Corregedoria de órgão ligado ao Ministério da Justiça afasta servidores da área de inteligência do presídio federal de Mossoró

Postado em 21 de fevereiro de 2024

A Corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça, afastou cautelarmente nesta terça-feira três servidores do presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga inédita no sistema prisional administrado pelo governo federal. Eles atuavam nas áreas de divisão de inteligência, de segurança e administração da unidade de segurança máxima.

“O afastamento se dará até a conclusão dos procedimentos apuratórios correcionais”, diz o texto assinado pela cooregedora-geral da Senappen, Marlene Inês da Rosa. A corregedoria do órgão abriu uma apuração interna para verificar as circunstâncias da fuga. Paralelamente, a Polícia Federal também conduz um inquérito para investigar se algum funcionário ajudou os presos Diebson Nascimento e Rogério Mendonça a escaparem da unidade na última quarta-feira.

A direção do presídio já havia sido afastada do cargo desde a semana passada por decisão do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Na mesma ocasião, ele anunciou Carlos Luis Vieira Pires como interventor para assumir o comando da penitenciária em caráter provisório.

As investigações ainda continuam, mas a pasta já concluiu que houve uma série de falhas nos procedimentos de segurança do presídio. As duas celas, de onde os dois presos fugiram por volta das 3 horas da quarta-feira, não foram vistoriadas de maneira adequada, câmeras estavam inoperantes e alguns refletores estavam desligados na hora do ocorrido.

Os policiais penais só perceberam a evasão quase duas depois depois de os fugitivos já estarem fora do presídio. Apenas uma câmera registrou o momento em que eles passaram pelo alambrado. A imagem é de má qualidade e não levou ao acionamento do alerta. A ausência da dupla foi percebida na hora da conferência do café da manhã dos detentos.

Cerca de 500 homens das forças de segurança vasculham a região do presídio de Mossoró atrás dos dois fugitivos. Nesta terça-feira – sétimo dia das buscas -, um comboio com cem agentes da Força Nacional partiu em 22 viaturas e um ônibus de Brasília a Mossoró. O objetivo é que eles ajudem os agentes das Polícias Militares do Rio Grande do Norte, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal que já estão atuando na área.

A operação envolve montar bloqueios nas estradas e vasculha sítios e cavernas que existem na região. As autoridades também têm sobrevoado a área com helicópteros e drones com sensores de calor.

O Globo

Senado aprova fim das saídas temporárias de detentos

Postado em 21 de fevereiro de 2024

O Senado Federal aprovou o projeto que acaba com as saidinhas temporárias de detentos. O texto agora volta para a Câmara dos Deputados.
De acordo com o artigo 122 da Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984), a saída temporária pode ser concedida a condenados que cumprem pena em regime semiaberto. Eles podem sair, sem vigilância direta, para três finalidades:
visita à família;
frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior;
participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
Ainda segundo a legislação, para ter direito ao benefício, o preso precisa ter cumprido no mínimo 1/6 (um sexto) da pena, se for primário, e 1/4 (um quarto), se for reincidente, e apresentar “comportamento adequado”.

O condenado que cumpre pena por praticar “crime hediondo com resultado morte” não tem direito à saída.

Regras atuais da “saidinha”
Antes de sair, o preso deve fornecer às autoridades o endereço onde poderá ser encontrado – normalmente, a casa de algum familiar. Ele precisará se manter na residência informada durante os períodos noturnos e estará proibido de frequentar bares, casas noturnas e “estabelecimentos congêneres”.

A saída temporária pode ser concedida até cinco vezes no ano e dura, no máximo, sete dias corridos.

O que muda com o projeto
O PL 2.253/2022 revoga o artigo citado acima e determina novas regras para a saída temporária. Inicialmente, o texto acabaria com o benefício. Relator, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no entanto, acatou uma emenda feita pelo senador Sergio Moro (União-PR) que mantém o benefício a presos inscritos em cursos profissionalizantes ou nos ensinos médio e superior.

Outros tópicos da proposta
O PL 2.253/2022 trata também de outros temas. Um deles é a realização de exame criminológico para a progressão de regime de condenados. De acordo com o texto, um apenado só terá direito ao benefício se “ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, e pelos resultados do exame criminológico”. O teste deve avaliar, por exemplo, se o preso é capaz se ajustar ao novo regime “com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade”.

O projeto ainda estabelece regras para a monitoração de presos, propondo que o juiz determine a fiscalização eletrônica para:

aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto ou conceder progressão para tais regimes;
aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de frequência a lugares específicos;
conceder o livramento condicional.
Morte de sargento em MG
O debate sobre a saída temporária voltou a ganhar força após a morte do sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar de Minas Gerais. Ele foi baleado na cabeça no dia 5 de janeiro, após uma abordagem a dois suspeitos pelo furto de um veículo em Belo Horizonte. O autor dos disparos era um beneficiado pela “saidinha” que deveria ter voltado à penitenciária em 23 de dezembro e era considerado foragido da Justiça.

Números da saída temporária
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, de janeiro a junho de 2023, 120.244 presos tiveram acesso à saída temporária em todo o país. Desses, 7.630 não retornaram, se atrasaram na volta à unidade prisional ou cometeram uma falta no período da saída, o que representa uma parcela de 6,3% do total de beneficiados.

Segundo levantamento do G1, 52 mil presos foram liberados para a mais recente “saidinha” de Natal, sendo que 49 mil retornaram (ou 95%). Outros 2,6 mil (ou 5%) não voltaram e são considerados foragidos.

Entre eles estão, inclusive, chefes de facções criminosas do Rio de Janeiro, como Saulo Cristiano Oliveira Dias, o SL, e Paulo Sérgio Gomes da Silva, o Bin Laden.

MPF defende “saidinha”
Após a aprovação do projeto de lei na comissão do Senado, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu um comunicado, de autoria do Grupo de Trabalho de Defesa da Cidadania, manifestando-se contrário à proposta, que seria “flagrantemente inconstitucional”.

