IBGE: percentual de jovens “nem-nem” no RN cai ao menor nível em 10 anos

Postado em 1 de julho de 2025

O número de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham no Rio Grande do Norte voltou a cair em 2024 e atingiu o menor patamar desde 2014, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que 23,9% dos jovens potiguares estão atualmente nessa condição, índice que representou uma redução de 4,1 pontos percentuais em relação a 2014, quando o estado registrava 28%. O percentual, embora ainda superior à média nacional (18,5%), está abaixo da média do Nordeste (25,3%).

A superintendente do IBGE no Rio Grande do Norte, Fabiana Fábrega, considera a queda expressiva. Apesar do Instituto não investigar diretamente as causas da evasão escolar ou da exclusão do mercado de trabalho, é possível identificar indícios ao cruzar os dados com outras pesquisas e indicadores sociais. “A mulher é mais afetada tanto em relação ao estudo quanto ao trabalho, mas sobretudo ao mercado de trabalho. De modo geral, a gente correlaciona isso à falta de uma rede de apoio, seja para que crianças ingressem na creche, ou o cuidado da pessoa da família”, explica.


A desigualdade de gênero persiste como um dos principais fatores na composição desse grupo. No estado, 30,5% das mulheres entre 15 e 29 anos estão fora da escola e do mercado de trabalho, enquanto entre os homens o índice é de 17,3%. Em 2023, esses percentuais eram de 36,3% e 21,1%, respectivamente. A queda mais significativa entre as mulheres sugere impacto direto de políticas públicas de ampliação do acesso à educação infantil.


“Quando há uma melhoria do acesso à creche ou outros espaços de convivência em que a mulher consegue estar mais liberada desse cuidado a crianças e às pessoas da família, ela consegue se inserir melhor no mercado de trabalho”, completa Fabiana. Entre os homens, a redução de 21,1% para 17,3% também pode indicar sinais de reaquecimento da economia, ocasionando a facilitação dos mais jovens no mercado de trabalho, segundo a superintendente.


O recorte racial também revela disparidades persistentes. Entre os jovens potiguares pretos ou pardos, 25,4% estão fora da escola ou do mercado de trabalho, contra 21,2% entre os brancos. Para Fabiana, esse dado remete a questões estruturais que envolvem tanto o acesso à educação quanto as barreiras na inserção laboral. A diferença entre os grupos raciais, embora ainda presente, diminuiu em relação a 2023, quando os índices eram de 30,8% entre os jovens pretos ou pardos e 24,2% entre os brancos.


A retomada do acesso à creche e escola na primeira infância também pode contribuir, em médio e longo prazo, para a redução da taxa de jovens “nem-nem”. Dados da Pnad Contínua mostram que, no Nordeste, a frequência escolar entre crianças de 0 a 1 ano passou de 5,9% em 2023 para 8,1% em 2024. Na faixa de 2 a 3 anos, a frequência passou de 60,2% para 60,0%, mantendo-se estável. Entre os pequenos de 4 a 5 anos, a frequência à escola ou creche chega a 94,9%, refletindo a consolidação da obrigatoriedade da pré-escola.


Apesar do avanço observado no Rio Grande do Norte, o estado ainda está distante da média nacional. A diferença de 5,4 pontos percentuais em relação ao índice do Brasil expõe fatores regionais que dificultam a inclusão produtiva e educacional da juventude. “Se você tem uma economia mais desaquecida e diferenças de políticas públicas para a inserção do jovem na frequência escolar, você vai ter essas diferenças”, afirma Fabiana Fábrega.


Segundo a superintendente do IBGE no RN, a pandemia agravou essa realidade, elevando os índices de exclusão. “Houve um aumento desse número de nem-nem. E agora ele volta para índices pré-pandêmicos e abaixo dos pré-pandêmicos”, completa. Políticas públicas voltadas à educação, combate à pobreza e à equidade racial são apontadas por Fabiana como fundamentais para romper o ciclo que afasta parte significativa da juventude das salas de aula e do mercado de trabalho.


Em nível Brasil, a porcentagem total de “nem-nem” era de 20% em 2022, registrando uma redução para 19,8% em 2023 e para 18,5% em 2024. Em nível Nordeste, os mesmos números eram 27,4%, 27,4% e 25,3%, respectivamente. Já no Rio Grande do Norte, foram 27,3% em 2022, 28,4% em 2023, e 23,9% em 2024.

Tribuna do Norte

Hugo Motta faz alerta caso governo Lula leve o tema IOF ao Supremo

Postado em 1 de julho de 2025

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um recado duro a integrantes do governo Lula sobre as consequências de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a derrubada do aumento do IOF.Motta destacou que o gesto será visto como um enfrentamento claro e que só fará o Congresso querer dobrar a aposta nos embates com o Palácio do Planalto. A leitura da judicialização do caso, segundo ele, será que “o governo abriu mão de governar com os parlamentares e agora busca governar com o STF”.

A aliados, Motta faz a avaliação de que levar a questão para o Supremo só vai piorar a situação do Executivo, já que o problema que tem hoje não é jurídico, mas político. A falta de base no Congresso e a crescente insatisfação de parlamentares com o governo Lula são apontadas por Motta como fatores que podem levar à ingovernabilidade, caso o Palácio do Planalto não consiga mudar sua relação com os congressistas. Para o presidente da Câmara, judiciar o IOF é dobrar a aposta no enfrentamento sem colocar no radar as consequências que estão por vir.


Em conversas com representares do governo, o presidente da Câmara ainda se queixou que ele só recebeu contatos com queixas e que o Palácio ignorou as medidas positivas que ele pautou e que foram aprovadas no mesmo dia da derrubada do IOF.


