O município de Currais Novos recebe, entre os dias 8 e 14 de março, o Festival de Literatura e Cinema José Bezerra Gomes. O evento prestigia o escritor potiguar autor de “Os brutos”, romance de 1938 adaptado para filme por Lourival Andrade, responsável pelo roteiro e direção. A obra audiovisual será exibida durante o festival.
José Bezerra Gomes completaria 112 anos em 9 de março
O evento ocorre de forma gratuita e aberta ao público, no Teatro Municipal Ubirajara Galvão e terá extensão na Casa de Cultura Popular de Currais Novos, no Casarão de Poesia e nas escolas e praças do município. O projeto tem apoio da Prefeitura Municipal de Currais Novos e do Tribunal de Justiça.
Já confirmaram presença o pesquisador e escritor Manoel Onofre Júnior, a poeta Adélia Danielli, que vai ministrar uma oficina sobre poesia e cinema, e o cineasta Buca Dantas. O festival terá ainda dois lançamentos: o filme Sertão Bruto e uma revista em quadrinhos, ambos baseados na obra Os Brutos.
O festival foi criado para homenagear o autor curraisnovense José Bezerra Gomes, escritor de livros considerados clássicos da literatura norte-riograndense. Alem do já citado Os Brutos, ele também escreveu Por Que Não se Casa, Doutor?, A Porta e o Vento e Antologia Poética.
“José Bezerra Gomes foi responsável por colocar Currais Novos em sintonia com as produções que estavam em voga na sua época, criando, com seus romances, o que seria um novo ciclo da literatura regionalista, o ciclo do algodão”, afirma Iara Carvalho, poeta e uma das organizadoras do evento.
O grande homenageado do festival era também ensaísta e poeta, e costumava retratar, nas obras literárias, a temática regionalista nordestina. Pela primeira vez, o autor terá uma obra adaptada para o cinema, produzida pela Trapiá Filmes.
O festival também abriu uma chamada para receber produções de curta-metragem e videos musicais para compor a Mostra de Curtas que acontece dia 8 de março. As inscrições seguem ate 28 de fevereiro pelo email [email protected]
A Prefeitura de Uberaba enviou projeto de lei à Câmara Municipal para declarar “Cidades-Irmãs”, a cidade de Currais Novos, do estado do Rio Grande do Norte, para fortalecimento do relacionamento comercial, dos laços de amizade entre os povos e para o proveito mútuo, visando à chancela da Unesco do Aspirante Geoparque Uberaba – Terra dos Gigantes.
O PL foi aprovado por unanimidade pelos vereadores, na 7ª sessão ordinária desta segunda-feira (27). De acordo com o texto, a geminação de cidades tem a finalidade de fomentar a amizade e estimular a compreensão de diferentes culturas, além de criar laços de cooperação em níveis econômico, social, ambiental, turístico e cultural.
A cidade de Currais Novos possui um Geoparque reconhecido internacionalmente pela Unesco, e, por essa razão, faz parte da Rede Mundial de Geoparques, conhecida como Global Geoparks Network (GGN).
A Global Geoparks Network é uma organização sem fins lucrativos, criada em Paris, França, em 2004, em que os membros buscam trabalhar juntos, trocar ideias sobre melhores práticas e se unir em projetos em prol de elevar os padrões de qualidade de todos os produtos e práticas de Geoparque Mundial da Unesco.
“A aproximação com Currais Novos possibilita ao Município absorver informações essenciais para o alcance da chancela da Unesco”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Rui Ramos.
Um dos requisitos absolutos para um Geoparque se tornar reconhecido pela Unesco é o networking não ser restrito somente à cooperação com a população local que vive na área do Geoparque, mas também com outros Geoparques Globais da Unesco, de forma a aprender uns com os outros e melhorar a qualidade do selo Unesco Global Geopark, como rede.
Desse modo, a relação com o Município de Currais Novos, ente federado integrante do Geoparque de Seridó, será de grande valia na troca de informações e intercâmbio experimental para auxiliar o Município de Uberaba a se guiar pelo mesmo caminho em relação ao Geoparque local, em busca da sua introdução no cenário nacional e internacional.
