Busca por aprovação de Plano Nacional da Juventude é tema de debate na ALRN

Postado em 5 de junho de 2025

emos participação social efetiva, com o fortalecimento dos conselhos. Também não podemos aceitar que a juventude potiguar seja marcada por estatística de desemprego, violência e falta de oportunidades. Portanto, o nosso chamado hoje é pelo compromisso desta Casa, dos gestores públicos e de toda a sociedade potiguar, com a implementação dos planos nacional e estadual de Juventude. É isso. Muito obrigada!”, concluiu.

Dando continuidade aos pronunciamentos, a presidenta da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Natal (UMES Natal), Lilian Mirelly, lembrou que esteve ontem na “Caravana Nacional de Juventude” e ressaltou que “foi uma oportunidade muito boa para a gente poder ver de perto quais políticas públicas estão sendo aplicadas e porque o Plano Nacional de Juventude precisa virar lei”. 

Ela afirmou também quer “ser jovem aqui no Brasil não é fácil. Todos os dias enfrentamos uma realidade cruel, de pessoas querendo nos tirar dos nossos espaços”. 

“As pessoas dizem que nós só debatemos Educação, mas isso não é verdade. Nós falamos também de Cultura, Lazer e muitos outros aspectos. E é preciso muita rebeldia, motivação e esperança para que a gente consiga viver como jovem no Brasil”, desabafou. 

Ao final do seu discurso, Lilian Mirelly argumentou que “tornar o plano nacional uma lei é garantir que, independente do governo, nós sejamos o centro do debate, daí a importância de ele ser uma Política de Estado”. 

“Falar sobre esse plano é falar de direitos, de acesso e de vida real. Nós precisamos viver com dignidade. É pelo ‘Passe Livre’ que a gente luta diariamente, e, como vocês podem ver, muitos estudantes não puderam estar aqui por causa da greve dos ônibus. Por isso nós precisamos de um transporte público de qualidade, para podermos acessar Cultura, Educação, Esporte etc. Além disso, nós queremos um trabalho digno, com oportunidades reais no primeiro emprego. Finalmente, eu quero convidar todos a participarem do lançamento do ‘Plebiscito Popular’ pelo fim da Escala 6×1, pela redução da jornada de lutas e pela taxação das grandes fortunas. A nossa luta e mobilização é contínua, e eu espero que este espaço aqui seja o início para que o Plano Nacional de Juventude se torne lei e depois vire realidade. Muito obrigada!”, concluiu.

Em seguida, o Procurador-Geral do Estado (PGE-RN), Antenor Roberto Soares de Medeiros, afirmou que “somente em espaços democráticos, progressistas e populares é que há uma ambiência favorável para se transportar as reivindicações das mobilizações e institucionalizá-las em forma de políticas públicas”. 

“Sempre que estamos falando da pauta da juventude, saibam que vocês estão disputando um orçamento público. Então, se nós não tivermos um rearranjo nas receitas públicas, qual espaço vai sobrar para recepcionarmos as reivindicações da nossa juventude, como é o caso do plano nacional?”, refletiu o PGE.

Antenor de Medeiros revelou ainda o que lhe assusta: o fato de que o orçamento brasileiro possui uma fragmentação. 

“O nosso orçamento não está mais a serviço das políticas públicas, e sim, de uma fragmentação que não resulta de construções coletivas. São apenas políticas de imediatismo e de processo de renovação de mandatos. Por tudo isso, um dos grandes desafios enfrentados hoje pela juventude é encontrar o seu espaço nesse orçamento, para que garanta a realização das suas pautas prioritárias”, finalizou o Procurador-Geral do Estado do RN.

O deputado federal Fernando Mineiro iniciou seu discurso parabenizando os organizadores da Caravana Nacional da Juventude. 

“Hoje eu recebi um panfleto da prestação de contas da ‘Secretaria Nacional de Juventude’ e fiquei impressionado com as ações. Por exemplo, a diminuição da violência contra os jovens; e o aumento dos cursos de capacitação e da empregabilidade. Isso tudo é muito positivo, e eu acho que poderia ser mais divulgado”, opinou.

Na sequência, o parlamentar parabenizou “os jovens que estão no governo da professora Fátima”.