Motta se refere à Medida Provisória (MP) que autoriza o uso de até R$ 15 bilhões do Fundo Social do pré-sal para habitação popular e que permite ao governo leiloar óleo e gás excedente, com potencial de arrecadar até R$ 20 bilhões, à MP que isenta do Imposto de Renda de quem ganha até dois salários mínimos e a outra que permite a contratação de crédito consignado por trabalhadores do setor privado.
Entre as ações que estão no radar do centrão, caso o embate com o Executivo continue, está escolher o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um expoente da oposição, como relator da CPI do INSS.


Na segunda-feira (30), o deputado federal, Hugo Motta, foi às redes sociais defender a decisão do Congresso que invalidou o aumento do IOF e disse que não traiu o governo ao pautar o projeto.

Motta critica o “nós contra eles”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou na segunda-feira (30) um vídeo em que rebate críticas do governo sobre a derrubada do decreto que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ele também reagiu ao discurso do Planalto, que vem associando a derrota à suposta atuação do Congresso em favor dos mais ricos.
No vídeo, Motta rejeita a ideia de que o Executivo tenha sido pego de surpresa. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada”, afirmou.
O decreto foi derrubado pela Câmara na quarta-feira (25.jun), com 383 votos a favor e 98 contrários. No mesmo dia, o Senado confirmou a decisão em votação simbólica, sem contagem nominal.
Desde então, integrantes do governo e o PT têm usado as redes sociais para dizer que o Congresso favorece os mais ricos. O tom segue uma das marcas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o qual os pobres pagam muitos impostos e os ricos quase nada.
Motta, no entanto, declarou que o governo de tentar estimular uma “polarização social” e afirmou que o Congresso tem atuado de forma equilibrada. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, disse. Segundo ele, a narrativa de que o Legislativo atua contra os interesses do povo é falsa.
“A polarização política no Brasil tem cansado muita gente e agora querem criar a polarização social. No mesmo dia em que derrubamos o aumento do IOF, aprovamos outras 3 medidas importantes para o nosso país”, declarou Motta.
Entre essas medidas, segundo Motta, estão: o investimento de R$ 15 bilhões em habitação; a autorização para a venda do excedente de petróleo, com potencial de arrecadar até R$ 20 bilhões sem aumento de impostos; a regulamentação do crédito consignado privado; e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 2 salários mínimos.

Tribuna do Norte

ALRN promove audiência sobre responsabilidade dos planos de saúde e impactos sociais no RN

Postado em 1 de julho de 2025

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) promove, nesta terça-feira (1º), às 14h, no auditório Cortez Pereira, uma audiência pública para discutir o tema “Saúde e inclusão: a responsabilidade dos planos e os impactos sociais no RN”. A iniciativa é da deputada estadual Divaneide Basílio (PT) e conta com a parceria do Procon Legislativo.

O debate busca enfrentar o cenário provocado pelo descredenciamento em larga escala de clínicas e instituições terapêuticas por parte de operadoras de planos de saúde. A situação tem afetado especialmente pacientes com doenças raras, transtornos mentais e condições crônicas, resultando em longas filas de espera e dificuldades de acesso a tratamentos contínuos — essenciais, sobretudo, para crianças em fase de neurodesenvolvimento.

“Estamos acompanhando relatos de famílias e profissionais da saúde que não conseguem garantir o atendimento adequado devido à redução de prestadores credenciados. Isso coloca vidas em risco e exige resposta imediata do poder público e dos órgãos reguladores”, destacou a deputada Divaneide.

A audiência pública contará com a participação de representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ministério Público, Defensoria Pública, operadoras de saúde, associações de clínicas terapêuticas, entidades de defesa dos direitos dos pacientes e familiares de pessoas afetadas.

O Procon Legislativo, órgão de proteção ao consumidor, vinculado à ALRN, também terá papel de destaque na discussão, esclarecendo os direitos dos usuários de planos de saúde e denunciando eventuais práticas abusivas, como o descredenciamento unilateral de prestadores e a interrupção de tratamentos.

O objetivo central do encontro é buscar soluções que assegurem o direito constitucional à saúde e garantam a continuidade do atendimento aos usuários da saúde suplementar no estado.

A participação da sociedade civil é incentivada, com a expectativa de construção coletiva de alternativas que garantam maior proteção aos consumidores potiguares.

Indústria puxa saldo positivo e RN cria 2.220 vagas de emprego em maio

Postado em 1 de julho de 2025

O mercado de trabalho formal no Rio Grande do Norte fechou o mês de maio de 2025 com saldo positivo na geração de empregos. Segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o estado criou 2.220 postos com carteira assinada no mês, resultado de 23.696 admissões contra 21.476 demissões.

O desempenho foi puxado, principalmente, pela indústria, que liderou a geração de vagas, com saldo de 2.974 empregos, representando uma recuperação significativa frente ao resultado de maio de 2024, quando o setor havia criado 566 postos formais. A construção civil, tradicionalmente um motor do mercado formal de trabalho no estado, registrou um saldo mais modesto, de 65 empregos, bem abaixo dos 695 postos criados no mesmo mês do ano anterior.


Já o setor agropecuário teve saldo positivo de 356 vagas, resultado superior ao do mesmo mês do ano passado, quando somou apenas 42 postos. O comércio também apresentou avanço, com saldo de 349 empregos em maio de 2025, superando com folga os 64 registrados em maio de 2024.


Por outro lado, os serviços foram o grande freio na performance do emprego potiguar. O setor registrou um saldo negativo de 1.524 vagas em maio, fruto de 10.275 desligamentos frente a 8.751 contratações. Esse número contrasta com o desempenho do setor em maio de 2024, quando os serviços criaram 1.521 empregos formais. A retração impactou diretamente o resultado geral do estado.


No total, apesar de positivo, o desempenho do setor formal de trabalho no RN em maio ficou inferior ao mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo de 2.888, resultado de 20.026 contratações contra 17.138 desligamentos.


Já no acumulado de 2025, o estado contabiliza um saldo positivo de 5.356 empregos formais. Entre janeiro e maio houve 110.193 admissões e 104.837 demissões.


