Governo lança pacote de desonerações e R$ 300 bi em crédito à indústria

O governo federal anunciou nesta segunda-feira, 22, um novo plano para o desenvolvimento da indústria nos próximos dez anos. O pacote envolve volumes bilionários em financiamentos, reduções de impostos e outros incentivos, pretende estimular os investimentos, a modernização, a digitalização e as exportações do setor, além de estimular a transição para uma economia verde.

Batizado de Nova Indústria Brasil, o programa traçado políticas e para o setor até 2033, além de um plano de ações e disponibilização de recursos específicos para o período de 2024 a 2026, ou seja, até o final do mandato atual. Ele reúne e amplia projetos que já foram lançados ao longo do ano passado, além de lançar novas frentes de incentivos.

O plano inclui um pacote de 300 bilhões de reais em crédito, até 2026, voltados, em grande parte, para projetos em pesquisa e inovação. Eles serão abastecidos por recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social ( BNDES ) e também da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), além de mecanismos do mercado de capitais.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e de empresários e líderes sindicais.

Entre as desonerações mencionadas por Alckmin, está a redução de PIS, Cofins e IPI para a indústria química na compra de insumos, e também para as empresas da cadeia de semicondutores e da indústria fotovoltaica, na produção de painéis solares.

O programa prevê, também, a redução do imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ) e da CSLL das empresas que investem em planos de maquinário, para estimular e renovar, a eficiência energética e combater a depreciação.

O Nova Indústria Brasil foi elaborado pelo governo em conjunto com associações empresariais e de trabalhadores, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), ao longo dos últimos seis meses. O CNDI reúne representantes de 20 ministérios do governo, do BNDES e associações civis.

Veja algumas das principais frentes do pacote de ações:

Financiamento à “neoindustrialização” e Plano Mais Produção : Serão destinados R$ 300 bilhões para financiamento até 2026, administrados pelo BNDES, Finep e Embrapii, além de mecanismos dos mercados de capitais. Os valores incluem tanto recursos reembolsáveis ​​quanto não reembolsáveis, ou seja, que serão pagos pelo governo a fundo perdido.

Depreciação acelerada : Conjunto de medidas para estimular os investimentos em renovação dos parques fabris e reforçar a depreciação das máquinas. Ampliar-se-ão as possibilidades de deduções de impostos pelas empresas com os custos relativos à manutenção do maquinário. A renúncia, de acordo com o documento do Ministério do Desenvolvimento, pode variar de 3 bilhões e 7,5 bilhões de reais, dependendo dos setores e custos que forem definidos pela medida provisória a ser apresentada.

Regime Especial da Indústria Química (Reiq): Concede redução de PIS e Cofins à indústria química na compra de seus principais insumos, como nafta, benzeno, propano e butano. O programa já foi lançado em agosto do ano passado e tem sua continuidade garantida. O impacto das renúncias previstas para este ano, de acordo com Alckmin, é de 1 bilhão de reais.

Prazo de patentes: reduzir o prazo de registro de patentes no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) dos atuais sete anos para dois até 2026, por meio de digitalização de processos e contratação de mais funcionários.

Novo Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores) : Renúncia de 700 milhões de reais ao ano, em um total de 2,1 bilhões de reais, na redução de PIS, Cofins, IPI e imposto de renda das indústrias de semicondutores e painéis solares. O programa também zerou o Imposto de Importação para a compra de peças e equipamentos que não tenham produção dentro do país.

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Postado em 23 de janeiro de 2024

Lula sanciona Orçamento de 2024 com salário mínimo de R$ 1.412 e fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (22) o projeto de lei orçamentária anual (LOA) de 2024, que estima a receita e fixa a despesa do governo federal para este ano. O texto prevê R$ 54 bilhões para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral do pleito de 2024, além do aumento do salário mínimo para R$ 1.412. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

A soma do fundo eleitoral será 145% maior que o gasto nas eleições municipais de 2020, quando foram utilizados R$ 2 bilhões dos cofres públicos. O valor será pago com recursos das emendas de bancada estadual, chamadas de RP7.

No caso do PAC, os recursos serão utilizados para viabilizar investimentos em infraestrutura, setor que é prioridade de Lula para este ano. O montante é menor do que a estimativa inicial enviada pelo governo, mas, após acordo costurado pelo governo, o orçamento foi incrementado em relação ao que propôs o relatório da Lei Orçamentária Anual (LOA).

O Orçamento prevê o valor de cerca de R$ 48 bilhões destinados a indicações dos parlamentares. Além disso, o projeto impôs um cronograma de pagamento para as emendas que são obrigatórias, caso das emendas individuais, destinadad a senadores e deputados. O pagamento deve ser feito até 30 de junho. As áreas de saúde e assistência social serão priorizadas.

Lula vetou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão. Ainda assim, esse tipo de investimento vai direcionar R$ 11 bilhões.

Confira outros pontos do relatório

  • Déficit zero
    O relatório mantém a meta de déficit zero prevista pelo Executivo federal no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) no início do ano. Com isso, o governo terá margem de tolerância de gastos de 0,25% — para mais ou para menos. Assim, as contas podem encerrar 2024 com déficit primário de 0,25% do PIB ou superávit de 0,25%. Na prática, o déficit será zero no caso de os gastos do governo ficarem acima ou abaixo de zero em R$ 28,8 bilhões. Apesar disso, o relatório sugere que deve haver um superávit de R$ 3,5 bilhões.
  • Minha Casa, Minha Vida
    O relatório da LOA também trouxe redução de quase um terço da verba para o Minha Casa, Minha Vida, prevista no projeto enviado pelo Executivo. Dos R$ 13 bilhões sugeridos pelo governo para bancar o programa, a proposta reduziu o valor para R$ 8,9 bilhões. Em relação ao Bolsa Família, o parecer mantém a previsão de R$ 169,5 bilhões.
  • Despesas
    Pelo texto, as despesas do governo devem girar em torno de R$ 5,4 trilhões em 2024, sendo que a maioria delas diz respeito ao refinanciamento da dívida pública.