“Eles fizeram muita coisa: seminários, eventos e outras atividades, chamando a atenção para a construção das políticas públicas. E tudo isso num tempo em que a Política não é bem-vista e as pessoas são desestimuladas a participar. Daí a importância desta audiência, pois ela é uma demonstração viva de que a luta não para”, destacou. 

Dando seguimento aos pronunciamentos, Zelia Pamplona, subsecretária de Juventude do Governo do Estado, começou dizendo que “se a juventude tivesse os direitos mais básicos, de ir e vir, por exemplo, este Plenário estaria lotado de gente, porque os nossos jovens são extremamente organizados e comprometidos com o presente”. 

“A ideia de que ‘a juventude é o futuro’ leva as pessoas a pensarem que a gente tem que estar sempre aguardando, mas isso está errado. Para a nossa juventude se desenvolver, atingir seus sonhos e conseguir o que quer e precisa, nós precisamos de estabilidade nas políticas públicas. Por isso é importante estarmos mobilizados para aprovar os planos – a nível nacional e estadual – porque nós precisamos de estabilidade. O nosso futuro já chegou. Nós já estamos aqui, já ocupamos os espaços, já estamos produzindo nos interiores. A juventude não pode esperar pelo futuro. Ela é o presente. O futuro é o que a gente ainda vai construir”, enfatizou, agradecendo aos movimentos sociais que estiveram presentes, “apesar de todas as dificuldades”.

Para a vereadora de Natal, Brisa Bracchi, “falar de Política de Juventude não é falar de algo específico, mas é trazer a perspectiva de juventude para todas as dimensões da nossa sociedade”. 

“É dizer que a gente quer Saúde, Educação, Transporte, Lazer, Cultura. A gente quer que tudo isso seja garantido e funcione para a nossa juventude. Por isso que é impossível a gente falar em três minutos. Mas eu queria dedicar o restante do meu tempo para compartilhar algo que é fundamental para nós: entender qual é o papel e o lugar dos jovens na disputa política e na construção da sociedade que a gente deseja e tenta construir”, afirmou. 

Segundo a vereadora, “ser jovem é também ser rebelde, corajoso e ousado”.

“Mas essa dimensão da rebeldia, do que é ser antissistema, está em disputa, inclusive pela Direita e pelo Sistema Neoliberal, que há tantos anos tenta alterar a sociedade e disputar a nossa juventude. E esse neoliberalismo tem tentado falar para os jovens de agora que ‘ser rebelde é ser conservador; é ser dos movimentos mais extremistas: antifeministas, anti-LGBTs etc.’”, criticou. 

Concluindo sua fala, Brisa Bracchi reforçou que “a juventude é, sim, rebelde e ousada. E é antissistêmica, é feminista, é antirracista, anticapitalista”.

“É essa juventude que vai defender o Meio Ambiente, não com as alternativas verdes do capital, mas compreendendo que o próprio Capitalismo é responsável pela sua degradação. Esse é o nosso sentido de juventude e rebeldia. E isso eles não irão roubar de nós, porque a nossa rebeldia é de Esquerda, e ela quer colocar o mundo de cabeça para baixo, tendo certeza de que é possível”, finalizou.  

Encerrando a audiência, a deputada Divaneide Basílio agradeceu a presença de todos em prol da aprovação do Plano Nacional de Juventude.

“Eu me sinto bem representada por esta Mesa, que caminha junta na construção de políticas públicas para a nossa juventude. E nós não abrimos mão dessa pauta”, garantiu.

Divaneide lembrou também que já se passaram dez anos da construção da política estadual, com a criação do “Conselho Estadual de Juventude”.

“E nós conseguimos transformar isso em várias ações. Por isso hoje a gente se alegra de ver esse passo sendo dado e por constatar a grandiosidade das equipes estaduais em prol da juventude. Eu fico muito feliz que as ações não pararam, pelo contrário, elas se ampliaram. Então, ter esse lugar de destaque para a juventude é uma alegria imensa, e vocês podem contar com todos nós, da bancada estadual e federal. Muito obrigada por me deixarem caminhar todos esses anos ao lado de vocês!”, finalizou a parlamentar.

Também estiveram presentes ao debate representantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFRN; Sindsuper/RN (Sindicato dos Empregados em Supermercado e Similares no Estado do Rio Grande do Norte); Coordenadoria Geral da Juventude de São Gonçalo do Amarante; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-RN), dentre outras entidades.