Na análise setorial dos primeiros cinco meses do ano, o Caged aponta que os serviços permanecem na liderança da geração de empregos, mesmo com o desempenho negativo no último mês contabilizado. O setor criou 3.931 vagas no período, seguido pela construção civil (2.626), indústria (2.243) e comércio (596).


A agropecuária, no entanto, acumula um desempenho negativo expressivo de janeiro a maio: foram 3.373 admissões contra 7.413 demissões, resultando em um saldo de -4.040 vagas, o pior entre todos os setores.


O comportamento do mercado potiguar tem oscilado mês a mês. Abril apresentou saldo de 2.692 empregos, com destaque para os serviços (2.462). Em março, porém, o estado amargou saldo negativo de -1.885 postos, influenciado por cortes na agropecuária (-2.112), ocasionados pelo fim da safra de frutas. Fevereiro (2.628) e janeiro (299) também mostraram movimentos positivos, mas ainda modestos frente à volatilidade setorial.

No país, 148.992 novas vagas

O mercado formal de trabalho manteve a trajetória positiva no país e fechou o mês de maio com a criação de 148.992 vagas com carteira assinada. O resultado é decorrente de 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos. Com isso, o país acumula um saldo de 1.051.244 postos formais no ano de 2025 até agora e de 1.628.644 nos últimos 12 meses.


Os serviços, diferentemente do Rio Grande do Norte, lideraram a geração de empregos, com 70.139 vagas. O comércio também teve saldo positivo de 23.258, seguido da Indústria, com geração de 21.569 postos; Agropecuária, que gerou 17.348 empregos; e Construção com 16.678 vagas criadas no mês.


Entre os estados os maiores geradores de emprego foram São Paulo (+33.313), Minas Gerais (+20.287) e Rio de Janeiro (+13.642). O maior crescimento relativo ocorreu no Acre, com variação de 1,24%. O saldo negativo foi verificado apenas no Rio Grande do Sul, com saldo de -115 vagas de emprego.

Empregos no RN (maio/2025)

2.220
Saldo de empregos no RN

148.992
Saldo de empregos no Brasil

Saldo por setor (RN):
Indústria: 2.974 empregos
Agropecuária: 356 empregos
Comércio: 349 empregos
Construção civil: 65 empregos
Serviços: -1.524 empregos

Fonte: Caged/Ministério do Trabalho

Junho Verde reforça compromisso com a sustentabilidade e marca gestão ambiental na ALRN

Postado em 1 de julho de 2025

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) promoveu, nesta segunda-feira (30), o 1º Encontro Junho Verde – um marco institucional voltado à reflexão, formação e compromisso com práticas sustentáveis no serviço público. Sediado no auditório Cortez Pereira, o evento reuniu servidores, especialistas e gestores para debater ações legislativas e apresentar o Plano de Logística Sustentável (PLS) da Casa, que será executado até 2027.

A abertura foi conduzida pelo diretor administrativo da Casa, Pedro Cascudo, coordenador do grupo de trabalho responsável pelo PLS, que relembrou o impacto visual de processos físicos acumulados por décadas na Assembleia, contrastando com a recente digitalização dos trâmites administrativos. “Estamos vivendo um momento muito importante. Questionar o uso de recursos como energia, papel, combustível e tempo não é mais uma escolha, é uma exigência da sociedade e do planeta”, afirmou.

Para Pedro Cascudo, o Junho Verde vai além da sensibilização: “É um convite à ação. Uma prova de que o parlamento pode liderar pelo exemplo. Que possamos plantar ideias e regá-las juntos”, disse, destacando o apoio do presidente legislativo, Ezequiel Ferreira (PSDB), como pilar das transformações da Casa. Segundo ele, o PLS está pronto para sair do papel nos próximos dias ou semanas, resultado de um esforço coletivo que envolveu vários setores.

A palestra de abertura foi ministrada pelo analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Diego Fernandes, que provocou reflexões importantes sobre o papel do poder público frente à crise climática. “É possível crescer economicamente sem destruir recursos naturais? A resposta está na sustentabilidade, que não é uma opção, mas um princípio constitucional”, pontuou, citando o artigo 225 da Constituição Federal.

Diego reforçou o papel das casas legislativas como agentes de transformação, destacando a função educativa da ALRN. “A educação ambiental é o pilar para transformar comportamento e pensamento. Não basta legislar. É preciso comunicar, engajar e formar cidadãos críticos”, defendeu. Ele ainda alertou sobre a gravidade da emergência climática, citando os desastres no Rio Grande do Sul e o risco de colapso climático a partir de 2030, caso as metas globais da Agenda 2030 não sejam cumpridas.

Em seguida, a professora Marjorie Medeiros, coordenadora do Programa de Educação Ambiental da UFRN, comoveu o público com um chamado à ação urgente. “Não temos mais amanhã. É hoje”, disse. A professora apresentou o Plano Diretor de Logística Sustentável da UFRN (2024-2027), trazendo exemplos concretos e inspiradores de práticas ambientais adotadas pela universidade. Com uma abordagem crítica e sensível, alertou sobre o racismo ambiental e os impactos desiguais da crise climática sobre as populações mais vulneráveis.

“O meio ambiente não está lá fora, está entre nós”, afirmou, defendendo uma sustentabilidade que seja socialmente justa, culturalmente diversa, economicamente viável e ecologicamente correta. Ela encerrou sua participação com uma citação do ambientalista brasileiro Ailton Krenak: “Andem com cuidado, pisem devagar aqui na terra, como se estivessem voando. Se a terra está bem, seus filhos também estarão”.

A apresentação do Plano de Logística Sustentável (PLS) da ALRN ficou a cargo da vice-coordenadora do GT de sustentabilidade, Joana D’arc Rodrigues, que detalhou a construção participativa do plano e seus principais dados. “Foi um processo bonito, mas também um pouco sofrido. Começamos em maio de 2024 com seis pessoas e hoje temos 20 servidores engajados nesse desafio coletivo”, relatou.

