São Paulo — De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), 750 mil pessoas, no total, participaram do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para este domingo (25/2) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Nas estimativas do órgão, o número leva em conta o público reunido na avenida, de 600 mil, e também nas ruas adjacentes, onde se aglomeraram 150 mil pessoas. A reportagem do Metrópoles observou a presença de público ao longo de 10 quadras da Avenida Paulista, com concentração maior em 4 quarteirões.
Em nota, a SSP disse que o ato ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes.
Foram mobilizados cerca de 2 mil PMs. Drones e câmeras fixas e móveis também foram utilizadas para o monitoramento do evento.
Além da PM, a Polícia Civil também enviou equipes à região do evento e utilizou um helicóptero e drone para monitoramento.
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato na Avenida Paulista a favor de Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo (25/2) que há uma “engenharia do mal” para prender o ex-presidente. No trio elétrico, em São Paulo, o religioso também atacou pessoalmente o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o ministro da Corte Alexandre de Moraes. Bolsonaro convocou o ato em SP depois de ter sido um dos alvos da operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) da Polícia Federal (PF) no último dia 8, quando teve que entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado que impediria a realização das eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Malafaia começou o discurso dizendo que não estava ali para atacar o STF. “Quando você ataca uma instituição, você é contra a República e o Estado Democrático Direito”, afirmou. Ao longo da fala, contudo, fez uma série de críticas ao Judiciário. “Vou mostrar a vocês a engenharia do mal para prender Jair Messias Bolsonaro”, declarou, em referência às operações da PF autorizadas por Moraes. Ele chamou Bolsonaro de o “maior perseguido político” da história do País.
“O sangue de Clécio está na mão de Alexandre de Moraes e ele vai dar conta a Deus”, disse o pastor, em referência a um dos presos pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que morreu na cadeia. “Como um ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater a extrema direita nem a extrema esquerda. Ele é o guardião da Constituição”, declarou Malafaia, também em referência a Moraes.
Ao citar frase em que Barroso afirmou que o país havia derrotado o bolsonarismo, o pastor também atacou o presidente do STF. “Isso é uma vergonha, é uma afronta ao povo”, declarou, ao acrescentar que o “supremo poder da nação” é o povo. “Não tenho medo de ser preso. Vergonha é se calar, se esconder, fugir”, disse Malafaia.
Também religioso, o senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que o Brasil precisa “restabelecer seu Estado Democrático de Direito”. “Tem três Poderes, governadores, Judiciário, Legislativo e Executivo, sem atropelos, um necessariamente precisa respeitar o outro. Chamo atenção para o presidente do Senado, presidente da Câmara, presidente do Supremo”, declarou.
Bolsonaro convocou o ato na Paulista para mostrar força política em meio ao avanço das investigações da PF. Ao gravar um vídeo no último dia 12 para chamar os apoiadores para a manifestação, o ex-presidente disse que queria um movimento “pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito”.
Ele também pediu que os militantes não carregassem faixas ou cartazes “contra quem quer que seja”, mas apenas fossem ao local vestidos de verde e amarelo. Em atos anteriores na Paulista, durante seu governo, Bolsonaro chegou a atacar verbalmente o STF e Moraes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou neste domingo, 25, que não houve tentativa de golpe de Estado durante seu governo e que as investigações em andamento contra ele seriam “perseguição” por parte da Justiça. A fala ocorreu durante manifestação de apoio ao ex-mandatário na Avenida Paulista, em São Paulo.
Em seu discurso, Bolsonaro negou ter conspirado com ministros para articular uma tomada de poder em caso de derrota eleitoral em 2022. “O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer aulas políticas para o seu lado empresarial. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”, afirmou o ex-presidente. Ele também classificou o documento que circulou em seu governo com instruções para anular o resultado das eleições – que ficou conhecido como “minuta do golpe” – seria apenas um “decreto de estado de defesa” que não poderia ser instituído sem autorização do Parlamento.
O ex-mandatário criticou, ainda, as sucessivas denúncias apresentadas contra ele, incluindo o caso das joias sauditas, a remessa de vastas quantias de dinheiro ao exterior e o caso da importação de uma baleia em Santa Catarina. “Passei quatro anos perseguido também enquanto presidente da República, e essa perseguição aumentou a sua força quando deixei a presidência”, afirmou.
