Arquivos do celular de Mauro Cid detalhadom plano do golpe

Em dezembro do ano passado, ninguém sabia ao certo o que o presidente Jair Bolsonaro planejava para o futuro. Derrotado nas urnas, não concedeu mais entrevistas, desapareceu das redes sociais e se isolou no Palácio da Alvorada. Pessoas próximas diziam que ele estava deprimido e inconformado. Só havia uma explicação plausível para a vitória que era tida como certa e não veio: fraude. Uma parte do ambiente do presidente ajudava a alimentar essa suspeita. Descobre-se agora que esse mesmo ambiente foi muito além e arquiteto tambému um plano que precede anular a eleição, afastar os ministros do Supremo Tribunal Federal(STF) que supostamente teriam interferido no resultado e colocado o país sob intervenção militar até que um novo pleito fosse realizado. Em outras palavras, engendrou-se um golpe para manter Bolsonaro no poder. O roteiro da trama foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República.

VEJA teve acesso ao documento, que tem três páginas e é intitulado “Forças Armadas como poder moderador”. O plano se sustenta numa tese controversa segundo a qual os militares poderiam ser convocados para arbitrar um conflito entre os poderes. A derrota de Bolsonaro, de acordo com muitos de seus apoiadores, teria como causa decisões inconstitucionais proferidas durante a campanha eleitoral pelos ministros do Supremo que também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse seria o ingrediente principal, mas não o único, do conflito que justificaria a intervenção militar. “Entende-se que o conjunto dos fatos sentidos seria capaz de demonstrar não só uma atuação abusiva do Judiciário, mas também abuso ouvido pelos maiores conglomerados da mídia brasileira,

O documento, que não é aquela minuta encontrada com o ex-ministro Anderson Torres, ensina o passo a passo do golpe. O presidente da República encaminharia um relato das inconstitucionalidades praticadas pelo Judiciário aos comandantes das Forças Armadas, que avaliariam os argumentos. Se concordassem, nomeariam um interventor investido de poderes absolutos. De início, ele fixaria um prazo para o “restabelecimento da ordem constitucional”. Na sequência, suspenderiam decisões que considerariam inconstitucionais — a diplomação de Lula, por exemplo —, afastariam preventivamente os ministros do STF — Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que na época integravam o TSE —, convocariam os substituídos — Kassio Nunes Marques , André Mendonça e Dias Toffoli —,

O roteiro do golpe faz parte de um relatório de 66 páginas produzido pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal. Os especialistas escrutinaram mensagens de WhatsApp, áudios, backups de segurança e arquivos armazenados pelo auxiliar do ex-presidente em seu aparelho celular. O conjunto do material não deixa dúvida de que nos últimos dias do governo Bolsonaro havia gente graúda empenhada em atentar contra a democracia. Exemplo da minuta encontrada em fevereiro na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, os documentos apreendidos com Mauro Cid também têm como alvos primordiais dos magistrados do STF e do TSE. Para atingir esses alvos, são consideradas diversas possibilidades. No telefone do ex-ajudante de ordens foi encontrado um segundo documento, que avaliava até a hipótese de decretação do estado de sítio,

Algoz do bolsonarismo, Alexandre de Moraes é citado nominalmente como justificativa para a decretação do estado de sítio. “Nestas eleições, o ministro Alexandre de Moraes nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo AIckmin possuem vínculos de longa data, como todos sabem”, diz um trecho do documento. Prestes a julgar o ex-presidente em uma ação judicial que pode declará-lo inelegível, os juízes do tribunal foram classificados como militantes que tomaram decisões contrárias aos interesses de Bolsonaro durante o julgamento, como não dar seguimento à acusação de rádios que haviam suprimido inserções de propaganda do então presidente ou guarda à ofensiva de militares para auditar as urnas eletrônicas. Não se sabe quem é o autor do texto, o que dificulta a identificação dos conspiradores. A análise do conteúdo do celular de Mauro Cid,

O coronel Jean Lawand Junior surge como um dos mais eloquentes apoiadores do golpe. Subchefe do Estado-Maior do Exército, ele trocou uma série de mensagens com Mauro Cid do início de novembro, logo depois das eleições, até o fim de dezembro, às vésperas de Bolsonaro deixar o país em direção aos Estados Unidos. Em uma delas, sugere, sem maiores medidas, que Jair Bolsonaro precisava “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem. “Ele tem que dar a ordem, irmão. Não tem como não ter sofrido”, escreveu. Em outro diálogo, insista: “Convença o 01 a salvar esse país!”. Cid responde com um enigmático “Estamos na luta!”. Em um áudio enviado ao então ajudante de ordens, o coronel insiste. “Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”. Mauro Cid, de novo, não rechaça a sugestão golpista do colega e ainda diz que Bolsonaro não deu a ordem de intervenção militar porque “ele não confia no ACE”. ACE é uma referência ao Alto-Comando do Exército, a cúpula formada por generais e pelo ministro da Defesa.

A pressão para que o ajudante de ordens convença o presidente a “dar a ordem” vai se intensificando com a aproximação do fim do mandato. Em uma outra mensagem, Lawand retransmite a mensagem de um amigo que afirma ter se encontrado com o general Edson Skora Rosty, subcomandante de Operações Terrestres, e este lhe teria assegurado que se “o EB receber a ordem, cumpriu a obediência”, mas, “ de modo próprio, o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então, está nas mãos do PR”. EB é a sigla do Exército Brasileiro. PR é uma referência ao ex-presidente Bolsonaro. “Se a cúpula do EB não está com ele, de divisão para baixo está”, reforça. O insistente e inconformado Lawand é dono de um currículo elogiável. Já comandou o 6º Grupo de Misseis e Foguetes, considerado uma base estratégica, e foi condecorado por Bolsonaro com a Ordem do Mérito Militar. No ano passado, assumiu uma das subchefias no Estado-Maior do Exército. Recentemente, já no governo Lula, foi destacado para assumir o cargo de representante militar em Washington, nos Estados Unidos. Procurado, o coronel Lawand disse que Cid é seu amigo, que conversavam requisitos e que não se recorda de nenhum diálogo de teor golpista. O general também diz não se lembrar da conversa.