Confira as despesas por órgão no Orçamento de 2024
Ministérios

  • Agricultura e Pecuária: R$ 11,2 bilhões
  • Ciência e Tecnologia: R$ 12,8 bilhões
  • Cultura: R$ 3,5 bilhões
  • Defesa: R$ 126 bilhões
  • Educação: R$ 180,5 bilhões
  • Fazenda: R$ 33,5 bilhões
  • Gestão e Inovação em Serviços Públicos: R$ 6,5 bilhões
  • Igualdade Racial: R$ 188,3 milhões
  • Integração e Desenvolvimento Regional: R$ 9,3 bilhões
  • Justiça e Segurança Pública: R$ 22,1 bilhões
  • Pesca e Aquicultura: R$ 373,5 milhões
  • Previdência Social: R$ 935,2 bilhões
  • Saúde: R$ 231,7 bilhões
  • Cidades: R$ 18,6 bilhões
  • Comunicações: R$ 2 bilhões
  • Mulheres: R$ 489,9 milhões
  • Relações Exteriores: R$ 4,7 bilhões
  • Minas e Energia: R$ 9,1 bilhões
  • Portos e Aeroportos: R$ 5,2 bilhões
  • Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: R$ 5,9 bilhões
  • Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome: R$ 282,5 bilhões
  • Indústria, Comércio e Serviços: R$ 2,9 bilhões
  • Esporte: R$ 2,5 bilhões
  • Meio Ambiente e Mudança do Clima: R$ 3,7 bilhões
  • Planejamento: R$ 3,3 bilhões
  • Trabalho: R$ 111 bilhões
  • Turismo: R$ 2,3 bilhões
  • Direitos Humanos e Cidadania: R$ 523,2 milhões
  • Povos Indígenas: R$ 873,5 milhões
  • Transportes: R$ 53,6 bilhões

Outros órgãos

  • Presidência da República: R$ 3,3 bilhões
  • Vice-Presidência da República: R$ 15,4 milhões
  • Advocacia-Geral da União: R$ 4,4 bilhões
  • Banco Central: R$ 4,1 bilhões
  • Controladoria-Geral da União: R$ 1,3 bilhões

Judiciário e Ministério Público

  • Supremo Tribunal Federal: R$ 897,6 milhões
  • Superior Tribunal de Justiça: R$ 2,1 bilhões
  • Conselho Nacional de Justiça: R$ 297,7 milhões
  • Defensoria Pública da União: R$ 761,8 milhões
  • Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios: R$ 3,8 bilhões
  • Justiça do Trabalho: R$ 26,9 bilhões
  • Justiça Eleitoral: R$ 11,8 bilhões
  • Justiça Federal: R$ 16,1 bilhões
  • Justiça Militar: R$ 758,7 milhões
  • Ministério Público da União: R$ 9,3 bilhões
  • Conselho Nacional do Ministério Público: R$ 115,7 milhões

Legislativo

  • Câmara dos Deputados: R$ 8 bilhões
  • Senado: R$ 5,9 bilhões

Outros

  • Transferências para estados e municípios: R$ 563,3 bilhões
  • Reserva de contingência: R$ 11,9 bilhões
  • Operações oficiais de crédito: R$ 86,7 bilhões
  • Dívida pública: R$ 2,4 trilhões
  • Encargos da União: R$ 78,1 bilhões

Portal Correio

Postado em 23 de janeiro de 2024

Bomba: À PF, Ronnie Lessa mencionou pessoa com foro no caso Marielle

A coluna de Juliana Dal Piva, do ICL Notícias, apurou junto a fontes ligadas à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes que, nas declarações prévias feitas à Polícia Federal, o ex-PM Ronnie Lessa mencionou o envolvimento no caso de uma pessoa com foro de prerrogativa de função. Por isso, foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça um procedimento preparatório da delação. O acordo, porém, ainda não está concluído.

Autoridades da PF estão muito preocupadas com o vazamento da existência das tratativas da delação. Acham que até o momento da conclusão do acordo pode haver uma reviravolta, que os policiais querem evitar.

A fase é de corroboração das declarações de Ronnie, mas o documento do acordo em si não está pronto e ainda precisa ser levado à homologação

O encaminhamento do acordo de Ronnie Lessa com a PF foi noticiado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo portal ICL Notícias. A delação do ex-policial militar depende, no entanto, de homologação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Por causa do acerto, escritório que atua na defesa de Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, deve deixar o caso. A notícia foi revelada pela coluna com exclusividade.

O ex-PM é representado pelos advogados Bruno Castro e Fernando Santana. O escritório não faz acordos de delação premiada.

96FM

Postado em 23 de janeiro de 2024

PT cede e deve ter o menor número de candidatos em capitais nas prefeituras na eleição de 2024; Natal terá petista na disputa

PT cede e deve ter o menor número de candidatos em capitais nas prefeituras na eleição de 2024; Natal terá petista na disputa
22/01/2024 às 7:00por Daltro Emerenciano(0) deixe seu comentário

Foto: Reprodução

Legenda prevê lançar nomes próprios a prefeito em apenas 16 dos 26 estados onde haverá disputa; no restante, vai apoiar aliados. Mesmo com concessão, sigla não deve escapar de saias-justas

De volta à Presidência após articular uma frente ampla de partidos em 2022, o PT deve ceder espaço a aliados nas eleições municipais deste ano e registrar o menor número de candidatos em capitais dos últimos 32 anos. O planejamento da legenda prevê lançar nomes próprios a prefeito em apenas 16 dos 26 estados onde haverá disputa. Nas demais, apoiará nomes de outras legendas, o que não vai impedir o partido de enfrentar saias-justas — seja no apoio a nomes do seu próprio campo político ou ao enfrentar siglas que compõem a Esplanada dos Ministérios.

A mudança de estratégia ocorre após um resultado pífio há quatro anos, quando o partido concorreu em 21 capitais, mas não conquistou nenhuma. O desempenho das últimas eleições foi considerado como o “fundo do poço” por dirigentes petistas, que agora preferem concentrar esforços onde há chance de vitória.

Entre as capitais em que o partido abriu mão de aparecer como cabeça de chapa nas urnas estão três dos quatro maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Na capital paulista, será a primeira vez que o PT não terá um nome desde a sua fundação, na década de 1980.