Anistia Além de negar uma conspiração para um golpe de Estado, Bolsonaro fez um apelo ao Congresso por um projeto de anistia aos presos por participação nos atentados de 8 de janeiro de 2023, quando centenas de seus apoiadores invadiram e destruíram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. “Quem por ventura depredou o patrimônio, que nós não concordamos com isso, que pague, mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade”, afirmou.
O ex-presidente discursou ao lado dos aliados e ainda exaltou a atuação de ex-integrantes de seu governo, como o ex-ministro da Infraestrutura e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes (PL-SP), atual senador da República.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou, em tom de pregação, no ato em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende se defender de acusações de tentativa de golpe de Estado. Sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) investiga investida contra o resultado das eleições de 2022.
Para a multidão, Michelle demonstrou-se emocionada em diversos momentos. Em dada oportunidade, ela disse que o grupo familiar e político de Bolsonaro sofre desde 2017 porque o marido “foi escolhido e declarou que era Deus acima de todos”.
“Em um momento tão difícil da história, desde 2017, nós estamos sofrendo. Nós estamos sofrendo porque exaltamos o nome do Senhor no Brasil, porque o meu marido foi escolhido e ele declarou que era Deus acima de todos”, pontuou Michelle.
Apoiadores de Bolsonaro ocuparam grande parte da Avenida Paulista, no ato convocado pelo ex-presidente. No chamamento, o político disse que a manifestação seria em defesa à democracia, uma resposta ao inquérito que tramita no STF sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
Entre os indícios, estão uma minuta golpista que teria chegado a Bolsonaro e uma reunião em que o então presidente ordena ministros a divulgarem desinformação sobre o sistema de votação. A defesa dele, porém, nega qualquer ligação com plano golpista.
Outros nomes da política participaram do ato, a exemplo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).
Alguns ministros da ala majoritária do Supremo Tribunal Federal (composta por Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino) falaram-se no começo da noite deste domingo, após o ato de Jair Bolsonaro em São Paulo, e concluíram alguns pontos. Vamos a eles.
– Bolsonaro está se sentindo emparedado. O discurso mais contido, sem ataques diretos, mostra isso.
– Essa situação ocorre porque o próprio saberia que a prova para condená-lo não é mais teórica, de uma suposta influência intelectual sobre todo o esquema para o golpe, como o domínio do fato usado para condenar petistas no Mensalão. A prova agora é material.
– Bolsonaro procurou terceirizar para o pastor Silas Malafaia os ataques ao STF, mas sem gerar o mesmo efeito na multidão. Ministros veem nessa estratégia a aposta de que Malafaia teria uma blindagem, por ser religioso, mas concordam que isso tem limite. Se Malafaia usar dinheiro de sua igreja ou de associações privadas para financiar os atos, será envolvido.
– A baixa adesão de políticos ocorreu porque muitos têm complicações eleitorais no Tribunal Superior Eleitoral e temem o efeito que isso teria sobre seus casos.
– O efeito desse tipo de ato era um com Bolsonaro presidente. É outro com ele fora do poder.
Em resumo: na visão da maioria dos ministros do STF, nada mudou. Há elementos para condenar Bolsonaro. Era assim hoje de manhã. E segue assim.
O Ministério da Saúde registrou aumento no número de mortes de indígenas yanomami em 2023.
Em janeiro de 2023 o governo declarou emergência em saúde pública no território yanomami e até dezembro, segundo números oficiais, morreram 363 indígenas — um aumento de 6% em relação a 2022, quando foram registradas 343 mortes na terra indígena. As principais causas: desnutrição e malária.
Segundo o centro de operações de emergência, só em novembro e dezembro foram 78 casos de desnutrição grave em crianças de até cinco anos. E os casos de malária mais que dobraram em 2023 – quase 30 mil.
32 mil indígenas moram nas comunidades em Roraima e no norte do Amazonas em uma área de quase 100 mil km² — equivalente ao estado de Pernambuco.
A Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde afirma que os números de mortes são preliminares e estão sendo investigados criteriosamente e alega que houve subnotificação de casos em 2022 e em anos anteriores, o que impede que se faça comparação com outros períodos.
Davi Kopenawa, presidente da ONG Hutukara Associação Yanomami, disse que o garimpo ilegal ainda é um das principais ameaças a saúde dos indígenas por causa da contaminação das águas dos rios e que é preciso reforçar o atendimento médico para as comunidades.
“Eu preciso um grupo, junto com médico, enfermeiro, técnico e a dentista também. Isso é que está precisando chegar lá nas comunidades. A doença nunca sai onde o garimpo está permanecendo e também está chegando mais outra doença. A criança está pegando água suja e vomitando mercúrio, óleo queimado. Yanomami não está sarado, vai sarar quando médico trabalhar, vacinar”, diz Davi. O Ministério Público Federal em Roraima avalia que o governo não cumpriu a meta de distribuição de alimentos e não conseguiu garantir a segurança no território. Por isso, não foi possível restabelecer todos os serviços de saúde.
O procurador Alisson Marugal lembra do processo de desintrusão, retirada de garimpeiros da terra indígena.
“O processo de desintrusão que o governo estava obrigado a realizar, ele não foi totalmente realizado. Boa parte do território yanomami continua em condições de insegurança pública, nesses locais o serviço de saúde não foi plenamente reestabelecido, então há regiões ainda que o posto que a unidade de saúde não foi reaberta e há outras regiões em que esse tipo de saúde não pode se movimentar no território de modo a atender as diversas comunidades que precisam desse serviço de saúde. Então, em primeiro lugar, esse processo de desintrusão ainda não foi completamente executado pelo governo. Segundo lugar, existe ainda a dificuldade de o governo conseguir entregar as cestas de alimentos nas diversas regiões da terra yanomami que precisam de uma alimentação emergencial, isso por dificuldades logísticas”, diz Alisson Marugal, procurador da República. A ministra dos Povos Indígenas reconhece que garimpeiros fortemente armados impediram a chegada de equipes de saúde em 2023. Mas Sônia Guajajara afirma as ações do governo conseguiram retirar a maioria dos garimpeiros do território.
Nesta semana, o governo federal entregou ao Supremo Tribunal Federal um plano de ação para melhorar o atendimento à população yanomami. A medida atende a uma determinação do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação que discute medidas de proteção aos povos indígenas.
Entre os problemas que o governo reconhece que continuam estão:
Alta rotatividade e falta de profissionais capacitados; Falta de monitoramento e avaliação das ações de vigilância sanitária; Fragilidades no planejamento, compra e distribuição de insumos e equipamentos básicos. A ministra dos Povos Indígenas diz ainda que o governo vai mudar a logística de distribuição de cestas básicas.
“Para este ano, nós fizemos um contrato emergencial da Funai já junto ao MGI com outra empresa para garantir essas entregas, além de um contrato permanente de horas voos para garantir a continuidade da entrega das cestas básicas, de entrega de ferramentas. A Defesa está fazendo isso agora, neste momento, entregando as cestas que faltam, enquanto a Funai assina seu contrato. Agora, acontece que realmente um ano é pouco para dar conta de resolver tantos problemas. Então, nós fizemos tudo que seria possível fazer em 2023. Infelizmente, não foi suficiente e nós temos hoje esse compromisso de entender o problema e agora estar buscando as formas de solucioná-lo”, diz a ministra.
O ato deste domingo na Avenida Paulista confirma o que todos sabiam: o ex-presidente Jair Bolsonaro tem base popular, move multidões e divide o País ao meio, como já mostraram os votos de 2022. Isso, porém, não muda a realidade e as investigações da Polícia Federal e da Justiça contra Bolsonaro, seus generais, minutas de intervenção no TSE, anúncio de Estado de Sítio e a longa preparação de um golpe, que, frustrado, virou a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Compareceram ao ato de domingo os governadores da linha de frente do bolsonarismo, como Tarcísio de Freitas, anfitrião, Ronaldo Caiado, de Goiás, Jorginho Mello, de Santa Catarina, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Ok. O passado diz bastante do que eles foram fazer lá e o futuro dirá se a presença valeu a pena. No final das contas, a história colocará tudo isso em contexto.