O relatório da PF também destacou mensagens de Gabriela Cid, mulher do ex-ajudante de ordens, que teve o celular apreendido na investigação da fraude do cartão de vacinação. Em depoimento sobre esse caso, ela confirmou aos médicos que usaram um certificado falsificado pelo marido. Gabriela aparece como uma militante aguerrida. Faz convocações para que apoiadores de Bolsonaro “invadam” Brasília, prega uma paralisação dos caminhoneiros e ataca Alexandre de Moraes. Em um diálogo com Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, travado logo depois do segundo turno das eleições, ela prega a necessidade de um novo pleito e a adoção do voto impresso. “Estamos diante de um momento tenso onde temos que pressionar o Congresso”, diz. A filha do general responde de maneira incisiva: “Ou isso ou a queda do Moraes”.

Cid também fazia parte de um grupo de WhatsApp com “militares da ativa” batizado de “Dosssss!”. A PF não identifica esses militares, mas lista mensagens com pregação golpista e uma ameaça a Alexandre de Moraes, o “careca”. “Estejamos prontos… A institucional já ocorreu… Tudo que foi feito agora, da parte do PR, FA e tudo mais, não vai parar a revolução do povo”, diz um militar. “Vai ter careca sendo arrastado por blindado em Brasília?”, questiona outro. Enroscado agora até o pescoço na conspiração golpista, Mauro Cid representa o que existe de mais próximo às coxias do governo Bolsonaro. Ele estava ao lado do chefe em praticamente todas as viagens, era responsável pela seleção dos conteúdos das lives semanais (inclusive aqueles que contestaram o sistema eleitoral), pela agenda presidencial e pela solução de toda sorte de problemas relacionados ao capitão. Além da falsificação dos cartões de vacina, ele já se envolveu em outras tramas mal explicadas, como uma operação de resgate de joias milionárias presenteadas por xeques árabes à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em uma recente entrevista a VEJA, o ex-presidente conto que considera o antigo auxiliar como um “filho”. Essa proximidade naturalmente alimenta uma série de teorias.

A última mensagem trocada entre Mauro Cid e Lawand ocorreu no dia 21 de dezembro. O coronel diz que soube que, apesar dos esforços, “não vai sair nada”, se diz decepcionado e ressalta que “entregamos o país aos bandidos”. O então ajudante de ordens, lacônico, responde: “Infelizmente”. Não se sabe se as propostas golpistas foram levadas ao presidente. Em entrevista a VEJA, Bolsonaro foi questionado se seus aliados apoiavam uma sublevação. Ele permitia que as pessoas do seu ambiente defendessem, “em tom de desabafo”, que algumas decisões de processamento não eram atendidas e demonstravam interferências com as interferências incorretas no Executivo ao longo de todo o seu mandato. O ex-presidente afirmou, no entanto, que jamais levou as sugestões a sério e que isso inclusive gerou uma “inimizade” interna. “Alguns acharam que os caras estavam jogando fora das quatro linhas. Em muitos casos, estavam. Eu tinha que jogar também. Então falei: ‘Quando der um passo fora, f… geral’”. Preso há mais de um mês, Mauro Cid era um dos que queria jogar fora das quatro linhas.

VEJA

Postado em 16 de junho de 2023

Os fatores por trás da preservação em queda, que sinalizam corte na Selic

Em meados do século passado, quando presidia o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, William McChesney Martin fez uma analogia que entrou para o anedótico econômico. Martin disse que seu papel era “retirar a tigela de ponche justo quando a festa está realmente ficando quente”. É fácil entender a lógica por trás de sua afirmação. Em situações de expansão descontrolada, a melhor maneira de livrar o ímpeto gastador, tanto de governo quanto de empresas ou indivíduos, é aumentar os juros — medida tomada por Martin, mesmo a contragosto, em mais de uma ocasião. O mais longevo presidente do Fed (1951 a 1970) estava certo. Não há outro remédio para conter a farra que, cedo ou tarde, leva a um cenário inflacionário. Embora distante da escalada de preços que empobreceu o Brasil nos anos 80 e 90 do século passado, a borboleta sempre esteve à espreita no país. Nos últimos doze meses, contudo, o que se viu foi um fenômeno diferente. Desta vez, para sorte dos brasileiros, o dragão perdeu seu poder de fogo.

Há alguns dias, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que, em maio, o Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI), um dos vários termômetros da guerra brasileira, recuou 2,33%. Mais surpreendente ainda: foi a maior deflação registrada pelo indicador desde julho de 1951. Não é só. Também em maio, o IPCA, a oficial do país, subiu mísero 0,23%, muito abaixo das expectativas do mercado, o que resultou numa alta de preços equivalente a 3,94% em doze meses. Em junho, o próprio Banco Central espera que a fique no campo negativo, uma fachada, sem dúvida, a ser comemorada.

Movimentos como esses levaram a um cenário absolutamente incomum. O Brasil, Ph.D. em hiperinflação, comemoram-se aumentos de preços em ritmo menor do que o observado nas nações ricas. Nos Estados Unidos, a sobrevivência anual é de 4%. No Reino Unido, que sempre zelou pela estabilidade monetária, o índice chegou a 7,80%. A comparação com os vizinhos sul-americanos mostra um cenário ainda mais confortável para a economia brasileira. Na Argentina, a anual superou os 100%, e ela segue sua escalada sem freios.

Sob qualquer ponto de vista, a dominada é um alento para o país. Responsável por uma série de distorções na economia, a alta acelerada dos preços correntes não apenas os investimentos e o crescimento, mas elevados custos sociais, que tendem a ser inversamente relacionados ao nível de renda dos indivíduos. A inflação sem controle provoca mais danos aos pobres do que aos ricos, o que pode ser ainda mais perverso em uma nação marcada por abismos sociais como o Brasil. Não à toa, os períodos inflacionários são justamente aqueles em que os índices de pobreza historicamente seguiram no país.

Afinal, como chegamos ao atual quadro desinflacionário? Não há, como em tudo na economia, uma única razão para explicar a queda dos preços, mas uma série de motivos associados que resultaram no tombo do dragão. Na autoridade de fatores, talvez seja apenas atribuir à política monetária do Banco Central — e sua firmeza para “acabar com a festa” — a responsabilidade maior pelo feito. Nesse aspecto, não deixa de ser irônico o fato de Roberto Campos Neto , o presidente do BC, ter contribuído para debelar a reflexão e, assim, beneficiar um governo que reiteradamente o crítico. Campos Neto e seus colegas na autarquia mantiveram os juros altos mesmo sob forte pressão do presidente Lula, que tem comemorado nas redes sociais os marcos desinflacionários. “A autoridade pode ser criticada, mas o que me preocupa nas falas do Lula é a fulanização do processo e as ameaças à independência da instituição”, afirma o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central.