Presentes na sessão, o secretário adjunto, Carlos Eduardo Bortoletto Izidoro, a assessora de Relações Empresariais, Yara Cristina Coelho Silvério e a diretora de Turismo, Feiras e Eventos, Maria Aparecida Basílio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quinta-feira (2/3), em cerimônia no Palácio do Planalto, a medida provisória que recria o Bolsa Família. O novo benefício terá um valor mínimo de R$ 600, além de um adicional de R$ 150 por cada criança de até seis anos.
Haverá ainda a possibilidade de um pagamento complementar de R$ 50 para gestantes e para cada integrante da família com idade entre sete e 18 anos incompletos.
O calendário do benefício nos moldes do Auxílio Brasil, nome dado à política pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), iniciou-se no último dia 18 de janeiro. De acordo com o presidente Lula, o pagamento extra deve começar a ser feito em 20 de março.
“A gente não está prometendo que o Bolsa Família vai resolver todos os problemas da sociedade brasileira. É o primeiro prato de sopa, o primeiro prato de feijão. É o copo de leite, o primeiro pão, o primeiro pedaço de carne,” disse o presidente da República na cerimônia.
Tanto Dias quanto Lula ressaltaram a necessidade do bom funcionamento da rede de fiscalização e controle, para que pessoas que não façam jus ao benefício deixem de recebê-lo. Eles fizeram um apelo ao Ministério Público, à Controladoria-Geral da União (CGU) e à imprensa para ajudar na fiscalização.
O recebimento dos valores está condicionado a exigências além da renda, assim como o era na configuração original do programa, lançado na primeira gestão Lula, em 2003.
O governo exigirá a comprovação de frequência escolar para crianças e adolescentes, o acompanhamento pré-Natal para gestantes e a atualização do caderno de vacinação com todos os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
“Esse é o nosso Bolsa Família, que volta renovado, que coloca as condições também como um fator de economia. O dinheiro circula na verdureira, no açougue, no mercadinho, em cada canto do Brasil e é um fator, por si só, de geração de emprego,” afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT).
Exigências para o recebimento do Bolsa Família Para serem habilitadas a receber o benefício, as famílias precisam atender a critérios de elegibilidade, como renda per capita classificada como de pobreza ou de extrema pobreza, ter os dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico) e não ter informações divergentes entre as declaradas no cadastro e em outras bases de dados federais.
Segundo o governo, a seleção considerará a estimativa de pobreza, a quantidade de famílias atendidas em cada município e o limite orçamentário. Terão acesso ao programa todas as famílias com renda de até R$ 218 por pessoa.
“O compromisso é mais do que com a transferência de renda. Nós temos, junto com o Bolsa Família, 32 outros programas que estão vinculados a ele. E novamente a medida provisória que o senhor [presidente Lula] assinou coloca essa integração nas condicionalidades. Olhar para a vida a partir da gestação, o bebê, a criança, o adolescente até os 18 anos e, é claro, acompanhar toda a vida das gerações atuais, mas trabalhando para a gente ter interrupção de um ciclo histórico de pobreza, para abrir uma oportunidade especialmente para as novas gerações,” disse Wellington Dias.
A Polícia Civil prendeu em flagrante um homem de 63 anos, suspeito de administrar uma casa de prostituição em Riacho da Cruz, Alto Oeste do Rio Grande do Norte. A prisão ocorreu depois que o homem anunciou uma mulher como prêmio em uma rifa que seria realizada no próximo sábado (4). O estabelecimento foi fechado e a investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) da cidade de Pau dos Ferros.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais, o homem dizia que a cartela da rifa custava R$ 30 e dava direito a três “pegadas” na mulher sorteada, além de um dia inteiro com ela e uma grade de cerveja. O delegado Carlos Fonseca explicou que a Polícia Civil recebeu uma denúncia de suposto crime de favorecimento à exploração sexual em um bar da cidade.
Ao chegar ao local, constatou-se que se tratava de uma casa de prostituição, o que configura crime, já que manter esse tipo de estabelecimento para explorar a prostituição alheia é proibido por lei, embora a prostituição em si não seja crime.