O Brasil estava e continua dividido, logo, nada muda com a nova demonstração de força popular de Bolsonaro, que repetiu as grandes aglomerações de carreatas, motociatas e passeatas na própria Paulista. Por maiores que tenham sido, não refletiam a maioria da população, tanto que ele perdeu em 2022 e se tornou o primeiro presidente derrotado na disputa pela reeleição.
De toda forma, a forte adesão é um recado para o governo Lula, o PT e os antibolsonaristas em geral, de esquerda, centro e direita. Bolsonaro pode ser o que é, pode ter feito tudo o que fez de mal, antes, durante e depois da pandemia, mas o bolsonarismo paira sobre o País, preparando-se para inverter o prato da balança e voltar ao poder.
Isso aumenta a responsabilidade de Lula, que precisa fortalecer suas ações e melhorar seus resultados em áreas em que Bolsonaro foi uma tragédia, como ambiente, defesa dos povos originários, saúde, educação, política externa. Não basta ter ministros e gestores incomparavelmente melhores, Lula tem de mostrar os efeitos em fatos, números e declarações certas, na hora certa.
Bolsonaro chegou até onde chegou com palanques e grandes multidões País afora, mas também apoiado por uma máquina de discursos, realidades paralelas, desqualificação de adversários. Se Lula apresentar resultados expressivos, isso fica mais difícil. Com resultados que deixam a desejar, por exemplo, no desmatamento e nas terras Yanomami, Bolsonaro nada de costas.
O principal efeito do ato na Paulista – sem os cartazes e faixas golpistas – foi jogar luzes num fato real: apesar de tudo o que todos sabemos e com Bolsonaro candidato ou não, o Brasil continua dividido ao meio e o bolsonarismo está vivo. O centro? O gato comeu.
O sargento da Polícia Militar, Pedro Inácio de Maria, acusado de matar a estudante universitária Zaira Cruz vai a júri popular em Natal. A informação foi confirmada pela advogada de defesa do PM, Andrea Oliveira, à TV Ponta Negra e Ponta Negra News neste sábado. De acordo com a advogada já está definido que o sargento será julgado pelo Tribunal de Justiça na capital do Rio Grande do Norte, mas ainda não foi confirmada a data que ocorrerá o julgamento.
O assassinato da estudante universitária potiguar, Zaira Cruz completa cinco anos no dia 2 de março e ainda aguarda julgamento. Zaira Cruz tinha 22 anos e tinha ido passar os dias de carnaval na cidade de Caicó, a 282 quilômetros de Natal, Região Seridó do Rio Grande do Norte (RN).
Zaira Dantas da Silveira Cruz, curraisnovense, foi encontrada sem vida dentro do carro do sargento da Polícia Militar, Pedro Inácio de Maria, com 36 anos na época, na madrugada do dia 2 de março. De acordo com investigação policial e denúncia do Ministério Público encaminhada à Justiça do Rio Grande do Norte, Zaira foi estuprada e brutalmente assassinada por estrangulamento. O sargento Pedro Inácio está preso desde o dia 15 de março de 2019, no Quartel da Polícia Militar, em Natal, acusado do crime.
O secretário de obras de Currais Novos, Lucas Galvão, e o de Natal, Carlson Gomes, confirmaram a ida ao programa “Jornal 99” da rádio Ouro Branco, nesta semana. Lucas está confirmado para terça-feira, 27/02, e Carlson para o dia 28/02, quarta-feira. Os atuais secretários são pré-candidatos à prefeitura de Currais Novos. O programa que é líder de audiência no horário começa às 11h e vai ao ar de segunda a sexta.
Em entrevista ao programa ” Vereadores em ação” da rádio 99 FM, o ex-prefeito Zé Lins disse que só resolverá quem será seu escolhido para ser seu vice no mês de Sant’ana. “Estamos conversando com todos e agora não é momento dessa decisão, precisamos saber quem é quem e, até lá, eu saberei. “
O Sistema Penitenciário Federal divulgou fotos atualizadas dos dois presos que escaparam do Presídio Federal de Mossoró, no último dia 14. Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça, apelidado de “Cabeça de Martelo”, são do estado do Acre e ligados à mesma facção criminosa de Fernandinho Beira-Mar.