Entre os diagnósticos apresentados, chamou atenção o consumo elevado de papel – mais de um milhão de folhas por ano, embora já em redução desde a adoção de processos eletrônicos. Também foram destacados o alto uso de copos plásticos (560 mil unidades descartadas em 2024) e o desperdício energético com estações de trabalho ligadas fora do expediente.

O PLS contempla 29 projetos distribuídos em 11 eixos temáticos, ancorados nos pilares ambiental, social e de governança. Entre as ações estão: uso racional de recursos, gestão de resíduos sólidos, eficiência energética, contratações sustentáveis, promoção da qualidade de vida no trabalho e ações de educação ambiental junto à Escola da Assembleia.

Durante o evento, foi exibido um vídeo institucional sobre a coleta seletiva da ALRN, implementada desde 2019, que já destinou mais de 50 toneladas de materiais recicláveis às cooperativas, beneficiando 50 famílias. A iniciativa também promove economia de recursos públicos e contribui para a conscientização da comunidade legislativa.

O diretor-geral da ALRN, Augusto Viveiros, parabenizou as exposições e destacou o avanço institucional da Assembleia. “Estamos planejando o ideal e executando o possível. Temos muito o que melhorar, mas é uma alegria ver a Casa caminhando nesse sentido”, disse. 

O encerramento contou com a fala do diretor de Políticas Públicas da ALRN, Ricardo Fonseca, que destacou o papel da Assembleia como referência para instituições públicas e privadas. “O projeto Assembleia e Você já é reconhecido nacionalmente por levar saúde, educação e assistência social aos municípios. Agora damos mais um passo, sendo exemplo também em sustentabilidade”, disse.

A mesa de trabalho do evento contou ainda com as participações de Dulcinéa Brandão, diretora-geral da presidência; Thyago Cortez, diretor de gestão de pessoas; Luciana Targino, diretora de planejamento estratégico; e Ana Cristina Maia, chefe da divisão acadêmica da Escola da Assembleia Legislativa.

O Encontro Junho Verde reafirma o compromisso da Assembleia Legislativa com a promoção de políticas públicas sustentáveis e o engajamento contínuo de seus servidores e gestores em práticas responsáveis com o meio ambiente. Mais do que uma ação pontual, o evento representa o início de uma nova cultura institucional, pautada na consciência ambiental, na inovação e na construção de um futuro mais equilibrado para o Rio Grande do Norte.

Governo adia para março de 2026 regra que restringe trabalho no comércio em feriados; entenda

Postado em 1 de julho de 2025

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) prorrogou novamente a vigência da portaria que define as regras para o trabalho em feriados no setor do comércio. Segundo a pasta, a medida, antes prevista para entrar em vigor nesta terça-feira (1º), passará a valer a partir do dia 1º de março de 2026.

A decisão foi anunciada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que ressaltou a importância de manter o diálogo social com o Congresso Nacional, representantes dos trabalhadores e do setor produtivo. Para ele, a prorrogação assegura um prazo técnico para consolidar as negociações com as partes.

Publicada originalmente em novembro de 2023, a portaria reforça a exigência de convenção coletiva entre empregadores e empregados do setor do comércio para autorizar o trabalho em feriados, conforme determina a Lei nº 10.101/2000. O texto revoga a Portaria nº 671/2021, editada no governo anterior, que autorizava o trabalho em feriados para o setor sem necessidade de acordo coletivo.

Na prática, isso significa que a decisão do empregador sobre o trabalho nos feriados não será mais suficiente. Quando a portaria entrar em vigor, será necessário que trabalhadores e empresas negociem e firmem um acordo formal. Caso as partes concordem em trabalhar no feriado, a convenção deverá definir regras, como pagamento em dobro, folgas compensatórias ou benefícios extras, por exemplo.

Ao todo, 12 atividades serão contempladas pela portaria. São elas:

  • Atacadistas e distribuidores de produtos industrializados;
  • Comércio de artigos regionais nas estâncias hidrominerais;
  • Comércio em portos, aeroportos, estradas, estações rodoviárias e ferroviárias;
  • Comércio em hotéis;
  • Comércio em geral;
  • Comércio varejista em geral;
  • Mercados, comércio varejista de supermercados e hipermercados, cuja atividade preponderante seja a venda de alimentos, inclusive os transportes a eles inerentes;
  • Revendedores de tratores, caminhões, automóveis e veículos similares
  • Varejistas de peixe;
  • Varejistas de carnes frescas e caça;
  • Varejistas de frutas e verduras;
  • Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário).

O tema vem gerando um debate nacional. Enquanto representantes dos trabalhadores defendem que a portaria reafirma a legislação e garante que o trabalho em feriados seja negociado e compensado, entidades empresariais argumentam que a regra traz burocracia e custo.

Maria Lucia Benhame, advogada trabalhista especialista em direito sindical, aponta que a portaria não traz mais segurança jurídica em relação ao trabalho no feriado. Para ela, a medida, na verdade, representa um desafio para o setor, sobretudo para comércios de pequeno porte.

“Como a autorização depende de um acordo sindical que depende muitas vezes de requisitos não ser relacionado ao trabalho, e com critérios de escolha de atividades sem base de uma importância para a população, como por exemplo farmácias, ao trabalho em si, creio que vai gerar mais insegurança. Por isso entendo que acordos coletivos que são feitos por empresas e sindicatos de empregados seriam mais representativos de uma realidade do que uma convenção coletiva”, pontua Maria Lucia.

SBT

Em meio a críticas do agro, governo lança Plano Safra com crédito mais caro

Postado em 1 de julho de 2025

Em meio a uma tensão com o setor produtivo — impulsionada, principalmente, pelo decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e por outras medidas arrecadatórias anunciadas que impactam diretamente o setor — o governo lança, nesta terça-feira (1º), o Plano Safra empresarial 2025/2026, com expectativa de valor recorde e crédito mais caro.

Na última segunda-feira (30), o governo lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com R$ 89,2 bilhões em recursos e juros mais altos em relação ao anterior.