No Nordeste, onde o partido de Lula costuma ter uma base de apoio forte, também haverá redução. Em 2020, o partido só não disputou a prefeitura de São Luís. Agora, estará fora em Salvador, onde deve apoiar a candidatura de Geraldo Junior (MDB), além da capital maranhense e de Recife, cidades nas quais estará na chapa de nomes do PSB. Por outro lado, deve lançar nomes em Maceió e Natal, e ainda discute qual será o candidato em João Pessoa e Fortaleza.

O Globo

Postado em 22 de janeiro de 2024

Lula teme desaceleração, e governo mapeia medidas para aumentar o PIB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado a aliados preocupação com a perspectiva de desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.

Auxiliares apresentaram a ele um exame minucioso de todas as medidas tomadas até agora com potencial de melhorar o resultado da economia brasileira em 2024, mas já começam a discutir se mais iniciativas serão necessárias.

Entre aliados, é considerada a possibilidade de as ações em curso não serem suficientes e, por isso, novas medidas precisarem ser colocadas em prática —inclusive com o uso de instrumentos parafiscais. Ou seja, aqueles que, embora sejam adotados pelo governo, não integram o Orçamento da União.

A se confirmar um cenário de atividade econômica mais fraca, as pressões sobre a política fiscal também podem se intensificar. Desde o ano passado, há alas do governo e do PT que pressionam por mudança na meta de déficit zero para as contas públicas.

O Brasil cresceu, no ano passado, em torno de 3%, mas o PIB está desacelerando. De acordo com as projeções dos economistas consultados na pesquisa Focus divulgada no dia 15 de janeiro pelo Banco Central, o crescimento do PIB deve recuar para 1,59%.

As discussões são feitas enquanto Lula se prepara neste ano para as primeiras eleições municipais após reassumir a presidência prevendo um debate ainda polarizado pelas discussões com o bolsonarismo.

A disputa também medirá a força eleitoral do PT dois anos antes da corrida pelo Palácio do Planalto, em 2026.

Apesar da preocupação, uma ala do governo defende que o desempenho do PIB pode ser maior do que preveem os economistas —repetindo o que vem ocorrendo desde 2021, com o crescimento efetivo ficando bem acima das projeções do mercado financeiro.

De acordo com pessoas do governo ouvidas pela Folha, a prioridade deve ser concentrar esforços para dar efetividade nas medidas já lançadas e acelerar a execução delas para garantir um resultado melhor dos investimentos, que estão em queda.

Integrantes do governo afirmam que não basta só aprovar, mas “botar de pé” todas essas medidas para que elas gerem efeito mais rápido.

O crescimento maior da economia tem sido uma cobrança constante de Lula à equipe e está no centro do debate sobre o tamanho do contingenciamento das despesas do Orçamento, para evitar que os investimentos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sejam afetados por um bloqueio brutal no início deste ano.

Um acordo para o impasse em torno da MP (medida provisória) da reoneração da folha de pagamentos, que garanta a aprovação das medidas compensatórias pela renúncia fiscal, é considerado crucial para mitigar o risco de uma piora nas contas públicas.

Líderes do Congresso, no entanto, já avisaram que só aceitam a reoneração a partir de 2027 e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue na tentativa de buscar uma saída para não ter de incorporar o custo da desoneração no Orçamento.

Na lista de medidas mapeadas que podem ajudar o PIB a surpreender, de acordo com pessoas do governo envolvidas nessas discussões, está o efeito do pagamento, no final do ano passado, de R$ 93 bilhões de precatórios (dívidas do governo reconhecidas pela Justiça).

Boa parte desse dinheiro (R$ 49 bilhões) deve ser direcionada para o que os economistas costumam chamar de consumo “na veia” com efeito na atividade econômica também neste ano.

Os investimentos previstos da Petrobras e o programa de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para novos investimentos em projetos estruturantes também estão no mapa do governo para elevar os investimentos neste ano.

A petroleira anunciou o seu plano estratégico de 2024 a 2038, com US$ 102 bilhões em investimentos, 31% acima ao que estava em andamento no governo Bolsonaro.

No caso do BNDES, a aposta é, sobretudo, para o segundo semestre, quando se espera que esteja já em vigor o projeto que cria a LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento) e permite diversificação das taxas de juros pagas pelo banco ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A proposta foi enviada ao Congresso no final do dezembro passado.

O início da concessão de empréstimos pelo BNDES com recursos do Fundo Clima, captados pelo Tesouro Nacional na primeira emissão de títulos verdes, também está no rol de medidas mapeadas pelos técnicos.

O diagnóstico no governo é que será preciso acelerar a regulamentação de projetos já aprovados, como o Marco Legal de Garantias, a lei recém-avalizada pelo Congresso que cria as debêntures de infraestrutura (títulos a serem emitidos por concessionárias de serviços públicos) e o Plano de Transformação Ecológica.

Este último é considerado essencial para atrair o capital estrangeiro para novos investimentos.

O governo já anunciou que prepara três instrumentos financeiros, em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para reduzir a volatilidade do câmbio.

Jornal de Brasilia

Postado em 22 de janeiro de 2024

Ron DeSantis desiste da campanha presidencial dos EUA e apoia Trump

O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou, neste domingo (21/1), a suspensão da campanha pela Presidência dos Estados Unidos (EUA) e declarou apoio ao ex-presidente Donald Trump.
DeSantis era apontado como um dos principais candidatos para disputar a campanha presidencial pelo Partido Republicano. Ele estava atrás apenas de Trump.

O governador da Flórida deixou a corrida presidencial após ficar em segundo lugar nas primárias de Iowa, na última segunda-feira (15/1). DeSantis ficou 30 pontos percentuais atrás do ex-presidente Trump.

“Se existisse qualquer coisa que eu pudesse fazer para produzir um resultado favorável, mais paradas de campanha, mais entrevistas, eu faria. Mas não posso pedir aos nossos apoiadores a oferecerem seu tempo e doarem seus recursos se não temos um caminho claro para a vitória. Dessa forma, estou hoje suspendendo minha campanha”, disse o governador da Flórida em comunicado divulgado na rede social X, antigo Twitter.

A suspensão ocorre dois dias antes das primárias de New Hampshire. Trump deve disputar o voto dos eleitores republicanos com a ex-embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) Nikki Haley.