O grupo destaca que o juiz segue uma série de regras específicas para a concessão das saídas temporárias “a partir de minuciosa avaliação de cada caso” e ressalta que pessoas condenadas por crimes hediondos que resultaram em morte, por exemplo, não recebem o benefício, que é automaticamente revogado quando o preso beneficiado pratica algum fato doloso, é punido com falta grave ou não atende às condições impostas pela legislação.

“As chamadas saidinhas são importante instrumento de ressocialização e reconstrução dos laços sociais, fortalecendo os vínculos familiares e contribuindo para o processo de reintegração social da pessoa em privação de liberdade”, diz o comunicado.

Os discursos populistas que associam as ‘saidinhas’ ao aumento da criminalidade violenta carecem de embasamento em dados da realidade e ignoram sua relevância para o sistema de progressão de regime necessário à reintegração social das pessoas em privação de liberdade, o que segundo a lei é a principal função da pena de prisão
“Assim, em vez de buscar retrocessos, entendemos que o debate e as iniciativas em torno do sistema prisional seriam mais proveitosos se pautados pelos reais problemas que enfrentamos em todo o país, onde as prisões se encontram em um “estado de coisas inconstitucional” como já apontou o Superior Tribunal Federal (STF)”, finaliza a nota.

Com informações da Agência Senado e da Agência Brasil

Câmara aprova projeto que exige certidão criminal de profissionais que lidam com crianças

Postado em 21 de fevereiro de 2024

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (20) um projeto de lei que torna obrigatória a apresentação de um documento que prova que o profissional não tem histórico criminal para aqueles que trabalham com crianças. O projeto ainda será analisado pelo Senado antes de ser enviado para a sanção presidencial e ser transformado em lei.
A proposta foi sugerida durante o funcionamento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que investigou turismo sexual para a exploração sexual infantil e que funcionou na Câmara dos Deputados entre 2012 e 2014. O objetivo do projeto é evitar que pedófilos usem suas profissões para se aproximar de crianças com a intenção de explorá-las sexualmente.

Durante a discussão, um grupo de deputados argumentou a favor de aprimoramentos no texto, sugerindo que o projeto deveria se aplicar a indivíduos que tenham cometido qualquer tipo de crime.

No entanto, a relatora da proposta, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), defendeu a aprovação do texto e sugeriu que ajustes necessários sejam feitos no Senado. “O projeto amplia o que já está no Estatuto da Criança e da Adolescente, especialmente para crimes contra a vida e contra a dignidade sexual. O importante é que a gente garanta para essa criança que não tenha contato com um profissional que passou por uma condenação penal de crime contra a dignidade sexual”, completou.

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Vereadora Rayssa assume cadeira na mesa diretora da Câmara de Currais Novos

Postado em 20 de fevereiro de 2024

Nesta terça, 20 de fevereiro, no plenário Vereador Antônio Othon Filho, foi realizada votação para eleger o vereador/vereadora responsável por assumir vaga como 1° secretário/secretária na mesa diretora da Câmara Municipal de Currais Novos.

No final do ano passado, o então 1° secretário (Vereador Iranilson Medeiros), saiu do cargo, surgindo a vaga.

Com 12 votos favoráveis e uma abstenção, a Vereadora Rayssa foi eleita para assumir a cadeira de primeira secretária da mesa diretora, em nosso município.

Frente a essa nova função a ser exercida, a Vereadora deixa de fazer parte de duas comissões, das quais era presidenta: Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final e Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização.

Consórcio Intermunicipal de Saúde teve investimento de R$ 3,2 milhões em 2023; veja detalhes

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Seridó (CIS/Seridó) divulgou nesta segunda-feira (19) um relatório das principais ações realizadas ao longo do ano de 2023. Ao todo, foram R$ 3,2 milhões em diversos procedimentos pelos 21 municípios consorciados, projetando ampliação da atuação já para esse ano de 2024.

Esse valor foi aplicado em serviços como atendimentos, consultas especializadas, exames laboratoriais, cirurgias, entre outros. O consórcio destacou, com números, a importância desse investimento. Confira:

  • 6 mil atendimentos (consultas especializadas);
  • 26 mil exames de diagnóstico de laboratório;
  • 414 cirurgias de cataratas realizadas
  • 2 mil raios-x
  • 4 mil ultrassonografias
  • 400 endoscopias
  • 470 mamografias

Além de todos os procedimentos realizados pelos municípios consorciados, o CIS/Seridó reafirmou sua transparência com os cidadãos dos municípios consorciados quando, ao fim do exercício de 2023, devolveu mais de R$ 150 mil aos cofres dos municípios referentes a atendimentos/procedimentos que não foram finalizados. “A gente faz esse controle e consegue devolver o dinheiro ao município que não teve determinado atendimento realizado. É a forma transparente que lidamos com os recursos empenhados nessa coletividade, garantindo que a finalidade para a qual o dinheiro público está sendo aplicado seja garantida”, afirma Gilson Dantas, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Seridó.

Diante dos números, a avaliação é positiva. Para 2024, o órgão deseja ampliar essa atividade e mira a participação ativa em modernizações que serão possíveis em um futuro próximo como, por exemplo, a telemedicina. “A avaliação é positiva. Queremos ampliar serviços para 2024, reforçando a responsabilidade que temos com os municípios participantes, lembrando sempre da finalidade principal, que é oferecer um serviço de saúde de qualidade aos munícipes das cidades que integram o CIS/Seridó”, avalia Gilson Dantas, que também é prefeito de Carnaúba dos Dantas.

1ª Etapa do Programa de Glaucoma será neste sábado, 24 de fevereiro

Postado em 20 de fevereiro de 2024

Será neste sábado, 24 de fevereiro, a 1ª Etapa do Programa de Glaucoma para pacientes já cadastrados, esta iniciativa visa promover a saúde ocular e oferecer exames de rastreamento para o glaucoma, uma condição oftalmológica séria. NÃO PERCA!!! Anota aí na sua agenda!!

