibilidade já existe, inclusive em empresas brasileiras. Depois da pandemia, companhias dos mais diversos segmentos perceberam que seguir o modelo de trabalho remoto, e ainda reduzir a jornada semanal, poderia ser uma forma de reter talentos, sobretudo na área de tecnologia, sem a necessidade de aumentar o trabalho.
Os líderes dessas empresas dizem que a melhoria na qualidade de vida dos funcionários ajudou até mesmo a aumentar a produtividade, reduzindo também os pedidos de entrega.
‘Guerra de evolução’ Em 2020, a empresa de tecnologia LDSOFT implementou o trabalho remoto. O modelo se tornou permanente no ano seguinte devido ao sucesso entre os funcionários, sem que a qualidade ou ritmo das entregas diminuísse.
De acordo com o diretor de negócios da empresa, Pedro Duffles, o mercado de tecnologia ficou muito aquecido durante a pandemia, daí surgiu a ideia de reduzir a semana de trabalho, em 2022:
— Virou uma guerra de evolução. Quando colocamos uma semana de quatro dias, trouxemos um diferencial. Precisa mais do que salário para tirar um funcionário nosso. Pedidos de demissão caíram bastante. Se tinha um a cada mês antes, agora é um a cada três, quatro meses — conta.
A Phonetrack é outra empresa de tecnologia que migrou para o controle remoto na pandemia e assim por diante. Em março de 2022, a companhia passou a operar em quatro dias porque seus empregados estavam sendo muito procurados pela concorrência.
— Também queríamos oferecer qualidade de vida. Divulgamos uma vaga há algumas semanas que teve 3 mil inscritos, mostrando a atratividade do remoto e dos quatro dias. Antes, para uma vaga como essa, recebemos 300, 400 inscritos — disse a coordenadora de RH, Karoline Hasse.
A Atlantic Tax & Advisory, que também é remota e desenvolvida a semana de quatro dias há um ano e meio, conseguiu contratar funcionários de grandes empresas, como o consultor sênior Felipe Moura, de 30 anos, que se juntou à equipe em fevereiro de 2023 .
Antes, ele trabalhava presencialmente dois dias por semana, mas a antiga empresa se preparava para aumentar o número de idas para três. Moura diz ter ganhado bastante tempo extra para não ter que perder horas no deslocamento.
— E, com a folga, é possível resolver meus problemas. No meu dia livre, fico descansando. Tem vezes que vou ver minha família, vou na casa da minha vó. Tem dias que resolvo coisas, vou ao médico — conta.
Escala de folgas A Atlantic cortou um dia na semana, mantendo uma jornada tradicional nos demais, de oito horas. A folga de cada funcionário funciona em modelo de escala, variando a cada semana.
Na LDSOFT, uma jornada de trabalho passou de oito para nove horas por dia, encurtando a carga semanal de 40 para 36 horas, com folgas às segundas ou sextas. A Phonetrack também divide os folgas entre segunda e sexta, com oito horas de trabalho diário.
Camila Miranda, de 31 anos, coordenadora de marketing da LDSOFT, disse que, após a pandemia, já não se imaginava voltar ao escritório. Quando a empresa atualizou o modelo remoto de vez, as equipes já estavam acostumadas a trabalhar online.
— Eu morava no Cachambi e trabalhei em Niterói. Perdia uma hora e meia indo, e o mesmo voltando. Com o remoto, e principalmente com folga na semana, consegui fazer o meu mestrado enquanto trabalhava. Meus colegas da faculdade não conseguiram conciliar tão facilmente — disse.
Produtividade Com a adoção do trabalho remoto, a Phonetrack conseguiu cortar custos: não precisa pagar aluguel, condomínio e internet, gerando uma economia grande, mesmo que a empresa tenha começado a pagar uma ajuda de custo para o home office.
Apesar da semana de quatro dias, o banco de horas reduziu 10%, o que Karoline atribuiu a uma boa gestão de tempo e à produtividade dos funcionários. Segundo Duffles, a produtividade da LDSOFT também aumentou.