“Está claro para mim que a maioria dos eleitores das primárias republicanas querem dar a Donald Trump outra chance. Eles viram sua presidência ser frustrada por resistência implacável, e eles vêem os democratas usando guerra jurídica até hoje para atacá-lo. Tive desentendimentos com Donald Trump, como sobre a pandemia de coronavírus e sua elevação de Anthony Fauci, [mas] Trump é superior ao atual titular, Joe Biden”, destacou DeSantis.

Nikki Haley reagiu à saída do adversário de corrida eleitoral e elogiou o trabalho dele como governador da Flórida.

“Quero dizer ao Ron que ele fez uma ótima corrida. Ele tem sido um bom governador, e desejamos o melhor a ele. Dito isso, agora é um camarada e uma dama sobrando”, afirmou a ex-embaixadora da ONU.
Metrópoles

Postado em 22 de janeiro de 2024

Emirados Árabes se torna primeiro país do mundo a aumentar oficialmente o final de semana para sexta, sábado e domingo

O governo dos Emirados Árabes Unidos adotou oficialmente neste ano, os finais de semana com 3 dias. Antes, o período dos finais de semana eram apenas nas sextas-feiras e sábados.

Com a alteração, o final de semana do país conta também com os domingos, sendo sexta-feira, sábado e domingo. Além da decisão, os residentes do local devem ter uma semana de trabalho de quatro dias e meio.

O objetivo da mudança seria promover um maior equilíbrio entre as atividades profissionais e a vida pessoal dos trabalhadores do país e aumentar os resultados econômicos.

Com informações da Emirates News Agency

Postado em 22 de janeiro de 2024

Região Norte registra maior tremor de terra da história do Brasil

A Região Norte, registrou, neste sábado (20), o maior tremor de terra da história do Brasil. Com 6,6 graus na Escala Richter, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto ocorreu às 18h31 no horário de Brasília, 16h31 no horário local.

Embora o Serviço Geológico dos Estados Unidos informe que o terremoto tenha ocorrido próximo a Tarauacá, no Acre, as coordenadas exatas do tremor apontam para uma área isolada em Ipixuna, no Amazonas. Até agora, não há registro de danos. Isso porque o abalo ocorreu a 614,5 quilômetros de profundidade, o que permite a dissipação da energia. Segundo os geólogos, um tremor nessa profundidade dificilmente é sentido pela população.

O Centro de Redes de Terremotos da China também registrou o tremor. A intensidade também foi medida em 6,6 graus na Escala Richter, mas o órgão apontou profundidade maior, de 630 quilômetros.

Rede Sismográfica Brasileira
Por volta das 20h do sábado, a Rede Sismográfica Brasileira informou ter detectado o terremoto. Na ocasião, o grupo afirmou que o abalo teve magnitude de 6,5 graus na Escala Richter, com 628 quilômetros de profundidade, e que tinha ocorrido em Tarauacá, mas advertiu que a magnitude, a profundidade e o local exato do epicentro poderiam ser revisados nas horas seguintes.

Segundo a Rede Sismográfica Brasileira, a maioria dos eventos na fronteira do Brasil com o Peru é profunda por causa da subducção (mergulho por baixo) da Placa de Nazca sob a plataforma Sul-Americana. A força do terremoto, ressaltou a entidade, pode ter sido atenuada pela relativa grande profundidade.

Em 7 de junho de 2022, Tarauacá, no noroeste do Acre, tinha registrado um abalo de 6,5 graus, o segundo maior tremor da história do país. Na ocasião, o terremoto não deixou vítimas, nem danos materiais.

Os tremores ocorrem porque a região está próxima da Cordilheira dos Andes, uma das zonas com maior atividade sísmica do planeta. Nos últimos 45 anos, houve cerca de 96 abalos sísmicos em um raio de 250 quilômetros de Tarauacá, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, nenhum com consequências graves.

Até agora, nem os governos do Acre e do Amazonas, nem as prefeituras de Tarauacá e Ipixuna se manifestaram. Antes das ocorrências no município acriano, o maior abalo sísmico da história do Brasil tinha sido registrado na região da Serra do Tombador, em Mato Grosso, em 31 de janeiro de 1955, com 6,2 graus na Escala Richter.

*Texto atualizado às 11h40 para acréscimo de informações sobre a localização do tremor e às 15h55 para acréscimo de dados da Rede Sismográfica Brasileira.

EBC

Postado em 22 de janeiro de 2024

Descoberta de galáxia sem estrelas desconcerta a ciência

J0613+52 foi detectada por acaso por radiotelescópio. Situada a 270 milhões de anos-luz, formação rica em gás provavelmente permaneceu quase inalterada durante os 13,8 bilhões de anos desde o Big Bang.Uma guinada inesperada do destino proporcionou um achado científico extraordinário: o radiotelescópio Green Bank (GBT) apontou acidentalmente coordenadas incorretas e encontrou a galáxia J0613+52, conta Karen O’Neil, cientista-chefe do Observatório Green Bank. Situada a 270 milhões de anos-luz de distância da Terra, ela é notável por sua aparente falta de estrelas, manifestando-se como uma neblina de gás, típica das galáxias normais, mas flutuando solitária no espaço. O que a torna única é sua semelhança estrutural com galáxias espirais conhecidas, como a Via Láctea ou Andrômeda, porém, sem a presença de estrelas visíveis. Apresentada na 243ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, a descoberta desafia a noção tradicional desses sistemas. Os pesquisadores do GBT se concentravam originalmente no estudo de galáxias de baixo brilho superficial (low surface brightness, LSB), caracterizadas pela escassez de estrelas e predominância de gás e matéria escura. Um erro tipográfico nas coordenadas do Green Bank direcionou o telescópio a uma área do espaço não examinada previamente, onde se encontrava a J0613+52. Inalterada desde o Big Bang? Esse objeto enigmático parece ter permanecido isolado e sem perturbações durante os 13,8 bilhões de anos da história do universo, sem interações gravitacionais que alterassem sua composição gasosa. Apesar de sua excepcional riqueza de gases, ela “não mostra formação estelar como esperaríamos, provavelmente por seu gás ser demasiadamente difuso”, estima O’Neil. Além disso, o distanciamento de outras galáxias sugere que não houve encontros capazes de desencadear uma formação estelar. Essas características tornam singular a J0613+52, provavelmente primeira galáxia próxima composta principalmente de gás primordial – o hidrogênio e o hélio formados em consequência do Big Bang – sem elementos pesados ou metais. Estudá-la envolve desafios inéditos, devido a sua natureza escura, provavelmente invisível a outras longitudes de onda, à parte as de rádio. Sua singularidade lança a questão de se há mais objetos desse tipo no universo próximo. Os pesquisadores propõem a utilização de radiotelescópiospara explorar o céu em busca de objetos semelhantes, ampliando o conhecimento sobre o cosmos e suas origens. Além de desafiar as ideias preconcebidas sobre as galáxias e outras formações, o descobrimento da J0613+52 também destaca a importância dos “enganos” felizes na ciência, acarretando revelações capazes de mudar fundamentalmente a compreensão humana do universo. O Observatório Green Bank é uma instalação de grande porte da National Science Foundation, operada pela empresa Associated Universities. Trata-se do primeiro observatório de radioastronomia dos Estados Unidos, abrigando o Green Bank, o maior radiotelescópio totalmente direcionável do mundo, com 100 metros de diâmetro. av/le (DW, ots)