De fato, o Banco Central foi protagonista na virada de jogo. “O processo desinflacionário gostava de aparecer de forma mais clara, mas os efeitos da política monetária restritiva chegaram”, diz o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV. Até a apresentação do arcabouço fiscal, o temor era que o governo Lula expandiria gastos sem despesas de cortes nas despesas. Com o avanço do novo marco, o risco de o país flertar com a irresponsabilidade fiscal suportou consideravelmente. “O arcabouço demonstrou a intenção de controle fiscal e, junto com uma política monetária forte, levou à queda da sobrevivência, o que não é nada surpreendente”, pontua Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda.

Há outros motivos para a debacle da brasileira. Além da taxa de juros elevada e de um arcabouço fiscal crível, o ano de 2023 tem sido marcado pela desvalorização das commodities e pelo consequente fortalecimento do real, o que ajudou a frear a escalada dos preços. Além disso, a supersafra agrícola e a queda dos valores dos combustíveis também reduziram a pressão inflacionária, o que levou aos índices animadores divulgados nos últimos dias.

Em maior ou menor grau, a margem elevada esteve durante muito tempo associada à vida brasileira. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que, entre 1980 e 1989, os preços no país subiram, em média, 233,5% ao ano. Em 1989, na despedida do governo José Sarney, o índice anual chegou a intoleráveis ​​1 764,8%. Na década seguinte, os preços em ascensão só seriam contidos pelo Plano Real, o processo de estabilização econômica instituído nos anos FHC, que acabaria quebrando a espinha dorsal da preservação e trazendo, pela primeira vez em muito tempo, tranquilidade ao país. “Experiência pretérita sempre ajuda”, diz Meirelles. “Hiperinflação no Brasil, afinal, é um fenômeno muito conhecido.”

Desde 1999, quando foi instaurado o regime de metas, o Banco Central tem sido bem-sucedido em conter os voos do dragão, apesar das recorrentes crises domésticas de confiança. Para além dos períodos eleitorais, naturalmente agitados, a autoridade acelerada a crise de crédito de 2008 — e, portanto, deflacionária por definição — sem muitos sobressaltos. O primeiro governo Lula foi recebido com desconfiança por diversos setores médicos, mas ela acabaria sendo vencida pela presença de Meirelles na diretoria do Banco Central.

Entre 2004 e 2014, a política dos campeões nacionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que consistia no fomento destinado a investimentos, desembocou na consideração mais diversas no fim do segundo governo Dilma Rousseff. Durante o período, o BNDES passou a oferecer crédito subsidiado a grandes empresas — como tais campeãs nacionais. Como se sabe, a estratégia não funcionou. Entre 2011 e 2014, a defesa oficial no país foi de 27%, a maior no período recente. Em reação à farra dos gastos públicos, o BC foi obrigado a cumprir o seu papel de zelar pela economia. Entre julho de 2015 e agosto de 2016, a Selic chegou a 14,25%.

Aquele período não foi superada por pouco por Jair Bolsonaro, que viu os preços dispararem 26,93% entre 2019 e 2022. O período, aponte-se, foi marcado pela pandemia e por uma política fiscal de emergência — portanto, expansionista — , o que não facilitou em nada o trabalho do Banco Central. Entre os economistas, é consenso que o BC brasileiro acertou ao iniciar, a partir de março de 2021, o aumento dos juros, antecipando-se inclusive a outros países que enfrentaram desafios parecidos. Agora, o Brasil colhe os frutos que foram plantados lá atrás, enquanto nenhum cenário externo a preocupação com o dragão inflacionário persiste.

A atuação do Banco Central nos governadores Bolsonaro e Lula explica com clareza por que o BC precisa necessariamente ser independente. Se a autarquia atendesse sempre às expectativas do político do momento, a imaginava jamais cairia. Às vésperas da eleição de 2022, Campos Neto não se deixou levar pelas tensas disputas políticas e aumentou os juros sem fraquejar. Depois, mesmo açoitado por forte pressão sob o novo governo, manteve-se inflexível na manutenção da Selic alta.

A expectativa é que o Banco Central inicie o corte da Selic no segundo semestre. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado que define o patamar da taxa de juros, está marcada para 21 de junho, e espera-se alguma sinalização de que o processo está nas vias de começar. Em declarações recentes, Campos Neto percebeu que a sobrevivência está sob controle e insinuou que o ciclo de corte de juros pode ser próximo. Ainda assim, os efeitos da redução da Selic requerem alguns meses para serem sentidos, especialmente no consumo. A estimativa dos economistas é que a Selic chegue a 12,5% em dezembro e a 10% no fim de 2024.

Como os efeitos da redução da Selic vão demorar para aparecer, há quem diga, especialmente dentro do governo Lula, que os cortes deveriam ter começado antes. Essa visão, contudo, está equivocada. Apesar dos juros nas alturas, a economia não entrou em recessão e os indicadores de emprego estão no campo positivo. Na Faria Lima, o coração financeiro do país, a expectativa pelo início do corte da taxa de juros é crescente. Se, por um lado, a Selic elevada traz oportunidades de investimentos em renda fixa, quando ela cai, o apetite por risco aumenta. É aí que o mercado de ações entra em cena. “A bolsa foi penalizada pela taxa de juros elevada e agora está barata”, afirma Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Resta saber se o processo desinflacionário está sedimentado. Analistas acham que poderão ter alguma retomada de preços no segundo semestre, levando inclusive a flertar com o colapso do teto da meta. O dragão está enfraquecido, mas não morreu. Todo o cuidado é pouco.

VEJA

Postado em 16 de junho de 2023

Senador Marcos do Val é alvo de mandado de busca e apreensão pela PF

A Polícia Federal faz buscas nas casas e no gabinete do senador da República Marcos do Val (Podemos). O mandado foi autorizado nesta quinta-feira (15) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Segundo informação do repórter Túlio Amâncio, Alexandre de Moraes acatou o pedido, mas o documento é sigiloso. Fontes do repórter citam que a PF pediu afastamento de Marcos do Val do cargo de senador, mas Moraes não aceitou, apenas autorizou a busca e apreensão nos endereços ligados a do Val.