A Câmara Municipal de Natal aprovou em discussão única, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (01), o Projeto de Resolução n° 14/2019 que garante aos servidores da Casa ponto facultativo nos horários dos jogos da Seleção Feminina de Futebol na Copa do Mundo FIFA. De autoria da ex-vereadora Divaneide Basílio e subscrita pela vereadora Brisa Bracchi (PT) e o vereador Daniel Valença (PT), a matéria é resultado de amplos debates na Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 2019, sendo mais uma conquista para a equidade de gênero no esporte.
Segundo o texto, o número de horas do expediente será reduzido de acordo com os horários divulgados oficialmente pela FIFA dos jogos da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. A competição (a nona edição do torneio mundial de seleções femininas) será realizada entre os dias 20 de julho e 20 de agosto de 2023, e terá sede dividida entre Austrália e Nova Zelândia.
“Trata-se de um projeto que vem no sentido da gente poder construir cada vez mais igualdade entre homens e mulheres no campo do esporte, tendo em vista os desafios enfrentados pelo desporto feminino. O Brasil possui uma excelente seleção feminina de futebol que merece todo nosso apoio. Então, como o ponto facultativo é adotado nas partidas da seleção brasileira na Copa do Mundo Masculina, entendemos que o mesmo direito deve ser dado para os jogos da nossa seleção na Copa do Mundo Feminino. Que a gente possa estar na torcida pelas mulheres do Brasil”, afirmou a vereadora Brisa Bracchi ao defender a proposição.
Em segunda discussão, recebeu parecer favorável do plenário o Projeto de Lei n° 416/2021, apresentado pela vereadora Júlia Arruda (PCdoB), que institui a Política de Combate a? Intolerância Religiosa na Comunidade Escolar. “A matéria prevê criar uma cultura de paz a fim de evitar violência religiosa no ambiente escolar. Um dado importante é que 45% dos casos de intolerância são direcionados contra praticantes de religiões de matriz africana. Dito isso, o Poder Público precisa desenvolver políticas públicas para enfrentar esta questão”, pontuou Júlia.
Também sem segunda discussão, foi aprovado o Projeto de Lei n° 78/2022, do vereador Milklei Leite (PV), que institui o Dia Municipal da Reciclagem no âmbito do município, a ser comemorado, anualmente, no dia 17 de maio. “A lei está em sintonia com as demandas do mundo de hoje, diretamente ligadas à reciclagem, coleta seletiva, reaproveitamento e reutilização de materiais diversos, ou seja, menor produção de lixo urbano e por consequência menor impacto ambiental. A intenção é sensibilizar a população para a importância da reciclagem”, explicou o autor.
Por fim foram acatados duas propostas em primeira discussão: PL 75/2021, da vereadora Camila Araújo (União Brasil), que institui o Dia Municipal da Conscientização do Autismo no Calendário Oficial de Datas e Eventos do Município e o PL 551/2021, do ex-vereador Pedro Gorki e subscrito pela vereadora Júlia Arruda, que institui o Estatuto Municipal das Juventudes, dispõe sobre o Sistema Municipal das Juventudes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (1º) que não é mais obrigatório o uso de máscaras em aviões e aeroportos no Brasil.
As máscaras foram utilizadas como uma das medidas de proteção contra o coronavírus entre 2020 e agosto de 2022, quando a medida foi suspensa. Em novembro, a obrigatoriedade havia sido retomada devido ao aumento no número de casos da doença.
A decisão desta quarta-feira foi tomada por unanimidade pelos cinco diretores da Anvisa em votação. Na reunião, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, fez uma relação entre o uso de máscaras e do cinto de segurança, para reforçar a importância da proteção facial.
“O cinto de segurança salvo uma análise mais aprofundada gera benefício única e exclusivamente para quem o usa. Não usar o cinto de segurança normalmente não traz um risco para outrem, o risco principal é para quem usa ou não usa o cinto de segurança. Entretanto, com a devida explicação e veiculação da informação correta, apresentação dos estudos vigentes quanto à importância do cinto, ele hoje é praticamente incontestável no mundo todo”, disse.