O POVO

Postado em 22 de janeiro de 2024

Leilão da Receita tem veículos a partir de R$ 1 mil e celulares a R$ 500; veja como participar

A Receita Federal de Ribeirão Preto (SP) realizará no dia 30 de janeiro mais um leilão com mercadorias apreendidas ou abandonadas. Entre os 74 lotes, há veículos, como carros e patinetes elétricos, a partir de R$ 1 mil, e celulares Xiaomi e iPhone com valor mínimo de R$ 500.
Além disso, a lista conta com utensílios domésticos, aparelhos eletrônicos diversos, vestuários e até pneus e produtos químicos.

As propostas podem ser feitas de forma online a partir do dia 25 de janeiro, às 8h, com fim no dia 29, às 21h. Os lances são feitos para um conjunto de itens disponibilizados em um lote fechado.

O lote mais barato do leilão é o de número 15, com produtos de higiene e beleza com mínimo de R$ 200. Na outra ponta, o lote 15 tem o preço mais salgado, a partir de R$ 250 mil, com oito displays para celulares.

O certame ainda conta com veículos com valores bem abaixo do mercado. Há um Volkswagem Gol com valor mínimo de R$ 15 mil, e uma SpaceFox TL MBV a partir de 18 mil.

Há também 23 lotes voltados para celulares e acessórios, incluindo modelos das marcas Xiaomi e Apple a partir de R$ 400.

Algumas caixas contêm até 329 produtos, como a de número 32, com cartão SSD, pendrives, placas, tablets, relógios e outros artigos de informática por preço mínimo de R$ 20 mil.

As pessoas físicas podem fazer lances para os lotes: 4, 5, 6, 7, 8, 29, 30, 31, 33, 34, 39, 40, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 53, 54, 55, 67, 68, 69, 70 e 71.

Já as pessoas jurídicas conseguem concorrer a todos os pacotes.

Como participar do leilão
A Receita Federal abre os lances no dia 25 de janeiro, às 8h, com prazo até as 21h do dia 29 — véspera do certame, pelo Sistema de Leilão Eletrônico do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC).

Para participar é preciso ter mais de 18 anos, disponibilizar de CPF ou CNPJ, para a pessoa jurídica, e ser Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal.

Veja o passo a passo:

Ao acessar o e-CAC, os interessados (PF ou PJ) devem selecionar o edital do leilão de número 0810900/000003/2023 – RIBEIRÃO PRETO;

Assim que selecionado o leilão, é preciso de escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em “incluir proposta”.

Após aceitar os termos e condições apresentados pela Receita no site, é necessário incluir o valor da proposta, que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo, e salvar.

CNN

Postado em 22 de janeiro de 2024

Super-remunerações no TJDFT: técnicos ganham até R$ 883 mil em um mês

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) pagou super-remunerações a técnicos e analistas judiciários nos últimos meses. Um técnico lotado no Núcleo de Suporte a Redes Convergentes teve rendimento bruto de R$ 883,6 mil em dezembro de 2022 – o maior valor registrado nas folhas de pagamento do TJDFT. Ele recebeu R$ 633,9 mil líquidos naquele mês.
Segundo o contracheque, a remuneração básica do técnico era de R$ 11,7 mil em dezembro de 2022. Ele recebeu mais R$ 2,1 mil de vantagens pessoais, R$ 1,2 mil em indenizações, R$ 854,6 mil em “vantagens eventuais” e R$ 13,8 mil em gratificações, somando um total de R$ 883,6 mil. Com os descontos da Previdência e do Imposto de Renda, o TJDFT pagou efetivamente R$ 633,9 mil para o servidor.

De outubro a dezembro de 2022, as remunerações somadas do servidor, sem os descontos obrigatórios, foram de R$ 1 milhão. Em outubro, o TJDFT pagou R$ 95,5 mil líquidos (R$ 153,7 mil bruto) para o técnico e, em novembro, a remuneração líquida dele foi de R$ 10,5 mil (R$ 14,7 mil bruto). Os dados são oficiais e estão disponíveis no site do tribunal.

O técnico judiciário em questão havia sido demitido pelo TJDFT em agosto de 2018, por improbidade administrativa. A portaria que efetivou o desligamento cita os motivos da demissão: “Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; e proceder de forma desidiosa”.

Ele conseguiu reverter a medida administrativa na Justiça com direito aos valores retroativos e foi reintegrado à Corte, em outubro de 2022.

O vencimento (salário básico) de um técnico do TJDFT varia de R$ 3,3 mil a R$ 5 mil. Já a remuneração de um analista vai de R$ 5,5 mil a R$ 8,2 mil, dependendo do padrão. Os servidores podem receber penduricalhos, como gratificações por atividade externa e de segurança, que elevam o salário. Os valores das remunerações dos cargos efetivos do TJDFT estão disponíveis no site da Corte.

R$ 695,2 mil e R$ 576,2 mil
Em dezembro de 2022, mês no qual o técnico recebeu R$ 633,9 mil líquidos, o TJDFT fez pagamentos acima de R$ 100 mil para pelo menos outros 16 técnicos e analistas.

O segundo maior pagamento do mês, de R$ 478,5 mil líquidos (R$ 695,2 mil bruto), foi para uma técnica aposentada. Um analista lotado no Núcleo Médico teve remuneração líquida de R$ 467 mil (R$ 576,2 mil) no período.