Um dos prováveis motivos é uma tentativa de obstruir investigações, mas o pedido também pode ter relação com uma declaração recente de Marcos do val. Recentemente, Marcos do Val contou que foi convidado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira a participar de uma reunião golpista com o então presidente da República Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal quer entender o porquê de tantos detalhes ditos de maneiras diferentes por Marcos do Val, sobre a minuta do golpe e outras reuniões com cunho antidemocrático.

band

Postado em 15 de junho de 2023

GOVERNADORA “WILMA DE FARIA” É NOME SUGERIDO PARA DAR NOME A CRECHE EM CONTRUÇÃO NO BAIRRO DR JOSÉ BEZERRA EM CURRAIS NOVOS, O PROJETO DE LEI É DO VEREADOR DANIEL BEZERRA

Neste dia 15 de junho de 2023, está fazendo seis anos da morte da ex governadora Wilma de Faria, que faleceu em Natal após uma batalha contra o câncer. A “Guerreira” como assim ficou conhecida, teve uma trajetória marcante na política do Estado do Rio Grande do Norte, quando esteve a frente da Prefeitura de Natal e do Governo do Estado.

Em Currais Novos durante seus dois mandatos fez diversas obras importantes, dentre elas, a estrada para o Distrito da Cruz, Centro de Artesanato, ampliação da Adutora de Acari para Currais Novos e centenas de Casas Populares. Além de ter tido grande participação da implantação do IFRN e da construção do Centro de Tecnologia do Queijo.

Em vida ainda se tentou homenagear Vilma, quando deram o nome dela para o Centro de Artesanato, que logo depois foi mudado para Chico Santeiro, devido uma Lei que impedia a homenagem ser feita em vida. Agora após seis anos de sua morte, nesse dia 15 de junho, o Vereador Daniel Bezerra protocolou na Câmara de Currais Novos um Projeto de Lei sugerindo que a creche que está sendo construída no Bairro Dr. José Bezerra (Promorar), seja chamado pelo o nome de Wilma Maria de Faria.

“Espero que seja aceito pelos nossos pares, essa homenagem àquela que fez muito pela nossa cidade, Vilma será sempre lembrada pelo seu carinho e atenção para com o nosso município. Nada mais justo de honrarmos o seu legado dando o seu nome a uma Unidade Escolar, já que além de Governadora, ela também foi Professora”. Disse o Vereador Daniel Bezerra.

Postado em 15 de junho de 2023

Oportunidade de emprego para você de Currais Novos e região.

O Brumas está oferecendo vagas de emprego para profissionais com ou sem experiência nas seguintes modalidades:

  • Cozinheiro
  • Auxiliar de cozinha
  • Pizzaiolo
  • Auxiliar de pizzaiolo
  • Garçom
    Não perca essa grande oportunidade de entrar no mercado de trabalho.
    Interessados devem falar pelo whats ( 84 9 99905 4373 ).
    Corre e aproveita !
Postado em 15 de junho de 2023

Elton do Ó em busca de um lugar ao sol

Em busca de um lugar ao sol, o secretário de obras Elton do Ó, vem tentando se gabaritar para a disputa majoritária do ano que vem.

Empresário e com bom relacionamento nesse segmento é um nome novo na política. Agora, o postulante tenta se tornar um nome mais popular e sem restrições nos círculos políticos, fazendo agendas com vereadores e outras lideranças.

Em sua estratégia, ele tambem tenta colar sua imagem ao do Prefeito Odon Jr, além de usar receita antiga: Pavimentação.

Em suas redes sociais ele apresenta “o maior programa de pavimentação dos últimos anos”, segundo suas palavras, para abrir caminho na disputa pela Prefeitura.

Não é segredo para os mais próximos que é um desejo pessoal dele e que aguarda a decisão de Odon Jr para se lançar.

Postado em 15 de junho de 2023

Morre o fundador da banda RPM e tecladista Luiz Schiavon, aos 64 anos

Luiz Schiavon, tecladista e fundador da banda RPM, morreu nesta quinta-feira (15) aos 64 anos. Ele lutava há quatro anos contra uma doença autoimune, segundo comunicado divulgado pela família.

“É com pesar que a família comunica o falecimento de Luiz Schiavon. Ele vinha lutando bravamente contra uma doença autoimune há 4 anos, mas, infelizmente, ele teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu. Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão. Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele”, diz o comunicado.

Em atualização

(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Gabriela Koga e Vinícius Bernardes, da CNN, em São Paulo)

Postado em 15 de junho de 2023

Veja como votaram os deputados federais do RN no projeto que propõe tornar crime a discriminação de políticos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14.jun.2023) por 252 votos a 163 o PL (projeto de lei) 2.720 de 2023 que torna crime a “discriminação” contra pessoas politicamente expostas. A proposta estabelece como meios de discriminação, por exemplo, impedir que pessoas ocupem cargo na administração pública ou recebam crédito em bancos por serem politicamente expostas. Também define punição a representantes de instituições financeiras que se neguem a abrir contas ou conceder crédito para políticos. O texto segue para análise do Senado.

Confira abaixo como votaram os deputados federais do RN neste projeto:

Postado em 15 de junho de 2023

Bolsonaro mostra à TV impressa com bloqueio de contas de R$ 317 mil; veja

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou um print do aplicativo do banco que apontava o bloqueio judicial de R$ 317.047,52 de sua conta por não pagar multas determinadas pela Justiça paulista. O print foi divulgado pela CNN Brasil.

O que aconteceu:
O TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) determinou hoje um novo bloqueio no valor de R$ 370 mil das contas de Bolsonaro, conforme apurou uma reportagem do UOL. Ontem , a mesma Corte havia exigido a retenção de R$ 87,4 mil do ex-presidente.

O novo bloqueio seria referente a três multas aplicadas ao ex-presidente por não usar máscaras de proteção em visitas ao estado de São Paulo durante a pandemia de covid-19.

Os valores que já estão na conta de Bolsonaro ou que serão depositados foram retidos devido ao bloqueio judicial. Os pedidos de bloqueio do dinheiro do ex-presidente foram realizados pela Fazenda do Estado ao TJSP.

O print veiculado pela emissora mostra o saldo disponível de R$ 0,00 na conta do político no Banco do Brasil. O “bloqueio judicial” de R$ 317.047,52 é informado na aba de “lançamentos futuros” no aplicativo do banco. O político não divulgou se outras contas seguras mais bloqueadas e os respectivos valores.

