A Imperatriz Leopoldinense é a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro de 2023, com enredo que contava vida e morte de Lampião, cangaceiro mais famoso da história. A apuração das notas aconteceu na tarde desta quarta-feira (22), na Praça da Apoteose, na Marquês de Sapucaí.

Inspirado pela literatura de cordel, as passagens de Lampião rejeitado no inferno e no céu foram traduzidas em fantasias e alegorias pelo carnavalesco Leandro Vieira.

Imperatriz teve um retorno meteórico. No ano passado, a escola amargou um décimo lugar – uma posição abaixo e agremiação não teria desfilado pelo Grupo Especial neste ano. Em 2020, desfilou pela Série Ouro e venceu a divisão. Fazia 22 anos que não levava um título do desfile principal.

Diante do desempenho, a presidente da escola, Cátia Drummond trouxe o carnavalesco Leandro Vieira, o mestre-sala Phelipe Lemos, o coreógrafo Marcelo Misailidis e o intérprete Pitty de Menezes para a agremiação. O time está garantido para o Carnaval 2024, conforme contou ao Setor 1.

Com a vitória, a agremiação do bairro de Ramos conquista seu nono título no Grupo Especial do Carnaval carioca.

Confira a classificação das escolas no Carnaval do Rio de Janeiro 2023
Imperatriz Leopoldinense: 269,8
Unidos do Viradouro: 269,7
Unidos de Vila Isabel: 269,3
Beija-Flor de Nilópolis: 269,2
Estação Primeira de Mangueira: 269,1
Acadêmicos do Grande Rio: 268,6
Acadêmicos do Salgueiro: 268,5
Paraíso do Tuiuti: 268,3
Unidos da Tijuca: 268,2
Portela: 267,7
Mocidade Independente de Padre Miguel: 266,6
Império Serrano: 265,6

Qual foi o enredo da Imperatriz Leopoldinense, campeã do Carnaval do Rio 2023?
A escola de samba trouxe o tema “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida” para a Marquês de Sapucaí.

Na avenida, alegorias e fantasias usavam elementos do cordel para contar a história do cangaceiro Lampião – principalmente sua morte e o julgamento no além-vida, para decidir se merecia o céu ou o inferno.

A filha de Lampião com Maria Bonita, Expedita Ferreira da Silva, foi destaque do último carro alegórico.

Quais foram as escolas rebaixadas no Carnaval 2023 do Rio?
A Império Serrano e a Mocidade Independente de Padre Miguel vão disputar o Carnaval 2024 na Série Ouro. Elas foram as duas últimas colocadas na classificação das doze escolas de samba do Grupo Especial.

Como é definida a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro?
São avaliados nove critérios para estabelecer a grande vitoriosa do Grupo Especial do Rio:

Harmonia
Enredo
Bateria
Alegorias e adereços
Fantasias
Samba enredo
Comissão de frente
Mestre-sala e porta-bandeira
Evolução

Cada critério é avaliado por quatro jurados e a menor das notas na categoria é descartada. As notas vão de 9 a 10 e incluem as casas decimais – ou seja, podem ser 9,1; 9,2 e por aí vai. A escola de samba que somar mais pontos é eleita vencedora

O Carnaval 2023 apresentou duas novidades na atribuição de notas, Em anos anteriores, cinco jurados por categoria davam notas. Neste ano, cada escola recebeu quatro notas por critério.

Em outros carnavais, a maior e a menor nota em cada categoria eram descartadas. Desta vez, apenas a menor foi retirada da contagem.

Não foi o caso da apuração de 2023 mas, se houvesse empate entre duas ou mais escolas, o critério de desempate é quem tiver a maior nota em Evolução.

Se os valores forem iguais, segue-se a ordem decrescente das categorias, até que haja diferença entre os números.

Caso todas as notas sejam iguais, o Carnaval do Rio coroa mais de uma vitoriosa.

Qual é a maior vencedora do Carnaval do Rio de Janeiro?
A Portela é a escola de samba que detém mais títulos de grande campeã do Carnaval carioca, com 22 vitórias – considerando os desfiles desde 1932.

A Estação Primeira de Mangueira é a segunda colocada em número de título, com 20. Logo após está a Beija-Flor de Nilópolis, que foi campeã por 14 vezes.

Rio já teve Carnaval com cinco campeãs
Em 1960, uma confusão generalizada fez com que nada menos que cinco escolas fossem campeãs. Portela, Mangueira, Salgueiro Unidos da Capela e Império Serrano foram todas vitoriosas naquele ano.

Em sua autobiografia, o carnavalesco Fernando Pamplona conta que, na apuração, escolas que estouraram o tempo de desfile foram contra a abertura do envelope com as pontuações negativas. Assim aconteceu, apesar dos protestos.

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