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram na madrugada do dia 14 de fevereiro e, apesar de algumas pistas, ainda não foram localizados. Na quinta-feira (22), a Polícia Federal prendeu três suspeitos de ajudarem os fugitivos.
A Alemanha juntou-se na sexta-feira (23) ao pequeno grupo de países e jurisdições que legalizaram a cannabis quando o Bundestag aprovou uma lei que permite que indivíduos e associações voluntárias cultivem e detenham quantidades limitadas da droga. A lei aprovada pela coligação tripartidária do chanceler Olaf Scholz legaliza o cultivo de até três plantas para consumo privado e a posse de até 25 gramas de cannabis.
A produção de cannabis em larga escala, mas ainda não comercial, será permitida para membros dos chamados clubes de cannabis com não mais de 500 membros, todos os quais devem ser adultos. Somente membros do clube podem consumir seu produto.
“Temos dois objetivos: reprimir o tráfico e melhorar a proteção das crianças e dos jovens”, disse o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, no início de um debate turbulento em que a oposição o acusou de promover o consumo de drogas.
“Vocês estão afirmando com toda a seriedade que, ao legalizar mais drogas, conteremos o uso de drogas entre os jovens”, disse o legislador democrata-cristão Tino Sorge. “Essa é a coisa mais estúpida que já ouvi.”
Mas Lauterbach disse que isto equivalia a “enfiar a cabeça na areia”: não só o consumo de cannabis disparou entre os jovens, cujo desenvolvimento cerebral estava particularmente ameaçado, mas as drogas nas ruas eram hoje em dia mais fortes e mais impuras, aumentando enormemente os seus danos.
Estima-se que cerca de 4,5 milhões de alemães consomem cannabis.
A Alemanha torna-se o nono país a legalizar o uso recreativo da droga, o que também é legal em algumas jurisdições subnacionais nos Estados Unidos e na Austrália.
Muitos outros países permitem seu uso médico como analgésico. A cannabis continua ilegal para menores, assim como o seu consumo perto de escolas e parques infantis.
Alguns legisladores questionaram se os novos regulamentos teriam muito impacto no tráfico, uma vez que aqueles que não estão dispostos a cultivar a sua própria cannabis ou a aderir a um clube de cannabis podem ainda preferir comprar a droga.
Com características que podem variar desde algo misterioso e assustador até uma forma fofa, o esqueleto do panda-do-mar é uma das espécies que intrigam os pesquisadores japoneses. Os cientistas descobriram a existência da espécie na ilha de Kumejima , localizada no distrito de Shimajiri, província de Okinawa.
A pequena criatura marinha, que pode medir até 2 centímetros (0,78 polegadas), nunca foi estudada pelos cientistas e ganhou fama após mergulhadores começarem a compartilhar os avistamentos.
Com suas primeiras imagens, alguns internautas japoneses o chamaram carinhosamente de “Panda-esqueleto-do-mar” devido às suas marcas em preto e branco, e assim é conhecido desde então.
Oficialmente, no dia 1º de fevereiro, um relatório dos pesquisadores japoneses foi divulgado, dando ao esqueleto do panda-do-mar seu nome científico oficial, Clavelina ossipandae . Os nomes latinos ” Clavelina “, que significa “garrafinha”, e ” ossipandae “, que se referem ao seu esqueleto e aparência de panda, designam-na como uma espécie distinta.
Panda-esqueleto-do-mar: quais as explicações de suas características? Naohiro Hasegawa é um dos principais pesquisadores do artigo científico que dinâmica as descobertas da espécie Clavelina ossipandae e explicou todas as características já aparentes do animal.
“As partes brancas que parecem ossos são os vasos sanguíneos que correm horizontalmente pelas guelras das ascídias. As partes pretas da cabeça que parecem os olhos e o nariz de um panda são apenas um padrão, e não sabemos realmente por que existe esse padrão”, explicou.