Mais cedo, o ex-mandatário entendeu que veria se Valdemar Costa Neto, presidente do PL, pagaria o bloqueio judicial de R$ 87 mil, também em razão das multas, na conta dele.

“A notícia da imprensa ontem bloqueando minhas contas. Fiquem tranquilos aí que, por enquanto, tenho fundo. Daqui a pouco não vou ter mais. Vou ver se Valdemar me paga por fora, salário retido”, disse o ex-presidente, aos risos , durante o evento de filiação de Marcelo Queiroga ao PL .

UOL

Postado em 15 de junho de 2023

Dólar abaixo de R$ 4,90: nova janela de oportunidade para investir no exterior?

Após cinco fechamentos seguidos em queda, o dólar à vista atingiu a sua menor cotação frente ao real desde junho de 2022, quando encerrou a sessão em R$ 4,8741. Nesta segunda-feira (15), a moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 4,8891 na venda, com queda de 0,67%.

Segundo analistas, um dos movimentos que favorece a queda do dólar no cenário nacional nos últimos dias é a entrada de investidores estrangeiros na bolsa brasileira.

“O cenário no Brasil está otimista com a expectativa de apresentação do arcabouço fiscal. Além disso, o mercado espera por uma manutenção de juros nos EUA, o que beneficia o real e estimula a entrada de mais capital estrangeiro no Brasil”, diz Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital.

Se, por um lado, a chegada de investidores estrangeiros ajuda a jogar a cotação do dólar para baixo, por outro, quedas abaixo de certos “níveis psicológicos” despertam os investidores brasileiros para a possibilidade de aumentar as posições em ativos lá fora.

É mais vantajoso fazer remessas de recursos para o exterior quando o dólar está mais barato, já que demanda uma quantidade de reais menor para adquirir um mesmo valor da moeda americana.

Em cinco dias, a divisa dos EUA perdeu 2,37% de valor, saindo de um patamar de R$ 5,00 na venda, para os atuais R$ 4,88. Desde o começo do ano, o dólar acumula 7,5% de queda.

Vale a pena aproveitar a janela e dolarizar mais a carteira nesse momento? Na visão dos especialistas, sim – mas apenas se, estruturalmente, o investidor tiver predisposição a ter uma parcela maior do patrimônio alocado em investimentos internacionais.

Mal comparando, é como quem decide fazer uma viagem nas férias. Quem já decidiu o destino, quantos dias vai durar o passeio, os hotéis em que pretende se hospedar e quem vai junto pode esperar uma promoção aparecer para então comprar as passagens. Começar pelo último passo, só porque os bilhetes ficaram baratos, não é visto como uma boa ideia.

No mês passado, o dólar já havia flertado com o patamar abaixo dos R$ 5 pela primeira vez em dois meses. “Quando temos um dólar caindo, observamos um patamar muito mais atrativo para começar a aportar dinheiro [em investimentos] lá fora”, disse Jennie Li, estrategista de ações da XP. “Nós defendemos a exposição internacional do investidor doméstico – ou seja, ter parte da carteira atrelada ao dólar – e o momento seria propício para isso”.

Nesta segunda-feira (15), o recuo da moeda acompanhou o movimento no exterior, onde o dólar também cedeu ante divisas como o peso mexicano, o dólar australiano e o dólar canadense. No Brasil, a expectativa de apresentação do novo arcabouço fiscal fortaleceu o real. Já nos Estados Unidos, a perspectiva de estabilização dos juros nos próximos meses enfraqueceu o dólar.

Até que ponto o dólar pode continuar caindo não é uma visão consensual no mercado. “Se rompermos o patamar dos R$ 4,90, o próximo ponto óbvio é o de R$ 4,80-R$ 4,76. E depois disso, por volta de R$ 4,60”, avalia o economista André Perfeito.

Ele pondera, porém, que o andar da carruagem do corte de juros no Brasil poderá ter impacto mais à frente. “Imagino que o dólar vai buscar patamares mais baixos, mas uma vez iniciados os cortes [da taxa Selic], os investidores irão ponderar com mais peso a influência dos juros na moeda e provavelmente o real irá se depreciar”, diz Perfeito. “Esta depreciação não será forte, uma vez que a economia brasileira terá ganho ‘momento’, mas deve fazer o dólar voltar ao patamar de R$ 5,00 ao final do ano.”

O Relatório Focus publicado na manhã desta segunda-feira (15) pelo Banco Central indica que a estimativa dos agentes financeiros para o câmbio é de que encerre o ano em R$ 5,20, ante R$ 5,24 há um mês. Para 2024, a mediana passou de R$ 5,25 para R$ 5,20, contra R$ 5,26 de quatro semanas antes.

Comprar dólar X dolarizar os investimentos
Aproveitar as cotações mais baixas pode ser uma alternativa, sim. Mas não se trata de fazer os aportes visando a obter ganhos imediatos. Nem de pensar no dólar como uma classe de ativos. No lugar disso, faz mais sentido procurar exposição à moeda por meio de outros investimentos. “Há uma diferença entre comprar dólar e dolarizar os investimentos”, diz Rodrigo Sgavioli, head de alocação e fundos da XP.

Para quem optar por essa via, Sgavioli afirma que a casa está “menos construtiva” com ações americanas, preferindo maior diversificação geográfica em países que se beneficiam da reabertura e do crescimento da China. “Gostamos também da renda fixa americana, com preferência por títulos do governo de curto prazo e títulos corporativos de alta qualidade [high grade] com vencimentos não muito longos”.

infomoney

Postado em 15 de junho de 2023

Celular: 92% dos aparelhos estão contaminados por fungos e bactérias, diz estudo: como higienizar do jeito certo?

O Brasil possui atualmente mais de 249 milhões de celulares, segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas. No total são 464 milhões de computadores, notebooks, smartphones e tablets no país — o equivalente a uma média de 2,2 dispositivos digitais por habitante.

Nos comunicamos, ouvimos músicas, conferimos nosso e-mail, tiramos fotos, tudo por ele. Ele está presente na mesa de reunião, na pia do banheiro enquanto tomamos banho, na mesa do almoço, café da manhã e, na maior parte do tempo, no nosso bolso.

Além do ser humano, outra coisa que não desgruda dele tão facilmente assim são os fungos, bactérias e vírus, que ajudam a proliferar em cada superfície diferente que o colocamos sem uma boa higiene.