“A questão do uso da máscara é um pouco além, por que ela envolve a prevenção para terceiros. Então, quem usa máscara se protege mas também protege a terceiros”, completou Barra Torres.
Outras medidas permanecem como o desembarque por fileiras, a limpeza das aeronaves e avisos sonoros sobre a importância da vacinação, de acordo com a Anvisa. Na presença de caso suspeitos de Covid-19, as empresas aéreas devem fornecer máscara para o passageiro que apresentar sintomas.
A diretora Meiruze Sousa Freitas destacou que os benefícios das máscaras superam os eventuais incômodos.
“Ainda que tenhamos limitações, os elementos indicam que o uso da máscara é eficaz, especialmente quando combinado com outras medidas de controle como o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos. Algumas pessoas podem achar desconfortável usar uma máscara, especialmente em dias quentes e úmidos. Isso se deve em grande parte ao efeito da umidificação, mas esse é um incômodo pequeno em comparação com os benefícios que as máscaras oferecem”, disse.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) fez o pedido à Anvisa para que o uso obrigatório de máscaras fosse suspenso. O CFM se baseou em uma revisão de estudos internacionais publicada na “Cochrane Library”, cuja principal conclusão é de que a proteção facial não teria impacto significativo.
Cientistas apontaram fragilidades do estudo e questionaram resultados.
De acordo com as orientações gerais da Organização Mundial de Saúde (OMS), revisadas no último mês, as máscaras são recomendadas para “qualquer pessoa em espaço lotado, fechado ou mal ventilado”.
Documentos da investigação interna que corre na Americanas revelam que o comitê de auditoria da empresa chegou a questionar mais de uma vez seus diretores sobre as operações que causaram o rombo milionário na varejista.
Em todos os questionamentos feitos, os diretores negaram qualquer operação de “risco sacado” ou “forfait” que tenha gerado o rombo. Os questionamentos aos executivos ocorreram pelo menos quatro vezes, entre 2020 e 2022.
A informação foi revelada por O Globo e confirmada pela CNN. O “risco sacado” — jargão conhecido também como “forfait”– são “inconsistências” contábeis pode afetar os bancos credores da empresa.
Na prática, são operações que usam os recebíveis de clientes para alavancar a companhia com financiamento nos bancos, com a garantia da empresa.
À CNN, o economista e professor da FGV Roberto Kanter, especialista em varejo, disse que a prática não é incomum entre as grandes companhias e explicou como ela pode afetar na contabilidade disponibilizada no balanço da companhia.
“Quando a Americanas faz a compra dos fornecedores, geralmente coloca um prazo bastante dilatado para o pagamento, muitas vezes chega até 180 dias. Como ela compra em grandes volumes, os fornecedores aceitam vender o produto e receber neste prazo. Mas, dentro de uma semana após a venda ser feita, o intermediário financeiro entra em contato com o vendedor e se oferece para adiantar o montante”, afirmou.
Recuperação judicial A empresa enfrenta uma crise desde que, em 11 de janeiro, comunicou ao mercado inconsistências contábeis em torno de R$ 20 bilhões, levando a varejista entrar com um pedido de recuperação judicial dias depois, que foi aceito pela Justiça.
A companhia divulgou dívidas de R$ 42 bilhões e 7.720 credores oficiais, conforme solicitado pela Justiça do Rio de Janeiro. O processo se tornou o 4ª maior de recuperação judicial do Brasil. Mais da metade da dívida da empresa é com os maiores bancos brasileiros.
São mais de R$ 22 bilhões divididos entre apenas nove bancos. O Deutsche Bank responde pela maior exposição à varejista, de US$ 1 bilhão de dólares (R$ 5,2 bilhões).
Além dos bancos, tem até empresas de tecnologia, como Facebook, Twitter e LinkedIn. No documento divulgado também constam dívidas com transportadoras, companhias aéreas, empresas de serviços menores e milhares de pessoas físicas.