A situação se repetiu em outros meses. Em julho de 2023, por exemplo, pelo menos 12 analistas e técnicos tiveram remuneração acima de R$ 100 mil. O maior valor pago no mês foi de R$ 207,1 mil líquidos (R$ 217 mil bruto), para uma analista lotada em gabinete de um desembargador.

Um técnico que trabalha no gabinete de um juiz recebeu a segunda maior remuneração entre servidores do período, de R$ 171,1 mil líquidos (R$ 179,8 mil – montante bruto).

Em dezembro de 2023, foram registradas remunerações acima de R$ 100 mil para pelo menos 36 técnicos e analistas judiciários. Um analista lotado no Tribunal de Justiça do Amapá, mas que consta na folha de pagamento do TJDFT, ganhou R$ 243,2 mil líquidos (R$ 285,1 mil). No mesmo mês, um analista aposentado recebeu R$ 228,3 mil líquidos (R$ 317,6 mil).

O que diz o TJDFT
Sobre o caso do técnico que havia sido demitido e, após reintegrado à Corte, teve rendimento de R$ 1 milhão bruto, o TJDFT disse à coluna que, “para assegurar o fiel cumprimento da decisão final, o Tribunal efetuou os cálculos referentes aos valores que deixou de receber no período em que esteve desligado (31/08/2018 a 13/10/2022), sendo o pagamento devidamente creditado em folha de pagamento”.

“Em 10/2022, o servidor recebeu, além do próprio pagamento de outubro, as verbas devidas pelo período de janeiro a setembro/2022. Já em 12/2022, recebeu as verbas referentes aos exercícios anteriores”, explicou a Corte. O TJDFT não deu detalhes sobre os motivos da demissão e da decisão de readmissão do servidor porque disse que se trata de um processo sigiloso.

Questionado sobre o que elevou as remunerações dos servidores além de eventuais 13º e férias, o TJDFT afirmou que “houve o pagamento de passivos (débitos) de vários anos, que já teriam sido reconhecidos por decisão e aguardavam disponibilidade orçamentária para quitação, sendo decorrentes de decisões finais, que geraram o pagamento de débitos da administração com servidores, magistrados e pensionistas (viúvas de ex-servidores)”.

“Foram realizados, no período, conforme disposição legal, acertos financeiros relacionados à concessão da aposentadoria de magistrados e servidores, todos apurados após o devido trâmite processual e legalmente devidos no momento em que ocorrem os atos de desligamento”, enfatizou a Corte.

Metropoles

Postado em 22 de janeiro de 2024

Genoino sugere boicote a empresas de “judeus”; Conib repudia fala

O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) disse achar interessante “a ideia de boicote” a “determinadas empresas de judeus” e a “empresas vinculadas ao estado de Israel“. A declaração do político ocorreu durante uma transmissão ao vivo nesse sábado (20/1).
Genoino falava sobre deixar de fazer compras na Magazine Luiza em decorrência do apoio de Luiza Trajano, dona da empresa, a um abaixo-assinado que pedia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistisse de apoiar uma ação da África do Sul contra Israel por genocídio.

“Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus”, destacou Genoino.

“Há, por exemplo, boicote a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar com o Estado de Israel”, completou o político. Confira aqui a declaração do ex-deputado federal.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou a declaração do petista e destacou que o boicote a empresas de judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista, antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto”, destaca trecho da nota.

A entidade ressaltou ainda que a fala de José Genoino é antissemita: “A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio, pois suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país”.

Acusação da África do Sul
A África do Sul entrou com um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, em que acusa Israel de promover um genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza.

O governo brasileiro manifestou apoio à iniciativa sul-africana. A medida foi anunciada horas depois do encontro do presidente Lula com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben.

A tensão na Faixa de Gaza se intensificou depois que membros do Hamas invadiram o território de Israel, mataram centenas de civis e sequestraram 240 pessoas, em 7 de outubro de 2022.

Desde o ataque a Israel, o conflito deixou cerca de 1.140 vítimas do lado israelense e aproximadamente 25 mil mortos na Faixa de Gaza.

Metrópoles

Postado em 22 de janeiro de 2024

Alcance e capacitação profissional são desafios do SUS para tratamento do autismo

Na sala de estimulação sensorial, equipada com piscina de bolinha, rede e pula pula, a pequena Lara de Almeida, 4 anos, é acompanhada por uma psicóloga e uma fonoaudióloga. A sessão terapêutica mais parece uma brincadeira, mas a mãe da menina atesta os resultados do tratamento, iniciada há dois anos, quando ela foi ligada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) .

“Depois que eu trouxe ela para cá, ela começou a se desenvolver. Antes era muito agitada, não conseguia fazer uma atividade ou parar para almoçar”, conta Leonice de Almeida, 43, que tem mais uma filha autista, Liana, de 9 anos .

As duas meninas são atendidas semanalmente no CER (Centro Especializado de Reabilitação) Milton Aldred, equipamento do SUS (Sistema Único de Saúde) localizado na zona sul de São Paulo. “Minha filha mais velha também melhorou muito, já está lendo e quase alfabetizada”, comemora a mãe.

Cerca de 300 pessoas com autismo –entre adultos e crianças– fazem tratamento contínuo na unidade de saúde , que atendem pacientes na região do Grajaú, distrito mais populoso da cidade.

O equipamento oferece diferentes tipos de reabilitação: física, visual, auditiva e intelectual. Dentro dessa última modalidade, hoje, a maioria dos pacientes é autista. “A gente tem pacientes novos entrando todos os meses no serviço. Trabalhamos sempre com 100% da ocupação das vagas”, afirma a gerente do CER, Karine Cristina Castão.

A alta demanda está diretamente relacionada à maior conscientização sobre o tema e também às mudanças na compreensão sobre o que é autismo pela comunidade médica. Hoje, o transtorno é entendido como um espectro , com diferentes níveis de gravidade e suportes necessários, e que pode ou não estar relacionado à deficiência intelectual.

Na rede pública de saúde da capital paulista , a procura pelo tratamento de TEA é cada vez maior. No ano passado, o sistema registrou quase 130 mil atendimentos, alta de 384% na comparação com 2019 (26.521).