📍Local: Policlínica, Rua Cândido Mendes, em frente à escola IVP.

🚨Para pacientes já cadastrados⚠️

📆Data: Sábado, 24/02/2024

🕒 Horário: Das 7h30 às 15h00

Contamos com a presença de todos para tornar esta etapa do Programa de Glaucoma um sucesso e promover o bem-estar visual de nossa comunidade.

Secretaria Municipal de Saúde de Currais Novos
📍Rua: Abílio Chacon – N° 346 | Bairro: JK
☎️Fone: (84) 3405-2731

Alckmin diz que posição do presidente Lula é pela paz na Palestina

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira (19) que a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é pela paz na Palestina. “O que ele defende é a paz. O que ele quer é a paz, que haja aí um cessar-fogo no sentido da busca pela paz”, enfatizou após participar de encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Alckmin comentou as declarações de Lula, que lembrou as mortes dos judeus na Segunda Guerra Mundial ao comentar sobre às mortes de palestinos, sobretudo mulheres e crianças, vítimas de ataques israelenses na Faixa de Gaza. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente no último fim de semana.

O vice-presidente enfatizou ainda que, por diversas vezes, Lula condenou os ataques do Hamas contra a população civil de Israel em outubro do ano passado.

“Em relação à colocação do presidente Lula, eu acho que é clara a sua posição. De um lado, deixou claro que a ação do Hamas foi uma ação terrorista, isso eu ouvi dele em vários pronunciamentos.”

Viagem à África
Em entrevista coletiva durante viagem oficial à Etiópia, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

“Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse Lula.

Reação
Israel reagiu duramente às declarações de Lula. No domingo (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a fala do presidente brasileiro equivale a “cruzar uma linha vermelha”.

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender.”

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pelas redes sociais, declarou Lula persona non grata em seu país.

“Nós não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que se desculpe e se retrate por suas palavras.”

EBC

Ataque de Lula a Israel provoca reações de base à oposição e amplia insatisfações de aliados

Postado em 20 de fevereiro de 2024

A comparação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza e a perseguição da Alemanha nazista contra os judeus durante o Holocausto gerou críticas abertas por parte de membros de partidos aliados, dando novos sinais de fissuras entre o governo e siglas da base. A declaração, dada no último domingo, se juntou a outros recentes do chefe do Executivo que foram mal recebidos, especialmente sobre política externa, na lista de insatisfação que engloba ainda a bancada evangélica, que repudiou a fala.
Em entrevista na Etiópia, Lula afirmou que situação semelhante à enfrentada pelos palestinos só ocorreu “quando (Adolf) Hitler resolveu matar os judeus”. A fala desencadeou uma crise diplomática com Israel. Ao GLOBO, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que ficou “chocado” com o discurso. A legenda ocupa a Vice-Presidência, com Geraldo Alckmin, e dois ministérios.

— É uma comparação que não faz sentido nenhum. Acho lamentável, primeiro, porque genocídio não é. Há problemas provocados por grupos terroristas que usam escudos humanos, em hospitais, e usando crianças. O Hamas provocou isso, porque foi lá em Israel fazer a matança — disse Siqueira, acrescentando que a decisão de se desculpar ou não cabe ao presidente e que não quer dar “sugestão” a ele.

Não é a primeira vez que Siqueira critica o posicionamento de Lula. Em maio do ano passado, ao receber o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Lula disse que era preciso que o país vizinho mostrasse “a sua narrativa” contra as críticas recebidas. À época, o presidente do PSB rechaçou a declaração e afirmou que “na democracia existem regras, e todo o mundo sabe que na Venezuela regras democráticas não existem”.

Também do PSB, a deputada Tabata Amaral, pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, criticou Lula e chamou o posicionamento de “irresponsável”:

— Comparando a guerra atual ao Holocausto, no qual 6 milhões de judeus foram sistematicamente assassinados pelo regime nazista, é errado e irresponsável. Precisamos sim de um cessar-fogo urgente na Palestina e da liberação dos reféns israelenses. O número de vítimas é inaceitável.

Diretor de Gestão da Agência Brasileira de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) e um dos principais coordenadores do governo de transição, Floriano Pesaro também se manifestou, por meio das redes sociais, o desconforto com o uso do Holocausto na fala de Lula, mas ressaltou que o presidente da República está acompanhado para a “busca da paz”.

Além das declarações sobre Israel e Venezuela, o posicionamento de Lula em relação à Rússia também gerou reações. Apoiador do petista no segundo turno em 2022, o ex-deputado Roberto Freire (Cidadania) criticou na semana passada a postura do presidente em relação ao governo russo. No dia da morte de Alexei Navalny, opositor do presidente Vladimir Putin, Freire afirmou que a posição brasileira é “vergonhosa e inexplicável”. Na ocasião, o presidente ainda não havia comentado o caso, o que fez dois dias depois ao criticar a “pressa” para se “acusar alguém”.

Reações no Congresso
A declaração de Lula gerou ainda reações no Congresso Nacional. Oposicionistas apresentaram um pedido de impeachment, que ganhou fôlego também entre membros de partidos que ocupam ministérios na Esplanada. Vinte deputados da União Brasil, PP, Republicanos e PSD assinaram a peça até a noite de ontem. Apesar de serem siglas que têm espaço no governo, com oito ministérios, esses parlamentares se alinham à oposição na hora de votar. Até ontem à tarde, 91 deputados assinaram o pedido.

A lista de assinaturas gerou troca de farpas entre a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que iniciou um movimento por apoios, e a presidente do PT, a também deputada Gleisi Hoffmann (PR). “Golpistas querendo impeachment só pode ser piada”, escreveu o petista em sua conta no X (ex-Twitter). Zambelli, por sua vez, usou as redes para criticar “a democracia relativa de Lula”.