— Esse modelo deixa nossos funcionários felizes e eles são realizados melhor. Nossas demandas estão há dois meses adiantadas — afirma Pires.
Teste para jornada reduzida A organização sem fins lucrativos 4 Day Week está conduzindo estudos para avaliar os impactos da semana reduzidos no Brasil, em parceria com a ONG local Reconnect Happiness at Work. Em janeiro, algumas das 22 empresas participantes começaram a implementar uma semana de 4 dias, após três meses de planejamento.
Outras duas iniciaram em dezembro. Ainda não foram divulgados no primeiro mês de fevereiro, mas o relatório publicado em fevereiro destaca que boa parte dos participantes decidiu ingressar no experimento para atrair e reter talentos. São 280 trabalhadores incluídos nos testes.
Nem sempre funciona A especialista em Recursos Humanos Ylana Miller afirma que alguns profissionais de empresas com uma semana reduzida relatam que, com a mudança, passaram a trabalhar mais nos quatro dias, de modo a compensar as horas a menos.
Outro problema acontece quando as empresas adotam uma semana de 4 dias apenas para alguns setores, como finanças e recursos humanos, por exemplo, deixando os trabalhadores operacionais no regime regular.
Ylana diz ainda que uma semana de 4 dias, em países como o Brasil, pode acabar não trazendo melhorias para a saúde mental dos trabalhadores, já que muitos fazem “bicos” durante o dia livre:
— A semana 4 dias não é amplamente exigida em países como Dinamarca e Cingapura. Mesmo assim, os trabalhadores são mais felizes, porque a cultura do trabalho permite qualidade de vida. Em países em desenvolvimento, trabalhadores de uma empresa com 4 dias por vezes usam o quinto dia para fazer freelancer, ficando ainda mais sobrecarregados — disse a especialista.
Wander Luiz, gerente de desenvolvimento organizacional da multinacional de benefícios corporativos Up Brasil, chama atenção para o impacto da semana de 4 dias em empresas de segmentos diversos: uma empresa de tecnologia pode mudar para esse modelo mais facilmente que empresas com muitos trabalhadores participam em cadeias produtivos, por exemplo.
Segundo Gabriela Brasil, líder da Comunidade, embora muitas empresas tenham sucesso e adotem permanentemente uma semana de 4 dias após o período de teste, alguns não seguem esse caminho. Os motivos variam.
— Em alguns casos, as empresas concluem que não têm uma cultura organizacional adequada. Esse modelo tende a culturas complementares positivas, que se baseia em confiança e parceria. Não é uma solução para culturas problemáticas — disse Gabriela.
O ex- deputado federal Carlos Alberto de Souza Rosado, conhecido como Betinho Rosado, faleceu na madrugada desta sexta-feira (12), aos 75 anos. Ele estava internado no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró, e vinha enfrentando problemas de saúde. A informação foi confirmada por Beto Rosado, filho do ex-parlamentar, em vídeo publicado nas redes sociais.
Na mensagem, ele aproveitou para agradecer o trabalho da equipe do Hospital Wilson Rosado na assistência junto ao seu pai e as mensagens recebidas por familiares e amigos. “Ele [Betinho Rosado] foi muito bem cuidado, recebi muitas ligações de amigos perguntando sobre o estado de saúde dele, muita gente solidária que estava junto no que precisasse”, compartilhou.
Emocionado, Beto Rosado reiterou a tristeza da família com a partida do pai, mas assegurou que ele teve uma vida plena. “Todas as suas lutas e as visões que ele tinha, muitas vezes até criticadas, mas que ao longo do tempo tudo convergiu para o que ele pensou há 20 anos e hoje a gente vive momentos bons na nossa cidade e região pelo que ele pensou e executou”, afirmou.