Entre os credores a receber, consta, inclusive, a brasileira Ambev, que pertence aos mesmos acionistas-referência da Americanas: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu em entrevista à coluna que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, peça demissão ou que, caso isso não ocorra, o presidente Lula o demita e a medida seja chancelada pelo Senado. Em entrevista na sede do PT, em Brasília, nesta quarta-feira (1/3), Hoffmann criticou a postura conciliatória que Campos Neto adotou nas últimas semanas junto ao governo e cobrou novamente a redução da taxa de juros, que ela vê como fundamental para a retomada do crescimento.
A declaração da petista reforça a ofensiva do PT contra a atual gestão da autoridade monetária. O incômodo central é com a taxa básica de juros, mantida pelo BC em 13,75% na última reunião do Conselho de Política Monetária que tratou do tema, em 1º de fevereiro.
No mês passado, Lula disse que reavaliará a autonomia do Banco Central no fim de 2024, quando terminará o mandato de Campos Neto.
A Lei de Autonomia do BC manda que uma eventual decisão de afastamento do presidente do BC pelo presidente da República tenha o aval do Senado. Outra possibilidade, claro, é o próprio dirigente renunciar ao cargo.
“Ele [Roberto Campos Neto] tinha que pedir para sair do Banco Central. Ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas”, disse Hoffmann, completando: “Se ele quer um reposicionamento, ele acena que vai baixar a taxa de juro. É o que ele pode fazer de melhor para esse país”.
Campos Neto não foi o único integrante da cúpula econômica alvo do escrutínio de Hoffmann na entrevista à coluna. A presidente do PT também avaliou a postura de Fernando Haddad na condução do Ministério da Fazenda, numa sinalização de paz, e mandou um duro recado para o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Leia a seguir este trecho da entrevista com a presidente do PT ou, ao fim do texto, assista em vídeo à primeira parte da conversa.
Como está a relação do governo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto?
Eu não sei. Eu não estou tendo relação com ele. Também não conversei. Não sei como é que está a relação, mas é um absurdo uma taxa de juros de 13,75%. Está gerando desvantagem competitiva para o Brasil. É contra o Brasil. Eu acho que ele tinha que pedir para sair do Banco Central. Ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas. Nós precisamos ter um Banco Central que cumpra o seu papel, que é de controle da inflação, mas também de geração de emprego, de desenvolvimento, mas que não estrangule o país. É o que está lá na Lei da Autonomia. Não está certo o que ele está fazendo.Estão dizendo que vai ter recessão. Então o governo, para poder se contrapor a isso, tem que ter um mega programa de investimento, com grandes ações, entendeu? Tem que pôr dinheiro em circulação. O que nós vamos fazer? Vamos achar que é bom ter recessão? O mercado vai achar que é bom ter recessão? Claro que o mercado também não quer recessão. Tem que ser uma política ofensiva do Estado brasileiro para a gente não ter recessão esse ano. Tem que ter mais investimento, tem que ver o que tem nas estatais. Agora não é hora de se preocupar com o fiscal. Agora é hora de se preocupar com a vida das pessoas.
Na sua opinião, o Roberto Campos Neto tem que pedir para sair.
Tem que pedir para sair.
Se isso não acontecer espontaneamente, o governo ou o PT mobilizariam o Senado para retirá-lo do cargo?
Olha, eu acho que quando não dá certo, quando não tem resultado, ele tem que sair. Aliás, a lei prevê isso. Qual é o resultado que ele está dando? É uma decisão do presidente da República. Seria mais fácil para ele, para nós, para todo mundo, para o Brasil. Se ele ficar e continuar não entregando resultado, eu acho que tem que submeter ao Senado, tem que articular… Qual é o problema? As coisas não são imexíveis. Sabe, é um medo disso, de falar do tema do Banco Central, do presidente do Banco Central… Onde é que está o problema? Não deu certo, sai. Eu acho que o Senado tem responsabilidade com o país. Tem que fazer uma discussão. Pode ser que hoje, se a gente for fazer discussão, não tenha a maioria, mas na política tudo muda.
Em entrevista ao Roda Viva, Campos Neto tentou criar um ambiente mais favorável junto ao governo. Naquela semana, defendeu Lula junto ao mercado, falou que tem uma preocupação social e que sempre se guiou por essa preocupação social no Banco Central. Como viu esse movimento dele? Pode ter alguma intenção genuína?