Um estudo recente da Universidade de Londres mostrou que 92% dos celulares do Reino Unido estão contaminados por microrganismos, e que um em cada seis aparelhos tem contaminações a uma higiene pessoal ruim.

Junto com as maçanetas de portas, xícaras, moedas, botões de fogão e gavetas da geladeira, os aparelhos celulares estão entre os objetos com alto nível de contaminação e responsáveis ​​pela transmissão de diferentes tipos de doenças.

— O celular é um veículo de transporte para os microrganismos, já que nossas mãos estão em contato constante com o ambiente e o aparelho. A manipulação em locais refeições ou até mesmo nos banheiros devem ser controlados, sempre realizando a higiene das mãos e do aparelho nesses ambientes, por exemplo antes de uma refeição ou utilização do sanitário — diz Gabriela Castro, microbiologista da Richet Medicina & Diagnóstico.

Outra recomendação dos especialistas é não facilitar o aparelho para outras pessoas e fazer uma boa higiene da tela do aparelho, da capinha que reveste o celular e da parte de trás.

Como limpar o aparelho?
As interações com o celular acontecem por meio das superfícies que deixamos o celular, como a pia da cozinha, do banheiro, ou a mesa do almoço, o bolso da calça e depois que o tocamos, levamos o dedo para a boca e ela entra em contato com a saliva. Poeira e sujeira acumulam nas superfícies dos equipamentos com facilidade. Além disso, a gordura e o ácido das mãos impregnam nos celulares, juntando germes e bactérias.

Segundo especialistas, a melhor forma de evitar este tipo de contaminação é manter as mãos sempre higienizadas e limpar com frequência o aparelho. Não há como medir o nível de contaminação, mas é uma superfície altamente contaminada.

A higiene pode ser feita com pano seco, para remoção mecânica das bactérias e depois um pano molhado com álcool isopropílico, que é um produto que retira quase 100% das bactérias e também é um produto utilizado para limpar placa de celular. Não se deve usar álcool, acetona, alvejantes ou produtos à base de sabão.

O álcool tem poder desengordurante e elimina facilmente vitaminas e sujeiras dos equipamentos, mas também é agressivo, pois pode penetrar nos plásticos e telas dos aparelhos e ressecá-los, podendo causar manchas, rachaduras e quebras. Outros produtos de limpeza em geral possuem aditivos básicos com PH alto, que podem reagir com as superfícies delicadas dos equipamentos, podendo causar manchas e outros danos.

— A higiene é simples e pode ser feita com álcool a 70% e um pano. O álcool isopropílico também pode ser usado, mas pode não ser de fácil acesso para todos — diz Castro.

O ideal é nunca aplicar líquidos diretamente sobre as superfícies, pois, apesar de seguros, eles podem penetrar na eletrônica dos equipamentos e causar danos irreparáveis. Por isso, é recomendado que a aplicação seja feita por meio de lençóis e toalhas que, geralmente, acompanham os produtos.

Os especialistas recomendam que a limpeza de comprimidos e celulares seja feita diariamente, em razão do acúmulo da gordura corporal, além de transportadas pelas mãos e outras transmissões transmitidas pela boca e face.

Nos computadores, teclados, notebooks e impressoras, ar comprimido para limpá-los é uma boa escolha de produto. Isso vai remover quaisquer indícios de poeira e acumulação de sujeira, e pode ser usado em diversas direções, facilitando a limpeza. Recomenda-se a higienização pelo menos uma vez por semana.

O Globo

Postado em 15 de junho de 2023

Exclusivo: Ex-diretor acusa Faustão de assédio moral

Alberto Luchetti Neto, 70 anos, foi diretor-geral do Domingão do Faustão, na TV Globo, de 1998 a 2002, período em que se deu acirrada competição por audiência com Gugu Liberato , no SBT. Sem meias-palavras, Luchetti, que atualmente tem uma empresa de televisão por internet, expõe com exibiu à coluna sua opinião sobre a frustrada ida de Fausto Silva à Band e relata bastidores acalorados dos domingos na ex-emissora carioca.

O senhor chegou a ser cogitado para dirigir o Faustão na Band? Como avaliar a saída dele? Não, eu não sou maluco de ter ido. Isso é uma irresponsabilidade dele e da cúpula da Band, de colocar um programa diário, no horário nobre, achando que o Faustão tinha o dinheiro da Globo. Ele achava que o dinheiro era dele, mas não. Tanto é que entrou um oportunista no lugar do Fausto, o Luciano Huck, e o dinheiro está lá do mesmo jeito. Quem tem a audiência e o dinheiro é a emissora. Ele não levou nem um, nem outro.

Qual foi a principal motivação para o Faustão sair do ar? O problema não foi só a vaidade, que ele tem de forma latente. O problema foi o fígado dele. Ele saiu da Globo pela porta dos fundos, foi demitido por um diretorzinho. Saiu com o fígado virado, querendo dar um troco na Globo. Na Globo, ele fazia 52 programas semanais por ano, com todo o elenco, dinheiro e audiência da emissora. Aí na Band, sem estrutura, precisou fazer 60 em três meses. A probabilidade de dar errado era de 100%. Por isso, digo que é irresponsabilidade dele e da cúpula da Band. Ele não vai ter a vida financeira financeira (com a demissão) , mas estamos falando em 300 demissões ! Quem deveria ser demitido são os diretores que concordaram em pagá-lo. Não havia estrutura para isso ali.

E a imposição dele de incluir o filho, João Guilherme, no projeto? É o que ele fazia com todo mundo. Pega o histórico do programa dele na Globo. Ele fez isso com o cameraman, o Renato Laranjeira, que foi namorado da irmã dele.

O senhor trabalhou com ele no auge da concorrência com o Gugu, no SBT. Como era o clima nos bastidores? Em 1998, a Globo me chamou para dirigir o programa do Fausto, que estava perdendo para o Gugu. Foi o início da “guerra dos domingos”. Fiquei até 2002 e depois fui colocar o Serginho Groisman (Altas Horas) no ar, que já estava um ano na geladeira. Todo mundo fala que era arrogante, né? E acho que ainda vai acontecer (processo judicial) com muita gente que se sente prejudicada por ter acompanhado ele (na Band). Havia muito assédio moral.