Uma jornada de fé inabalável ao lado de Jesus Romance histórico de Aaron Levi remonta à época de Cristo para dialogar sobre os desafios dos cristãos na contemporaneidade
Na Bíblia, livro de Mateus, capítulo 24, Jesus alerta que no fim dos tempos muitos serão enganados por falsos profetas, até mesmo os escolhidos de Deus. Foi isso que impulsionou o escritor Aaron Levi a conversar com os cristãos por meio da literatura. Em Um alto preço
– As duas missões, ele convida os leitores a conhecerem a verdadeira vida de Jesus Cristo, ao acompanharem de perto os dias dele na Terra. Desta forma, o autor busca combater o falso evangelho e garantir que as pessoas fiquem menos suscetíveis a discursos enganosos. Nesta trama ficcional baseada nas escrituras e numa ampla literatura de apoio, o público vai embarcar em uma jornada com Adiel, cuja vida se entrelaça com o surgimento do ministério do Messias. Prometido em casamento desde a infância à bela Ester, filha de Cainã – poderoso saduceu determinado a conter a influência crescente de Jesus –, o protagonista se vê dividido entre sua fé e as expectativas do sogro.
Conforme testemunha os ensinamentos e milagres de Cristo, Adiel dá passos cada vez mais certos em direção ao Reino de Deus. No entanto, essa devoção coloca em risco não apenas o relacionamento com Ester, mas a sua própria vida, quando se torna alvo da fúria de Cainã e de um jovem romano implacável, Titus. — Nós seremos felizes e você vai esquecer dele, Adiel! — Mas eu não quero me esquecer de Jesus, Ester! — É só um pregador, meu noivo! Esqueça o que ele disse! — Mas Ester, eu não… Adiel não consegue completar a frase, pois avista Cainã aparecer repentinamente com outros oito servos montados em cavalos que chegam à procura deles, saindo detrás da base de alguns arcos mais ao sul. (Um alto preço – As duas missões, p. 448) Primeira de uma série de quatro volumes, a obra atravessa tempos imemoriais, desde a expulsão de Satanás do céu e a jornada de Maria que milagrosamente dá à luz ao menino Jesus durante o reinado de Augusto e Herodes Magno; e se estende pelos anos de vida e pregação do Messias. Desta forma, a hstória de Adiel se alterna com a do Filho de Deus, que segue seu rumo na missão de levar os ensinamentos do criador às pessoas.
Ao longo de oito capítulos, linguagem contemporânea acessível se une ao rigor bíblico para explorar eventos históricos que moldaram a época, assim como retrata a complexidade das relações humanas enquanto retrata a complexidade das relações humanas e os dilemas enfrentados por quem ousava desafiar as normas humanas, desvinculadas do temor a Deus. Aaron Levi trabalha na contextualização para que os cristãos saibam interpretar melhor os acontecimentos bíblicos e assim exerçam com mais assertividade os seus deveres cristãos, fazendo a diferença na vida contemporânea.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, nesta quinta-feira (11) que o Estado pode ser responsabilizado pela morte de pessoas baleadas durante operações policiais ou militares. Em um julgamento finalizado em março, o Supremo decidiu por nove votos a dois que a União terá de pagar indenização à família de uma vítima de bala perdida em operação do Exército no Rio de Janeiro. Na ocasião, contudo, os ministros apresentaram opiniões divergentes sobre qual deve ser a tese aplicada em casos semelhantes.
O processo tem repercussão geral. Por isso, a decisão tomada pelo STF vai valer para situações similares. Os ministros fixaram o seguinte entendimento:
“O Estado é responsável na esfera cível por morte ou ferimento decorrente de operações da segurança pública nos termos da teoria do risco administrativo. É o ônus probatória do ente federativo demonstrar eventuais excludentes de responsabilidade civil. A perícia inconclusiva sobre a origem do disparo fatal durante operações policiais e militares não é suficiente, por si só, para afastar a responsabilidade civil do Estado por constituir elemento indiciário”, diz a tese aprovada.