A terapia multidisciplinar é oferecida nos CERs e nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) infantis e adultos. Enquanto o primeiro oferece diversas modalidades de reabilitação, o atendimento no Caps é direcionado a pacientes com deficiência intelectual mais grave e sofrimento psíquico –justamente por isso, o serviço funciona de portas abertas.

“Nenhum serviço consegue cuidar sozinho dessas pessoas. A gente precisa trabalhar em rede e se articular, principalmente, com a atenção básica”, acrescenta Castão. Além da porta de entrada, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) são responsáveis ​​pelo acompanhamento dos pacientes depois que eles recebem alta.

Lançada em 2022, uma linha de cuidado do município para TEA preconiza o diagnóstico a partir de uma equipe multiprofissional e o tratamento individualizado, com olhar para as particularidades de cada paciente. “A gente tem pacientes que se desenvolvem muito rapidamente, mas há outros que precisam de um longo tempo de terapia e de muito estímulo para conseguir se desenvolver”, disse Castão.

O programa terapêutico elaborado por médicos e outros profissionais especializados é denominado PTS (Projeto Terapêutico Singular) e estabelece objetivos para o desenvolvimento em diversas áreas, como fala, interação social e habilidades motoras. O tratamento pode incluir sessões com psicólogo, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, incluindo atividades em grupo. Na maioria dos casos, os pacientes fazem uma a duas sessões semanais.

A diretriz municipal também destaca a importância da estimulação precoce das crianças, mas não estabelece abordagens ou técnicas terapêuticas específicas.

Segundo a fonoaudióloga Lígia Maria Brunetto Borgianni, assessora técnica da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), cabe ao médico definir, a partir de sua formação e dos recursos disponíveis, a melhor abordagem. A linha de cuidado do Ministério da Saúde também não orienta métodos terapêuticos específicos.

Esta lacuna é alvo de críticas de especialistas consultados pela reportagem. “Esses pacientes não são atendidos necessariamente na linha que a gente preconiza para o autismo, que são as intervenções comportamentais”, avalia a neuropsicóloga Joana Portolese, coordenadora do Ambulatório de Autismo do Hospital das Clínicas, serviço que oferece diagnóstico e encaminhamento médico gratuito para TEA . Ela afirma que a maioria dos pacientes que atendem não tem plano de saúde e dependem unicamente do SUS.

“A assistência no país acaba sendo muito irregular, já que o tratamento varia dependendo da formação do médico”, afirma Cristiane de Paula, coordenadora de pós-graduação em psicologia da Universidade Mackenzie.

Para os dois especialistas que já desenvolveram estudos sobre o tratamento do autismo no SUS, a capacitação dos profissionais em metodologias baseadas em evidências e a ampliação da rede de atendimento estão entre os principais desafios do sistema público de saúde, que são marcados por desigualdades regionais.

Em 2022, De Paula analisou o acesso a serviços de saúde por cerca de 900 famílias brasileiras com crianças autistas, e acordos maior concentração de equipamentos no Sudeste e em capitais. “O estudo mostrou que 25% das famílias têm que andar mais de 100 km para obter o diagnóstico . Na região Norte, sobe para 40%”, diz ela, que defende modelo com centros de referência regionais.

Procurada, a Federação Nacional das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) reafirmou a existência de desigualdades regionais nos serviços de atendimento. “Em grande parte da rede Apae, identificamos demanda reprimida e fila específica de espera para os atendimentos às pessoas com TEA”, afirma Eduardo Mesquita, coordenador de saúde da entidade.

Questionada, a Prefeitura de São Paulo disse que dois novos CERs e cinco novos Caps foram implantados desde 2020, e que novos profissionais serão contratados com repasses do Ministério da Saúde.

Em outubro passado, o Ministério da Saúde anunciou repasse de R$ 540 milhões a estados e municípios para ampliação e qualificação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Unidades CER que atendem pacientes autistas recebem incremento de 20% no orçamento.

Atualmente, o país tem 301 CERs e 300 Caps infantojuvenis. O novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê recursos para construção de novas unidades.

Procurado, o Governo de São Paulo disse que tem projeto para a criação de Centros de Referência e Atendimento Especializado às Pessoas com TEA. “O objetivo é que todas as regiões do estado sejam contempladas”, diz nota da Secretaria de Estado da Saúde.

Folha de SP

Postado em 22 de janeiro de 2024

Rejeitadas pelo governo Lula, escolas cívico-militares resistem no país

“Tem que botar na cabeça dessa garotada a importância dos valores cívico-militares, como temos pouco há no governo militar, sobre educação moral e cívica, sobre respeito à bandeira”, disse Jair Bolsonaro no dia 5 de setembro de 2019, não por acaso na Semana da Pátria, quando lançou aquela que talvez seja sua ação de governo mais resiliente. O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militar (Pecim) não criou o modelo que existe desde os anos 1990 nos estados e municípios, mas o alçou à condição de política pública nacional. Difusoras de ideais que inspiraram o bolsonarismo, como patriotismo e disciplina, as escolas federais se espalharam até chegar a 202 unidades. Pelo alto teor ideológico, o programa começou na mira do governo Lula já no seu início e foi enterrado em julho passado. Mas não morreu. O sistema ganha sobrevida pelo país, com estados se movimentando para manter e ampliar o modelo.

A camada ideológica, clara, norteia o interesse. Os estados com mais identificação com o bolsonarismo são os que mais investem na manutenção ou ampliação do número de unidades, como São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás — todos sob a gestão de políticos que estão ou já foram destruídos no palanque do ex-presidente. Mesmo em estados gerenciados por quem nunca foi alinhado ao capitão há esforços para manter o sistema, como o Rio Grande do Sul do tucano Eduardo Leite. Há ainda locais como Rio de Janeiro e Pará, que nunca tiveram escolas vinculadas ao programa do MEC , mas têm — e pretendem manter — projetos próprios coordenados pela Polícia Militar.