Para o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), o pedido não avançará por ser “desqualificado”:

— Tenho certeza que não. (Ninguém) acredita que esse pedido de impeachment vai obrigação de tão desqualificado que ele é — disse, durante o programa Roda Viva, afirmando que o caso não vai atrapalhar na relação com o Congresso. — Tenho certeza absoluta de que vamos repetir nesse ano de 2024 o bom sucesso entre o governo e o Congresso que tivemos em 2023.

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) apresentou uma moção de repúdio ao presidente. A oposição absorveu o coro. O deputado Marcel van Hatten (Novo-RS) afirmou que o partido entrará com notícia-crime junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). “Onde vamos parar? Que vergonha! O Brasil não merece ser motivo de chacota e indignação internacional”.

Crítica de evangélicos
Para além da política externa, outros temas e ações do governo geraram atritos com partidos que formaram a frente ampla em torno de Lula nas eleições de 2022. O apoio dado, por exemplo, ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aliado histórico, causa mal-estar entre congressistas ligados ao agronegócio.

— As instituições estão funcionando tranquilamente. Agora, acho que o Congresso tem que fazer o papel de reparar os exageros que o Executivo comete. Acho que temos que respeitar as diretrizes, mas cabe ao Congresso temperar — diz o presidente da União, Luciano Bivar, sobre as discordâncias e os tensionamentos recentes.

Apesar de tentar uma aproximação com a bancada evangélica, desde o fim do ano passado, Lula vem sendo criticado pelo grupo, formado também por partidos de base. Ontem, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso emitiu uma nota de repúdio, em que afirma que “verbalizações desequilibradas, além de não representarem o pensamento da maioria dos brasileiros, comprometem a política internacional de forma desnecessária”.

“Comparar os ataques de Israel ao Hamas com o nazismo que vitimou 6 milhões de judeus ‘indefesos’ provoca um conflito ideológico negativo”, escreveu.

O GLOBO

Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar depoimento à PF

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar seu depoimento à Polícia Federal (PF) no caso que apura uma suposta organização criminosa para elaborar um golpe de Estado.
Segundo Moraes, o investigado não tem razão ao afirmar que não lhe foi garantido o acesso integral a todas as diligências e provas juntadas aos autos, “bem como, não lhe compete escolher a data e horário de seu interrogatório”.

Bolsonaro foi intimado a comparecer à PF na próxima quinta-feira (22) para prestar esclarecimentos sobre a suposta trama golpista. Mais cedo, os advogados do ex-presidente pediram o adiamento do depoimento, afirmando que ele “opta, por enquanto, pelo uso do silêncio”. Segundo a defesa, o ex-presidente somente deverá prestar depoimento quando tiver acesso integral às provas no processo.

Em sua decisão, Moraes diz que não há qualquer impedimento para a manutenção da data agendada para o interrogatório, uma vez que os advogados do investigado tiveram integral acesso aos autos.

O ministro também afirma que, embora a Constituição Federal consagra o direito ao silêncio e o privilégio contra a autoincriminação, não é permitido ao investigado ou réu se recusar a participar de atos procedimentais ou processuais futuros, que poderão ser estabelecidos legalmente dentro do devido processo legal.

“Dessa maneira, será o investigado quem escolherá o ‘direito de falar no momento adequado’ ou o ‘direito ao silêncio parcial ou total; mas não é o investigado que decidirá prévia e genericamente pela possibilidade ou não da realização de atos procedimentais ou processuais, durante a investigação criminal ou a instrução processual penal”, aponta Moraes.

Bolsonaro é um dos alvos na Operação Tempus Veritatis, deflagrada há quase duas semanas pela PF. Ele teve o passaporte apreendido e foi proibido de se comunicar com os demais investigados.

Segundo a PF, o grupo investigado é suspeito de tentar “viabilizar e legitimar uma intervenção militar” no Brasil.

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Com Milei, Argentina consegue em janeiro 1º superávit fiscal mensal em mais de uma década

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O governo argentino anunciou, na noite de sexta-feira, 16, que obteve em janeiro um superávit fiscal mensal pela primeira vez em quase 12 anos, em meio a fortes medidas de corte de gastos impulsionadas pelo presidente ultraliberal Javier Milei.

O primeiro mês completo de governo do novo presidente, que assumiu em dezembro, terminou com um balanço positivo para as finanças do setor público argentino: o superávit foi de cerca de 589 milhões de dólares (R$ 2,93 bilhões) no câmbio oficial, produto de maiores receitas do que despesas. A cifra também contempla o pagamento de juros da dívida pública.

É o “primeiro superávit financeiro [mensal] desde agosto de 2012 e o primeiro superávit financeiro em um mês de janeiro desde 2011”, indicou o Ministério da Economia.

O “déficit zero não se negocia”, publicou na rede social X o ministro da Economia, Luis Caputo, em uma mensagem na qual cita Milei, cujo governo se comprometeu com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a alcançar o equilíbrio das finanças públicas este ano.

“Vaaaamooos Toto!”, respondeu Milei pela mesma rede social em referência a Caputo, para em seguida acrescentar seu lema de campanha, que também se transformou em slogan de seu governo: “Viva a liberdade, caralho!”

Argentina e FMI: uma relação de US$ 44 bi
A Argentina mantém um acordo de empréstimo de 44 bilhões de dólares (R$ 218,9 bilhões, na cotação atual) com o FMI e, nesse contexto, o déficit fiscal zero é a principal meta da gestão de Milei, economista que propõe uma forte redução do gasto público e dos passivos do Estado para estabelecer a dolarização da economia.

Após a desvalorização de 50% do peso argentino, a liberalização dos preços e fortes aumentos de tarifas, a inflação de janeiro na Argentina alcançou 20,6% e o índice acumulado nos últimos 12 meses foi de 254,2%. Em 2023, último ano de governo de Alberto Fernández, a inflação fechou em 211%.

Além disso, a pobreza alcança 45% da população, segundo dados oficiais.

Milei prevê uma recuperação da economia em cerca de três meses.