O julgamento do STF tem como base a morte de Vanderlei Conceição de Albuquerque, de 34 anos, em junho de 2015. Ele foi atingido por um projétil de arma de fogo dentro de casa. O caso aconteceu na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ), durante um tiroteio entre suspeitos, militares do Exército e policiais militares.
A família da vítima moveu uma ação contra a União e o estado do Rio de Janeiro, mas o juízo de primeiro grau julgou improcedentes os pedidos de indenização por danos morais, ressarcimento das despesas do funeral e pensão vitalícia.
O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) manteve a decisão. Segundo o tribunal, não há dados que vinculem o ocorrido à atuação dos militares da Força de Pacificação do Exército na comunidade, “pois o laudo pericial foi inconclusivo quanto à origem do projétil”. Também não ficou comprovada nenhuma conduta omissiva específica dos agentes públicos que configure a responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar.
No STF, a família argumentou que é totalmente desnecessária a discussão da origem da bala que vitimou o morador porque o Estado responde objetivamente pelos danos causados por seus agentes a terceiros, de acordo com o parágrafo 6° do artigo 37 da Constituição Federal. No julgamento, a maioria dos ministros do Supremo decidiu que a perícia inconclusiva sobre a origem do disparo gera responsabilidade da União pela morte, já que a operação foi realizada por uma força federal.
A cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido – RJ) é dada como certa na Câmara dos Deputados. Tanto parlamentares da base do governo quanto da oposição mais radical já se posicionaram favoráveis à perda do cargo de Brazão, suspeito de ter mandado matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Nessa quarta-feira (10), o plenário da Câmara decidiu que Brazão vai continuar preso, por 277 votos favoráveis, 129 contrários e 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para manter o deputado na prisão.
A abertura do processo de cassação ocorreu nessa quarta (10), no Conselho de Ética. O pedido foi feito pelo PSol, com a justificativa de que a perda do mandato é necessária para não existir qualquer obstrução à Justiça por parte de Brazão a partir do uso das influências do cargo político.
Agora, cabe à presidência do conselho escolher o nome de uma lista tríplice aprovada pelos membros para ocupar a relatoria do caso. Os escolhidos foram Bruno Ganem (Podemos-SP), Ricardo Ayres (Republicanos-TO) e Gabriel Mota (Republicanos – RR). O presidente Leur Lomanto Júnior (União-BA) já havia excluído a possibilidade de o relator ser um parlamentar do União Brasil, antigo partido de Brazão.
Mesmo tendo se posicionado contra a manutenção da prisão, o líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), defende a perda do mandato e a investigação contra Brazão.
“Que ele seja cassado. Após sua cassação, que seja investigado. Com uma prisão preventiva, todos nós concordamos. Mas o desrespeito à Constituição já foi longe demais. O Supremo Tribunal [Federal] já avançou o sinal vermelho em outras ocasiões e não podemos permitir isso, porque, do contrário, estaremos dando mais munição para uma ditadura do Judiciário”, disse, ao defender a revogação da prisão.
Na mesma linha, o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS), vice-líder da oposição, adiantou que a bancada oposicionista iria votar pela cassação. “A oposição votará a favor da cassação do parlamentar. Que ele seja preso, julgado, condenado e que apodreça na cadeia, mas que isso esteja dentro da lei, pois voltar à barbárie não é uma opção.”
Por parte da base do governo, a orientação foi pela manutenção da prisão. O grupo defende igualmente a cassação. “Fazer justiça à nossa Constituição, perante um crime que é contínuo, de obstrução da Justiça, de organização criminosa, é não apenas manter a prisão desses assassinos, como também cassar o mandato do deputado Chiquinho Brazão o mais rápido possível”, afirmou a deputada Luciene Cavalcante (SP), vice-líder do Psol.
Entenda o caso Em março, agentes da Polícia Federal cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão em diversos endereços do Rio de Janeiro. Entre os presos, estava o deputado federal, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, irmão do parlamentar; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Conforme a investigação, os presos são os autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Eles também são suspeitos da tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, assessora de Marielle.