Não precisamos de um presidente do Banco Central que faça política. Nós precisamos de um presidente do Banco Central que dê resultados. Então, se ele quer dar resultado, é baixando a taxa de juros. E aí não é para agradar o governo, não, é pelo país, é pelo povo brasileiro, é pelo emprego que a gente tem que gerar e pelo desenvolvimento. Hoje nós não temos investimento privado. Por que um investidor vai fazer um investimento se a taxa de retorno dele chega a ser menor do que a remuneração que ele ganha em título público? Se ele quer um reposicionamento, ele acena que vai baixar a taxa de juro. É o que ele pode fazer de melhor para esse país.
A Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira (2/3), operação para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro.
A coluna apurou e identificou que entre os alvos estão os irmãos Welbert Richard Viana Marinho e Weverton Viana Marinho, conhecidos por terem criado e gerenciado a moeda virtual Kriptacoin. Ambos participaram do golpe que faturou R$ 250 milhões no esquema da pirâmide, deixando cerca de 40 mil pessoas no prejuízo.
Ao todo, a Corf cumpre seis mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, em Águas Claras, Guará, Vicente Pires, Taguatinga, Ceilândia, e Cruzeiro, além da cidade catarinense de Balneário Camboriú. O bando é acusado de usar pelo menos cinco empresas em nomes de familiares e de terceiros, para lavar dinheiro de origem ilícita.
Empregada doméstica De acordo com as investigações, uma mulher que trabalha como empregada doméstica foi escolhida para figurar como sócia proprietária de uma das empresas usadas no esquema criminoso. Os testas de ferro, mesmo sem capacidade financeira para operacionalizar grandes negócios, também realizavam transferências de valores entre si para ocultar a movimentação e a propriedade de bens de origem ilegal.
Os proprietários reais do dinheiro e das empresas seriam justamente os irmão Welbert Richard e Weverton. Os negócios envolvem uma construtora, holding, hotel e financeira, dentre outras. A exemplo da época em que faturaram milhões com o golpe da Kriptacoin, os suspeitos permanecem nas redes sociais ostentado uma vida de luxo e glamour, a bordos de carrões superesportivos e iates.
O objetivo é atrair clientes e investidores que comprem apartamentos em prédios erguidos por uma construtora ligada aos irmãos. De acordo com a PCDF, as propriedades não possuem escritura e não contam com alvará. Os imóveis foram erguidos em Vicente Pires e na Colônia Agrícola Samambaia. O grupo também se articula para vender cotas de um hotel e empreendimentos de altíssimo padrão no litoral de Santa Catarina.
Os presos na Operação Fênix responderão por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica, cujas penas podem ultrapassar 18 anos de reclusão
Kriptacoin Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro de 2017, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.
O negócio, que funcionava em esquema de pirâmide, visava apenas a encher o bolso dos investigados, conforme o MPDFT, alguns deles com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes. Entre eles, estelionato.
Os irmãos não tinham nomes publicados no site da empresa nem constavam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.
Na ocasião, durante um mês, o Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e também apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.
O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar da Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, que não era empresa de marketing multinível, ela dependia da indicação de novos afiliados e pagava em níveis, em um sistema chamado de “binário’.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de duas investigações que miravam o ex-presidente Jair Bolsonaro após a aprovação do relatório final da CPI da Covid-19.
Em julho do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido o arquivamento do processo. Segundo Toffoli, cabe à PGR se manifestar pela eventual abertura de um inquérito; por isso, as investigações devem ser arquivadas.
“Se, dos fatos narrados e suas eventuais provas, apresentados, agora, à autoridade a quem compete investigar e representar por abertura de inquérito perante esta Suprema Corte, não visualizou a Procuradoria-Geral da República substrato mínimo para tais medidas, deve-se acolher seu parecer pelo arquivamento”, disse Toffoli.
A PGR, assim como em outros pedidos, alegou que “não há evidências mínimas para instauração de processo criminal”.
Crime e morte Em uma das ações, Bolsonaro respondia pela suposta prática do crime de infração de medida sanitária. A outra investigava o crime de epidemia aumentado pelo resultado morte, que tinha como alvo Bolsonaro, Marcelo Queiroga, Eduardo Pazuello, Élcio Franco, Braga Netto, Heitor Freire, Hélio Angotti e Osmar Terra.