“Será como uma espécie de ‘V’, um primeiro momento de queda, com o período mais difícil em torno de março e abril, que é quando chegará ao fundo e, a partir daí, começará a se recuperar. E quando se abrir o ‘cepo’ [restrições ao acesso a dólares que se mantém desde 2019], a economia vai disparar”, estimou.

Popularidade
O bom resultado será comemorado entre técnicos, mas Milei seguirá se equilibrando na corda bamba da popularidade nos próximos meses. Como mostrou EXAME, a eleição de Milei gerou um efeito extraordinário na Argentina.

No ano passado, só 19% dos argentinos acreditava que o país estava indo em uma boa direção. Após sua posse, em dezembro, esse percentual aumentou para 66%, segundo dados da Ipsos, instituto de pesquisas que atua em diversos países.

“A Argentina passou de país com satisfação mais baixa entre seis pesquisados na região, para o posto com satisfação mais alta”, disse à EXAME Jean-Christophe Salles, CEO da Ipsos para a América Latina, em entrevista em São Paulo.

No entanto, é comum que a animação trazida por um novo governo vire frustração ao longo do tempo, conforme os meses passam e a nova administração falha ao entregar o que prometeu.

“A grande pergunta é o que vai acontecer amanhã. E todo mundo espera muito. Quando há mais expectativa, há mais risco de decepção. Se as coisas melhorarem de forma realmente rápida, tudo ok. Mas haverá um período de tempo que as pessoas estarão dispostas a aguentar e depois tem que haver mudanças e melhorias”, disse Salles”

“Milei disse que haverá melhoras com a inflação em três ou seis meses. Então creio que o grande desafio está em que os preços parem de subir”, prossegue.

Em janeiro, o país registrou uma inflação de 20,6% — e incríveis 254% na comparação de um ano para o outro. Especialistas ouvidos pelo site Infobae apontam que a inflação em 2024 deve avançar 296,9%.

EXAME

Verme cabeça de martelo chega ao Brasil e preocupa biólogos: imortal

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O biólogo Henrique Abrahão reforçou o alerta em relação à presença do verme de martelo em terras brasileiras. Esse animal é originário do sudeste da Ásia, mas está se espalhando pelo mundo, chegando ao Brasil. É uma ameaça considerável, em razão do seu poder destrutivo.
Trata-se de um verme chato, uma espécie de planária que devora outros vermes, se alimenta de semelhantes e até de si próprio.

Verme cabeça de martelo: imortal
O curioso é que, para matar esse animal, não basta ações como cortá-lo ao meio, por exemplo. Isso nem mesmo é recomendável, porque ela se regenera. Quer dizer que, ao cortar um verme cabeça chata ao meio, estaremos gerando dois deles.

Esse animal é portador de uma toxina que pode matar. Não diretamente, mas, por exemplo, em caso de manuseio, levando a mão à boca em seguida. Além disso, sua presa favorita é a minhoca, importante na saúde da terra.

NDMAIS

Prefeito suspeito de tentar matar ex com 15 tiros é solto pela Justiça e recebido com festa

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O juiz Wander Soares Fonseca, do Tribunal de Justiça de Goiás, revogou a prisão preventiva do prefeito de Iporá (GO), Naçoitan Araújo Leite, suspeito de invadir a casa de sua ex-esposa e atirar 15 vezes. O crime aconteceu em novembro passado. O prefeito, atualmente sem partido, já voltou ao cargo na prefeitura e foi recebido com festa na cidade na noite em que foi liberado, na última sexta-feira.

Naçoitan vai usar tornozeleira eletrônica e deverá se apresentar à Justiça com frequência. Ele está proibido de se aproximar ou manter contato com a ex-mulher e familiares. Antes de voltar ao cargo, o município do oeste de Goiás estava sob a batuta da vice-prefeita Maysa Cunha (PP).

“Eu estou com o estômago todo revirado! Vida de mulher não vale nada nesse país e menos ainda em Goiás”, disse a vereadora de Goiânia Aava Santiago (PSDB-GO), sobre a soltura e a festa de recepção ao prefeito. “Atirou quinze vezes contra a ex-mulher e foi recebido com louvores, fogos e festa pelo povo dele – que diz defender a vida e a família”, complementou.

Na época, câmeras de segurança flagraram o prefeito derrubando o portão da casa da ex com sua caminhonete. Segundo a mulher, que não teve o nome revelado por proteção, o prefeito teria “descarregado um pente de arma” na porta do seu quarto. Ela diz ter “certeza” que ele foi ao local com o objetivo de matá-la por não aceitar o término do relacionamento, o que aconteceu há cerca de dois meses.

Foram identificados pelo menos 15 tiros de pistola 9mm. A mulher e o namorado dela, que também estava no local, conseguiram se esconder e não se feriram. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de feminicídio, e também tentativa de homicídio, contra o homem. Após ao caso, Naçoitan fugiu, se apresentando à polícia dias depois.

Denúncias contra o prefeito
Além da atual acusação contra a ex, o político já coleciona outras denúncias criminais na esfera política. Em abril do ano passado, ele foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás pela prática de incitação ao crime depois de propor, por WhatsApp, atentados conta militantes e simpatizantes do PT. Em 2022, após as eleições, ele publicou um vídeo dizendo que era necessário “eliminar Alexandre de Moraes e Lula”, o que resultou na sua suspensão pelo União Brasil.

A denúncia do MP se refere às mensagens enviadas por Naçoitan em março de 2022 nos grupos do Sindicato Rural de Iporá, do qual ele é um dos líderes. Por áudio, ele reclamou que o grupo havia aceitado a contribuição de um petista para ajuda na obra da fachada do sindicato.

O prefeito xingou o doador e, segundo o MP, incitou a prática de crimes contra simpatizantes ou filiados do PT. Na mensagem, ele afirmou “PT com nós (sic) aqui agora é na botina, e se for preciso na bala, entendeu?”.