A motivação do crime teria sido um embate entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão, que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto e considerada o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.
São Paulo – Um importante líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), preso no Sistema Penitenciário Federal, foi jurado de morte por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em mais um desdobramento do racha histórico na cúpula da maior facção criminosa do país. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), Valdeci Alves dos Santos, o “Colorido”, foi “decretado” por Marcola em decorrência de um suposto desvio de recursos da facção.
O criminoso já ocupou o posto de número dois do PCC nas ruas, onde teria lavado dinheiro do tráfico de drogas ao abrir ao menos sete igrejas evangélicas, em São Paulo e no Rio Grande do Norte, seu estado de origem.
“Ele é mais um membro importante que o Marcola decreta [a morte]”, afirma Gakiya, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que investiga o PCC há duas décadas e já foi alvo de um plano de sequestro e assassinato da facção, descoberto pela Polícia Federal (PF) no ano passado.
Por causa do risco de ser assassinado, acrescenta o promotor, Colorido já teria conseguido, a pedido, sua transferido para o “seguro” – ala reservada para detentos ameaços de morte – da Penitenciária Federal de Brasília, unidade onde os principais líderes do PCC estão presos.
Para Gakiya, Colorido vai acabar se juntando ao grupo de outras lideranças dissidentes que romperam com Marcola recentemente, provocando uma guerra interna no PCC. São eles: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Abel Vida Loka – ambos faziam parte da alta cúpula desde 2002 – e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
Criminoso dono de igrejas Colorido estava novamente atrás das grades quando foi alvo de um mandado de prisão preventiva, cumprido na cadeia, pela acusação de lavagem de dinheiro.
Ele e familiares teriam lavado R$ 23 milhões provenientes do tráfico de drogas por meio da compra de igrejas evangélicas, tanto em São Paulo como no Rio Grande do Norte, além de fazendas e cabeças de gado, segundo investigações do Ministério Público potiguar.
Número 2 nas ruas Natural de Jardim das Piranhas (RN), Colorido entrou em contato com a cúpula do PCC quando cumpria pena, no fim dos anos 2000, na Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista. Na ocasião, ele já havia sido condenado por tráfico de drogas e homicídio.
Beneficiado por uma saidinha temporária de Dia dos Pais, em 13 de agosto de 2014, ele não retornou mais ao Centro de Progressão Penitenciária de Valparaíso (SP). Ficou foragido por pouco mais de sete anos, período em que ascendeu ao posto de número dois da facção nas ruas.
Investigações do Ministério Público paulista mostram que, nesse período, Colorido ficou responsável pelo envio de drogas da região sudeste do país, principalmente por meio do Porto de Santos, no litoral do estado, para a Europa.
Ele também informava a alta cúpula que estava presa, priorizando Marcola, sobre o andamento dos negócios da facção nas ruas, onde ele estava hierarquicamente abaixo, na ocasião, somente de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, que foi expulso do PCC em 2022, suspeito de desviar dinheiro da facção.
Oficialmente, Tuta é considerado desaparecido. Mas nos bastidores, promotores do MPSP acreditam que ele tenha sido assassinado.
Plástica e prisão Colorido já se submeteu a cirurgias plásticas faciais para tentar dificultar sua identificação, durante o período em que permaneceu foragido da Justiça.
Apesar disso, ele acabou preso, em 16 de abril de 2022, quando foi abordado por policiais rodoviários federais em uma blitz na região de Salgueiro, em Pernambuco. Ele apresentou um documento falso e foi levado até uma delegacia, onde sua verdadeira identidade foi revelada.
Quatro dias depois, o chefão do PCC foi transferido para o Presídio Federal de Brasília, onde a parceria com Marcola ruiu, menos de dois anos depois.
Fim da era Marcola Como mostrou o Metrópoles, o racha do PCC pode marcar o fim da era Marcola no topo da hierarquia da facção criminosa.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, a atual guerra interna na cúpula do PCC, a quarta em 30 anos de existência da facção, é a primeira que ameaça a liderança de Marcola desde que ele ascendeu ao posto de líder máximo da organização, em 2002.