Na última quinta-feira (23/2), uma garota de 11 anos morreu de gripe aviária H5N1 no Camboja, de acordo com informações das autoridades sanitárias do país. A principal teoria é que a menina tenha se infectado por aves domésticas na província de Prey Veng. Seu pai, de 49 anos, também foi infectado e outras pessoas da mesma região possivelmente estão contaminadas.
No entanto, a morte da criança levantou suspeitas de que o vírus H5N1 evoluiu para infectar melhor as células humanas. De acordo com os cientistas do Institut Pasteur, que investigam o caso, o vírus H5N1 coletado na garota era diferente do encontrado em pássaros da região.
O cientista que liderou a equipe, Erik Karlsson, afirmou em entrevista à Sky News que há indícios de que o vírus passou por um ser humano antes de infectar a garota.
“Sempre que esses vírus entram em um novo hospedeiro, eles sofrem mudanças que permitem a replicação um pouco melhor ou que potencialmente se liguem às células do nosso trato respiratório de forma mais eficiente”, explica.
Karlsson acrescenta, no entanto, que a mutação provavelmente aconteceu aleatoriamente dentro das aves, descartando a hipótese de que a mudança tenha acontecido no organismo da menina.
O vírus ainda não se adaptou totalmente aos humanos e continua sendo um parasita de aves, de acordo com o cientista. No entanto, ele alerta que é errado minimizar a ameaça da H5N1 no Camboja.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos 873 casos totais da gripe aviária em humanos relatados nas últimas décadas, 458 foram fatais. Até agora, não existem evidências de que o H5N1 se espalhe com facilidade em humanos.
O enviado especial do governo dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, reforçou ontem a disposição da Casa Branca em contribuir para o Fundo Amazônia, mas evitou falar em valores e ressaltou que há dificuldades na tramitação das propostas no Congresso de seu país.
Por isso, ele abriu a possibilidade de novas frentes para levantar recursos, como o mercado de carbono, e financiamentos por meio de bancos multilaterais de investimento e também de filantropia. Kerry afirmou que, no total, há US$ 13,5 bilhões previstos em propostas tramitando no Congresso americano, sendo que parte desses recursos poderiam ser usados para o Fundo Amazônia, caso as medidas fossem aprovadas.
Ele participou de reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Os dois emitiram um comunicado conjunto após o encontro e responderam às perguntas de jornalistas. Kerry foi questionado especificamente sobre eventual aporte americano ao fundo.
“Nós temos uma proposta legislativa no Senado que tem US$ 4,5 bilhões como meta e temos outra na Câmara que tem US$ 9 bilhões como meta. Ela é bipartidária em ambas as Casas, mas sabemos que haverá uma luta pelo caminho. Então, também estamos trabalhando com o banco multilateral de desenvolvimento, e também estamos trabalhando com o mercado de carbono”, afirmou o norte-americano.
Essas propostas versam sobre o envolvimento dos Estados Unidos em medidas em benefício de questões ambientais, sem ser específicas para a Amazônia. A ministra Marina Silva ressaltou que um aporte no Fundo Amazônia seria uma novidade para o governo dos Estados Unidos, que costuma realizar suas ações de co- operação no âmbito de sua agência governamental, a Usaid. Acrescentou que Kerry está comprometido a viabilizar os recursos, mas depende do Congresso para isso.
“Os Estados Unidos têm um mecanismo muito particular de cooperação, que é através da Usaid. É uma inovação muito grande aportar recursos diretos, não renováveis, e fazer isso no âmbito do Fundo Amazônia”, disse. “O que tratamos é que o governo vai buscar viabilizar esses recursos, mas isso passa pela aprovação do Congresso americano”, emendou.
Marina também buscou deixar claro, ao lado de Kerry, que a cooperação envolvendo a Amazônia não significa que o país está abrindo mão de sua soberania. “Nossa soberania impõe responsabilidades e entendemos o caráter que a Amazônia tem de equilíbrio do planeta”, destacou. “Mas temos a clareza da soberania desse território.”