Outra polêmica aconteceu em 2021, quando o vereador de Iporá, Moisés Victor Magalhães, denunciou que teria sido agredido pelo prefeito ao filmá-lo num churrasco. Nas redes sociais, o parlamentar divulgou fotos de ferimentos nos braços, nas costas e na cabeça. O caso foi parar na polícia.

Na época, o prefeito alegou que o vereador foi indagado sobre o motivo da filmagem pelos presentes e, como reação, teria atirado uma pedra no grupo. Naçoitan negou qualquer agressão e disse que se escondeu para fugir da confusão.

Folha PE

EUA propõem resolução para cessar fogo em Gaza

Postado em 20 de fevereiro de 2024

Os Estados Unidos propuseram um cessar-fogo ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para “ressaltar o apoio do Órgão a uma trégua temporária em Gaza o mais rápido possível” .

O texto também determinou que uma grande expedição terrestre israelense em Rafah “resultaria em mais danos aos civis e no seu maior deslocamento, incluindo situações para países vizinhos” . A cidade faz fronteira com o Egito e foi considerada por Israel a área mais segura da Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou em 9 de fevereiro que planejou um plano de ataque em Rafah, ao sul do enclave. Ofensivas aéreas foram transportadas em 11 de fevereiro.

Joe Biden, presidente dos EUA, pediu ao primeiro-ministro que não prossiga com ações militares na cidade sem que haja um “plano realista e detalhado para garantir a segurança e o apoio aos civis” no local.

A resolução norte-americana obtida pela Reuters diz que tal medida “teria sérias implicações para a paz e segurança regional e, portanto, sublinha que uma intervenção terrestre é tão importante não deveria ter obrigações nas situações atuais” .

O texto não é claro quando o documento será apresentado para votação com os 15 membros do Conselho de Segurança.

Os Estados Unidos, tradicionalmente aliados a Israel, já vetaram duas propostas de cessar-fogo na ONU e se absteve de votar em outras duas graças.

Poder 360

‘Me sinto decapitado’: por que cada vez mais homens têm o pênis amputado no Brasil?

Postado em 20 de fevereiro de 2024

Uma verruga no pênis fez João*, de 63 anos, procurar ajuda médica pela primeira vez, em 2018.

“Comecei a ir em clínicas médicas conveniadas para saber o que era aquilo, mas todos os médicos me falavam que era por conta de excesso de pele e me receitavam medicamentos”, diz.

Apesar de se medicar, o aposentado notava que a verruga continuava a crescer.

Ele voltou a procurar especialistas, que passavam mais medicamentos e pediam novas biópsias – em que amostras do tecido de um órgão são retirados para análise.

“Era incrível, os exames não davam nada de grave, e os médicos voltavam a me receitar mais medicamentos. Nada resolvia.”

Ele só descobriu o que tinha em 2023, quando foi atendido em um hospital público de São Paulo e encaminhado para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), onde fez uma nova biópsia.

O resultado: câncer de pênis.

“Para todos em casa, foi uma surpresa muito desagradável, ainda mais porque tive que amputar parte do pênis. Eu me sinto decapitado”, diz João.

“É um tipo de câncer que você não pode falar para as pessoas, porque pode virar gozação.”

Dez amputações por semana

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em estatísticas do Ministério da Saúde, mostra que o número de casos assim têm crescido no Brasil.

Entre 2013 e 2022, cerca de19,9 mil homens tiveram o diagnóstico de câncer de pênis, sendo que, desse total, 5,6 mil tiveram que ter o órgão amputado pela gravidade da doença. Uma média de pouco mais de dez amputações por semana.

Segundo a SBU, quase todos os casos de amputações de pênis que são registrados no país são por conta de câncer, sendo raro casos de amputações por outras causas, como acidentes.

Desde 2008, o número de amputações de pênis por câncer tem crescido no Brasil.

Foram 411 naquele ano, e houve 573 de janeiro a novembro do ano passado, quase 40% a mais.

“Infelizmente, por vergonha ou falta de acesso aos serviços de saúde, é muito comum o homem recorrer a tratamentos indicados por conhecidos ou aquelas ‘pomadinhas’ do balconista da farmácia”, afirma Diogo Abreu, médico da seção de Urologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

“Isso atrasa o diagnóstico precoce e prejudica o resultado do tratamento.”

A demora no diagnóstico aumenta as chances de ser necessário amputar o pênis, porque o passar do tempo sem o tratamento adequado aumenta a gravidade do quadro.

Isso também eleva as chances de morte pela doença – que é, em média, de 0,29 casos para cada 100.000 habitantes

No mundo, o Brasil é o terceiro país onde mais homens morrem de câncer de pênis.

Para se ter uma ideia, o levantamento global de mortes pela doença mais recente da SBU, feito em 2020, mostra o Brasil (539 mortes) atrás apenas de Índia (4.760 mortes) e China (1.565 mortes).

“A enorme deficiência em educação de qualidade no Brasil cria uma grande dificuldade de acesso à informação, incluindo sobre hábitos de higiene fundamentais para evitar a doença”, disse Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Questionado sobre a alta incidência de câncer de pênis, em relação a outros países do mundo, o Ministério da Saúde disse que trabalha com campanhas de conscientização sobre a doença.

A pasta também afirmou que a atual gestão retomou investimentos em políticas de saúde e de cuidado aos pacientes com câncer por meio do Plano de Expansão da Radioterapia.

“Na primeira etapa, foram previstas 92 soluções de radioterapia – que compreendem além da obra, os aceleradores lineares – com um investimento de R$ 575 milhões”, disse o ministério.

“A segunda etapa, prevista no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conta com um investimento total de R$ 605 milhões, sendo R$ 205 milhões para conclusão de obras da primeira fase e R$ 400 milhões para a viabilização de 40 novas soluções de radioterapia.”

A pasta ressaltou ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente tratamento integral aos pacientes com câncer (leia mais abaixo).

Como se prevenir

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil ressaltam que diferente, de outros tipos de câncer, o de pênis é um dos que mais podem ser prevenidos.