Apesar de, dentro do governo, haver a expectativa de que o aporte supere, em valores nominais, os R$ 584 bilhões em recursos anunciados no Plano Safra do ano passado, o Executivo enfrenta uma série de desafios na construção da nova edição.

Esses entraves, que já eram grandes com a taxa básica de juros em 15% ao ano, se intensificaram após a edição de uma Medida Provisória que acaba com a isenção de Imposto de Renda sobre as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).

A MP foi publicada como alternativa para compensar o recuo no decreto que havia elevado o IOF. Títulos de investimento antes isentos de IR, como as LCAs, passarão a ser tributados com alíquota de 5%.

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) se posicionou contra a medida. Em nota conjunta, o setor produtivo classificou a MP como “preocupante”.

Tradicionalmente, as LCAs representam uma das principais fontes de recursos para o financiamento do crédito rural. Na safra 2024/25, no entanto, a participação das letras caiu para 29%, ante 43% na safra anterior.

“A proposta anunciada pelo ministro Fernando Haddad pode agravar ainda mais o cenário atual. Além da menor atratividade desses títulos devido ao prazo mínimo de carência exigido na disposição do CMN, a tributação prevista tende a desestimular os investidores, gerando uma redução adicional no volume de recursos aplicados em LCAs”, diz a CNA.

“Essa retração impacta diretamente a disponibilidade de funding para o crédito rural”, conclui a entidade.

Outro problema para o governo neste momento é o espaço reduzido no orçamento. Um dos pedidos do setor, por exemplo, é a destinação de R$ 4 bilhões ao PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) no Plano Safra deste ano.

O Seguro Rural é a principal política pública de proteção à produção agropecuária contra perdas causadas por eventos climáticos. É uma forma de diminuir a exposição dos produtores a riscos naturais que levem à quebra da safra, como enchentes e secas mais fortes.

O próprio ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, admite que será difícil encontrar espaço fiscal para atender à demanda.

Atualmente, o programa conta com cerca de R$ 1 bilhão no orçamento. Em junho, por falta de espaço fiscal, o Ministério da Agricultura bloqueou R$ 354,6 milhões e contingenciou outros R$ 90,5 milhões destinados ao seguro rural, o que foi visto com maus olhos pelo setor.

Outra demanda do setor é a criação de uma linha de financiamento rural em dólar. A CNA entende que o cenário previsto para a próxima safra será mais desafiador do que nos anos anteriores, devido à taxa de juros elevada, que encarece o crédito, e ao contexto de incertezas geopolíticas.

A proposta de financiamento em dólar tem boa receptividade dentro do governo federal. Publicamente, ministros já reconhecem essa possibilidade.

A ideia é que a indexação ao dólar sirva como alternativa aos juros elevados, especialmente para produtores com receitas em moeda estrangeira, como os de soja, milho, café e algodão.

O setor defende que essa nova linha seja voltada a produtores com contratos atrelados ao dólar, com uso de instrumentos de proteção como contratos futuros, e que haja uma regulação do spread cobrado pelos bancos.

CNN

Mutirão do TJRN vai analisar mais de mil processos e pode livrar condenados por tráfico

Postado em 1 de julho de 2025

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte começou hoje (30), o I Mutirão Processual Penal – Pena Justa, uma ação coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de regularizar a situação processual das pessoas privadas de liberdade. O mutirão vai analisar mais de mil processos e pode mudar a sentença de prisão de acordo com mudanças no entendimento do judiciário, como o que diz respeito às condenações por tráfico de drogas.

Pelo que foi divulgado pela comunicação do TJRN, a medida vai analisar processos de quem foi condenado por porte para uso pessoal ou tráfico de drogas, que portavam menos de 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas, atendendo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Também serão analisadas as prisões cautelares de gestantes, mães e mulheres responsáveis por crianças; prisões preventivas com duração superior a um ano; processos de execução penal com incidentes vencidos de progressão de regime ou livramento condicional; processos de execução penal sem pena restante a cumprir ou com pena prescrita que ainda constem como ativos no sistema.

De acordo com o juiz-corregedor Felipe Barros, o CNJ enviou uma lista com 1.088 processos com potencial de participar do mutirão. A Comissão também fará uma busca ativa de outros processos que se encaixem no perfil do I Mutirão Processual Penal – Pena Justa. A revisão dos processos será preferencialmente realizada pelos juízes a eles vinculados.

O intuito é garantir um bom andamento dos trabalhos do mutirão para favorecer a saída digna do cárcere e possibilitar o encaminhamento às políticas públicas de saúde e assistência social, quando necessário. O mutirão seguirá até o dia 30 de julho.

96FM

Prefeito Lucas e Vice-prefeita Milena Galvão acompanham desfile da Banda Maestro Santa Rosa e reforçam convite à Festa de Santana

Postado em 1 de julho de 2025

Na manhã desta terça-feira -feira, 1º de julho, o prefeito Lucas e a vice-prefeita Milena Galvão acompanharam a pé todo o percurso do desfile da Banda Maestro Santa Rosa, abrindo oficialmente o mês dedicado à padroeira Santana. O ato simbólico percorreu as principais ruas de Currais Novos e emocionou quem acompanhava das calçadas e janelas.

Mais do que um gesto de respeito à cultura e à música currais-novense, a presença dos gestores lado a lado com a população representou um convite vivo e cheio de significado: Currais Novos está de braços abertos para acolher sua maior celebração religiosa e cultural.

“Julho é um mês que toca o coração da nossa gente. É tempo de fé, de reencontros, de memória viva. Estar nas ruas com o povo, sentindo essa energia, é uma forma de dizer que a festa de Santana é de todos nós”, destacou a vice-prefeita Milena Galvão.

Já o prefeito Lucas lembrou que a programação religiosa e sociocultural será extensa e acolhedora. “Preparamos tudo com muito carinho para que esse momento de fé e tradição seja celebrado com segurança, organização e emoção. A presença da banda Santa Rosa e do povo nas ruas já anuncia que a festa será linda”, afirmou.