Como eram os assédios? O assédio moral dele era o seguinte: tinha o traje de estudar a produção no ar e de pedir desculpa em particular. Criticava o trabalho em rede nacional. O que ele fazia com o Caçulinha era de chorar! Ele o humilhava, dizia que ele não sabia tocar (teclado), que era ultrapassado. Falou tanto que a Globo tirou ele. Por exemplo, uma moça, Angela Sander, de tão perseguida por ele, tomou remédio e cometeu suicídio. Foi uma desgraça que a Globo tentou esconder por todos os meios. Eu já estava fora. Ela estava tão desesperada, ele humilhou tanto ela, que um dia ela tomou remédio, foi dormir e não acordou mais.

Mas ele tem fama de ser generoso nos presentes, não? Fausto tem um defeito grave. Você está numa situação difícil, aí ele procura te ajudar… Só que depois pede para a assessoria divulgar que ele está te ajudando. Ele podesou de fazer isso com a Dercy Gonçalves.

Ele chegou a dificultar a contratação de alguém por se sentir ameaçado? A maior injustiça que fez na minha época foi com o (Ciro) Bottino. O pessoal da Globo botou o Bottino para fazer anúncios. Ele detonou o Bottino para todo o departamento comercial, até ele parar de fazer comerciais. Fausto queria fazer tudo que é merchandising. Aí agora pensei: “Vou sair da Globo e levar todos os anunciantes comigo”.

Na época das grandes contratações da emissora, ele se comodou com a ida de Luciano Huck, Serginho Grosiman e os demais? Não, mas essas contratações têm particularidade interessante. Certo dia, uma pessoa entrou na sala da direção e informou que a Record estava indo para o primeiro lugar. Na Record, passou Ana Maria Braga fazendo bolo de chocolate e conversando com papagaio. O que a Marluce Dias (então diretora-geral)fez? Uma antiga jogada dos tempos do Boni na Globo: quando alguém dava audiência em outro canal, contratavam-na. Numa porrada só, contratou três jovens: Serginho Groisman, do SBT; Luciano Huck, da Band; e Cazé, da MTV. A Globo, sem concorrente, voltou ao primeiro lugar. E também a Ana Maria. Luciano estreou no sábado e VEJA deu de capa que ele tinha ressuscitado um dinossauro chamado Raul Gil, que foi para o primeiro lugar no sábado, porque o menino não tinha o menor carisma. Cazé estreou num domingo e foi mandado embora no outro. E Serginho ficou um ano sem entrar no ar.

Como foi seu rompimento com o Faustão? Foi quando coloquei o Serginho no ar, o que é costumeiro na Globo (esse rodízio na direção dos programas). Depois, a mulher dele, Luciana Cardoso, trabalhou três anos comigo na AllTV (na internet). Ele pediu para eu prepará-la profissionalmente como apresentadora. Começou na internet e depois foi trabalhar com outras pessoas. Eu falei com ele, mas, podendo evitar, preferia.

Então não houve uma briga? Não. Ele dava dinheiro e dava presentes para todo o mundo. Um dia me deu um relógio de aniversário, de cerca de 100 mil dólares, dizendo que aquilo era o símbolo da nossa irmandade, porque ele só tinha irmãs e eu era o único irmão na vida dele. Meses depois, devolvi o relógio dizendo que não queria mais ser irmão dele.

E a reação dele? Foi a pior possível. O que me fez devolver foi o jeito dele. Para continuar com o relógio, eu tinha que dizer que era irmão, então preferi dar o relógio, o símbolo da irmandade não existia mais. Um dia, já quando a Luciana atendia comigo, ele me hospedava para almoçar. E perguntou o que achava das mudanças que estava fazendo no programa. Falei: “Fausto, eu ganhava muito dinheiro para fazer o seu programa. Mas, para ver, teria que ganhar muito mais”. Ficou um clima ruim, acabou o almoço.

Como era o clima com relação ao Gugu à época? Tenho uma marca significativa. Saiu do programa em maio de 2000. De maio de 2000 a maio de 2001, ele perdeu 50 dos 52 programas ao vivo para o Gugu. De maio de 2001 a maio de 2002, perderam outros 50. Os grandes anunciantes migraram para o Gugu, o maior deles foi para a Nestlé. Isso acabou com ele. Aí o Gugu fez aquela merda com o PCC (uma falsa entrevista com integrantes da facção criminosa). Se não fosse isso, o Fausto tinha encerrado a carreira na Globo em 2002.

Muitos defendem que o Faustão ficou ultrapassado não só no formato, mas também no discurso. Acredito que pensei parecido, pelo que está relatando… Já era um cara ultrapassado na Globo. Aquele programa dele, se você lembrar bem, tinha 30 anos e era tudo igual. Para o auditório, contratava quatro ou cinco recebidas de mulher com perna de fora, o resto da gente era de periferia. É um cara de 74 anos que não se modernizou. Ele bota tênis, fala “ô louco, meu” e acha que é moderno. Ultimamente, ele estava fazendo um “Baile da Saudade” na Band. Trazia cantores como Chrystian e Ralf, que estão fora da mídia há anos, não tinha mais casting como na Globo.

Por ter convivido com ele, como imagina que esteja agora? Muito abalado. O cara que tinha um nome a zelar, um nome no mercado. Era melhor ter parado no auge do que ter parado nessa desgraça. A verdade é que ele, como grande repórter de campo que foi, não fez o que o Pelé fez, não soube parar. Não fez o que o Michael Jordan fez. E terminou por baixo, saiu pela porta dos fundos da Globo e saiu de forma lamentável da Band. Você tem ideia do que é parar de fazer um programa por falta de audiência? É a pior coisa para um apresentador.

Alguma outra emissora hoje suportaia o peso da contratação do Faustão? Vou antecipar a você o que vai acontecer: Fausto vai viver na ponte aérea São Paulo-Milão. Não vai fazer mais nada na vida. Ninguém vai querer ele, e ele não tem mais pique para fazer nada além do que já fez. Pode escrever aí.

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Postado em 15 de junho de 2023

A vitória de Bolsonaro sobre Randolfe em processo por difamação

A Justiça do Distrito Federal rejeitou uma queixa-crime movida pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro . A ação foi apresentada primeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), em julho de 2021, mas, após o termo do mandato presidencial, o caso passou a tramitar na primeira instância.