John Kerry chegou a Brasília no domingo, e desde então teve uma série de agendas com autoridades brasileiras. Manteve reunião no Palácio do Itamaraty com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura Rocha, e com a própria Marina. Ontem, o ex-senador americano também se encontrou com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No início de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visita ao presidente dos EUA, Joe Biden. Na ocasião, a Casa Branca acenou com cerca de US$ 50 milhões (R$ 260 milhões) para cooperação ambiental – o valor foi considerado decepcionante por negociadores brasileiros.
Um porta-voz do príncipe Harry e de Meghan Markle confirmou nesta sexta-feira (2) que o rei Charles III enviou uma ordem despejo para que o casal deixe o Frogmore Cottage, a única residência dos duques de Sussex o Reino Unido, segundo a rede britânica BBC.
O Frogmore Cottage havia sido concedido ao casal pela rainha Elizabeth II em 2018, como presente de casamento. A residência tem cinco quartos e fica perto do Castelo de Windsor, no oeste de Londres.
Na quinta-feira (1º), o jornal “The Sun” afirmou em reportagem ouvindo fontes da monarquia que o Palácio de Buckingham havia enviado “um aviso de expulsão” a Harry e Meghan, que deixaram o Reino Unido em 2020, quando abdicaram das obrigações e do salário da monarquia.
Ainda segundo o “The Sun”, Charles III não propôs uma nova residência aos duques de Sussex no Reino Unido, o que significa que o casal não terá mais uma residência real durante suas poucas visitas ao Reino Unido. Harry e Meghan vivem atualmente na Califórnia, nos Estados Unidos, com os dois filhos do casal.
O “The Sun” afirmou também que o rei pediu ao príncipe Andrew, seu irmão mais novo que atualmente vive em uma luxuosa propriedade real em Windsor, que se mudasse para Frogmore Cottage. A ideia do rei, diz a reportagem, é reduzir despesas da monarquia, sustentada por impostos públicos.
Quando foram morar no Fromage Cottage, depois de casados, Harry e Meghan decidiram reformar a residência e fizeram uma obra calculada em cerca de US$ 2,4 milhões (de R$ 12,5 milhões), financiados com dinheiro público. O valor foi fortemente criticado pela opinião pública, e o príncipe Harry teve de devolver o valor.
A decisão acontece depois da publicação do livro de memórias do príncipe Harry, “Spare” (ou “O que sobra”, na versão em português). Nele, o filho caçula do monarca britânico aponta uma série de acusações contra o irmão, o príncipe William, o pai e, principalmente, o modus operandi da relação da monarquia britânica com a imprensa.
O Palácio de Buckingham ainda não havia se pronunciado sobre a ordem de despejo até a última atualização desta notícia.
O Patriotas anunciou nesta quarta-feira a expulsão do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, diante das ofensas feitas pelo parlamentar contra os trabalhadores baianos, na tribuna da Câmara da cidade, na Serra gaúcha. As falas ocorreram dias após um grupo de trabalhadores ter sido resgatado em situação análoga à escravidão na região.
A decisão envolveu a presidência nacional e estadual do partido. “O discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante. Esta situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade”, diz trecho da nota oficial.
O partido reforça não compartilhar com as manifestações do vereador.
Na tribuna, o vereador realizou um pronunciamento racista e xenófobo para se referir aos trabalhadores, defendendo que não fossem mais contratados na Serra gaúcha pois, segundo ele, a cultura dos baianos seria apenas “viver na praia tocando tambor”. “Deixem de lado esse povo acostumado com Carnaval e festa para não se incomodar novamente”, acrescentou.
Câmara de Caxias emite nota Além disso, ontem, a Câmara de Caxias do Sul emitiu uma nota oficial na qual afirma que não “compactua com nenhuma manifestação de preconceito, discriminação, racismo ou xenofobia”. Afirma que a manifestação do vereador Sandro Fantinel “foi um posicionamento individual”. E pedem desculpas ao povo baiano e a todos os migrantes que se sentiram atacados. “Destacando que são todos muito bem-vindos em nossa Caxias do Sul”, termina a nota.