A gestão municipal reforça que toda a população está convidada a participar da programação da Festa de Sant’Ana 2025, que acontece de 16 a 26 de julho.

13º BPM Divulga ocorrências das últimas com destaque para violência doméstica

Postado em 1 de julho de 2025

A Polícia Militar do 13º Batalhão registrou, nas últimas 24 horas, diversas ocorrências, uma delas de violência doméstica, em Lagoa Nova.

CURRAIS NOVOS

A guarnição atendeu cinco visitas assistidas, todas voltadas ao apoio a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. As ações fazem parte do protocolo de proteção às vítimas, garantindo acompanhamento e reforço na segurança.

ACARI

Foi registrada uma ocorrência de lesão corporal, sendo o caso devidamente encaminhado para os procedimentos cabíveis.

LAGOA NOVA

Foram cinco visitas assistidas em apoio a mulheres vítimas de violência doméstica. Além disso, foi registrada uma ocorrência formal de violência doméstica, onde o agressor não foi localizado até o momento. A PM também atendeu uma ocorrência de vias de fato, envolvendo conflito interpessoal.

CERRO CORÁ

A cidade registrou uma visita assistida em apoio a uma mulher em situação de violência doméstica e familiar, com a guarnição prestando o suporte necessário.

DEMAIS DESTACAMENTOS

Sem alterações ou registros relevantes nas últimas 24 horas.

A Polícia Militar segue intensificando as ações preventivas e de combate à violência, especialmente no atendimento às vítimas, reafirmando o compromisso com a segurança da população do Seridó.

REPORTER SERIDO

Milena Galvão visita feira livre e de Currais Novos e acompanha cadastro do Jantar Popular

Postado em 30 de junho de 2025

A semana começou com muito trabalho em Currais Novos para a vice-prefeita Milena Galvão. Sua primeira agenda desta segunda-feira (30) foi na Feira Livre municipal, onde tomou café e ouviu, de perto, as demandas dos feirantes que atuam diariamente no local.

Aproximar-se da população é uma máxima da atuação de Milena, que recebeu retornos importantes sobre os caminhos em que a gestão pode atuar com mais eficiência. Após o café com os trabalhadores que movimentam a feira, seu segundo compromisso do dia também foi ao lado da população, na Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semthas).

Milena acompanhou o cadastro do programa Jantar Popular, que será iniciado nesta segunda-feira. A inauguração está marcada para as 17h, na estrutura localizada na Rua do Petróleo, próximo ao SesiTEC.

“Aqui a gente leva a sério a palavra serviço. Desde as primeiras horas do dia, caímos em campo para ouvir o cidadão que precisa do nosso trabalho. Ouvindo cada um deles podemos fazer uma gestão mais assertiva, que está ciente do que é demanda valiosa pra nossa população”, afirmou Milena.

Exclusivo: Primeira mudança no secretariado de Lucas Galvão: Lidiane Silva assume a Secretaria de Assistência Social

Postado em 30 de junho de 2025

A gestão do prefeito Lucas Galvão e da vice-prefeita Milena Galvão, em Currais Novos, acaba de passar pela primeira mudança no seu secretariado. Quem retorna ao comando da Secretaria Municipal de Assistência Social é Lidiane Silva, que anteriormente atuava como coordenadora da pasta e que, por um período, esteve afastada das funções públicas.

Lidiane assume o lugar de Maria Aparecida Otton, conhecida como Dadá, que agora deixa oficialmente o cargo de secretária municipal. Com ampla experiência na área social, Lidiane Silva retorna ao governo para liderar uma das pastas mais sensíveis e importantes da administração pública municipal.

A volta de Lidiane marca uma nova etapa para a Assistência Social em Currais Novos. Segundo fontes ligadas à gestão, a escolha foi feita com base no compromisso, dedicação e no histórico de atuação de Lidiane, que conhece bem as demandas da pasta e da população mais vulnerável do município.

A posse de Lidiane Silva já é tratada como uma decisão estratégica, que visa fortalecer os programas sociais, ampliar os atendimentos e manter a política de assistência como prioridade da gestão Galvão.

Com esta nomeação, Lucas Galvão realiza a primeira troca oficial no seu secretariado desde que assumiu a Prefeitura.

Lula assume Mercosul e vai insistir em acordo com a União Europeia

Postado em 30 de junho de 2025

O Brasil assume na próxima semana a presidência do Mercosul, bloco econômico que integra países da América do Sul. Um dos objetivos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do grupamento é finalizar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, além de integrar os acordos econômicos nos setores automotivo e açucareiro.

Lula embarca para Buenos Aires, na Argentina, na quarta-feira (2/7), para participar da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, onde terá a passagem de comando da Argentina para o Brasil na quinta (3/7).

Será a primeira visita do petista ao país vizinho desde que Javier Milei assumiu a presidência da Argentina. Lula foi alvo de uma série de insultos públicos durante a campanha presidencial de Milei à Casa Rosada.

Entenda o que é o Mecosul
O Mercosul é um bloco político e econômico da América do Sul, que visa fazer a integração regional entre os seus membros. Um dos principais objetivos é avançar o livre comércio, tanto de bens, como de serviços e outros setores produtivos.
O Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Bolívia está no processo de integração, que pode levar até quatro anos para estabelecer a sua entrada no bloco.
Além dos países membros, o Mercosul possui aquelas nações associadas, como Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Peru e Suriname.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, entre janeiro e maio de 2025, o intercâmbio realizado entre os membros do Mercosul foi de R$ 17,5 bilhões.
O Brasil assume agora a presidência do bloco e tem como propósito alavancar o comércio no setor automotivo e açucareiro.
Mercosul-União Europeia
O Brasil chega à presidência do Mercosul tendo como um dos principais focos concluir o acordo entre o bloco da América do Sul e a União Europeia. A expectativa do governo Lula é assinar esse acordo o mais breve possível. Recentemente, Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, para tentar dar celeridade aos entendimentos.