Isso porque a doença tem relação direta com a pobreza e com a ausência de boas condições socioeconômicas.

“Enquanto se trata de doença rara em países ricos e desenvolvidos, o câncer de pênis apresenta uma incidência (casos novos) alta em países pobres”, diz Abreu, do Inca.

No Brasil, estudos mostram que as regiões Norte e Nordeste, onde os índices de pobreza são mais altos, concentram a maior incidência da doença, enquanto o Sul, mais rico, tem índices quase semelhantes aos de países desenvolvidos, com poucos casos.

“Infelizmente, o Brasil ainda é um país com uma enorme deficiência em educação de qualidade, e isso cria uma grande dificuldade de acesso à informação, incluindo os hábitos de higiene”, apontou Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU.

“A higiene correta ajuda a evitar o câncer de pênis, e o diagnóstico precoce da doença, que é essencial para o tratamento sem a necessidade de procedimentos mais radicais, como a amputação”, completou.

Como exemplo, Marcus Vinicius Baptista Queiroz, professor de Urologia na Universidade Federal do Pará (UFPA) cita uma pesquisa feita por quatro universidades e centros de pesquisa do Brasil, publicada em 2018.

O estudo apontou o Maranhão – Estado mais pobre do Brasil – como lugar que concentra a maior quantidade proporcional de tumores de pênis no mundo: cerca 6,1 casos a cada 100 mil habitantes.

“Por isso a importância do homem ter acesso à orientação e à correção de fatores que podem levar a doença, como a fimose não tratada”, diz Queiroz.

A fimose caracteriza-se pelo excesso de pele que recobre o pênis fazendo com que a cabeça, também conhecida como glande, não seja exposta.

É uma condição mais comum quando ainda se é bebê, mas pode se desenvolver também na fase adulta, provocada por um quadro de infecção ou traumatismo no local.

Em regra, homens que possuem fimose apresentam maior dificuldade de realizar a higiene do pênis por conta do prepúcio – excesso de pele.

Essa dificuldade de limpeza do pênis, visto que o órgão fica mais úmido e quente, favorece o surgimento de fungos que a longo prazo aumentam as chances de surgimento de câncer de pênis.

Sinais de atenção e tratamento
No Brasil, o câncer de pênis acomete principalmente, homens acima dos 50 anos.

“Qualquer ferimento no pênis que não cicatriza precisa ser avaliado por profissional de saúde e, de preferência, urologista”, recomenda Diogo Abreu.

Entre os sinais de alerta, o médico do Inca cita:

Alterações na cor do pênis;
Espessamento da pele;
Nódulos ou úlceras que não cicatrizam;
Feridas com mau odor ou secreções.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que algumas atitudes simples podem ajudar na prevenção da doença.

A lavagem diária do pênis, com água e sabonete expondo a glande completamente, no caso de homens não circuncisados e, sempre, após o contato sexual ajudam a diminuir as chances de ter a doença, diz Abreu.

“Além disso, é importante parar de fumar, utilizar sempre o preservativo em qualquer tipo de contato sexual para prevenir o HPV e as outras infecções sexualmente transmissíveis”, ressalta o médico.

Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU, também destaca a importância da vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos) como uma importante ferramenta de prevenção da doença.

“Atualmente, temos dois tipos de vacinas contra o HPV: a quadrilavente (HPV4), que é a disponibilizada pelo SUS e que cobre a maior parte dos tipos oncogênicos, os que predispõem ao câncer, e a nonavalente (HPV9), que dá cobertura para mais subtipos, já disponível na rede privada”.

“Ambas são compostas por partículas do vírus preparadas pela técnica de DNA recombinante, que cria uma das proteínas que compõem o capsídeo do HPV. Essas partículas são capazes de induzir a formação de anticorpos neutralizantes em títulos altos, que são suficientes para proteger quem recebe a vacina”, explicou Cordeiro.

Uma vez diagnosticado o câncer de pênis, o tratamento consiste na remoção da lesão ou a retirada total do órgão, assim como a remoção de gânglios (linfonodos) da pelve, virilha ou de dentro do abdômen, de acordo com o Ministério da Saúde.

Também podem ser recomendadas radioterapia e quimioterapia para reduzir o tumor ou em casos que não são considerados cirúrgicos.

Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis tem alta taxa de cura, ressaltou a pasta.

“Em fases iniciais, conseguimos tratar com a remoção somente da pele, evitando uma retirada do pênis”, afirma Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia.

No entanto, segundo o Ministério da Saúde, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões para buscar ajuda médica, o que pode provocar complicações da doença, permitindo que ela se espalhe para outras partes do corpo.

As principais dúvidas sobre câncer de pênis

O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem homens.

A pedido da BBC News Brasil, a médica urologista e diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia, Karin Anzolch, esclareceu as principais dúvidas de homens em relação as formas de prevenção do câncer de pênis.

Quantas vezes lavar o pênis por dia e qual o jeito certo?

Depende um pouco do local, se é quente ou frio, úmido ou seco, da idade, do tipo de atividade física, se é alguém que sua muito ou urina muitas vezes, se tem prepúcio ou não, se usa roupas pouco ventiladas e até se já teve infecções locais no passado.

Mas, geralmente, deve ser feita pelo menos uma vez ao dia uma lavagem completa com água e sabonete, puxando a pele do prepúcio para trás e removendo os resíduos de esmegma, que é uma secreção espessa e esbranquiçada produzida pelo pênis.

A água não deve ser muito quente e devem-se evitar substâncias abrasivas e sabonetes contra germes. Prefira sempre os neutros, como glicerina.

Além disso, os meninos devem ser ensinados desde cedo a fazer a limpeza forma correta para incorporar isso em seus hábitos.

Por que é importante deixar a área do pênis seca após o banho?

A umidade, associada ao calor do corpo ou do ambiente, aumenta a chance da proliferação de fungos e bactérias.

Após urinar, basta balançar o pênis?