No racha de agora, a liderança de Marcola é contestada pelos três antigos aliados: Tiriça, Abel Vida Loka e Andinho. A oposição deles pode ter sido reforçada por Colorido, como vaticinado por Gakiya.
Razões para o racha O principal motivo do racha na cúpula do PCC seria um diálogo gravado entre Marcola e agentes da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) no qual ele afirma que Tiriça seria um “psicopata”.
A declaração foi usada por promotores no julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos de prisão, em 2023, como mandante do assassinato de uma psicóloga.
A fala de Marcola teria sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação. Tiriça estava para sair da cadeia caso não fosse condenado, conforme explica o promotor do Gaeco.
“Esses caras [Tiriça, Abel Vida Loka e Andinho] ajudaram a fazer o PCC crescer, com eles todos na liderança. É gente do topo da pirâmide, parceiros muito próximos que, agora, são inimigos”, completa Gakiya.
“Salves” do PCC O promotor conta que os dois lados da guerra na cúpula da facção transmitiram seus respectivos “salves”, como são chamados os comunicados internos do PCC, para decretar a expulsão dos rivais.
A diferença é que o grupo de Tiriça, considerado o 02 da facção até o racha, enviou a ordem apenas a outros membros importantes da organização que estão presos na Penitenciária Federal de Brasília, enquanto Marcola mandou um salve para fora do sistema prisional, a fim de tentar garantir a fidelidade das lideranças do PCC que estão nas ruas, os chamados Sintonias da Rua.
Além de rebater as acusações dos outros chefões sobre ter “delatado” Tiriça, Marcola comunicou no salve a expulsão dos três ex-aliados da cúpula e os “decretou” à morte.
O promotor do Gaeco acredita que, em um primeiro momento, Tiriça, Abel e Andinho estão se movimentando nos bastidores para tentar reverter a expulsão decretada por Marcola e brigar pelo poder na facção.
Caso eles sejam bem-sucedidos, esse pode ser o fim da era de Marco Willians Herbas Camacho como líder máximo da facção, após mais de 20 anos. Para Gakyia, mesmo que Marcola consiga se manter no poder, ele sairá da disputa enfraquecido.
O setor de Inteligência da Polícia Civil, contudo, detectou que o grupo de dissidentes do PCC estaria articulando a formação de um grupo rival, que seria chamado de Primeiro Comando Puro (PCP).
São Paulo – Ministro da Justiça no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), o advogado José Eduardo Cardozo assumiu a defesa de Renato Cariani na ação penal em que o influencer fitness de 47 anos é réu por tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro na Justiça paulista. Cariani e outras quatro pessoas que trabalhavam com ele foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por supostamente desviarem substâncias químicas da empresa dele, a Anidrol, que fica em Diadema, no ABC paulista, para a produção de drogas.
Eles são acusados de fazer 60 transações dissimuladas de produtos químicos para produzir até 15 toneladas de cocaína e crack. Amigo e parceiro de negócios de Cariani, o empresário Fábio Spinola é apontado pela Polícia Federal (PF) como o elo do influencer com o tráfico de drogas. Cariani nega as acusações.
Como revelou o Metrópoles, uma outra investigação conduzida pelo MPSP encontrou, em 2020, um Porsche em nome de Spinola na garagem de um imóvel que pertenceria a Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, ex-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas.
A entrada do escritório de advocacia de José Eduardo Cardozo na defesa de Cariani foi informada nessa quarta-feira (10/4) à juíza Maria da Conceição Vendeiro, da 3ª Vara Criminal do Foro de Diadema. A ação foi recebido em fevereiro e ainda está na fase inicial de instrução.
Ao Metrópoles, Cardozo disse que aceitou defender Cariani “por estar convencido de que ele está sendo uma verdadeira vítima de um processo em que ilações infundadas tem prevalecido sobre a existência de provas”.