O Metrópoles ouviu especialistas que acreditam que o acordo ainda está longe de ser finalizado, mas que há avanços significativos nas tratativas desde que o presidente Lula assumiu o poder, em especial no quesito ambiental.

“Como o governo Bolsonaro ameaçava sair do acordo de Paris e não priorizava a questão ambiental, que para os europeus é importante, o acordo foi fechado, quer dizer, a negociação foi fechada […] Quando Lula sumiu, eles fizeram […] um adendo ao acordo, onde o Brasil se compromete com mais umas questões, também pelo lado europeu há também algumas concessões e você, em princípio, achou que o acordo estaria fechado”, explica a professora Lia Valls, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Outro ponto que estaria travando as negociações seria a questão ambiental, em especial pelo lado francês, irlandês e espanhol. Na França, por exemplo, foi realizado um estado onde o acordo entre Mercosul e União Europeia iria trazer prejuízos econômicos à agricultura do país.

“A França não é que a agricultura seja um fator fundamental em termos de contribuição para o PIB deles, mas é um setor que tem uma voz política ativa muito grande. E desde sempre, e à medida que foi se aproximando do cenário de possível fechamento do acordo”, complementa a professora da UERJ.

Negociações arrastadas
As discussões sobre um possível acordo se arrastam por mais de 20 anos. Para Leonardo Paz, pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no governo de Michel Temer (MDB) houve uma forte aceleração nas negociações, inclusive com uma considerada menos positiva para a indústria brasileira.

“O Temer é mais afeito à ideia da indústria e acelera muito esse processo. Ele acaba fazendo uma agenda menos positiva para o Brasil, cedendo mais, de maneira que não pode chegar ao uso do acordo. Ele não consegue assinar a tempo, mas evoluiu desde o primeiro acordo”, indica Leonardo Paz.

Já no governo Bolsonaro, além da questão ambiental, o pesquisador da FGV complementa que o ex-presidente iniciou embates com os líderes europeus, como Macron e Angela Merkel, o que acabou sendo mais uma barreira para a ratificação europeia.

Eduardo Galvão, professor de relações internacionais do Ibmec Brasília, complementa salientando que há um receio em relação ao fechamento do acordo entre os dois blocos econômicos, em especial ao impacto na indústria regional.

“Do lado do Mercosul, há receios sobre os impactos na indústria regional e sobre a rigidez das exigências ambientais europeias, que podem acabar funcionando como barreiras comerciais disfarçadas”, indica Eduardo Galvão.
Além dos países europeus, o Mercosul analisa a possibilidade de expandir ainda mais o comércio com outras nações, como Japão e Indonésia, mas as tratativas ainda estão nas deliberações iniciais.

Metropoles

Governo Lula não pagou emendas de 347 parlamentares até votação de projeto do IOF

Postado em 30 de junho de 2025

O governo federal não pagou até a terça-feira passada, dia 24, nenhuma parte de emendas parlamentares deste ano de 347 congressistas, sendo 303 deles deputados federais e 44 senadores Ao todo, 76 parlamentares não viram nem sequer os recursos serem reservados para suas emendas até a terça-feira, véspera da votação do Congresso que derrubou o decreto de aumento de alíquotas do IOF.

Levantamento exclusivo do Estadão/Broadcast mostra que 165 congressistas do núcleo duro dos partidos de centro e direita (MDB, PP, PSD, Republicanos e União Brasil), que ajudam a compor a base de apoio ao governo no Congresso, não tiveram nenhuma parte de suas emendas pagas até o momento.

É justamente entre esses partidos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado mais dificuldade para ter uma base sólida. O conglomerado de partidos, que nos últimos anos se convencionou chamar de Centrão, tem comandado a Câmara dos Deputados desde que Eduardo Cunha foi eleito, em 2015, tendo dado apoio às eleições de Rodrigo Maia, Arthur Lira e, por último, Hugo Motta.

Os números analisados pelo Estadão/Broadcast são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), que oferece dados detalhados da execução das emendas parlamentares. A base de dados do Siop utilizada foi atualizada até terça-feira, 24, e divulgada na quarta-feira, 25.

A análise pormenorizada das informações sobre a execução das emendas permite identificar não só o montante geral que o governo vem liberando aos congressistas, mas como essa distribuição vem sendo feita.

Procurada, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) afirmou que “o ritmo da execução é determinado exclusivamente pelos prazos estabelecidos por lei e pela análise técnica das indicações por parte dos ministérios”. Segundo a SRI, a liberação de recursos neste ano tem sido mais veloz que em anos anteriores, se considerado o período após a sanção do Orçamento

“Diferentemente de anos anteriores, em que o Orçamento da União foi aprovado pelo Congresso Nacional no mês de dezembro e sancionado em janeiro, a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2025 foi votada e aprovada em 20 de março, tendo sido sancionada em 10 de abril. Além da diferença de quatro meses no calendário, a partir de 2025 a execução de emendas parlamentares passou a ser realizada sob os novos ritos, exigências e prazos da Lei Complementar 210/2024, votada e aprovada para incorporar determinações do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o ministério comandado por Gleisi Hoffmann, em nota.

O governo acelerou a reserva das emendas na terça-feira. Até segunda-feira, havia empenhado (termo do jargão técnico que se refere à etapa do processo orçamentário, quando o dinheiro é reservado para o pagamento) cerca de R$ 896 milhões. Na terça, esse montante subiu para R$ 1,7 bilhão – uma alta de R$ 832 milhões. Os pagamentos, no entanto, se mantiveram quase no mesmo patamar. Eram R$ 408 milhões na segunda e subiram para R$ 409 milhões na terça.

Os dados analisados pelo Estadão/Broadcast, no entanto, mostram que as emendas de muitos deputados e senadores ainda não foram pagas. Alguns dos congressistas autores de emendas que não foram liberadas são do núcleo duro da base de apoio ao Palácio do Planalto, como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). Ao todo, 48 deputados e senadores do PT ainda não tiveram recursos de suas emendas pagos.