Ao apenas sacudir ou espremer o pênis, gotas de urina acabam ficando, sobretudo nos homens que têm prepúcio, o que gera mau odor e aumenta o risco de contaminações, irritações e infecções.

O ideal é, após urinar, lavar ou secar com papel higiênico.

Na hora do sexo, o que fazer em relação à limpeza do pênis?

Além de usar preservativo, é importante realizar uma higiene adequada, removendo as secreções e eventuais resíduos de produtos químicos.

Sangue na urina é um indicativo de câncer de pênis?

A menos que o tumor esteja avançado, já invadindo uretra ou aparelho urinário, não é sintoma comum.

Mas isso sempre deve ser investigado, porque pode sinalizar outras doenças graves, como câncer de bexiga e rins.

O que mais pode causar câncer de pênis?

O câncer de pênis também está relacionado com o hábito do fumo, com a infecção pelo HIV e à presença de fimose, que dificulta a higiene e a remoção do esmegma, o que facilita a infecção por fungos e bactérias.

Entretanto, uma das principais causas também é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

Dados do Cancer Research UK demonstram que cerca de 60% dos casos desse tipo de câncer estão relacionados à infecção por HPV.

*O nome do entrevistado foi alterado para proteger sua identidade.

bbc

Pedido de impeachment de Lula ultrapassa 100 assinaturas na Câmara

Postado em 20 de fevereiro de 2024

O discurso de Lula comparando a atuação de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto provocado por Hitler fez com que a Câmara dos Deputados reunisse mais de uma centena de assinaturas pedindo o impeachment de Lula, um recorde na atual legislatura.
Até o momento, 108 parlamentares, incluindo de partidos da base o presidente, assinaram o pedido de afastamento que deverá ser protocolado nesta terça-feira (20/2) por Carla Zambelli (PL-SP) [veja, abaixo, os signatários]. A justificativa é que Lula expôs o Brasil ao perigo de guerra, o que seria passível de crime de responsabilidade. O grupo extremista Hamas agradeceu a Lula pela declaração.

Em termos de comparação, em 2021 a oposição a Bolsonaro anunciou um “superpedido de impeachment” do então presidente, por conta da atuação do governo durante a pandemia, com 41 assinaturas.

No total, a Câmara possui 513 cadeiras.

Questões diplomáticas já haviam motivado, em junho de 2023, um outro pedido de impeachment de Lula. Na ocasião, deputados solicitaram o afastamento após o presidente convidar Nicolás Maduro para agenda no Brasil e dizer que a Venezuela é alvo de “narrativas” construídas por opositores.

Veja, abaixo, a lista de signatários do pedido de impeachment de Lula com base na recente declaração sobre Israel.

Lista de signatários: [atualizada]

  1. Carla Zambelli
  2. Julia Zanatta
  3. Delegado Caveira
  4. Mario Frias
  5. Meira
  6. Maurício Marcon
  7. Paulo Bilynskyj
  8. Sgt Fahur
  9. Delegado Fabio Costa
  10. Carlos Jordy
  11. Gustavo Gayer
  12. Sgt Gonçalves
  13. Kim Kataguiri
  14. Bia Kicis
  15. General Girão
  16. Luiz Philippe
  17. Nikolas Ferreira
  18. Alfredo Gaspar
  19. Rosangela Moro
  20. Gilvan da Federal
  21. Carol de Toni
  22. Amália Barros
  23. Domingos Sávio
  24. Ramagem
  25. Nicoletti
  26. Messias Donato
  27. André Fernandes
  28. Marcelo Álvaro Antônio
  29. Eros Biondini
  30. Junio Amaral
  31. Coronel Telhada
  32. Marcel Van Hattem
  33. José Medeiros
  34. Zucco
  35. Daniel Freitas
  36. Zé Trovão
  37. Daniela Reinehr
  38. Capitão Alden
  39. Filipe Martins
  40. Bibo Nunes
  41. Adriana Ventura
  42. Gilberto Silva
  43. Cel Chrisóstomo
  44. Sanderson
  45. Giovani Cherini
  46. Filipe Barros
  47. Cristiane Lopes
  48. Capitão Augusto
  49. Gilson Marques
  50. Coronel Fernanda
  51. Eduardo Bolsonaro
  52. Any Ortiz
  53. Marco Feliciano
  54. Adilson Barroso
  55. Chris Tonietto
  56. Silvio Antonio
  57. Ricardo Salles
  58. Silvia Waiãpi
  59. Abilio
  60. Marcio Alvino
  61. Jefferson Campos
  62. Rodrigo Valadares
  63. Marcelo Moraes
  64. Delegado Éder Mauro
  65. Rodolfo Nogueira
  66. Dr. Frederico
  67. Clarissa Tercio
  68. Evair Vieira de Melo
  69. Eli Borges
  70. Coronel Assis
  71. Luiz Lima
  72. Coronel Ulysses
  73. Dr. Jaziel⁠
  74. Capitão Alberto Neto
  75. Mariana Carvalho
  76. Roberto Duarte
  77. Marcos Pollon
  78. Magda Mofatto
  79. Dayany Bittencourt
  80. Maurício Souza
  81. Fernando Rodolfo
  82. Roberta Roma
  83. Alberto Fraga
  84. Reinhold Stephanes Jr
  85. Lincoln Portela
  86. Miguel Lombardi
  87. ⁠Dr. Zacharias Calil
  88. Professor Alcides
  89. Rosana Valle
  90. Helio Lopes
  91. Pedro Lupion
  92. Pastor Eurico
  93. Delegado Palumbo
  94. Zé Vitor
  95. Lucas Redecker
  96. Dr. Fernando Maximo
  97. Thiago Flores
  98. Dr. Luiz Ovando
  99. Roberto Monteiro
  100. General Pazuello
  101. Luciano Galego
  102. Afonso Hamm
  103. Osmar Terra
  104. Covatti Filho
  105. Pedro Westphalen
  106. Geovania de Sá
  107. Covatti Filho
  108. André Ferreira

Metropoles