O motivo do processo foi a veiculação de um vídeo em que Bolsonaro atribuiu a Randolfe ocorrido pela compra da vacina indiana Covaxin, durante uma pandemia. No material, o parlamentar cobra celeridade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na liberação do uso dos imunizantes Covaxin e Sputnik. “O senador Randolfe queria comprar as vacinas sem licitação e sem a certificação da Anvisa”, disse Bolsonaro em suas páginas oficiais.

Porém, para Randolfe Rodrigues, a competência para a compra de vacina sempre foi do Ministério da Saúde e ele não teve nenhuma ingerência sobre o processo de contratação — as tratativas pela aquisição realizadas pelo governo anterior foram objeto de investigação na CPI da Pandemia, já finalizada .

Para a juíza Ana Cláudia Loiola de Morais Mendes, da 1ª Vara Criminal de Brasília, o ex-presidente não cometeu crime ao divulgar alegações feitas pelo próprio senador. “ Apesar de afrontosas, as expressões utilizadas pelo querelado (Bolsonaro) não se mostram aptas à configuração do tipo penal. Isso porque, além da conduta seguida, deve-se analisar o contexto político à época dos fatos, já que ambos são agentes públicos e adversários políticos, e a ocorrência de discussões acaloradas são comuns e recorrentes neste meio.”

veja

Postado em 15 de junho de 2023

1,4% da população brasileira doa sangue regularmente, aponta Ministério da Saúde

No Brasil, 14 em cada mil habitantes doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Ministério da Saúde.

O número, apesar de ter subido após o período mais crítico da pandemia, quando houve uma diminuição de 10% no volume de coletas, está abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e dos 5% registrados em países da Europa.

Para tentar aumentar a coleta no país, hemocentros de diversos estados promovem nesta sexta-feira (25), Dia Nacional do Doador de Sangue, homenagens às pessoas que têm esse hábito periódico.

A celebração acontece em novembro devido à proximidade das férias, datas comemorativas de fim de ano, Carnaval, e, em 2022, a Copa do Mundo, período marcado pela baixa nos estoques.

No Rio de Janeiro, o Hemorio lançou a campanha “Copa da Solidariedade”, que conta com a participação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e vai presentear os doadores mais antigos.

Além disso, uma parceria foi feita com transportes por aplicativo e o Metrô, que vão disponibilizar cupons e passagens para quem for doar.

Do início do ano até o momento, a unidade fluminense registrou uma queda de quase três mil bolsas em relação ao mesmo período de 2021, com impacto direto ao suporte das principais emergências, maternidades e unidades de saúde do estado.

Já em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue promove apresentações musicais e terá a presença de mágicos e palhaços para animar doadores, pacientes, familiares e acompanhantes.

O instituto também vai homenagear as pessoas que doam regularmente.

A doação é utilizada por pessoas com doenças que comprometem a produção dos componentes do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas, e por pacientes com câncer, além das pessoas que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte e emergências, como acidentes de trânsito.

Cada pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue no organismo. Em cada doação, são retirados até 450 ml, que podem salvar até quatro vidas.

Para doar é preciso ter entre 16 e 59 anos, pesar no mínimo 50kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto.

Não é necessário estar de jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.

Mais informações sobre doação e endereços de hemocentros podem ser encontrados na página do Ministério da Saúde.

CNN

Postado em 15 de junho de 2023

Ginecologista que estuprou 21 mulheres é condenado a 277 anos de prisão

A 2ª Vara Criminal de Anápolis condenou a mais de 270 anos de prisão o médico ginecologista Nicodemos Junior Estanislau Morais, 41 anos, acusado de estuprar 21 mulheres em Goiás. O profissional de saúde foi preso dentro de um hospital em setembro de 2021.

A decisão foi proferida pela juíza Lígia Nunes de Paula em 7 de junho. Nicodemos foi condenado a 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e, em outro processo, envolvendo nove mulheres, a 114 anos. O médico ainda deverá pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada vítima. Juntas, as penas somam 277 anos, dois meses e 19 dias de reclusão.

A magistrada determinou que a pena seja cumprida em regime fechado. Ao fundamentar a decisão, a juíza apresentou dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que revelam que, em 2022, na justiça estadual brasileira de primeiro grau, surgiram 25.875 novos processos criminais contra a dignidade sexual, sendo que, destes, apenas na justiça estadual goiana de primeiro grau foram judicializados 1.492.

Com base na sentença, em juízo, as testemunhas técnicas enfatizaram a importância de indagar a paciente sobre as queixas. O acusado, por sua vez, revelou que criou uma “técnica de anamnese mais completa”, em que perguntava e examinava as pacientes em “mais detalhes”. Para a magistrada, contudo, o que pode parecer em princípio um zelo, se revela uma maneira de mascarar o intuito lascivo travestido de técnica médica.

“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Essa indispensável profissão, apesar de fundamental para a manutenção sadia da coletividade, não se sobrepõe a direitos de estirpe constitucional e tutelados pelo direito penal, como, dentro outros, o direito à liberdade e dignidade sexual”, observou a juíza.

Um dos casos
Em setembro de 2019, o ginecologista foi detido. As investigações apontavam, aquela época, que ele teria feito ao menos cinco vítimas, sendo uma no Distrito Federal. A delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis, informou que o profissional atendia no DF, em Goiás, no Paraná e no Pará. O homem possui CRM ativo nos quatro estados.

“O médico teve a prisão preventiva representada por mim, pois já tínhamos três vítimas de violação sexual mediante fraude em Anápolis. Ele cometia o mesmo crime quando ia fazer a consulta da vítima, abusando das mesmas com atos libidinosos. As vítimas compareceram na delegacia, registraram ocorrência e nós iniciamos as investigações”, explicou a delegada.

Após apuração da polícia, a Deam descobriu que o criminoso tinha uma sentença penal condenatória por ter abusado sexualmente de uma vítima na capital federal. “Provavelmente, existem mais pessoas que não tiveram coragem de registrar ocorrência”, disse Isabella Joy. As investigações apontaram que no Paraná, uma mulher registrou ocorrência pelo mesmo crime, mas o caso foi arquivado.

A delegada da Deam, na época, conseguiu autorização da Justiça para divulgar a foto dele e, assim, tentar localizar outras possíveis vítimas. Após interrogatório em Anápolis para a Polícia Civil, o médico foi encaminhado para a cadeia pública.

Estado de Minas

Postado em 15 de junho de 2023