A lista, no entanto, conta com deputados e senadores de diversos partidos de centro que costumam ajudar o Palácio do Planalto em votações importantes. Além dos maiores partidos do Centrão, também há congressistas de siglas como Podemos, PSDB, Cidadania, Avante e Solidariedade entre os que não receberam emendas.

A seguir, o número de parlamentares de cada partido que não tiveram suas emendas liberadas pelo Poder Executivo até o momento:

Os dados do Siop mostram que 144 deputados votaram contra o governo mesmo tendo emendas deste ano empenhadas e pagas.

Alguns parlamentares, como o ex-líder do PL na Câmara Wellington Roberto (PB) e o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), tiveram mais de R$ 10 milhões em emendas empenhadas e mesmo assim votaram para derrubar o ato do governo. Cajado, por exemplo, teve R$ 11,7 milhões em emendas reservadas e R$ 3,2 milhões em emendas pagas. Roberto teve R$ 10,8 milhões em emendas empenhadas e R$ 750 em recursos pagos.

Há uma série de deputados que votou na noite de quarta-feira, 25, para impor a derrota ao governo Lula e que não tem emendas registradas na base de dados do Siop (alguns, por exemplo, por serem suplentes ou terem assumido mandatos neste ano).

Entre os 55 deputados que votaram a favor de manter o decreto de aumento do IOF mesmo sem suas emendas deste ano terem sido pagas, 39 são do PT, 9 do PSOL, 3 do PCdoB, 2 do PSB, 1 do PSD e 1 do MDB.

Essa divisão mostra como, dentre os deputados que estiveram ao lado do governo na derrota sofrida na noite de quarta-feira, poucos foram os que não tiveram emendas liberadas, a não ser aqueles do núcleo duro de partidos de esquerda. No conjunto de partidos de centro e direita que se convencionou chamar de Centrão, apenas Hugo Leal (PSD-RJ) e Elcione Barbalho (MDB-PA) votaram com o governo, mesmo sem que suas emendas tenham sido liberadas até o momento.

Líderes partidários ouvidos pelo Estadão/Broadcast disseram que o não pagamento das emendas parlamentares é um assunto recorrente em suas bancadas.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a falta do pagamento para boa parte da Casa é uma “prova de como o governo não está preocupado com o Brasil”. O PL é o principal partido da oposição, mas alguns de seus deputados costumam ajudar o governo em votações mais importantes, como foi o caso da reforma tributária, por exemplo. “As emendas ajudam os municípios e instituições de todo o País”, afirmou.

Sóstenes disse ainda que recebe todos os dias reclamações sobre emendas não liberadas pelo governo. O tema das queixas na liderança do PL também gira em torno das emendas impositivas não pagas dos anos de 2023 e 2024.

O líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), afirmou que a falta de pagamento de emendas de deputados da sua bancada foi um dos fatores que influenciaram no distanciamento da sigla do governo, ampliado com a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social, depois da operação que investiga descontos indevidos no INSS.

Para Heringer, a falta de pagamento aos 347 congressistas é um fator determinante no relacionamento conflituoso entre Executivo e Legislativo. Assim como Sóstenes, o líder do PDT relatou receber cobranças de parlamentares diariamente.

“Sem dúvida (é um fator que dificulta a relação do governo com o Congresso). Recebo reclamações da bancada todos os dias”, disse Heringer, que reforçou que a falta de emendas é um dos motivos do distanciamento do PDT e o Palácio do Planalto.

O líder do Republicanos na Câmara, Gilberto Abramo (MG), por sua vez, disse à reportagem que “o Congresso manifestou recusa ao aumento do IOF já no decreto” e que a derrubada do ato “era apenas uma questão de tempo”. Na quarta-feira, 25, Câmara e Senado aprovaram projeto de decreto legislativo que sustou o aumento de alíquotas do IOF baixado pelo governo Lula. Na Câmara, 383 deputados votaram para derrubar o ato do governo, contra 98 apoios para manter. No Senado, a votação em desfavor do decreto de Lula foi simbólica.

Estadão Conteúdo

“Com 50% da Câmara e do Senado, eu mudo o Brasil”, afirma Bolsonaro

Postado em 30 de junho de 2025

Vestindo uma jaqueta azul por cima da camisa amarela do Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu uma virada de chave no discurso sobre as eleições de 2026. Em cima do trio elétrico, durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (29), trocou o foco da eleição presidencial para a disputa parlamentar.

“Se vocês me derem no ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Quando eu falo isso, tem outros 50% pro Republicanos, pro PSD, PP, MDB e União Brasil. Se vocês me derem isso, não interessa onde eu esteja, quem assumir a liderança vai mandar mais que o Presidente da República”, afirmou.

Segundo Bolsonaro, uma bancada majoritária permitirá à direita eleger os presidentes da Câmara, do Senado e das principais comissões, além de influenciar indicações para agências reguladoras, o Banco Central e cargos do Executivo. “Seremos os responsáveis pelo destino do Brasil”, disse.

Para o cientista político Diego Tavares, a declaração de Bolsonaro sugere uma possível estratégia de concentrar esforços nas eleições legislativas, deixando em segundo plano uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto. “Ele tira o foco da importância da Presidência da República e coloca a eleição do parlamento como algo mais importante”, avaliou.

O especialista acrescenta que, ao fazer isso, Bolsonaro sinaliza ter compreendido as limitações enfrentadas pelo governo atual para cumprir suas promessas de campanha dificuldades que, segundo ele, têm origem principalmente na relação com o parlamento.

Apesar do tom de articulação, o ex-presidente não indicou possíveis sucessores. O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nomes especulados como aliados próximos, não participaram do evento. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível presidenciável, esteve presente. Tarcísio vestia uma camisa azul, a mesma cor da jaqueta usada por Bolsonaro.

sbt