Ao usar o Twitter (agora X) em 2018, Hasegawa disse que encontrou pela primeira vez fotos da espécie. “Foi nesse momento que percebi que provavelmente era bastante raro porque parece diferente das outras ascídias”, disse ele.
THE NEW YORK TIMES – LIFE/STYLE – Um chopp ou uma taça de vinho podem melhorar uma refeição e acalmar a mente. Mas o que o álcool faz com os trilhões de micróbios que vivem em seu intestino?
Como acontece com grande parte da ciência do microbioma, “há muita coisa que não sabemos”, disse o Dr. Lorenzo Leggio, médico que estuda o uso e a dependência do álcool no National Institutes of Health.
Dito isso, está claro que micróbios felizes são essenciais para a digestão adequada, a função imunológica e a saúde intestinal. E à medida que os cientistas começam a explorar como o consumo de álcool pode influenciar seu intestino, eles estão aprendendo que o exagero pode ter algumas consequências infelizes.
Como o consumo excessivo de álcool afeta seu microbioma? A maioria das pesquisas disponíveis sobre o álcool e o microbioma concentrou-se em pessoas que bebem regularmente e em excesso, disse a Dra. Cynthia Hsu, gastroenterologista da Universidade da Califórnia, em San Diego.
Alguns estudos, por exemplo, descobriram que as pessoas com transtorno por uso de álcool (a incapacidade de controlar ou interromper o consumo problemático de álcool) geralmente têm um desequilíbrio de bactérias “boas” e “ruins” em seus intestinos. Isso é chamado de disbiose e geralmente está associado a maior inflamação e doença em comparação com um microbioma mais saudável, disse Hsu.
Pessoas que bebem muito e têm disbiose também podem ter um revestimento intestinal mais permeável, disse Leggio. Um revestimento intestinal saudável funciona como uma barreira entre o interior do intestino – cheio de micróbios, alimentos e toxinas potencialmente prejudiciais – e o restante do corpo, disse ele.
Quando o revestimento intestinal se rompe, as bactérias e as toxinas podem escapar para a corrente sanguínea e fluir para o fígado, acrescentou Hsu, onde podem causar inflamação e danos ao fígado.
Pesquisas preliminares sugerem que um intestino pouco saudável pode até mesmo contribuir para o desejo de beber, disse o Dr. Jasmohan Bajaj, hepatologista da Virginia Commonwealth University e do Richmond VA Medical Center.
Em um estudo de 2023, por exemplo, os pesquisadores analisaram os microbiomas de 71 pessoas com idades entre 18 e 25 anos que não tinham transtorno por uso de álcool. Aqueles que relataram consumo excessivo de álcool mais frequente (definido como quatro ou mais drinques em cerca de duas horas para mulheres, ou cinco ou mais drinques para homens) tiveram alterações no microbioma que se correlacionaram com maior desejo de beber. Esse estudo também foi adicionado a pesquisas anteriores que descobriram que o consumo excessivo de álcool estava associado a maiores marcadores sanguíneos de inflamação.
No entanto, nenhum desses estudos comprovou que o álcool causa disbiose em humanos. A ligação é mais clara em estudos com animais, mas em estudos com humanos é mais difícil para os pesquisadores controlar fatores como dieta e outras condições de saúde.
E quanto àqueles que bebem menos? As diretrizes federais americanas definem o consumo moderado de álcool como não mais do que dois drinques por dia para homens ou um drinque por dia para mulheres. Há poucas pesquisas sobre como essa quantidade de consumo de álcool afeta o microbioma intestinal, disse Jennifer Barb, cientista de bioinformática clínica do National Institutes of Health.
Os cientistas descobriram que, em comparação com aqueles que não bebem nada, as pessoas que bebem em níveis baixos a moderados têm microbiomas intestinais mais diversificados – uma característica geralmente associada a um intestino saudável. Isso pode ser atribuído a outros fatores de dieta ou estilo de vida, ou pode ser que algo nas bebidas alcoólicas possa beneficiar o microbioma – embora provavelmente não seja o etanol, disse Barb.