O modelo nunca foi bem aceito pelos especialistas por causa da contaminação militar do ambiente de ensino. Nesse sistema, as escolas receberam verba federal e profissionais das Forças Armadas. Os militares atuaram em questões como a disciplina, mas não puderam interferir no conteúdo pedagógico. Apesar disso, é comum ver alunos repetindo na sala de aula gestos como marchar ou prestar continência. Para explicar o ponto final à iniciativa bolsonarista, o ministro Camilo Santana elencou três razões: a baixa adesão (0,15% das 138 000 escolas de educação básica), a subutilização de recursos (0,24% do montante do financiamento foi usado para melhorias) e a ausência de previsão legal para esse modelo, uma vez que não consta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nem do Plano Nacional de Educação.

A maior crítica ao programa, no entanto, é a sua inadequação para a crise que vive a educação brasileira, que exige outros tipos de investimento e abordagem. Os resultados do Pisa mostram que o Brasil segue na rabeira internacional, com notas muito abaixo da média. “O país precisa de políticas públicas que garantam a aprendizagem”, diz Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec, entidade da sociedade civil voltada para a educação pública.

Apesar das ressalvas, o modelo motiva muita gente. No Paraná, que tem o maior número de unidades (208), o governador Ratinho Jr. (PSD) anunciou mais 83 escolas e o aumento do orçamento de 26 milhões de reais para 48 milhões de reais. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai programa regulamentar próprio para as dezasseis unidades sob esse modelo, além de ampliar o número. Romeu Zema (MG), Ibaneis Rocha (DF), Jorginho Mello (SC) e Ronaldo Caiado (GO) também decidiram acampar como escolas. “Sabemos da eficiência dos colégios. Então, não muda nada”, disse Caiado. A depender da disposição política como ele, a bandeira levantada por Bolsonaro vai seguir sendo tremulada.

VEJA

Postado em 22 de janeiro de 2024

Veto a caixas com música nas praias se alastra pelo país e divide banhistas

Popularizadas por serem simples de levar e com uma potência surpreendente para o tamanho, as caixinhas de som usadas por banhistas vêm provocando uma divisão nas praias do país. Os incômodos a quem não pediu para ouvir a música do vizinho areia de levaram à sua crescente chamada. Desde 2018, pelo menos 23 cidades em dez estados vetaram o aparelho, mas os mutirões de apreensão do equipamento por guardas municipais ao longo da costa brasileira mostram que a caixinha não vai ser abandonada apenas em respeito às normas.

Também presente no Nordeste, o movimento anticaixinha ganhou força no Sudeste e no Sul. Desde o começo de 2024, por exemplo, retirar fiscaisam 38 equipamentos nas areias do Guarujá, um dos principais pontos do litoral paulista — quem é flagrado pode ser multado em mais de R$ 1 mil. Um balanço divulgado pela prefeitura na última quinta-feira registrou ainda 484 advertências.

Já no litoral Sul do Espírito Santo, a Guarda Municipal de Marataízes levou 19 caixinhas de banhistas apenas na primeira semana de 2024. A capital do estado, Vitória, foi uma das primeiras cidades a proibir o uso de aparelhos no país, por meio de decreto publicado em 2018 que também veda o uso do som no modo alto-falante em veículos automotores. Entre outras cidades do Espírito Santo com proibições, está Serra, em que a tempestade é de R$ 5 mil.

No Rio, onde a restrição foi iniciada em janeiro de 2022, 48 equipamentos foram coletados em todo o ano passado. Quem se recusa a desligar ou som pode ser multado em um valor entre R$ 522 e R$ 5.221.

Os defensores da medida querem que ela se estenda a outras fontes de som, como quiosques. Mas aqueles que se habituaram à música na areia criticaram a restrição da restrição, mesmo admitindo que às vezes falta tino no volume.

— É ótimo ter uma música para animar. Eu acho que posso usar, sim, é só cada um se valer do bom senso. Mas esse é o problema: tem gente que abusa — afirma a publicitária Larissa Barreto, de 33 anos, que costuma ir a Búzios e Cabo Frio, onde as caixinhas são proibidas.

— Ninguém é obrigado a ouvir o que o outro quer — diz a profissional de mídia social Ana Luísa Rodrigues de Souza Antonioli, de 23 anos, que teve dor de cabeça com as caixas de som e a música dos quiosques em Canasvieiras, em Florianópolis.

Na capital catarinense, a Câmara Municipal arquivou em novembro um projeto de lei que vetava o equipamento por entender que havia uma “evidente inconstitucionalidade material” e falta de critérios bem definidos, acompanhando o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Favorável às proibições, o professor de Engenharia Mecânica da Coppe-UFRJ Fernando Castro defende que a Restrição não deve se limitar às caixinhas:

— Tem que ser aplicado tanto a frequentadores quanto a quiosques e outros estabelecimentos na orla — afirma Castro, lembrando que a contenção da propagação do som é impossível no ambiente aberto da praia.

O contra-ataque das caixas de som vem na forma de novas formas de uso. No começo do mês, uma mulher foi criticada por cantar músicas de karaokê na praia de Florianópolis. Nos jornais locais, o subinspetor da Guarda Municipal Ricardo Pestana teve de lembrar que “não é justo ou plausível importar que todos ao seu redor escutem seu gosto musical” e recomendou fones de ouvido.

‘Sociedade mais regrada’
A polícia é vista com preocupação pelo antropólogo social Bernardo Conde, da PUC-RJ, que relaciona a falta de trilha sonora nas praias ao individualismo que diz estar mais presente entre frequentadores de maior renda. O resultado, aponta, pode ser a redução de interação social no espaço público.

— As camadas mais ricas tendem a caminhar mais para esse modelo individualista, enquanto as de menor renda, periferias e as zonas rurais ainda são muito marcadas pelas relações pessoais e pela proximidade, onde as coisas são negociadas sem o intermediário de tantas regras — afirma. — Há uma tendência de desaparecimento das caixas de som porque, à medida que a gente constrói uma sociedade mais regrada, em que os espaços vão sendo respeitados, essas ferramentas vão sumindo gradativamente.

O físico Paulo Henrique Castro, de 29 anos, que usa caixinhas nas praias da Zona Oeste do Rio “respeitando o bom senso”, lamenta:

— Se você frequenta o subúrbio, o que mais vai ver são casas e bares com som alto. Na Zona Sul não há tanto esse hábito de música e barulho. No fim das contas, é uma medida que acaba afetando basicamente só o pobre, porque toma como parâmetro o comportamento dessas classes mais altas.

O GLOBO

Postado em 22 de janeiro de 2024