Em um estudo de 2020 com 916 mulheres na Grã-Bretanha que consumiam duas ou menos bebidas alcoólicas por dia, por exemplo, os pesquisadores descobriram que aquelas que bebiam vinho tinto – ou, em menor grau, vinho branco – tinham maior diversidade microbiana intestinal do que aquelas que não bebiam. Não foi encontrada essa relação com cerveja ou licor. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que os polifenóis, compostos encontrados na casca da uva e que estão em altas concentrações nos vinhos tintos, poderiam explicar seus resultados.
Mas não é necessário consumir álcool para encontrar polifenóis, disse John Cryan, neurocientista que estuda o microbioma na University College Cork, na Irlanda – eles também estão presentes nas uvas e na maioria das outras frutas e vegetais, bem como em muitas ervas, café e chá.
Em geral, o consumo de uma variedade de alimentos de origem vegetal e de alimentos fermentados, como iogurte, kombucha e kimchi, também pode melhorar a diversidade do microbioma.
A redução do consumo de álcool pode melhorar sua saúde intestinal?
Pesquisadores analisaram os microbiomas de pessoas que foram tratadas para o transtorno do uso de álcool e descobriram que dentro de duas a três semanas depois que as pessoas pararam de beber, seus micróbios intestinais começaram a mostrar sinais de recuperação, disse Barb, e seus revestimentos intestinais se tornaram menos “permeáveis”. Mas, acrescentou ela, as pessoas que fazem tratamento para o transtorno do uso de álcool geralmente também começam a se alimentar de forma mais saudável e a dormir melhor, o que também pode melhorar a saúde intestinal.
Não está claro como – ou mesmo se – parar de beber ou reduzir o consumo de álcool pode influenciar os microbiomas de bebedores moderados, disse Leggio. Mas sabemos que o álcool pode causar refluxo ácido, inflamação do revestimento do estômago e sangramento gastrointestinal, acrescentou ele, e pode aumentar o risco de vários tipos de câncer, inclusive os de esôfago, cólon e reto.
Portanto, “não há dúvida alguma”, disse Leggio, de que beber menos é um esforço que vale a pena para sua saúde.
Um chip que detecta 18 tipos de câncer em estágio inicial por meio de um teste sanguíneo foi desenvolvido pela professora e biomédica pernambucana Deborah Zanforlin. De acordo com ela, o resultado do exame é informado ao paciente em 15 minutos. O ConquerX – como foi denominado – foi criado com o intuito de “auxiliar as pessoas de baixa renda a descobrirem a doença, já que a tomografia e mamografia, por exemplo, são caras”, destacou Deborah.
Em 2015 a professora passou a tentar transformar o projeto em um produto para que ele deixasse de ser apenas uma pesquisa, e acabou sendo premiada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). “Eu queria que a população tivesse acesso ao chip, mas tive dificuldades com relação ao investimento para a produção do material. No ano passado eu recebi uma medalha de prata em uma premiação do MIT, nos Estados Unidos. Lá, eu conheci quatro pessoas que aceitaram trabalhar comigo para fazer do projeto de pesquisa uma pequena empresa”, contou ao G1 a biomédica.
Após formar sociedade com profissionais da Eslováquia, Vietnã, Espanha e Argentina, Deborah começou a testar o chip em algumas pessoas e obteve resultado positivo.
Os testes foram realizados em Pernambuco, local onde o projeto foi desenvolvido. “Estamos trabalhando para fazermos alguns testes nos Estados Unidos”, ressaltou a biomédica.
O dispositivo ainda não está em processo de produção porque é necessário ter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – no Brasil – e da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) – nos Estados Unidos. “Estamos trabalhando para patentear o ConquerX. Depois vamos resolver esta questão com as agências reguladoras de saúde”, informou.
Biossensor O projeto consiste em um biossensor em formato de chip que mapeia marcadores sanguíneos que indicam os tipos de câncer. “O diagnóstico precoce do câncer aumenta para 70% as chances de cura. O chip fará com que as pessoas deixem de ver o câncer como uma sentença de morte, além de ajudar no esquema de prevenção”, ressalta a professora.
O sistema do chip é portátil e pode ser levado com facilidade para cidades do interior, onde o acesso a testes e tratamento contra o câncer é difícil. Outra característica do dispositivo é que ele não emite radiação.