Denúncias de pornografia infantil aumentam 77% em meio à difusão de inteligência artificial, diz SaferNet

As notificações de imagens que contêm abuso e exploração sexual infantil , a chamada pornografia infantil, cresceram 77% de 2022 para 2023 e bateram recorde dos últimos 17 anos. É a quantidade mais alta (71.867) desde que a organização SaferNet começou a receber essas denúncias.

Ao todo, os indicadores de divulgação de direitos humanos e outros crimes, o que inclui a pornografia infantil, também chegaram ao valor mais alto da série e aumentaram 48,7% de um ano para outro, com 101.313 notificações no ano passado.

É o que apontam dados da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da SaferNet divulgados nesta terça-feira (6). Os relatos, links e materiais das denúncias, que são enviados ao MPF (Ministério Público Federal) para investigação, foram obtidos a serem recebidos em 2006.

De acordo com a organização, os fatores que podem explicar os registros de denúncias são a introdução da IA ​​(inteligência artificial) generativa para criar conteúdos de exploração infantil, a proteção da venda de pacotes de conteúdo autogerados por adolescentes e demissões em massa nas big techs que atingem equipes de segurança e moderação das plataformas .

“Nesse contexto de IA generativa, o criminoso não precisa enganar alguém para conseguir uma imagem íntima, ele pode criar uma sintética. Esse crime agora pode ser praticado em escala industrial”, afirmou Iain Drennan, diretor-executivo da We Protect Global Alliance no evento Dia da Internet Segura, realizado nesta terça-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e pela Safernet Brasil.

Para Drennan, há pouco financiamento —público e privado— para responder à circulação de abuso infantil. “Há muito peso sendo colocado sobre a sociedade civil, sobre os pais e as crianças. E não deveria ser responsabilidade apenas deles.”

Na lista de crimes denunciados, o que apresentou maior aumento foi o de xenofobia (252%), que passou de 4.030 registros em 2022 para 14.196 em 2023, seguido pela pornografia infantil.

Junto com a xenofobia, também cresceram as denúncias de intolerância religiosa no ambiente digital. De acordo com Thiago Tavares, fundador e diretor-presidente da SaferNet, os dois crimes —e aumento das denúncias— estão ligados à guerra entre Israel e Hamas .

Houve queda nas notificações de racismo (-20,4%), LGBTfobia (-60,6%) e misoginia (-57,6%), esta caracterizada por conteúdos de violência ou discriminação contra mulheres.

O combate a esses tipos de crime é um dos pontos no extenso debate sobre a regulação de plataformas, em frente à exigência de moderação de conteúdo e à mudança de mecanismos que favorecem a propagação de ódio .

O registro anterior de denúncias de abuso e exploração infantil havia ocorrido em 2008, com uma explosão de conteúdo circulando pelo Orkut, então a rede social mais popular do país. Justamente na época do problema, o Google, então dono da plataforma, assinou um acordo com o MPF para entregar informações dos crimes às autoridades.

Os outros picos de distribuição deste tipo de conteúdo ilegal foram em 2020 e 2021, período das fases mais restritivas da pandemia, que tiveram aumento das interações virtuais e de exposição em ambientes digitais , o que elevou também a quantidade de denúncias.

COMO DENUNCIAR ABUSOS ONLINE
A organização SaferNet tem um canal de denúncias anônimas. Para registrar um caso, é preciso acessar denuncie.org.br , colar o link do endereço da internet que uma pessoa acredita que deve ser investigada e seguir os passos indicados na plataforma.

DICAS DE SEGURANÇA PARA PAIS
Fale sobre segurança na internet com crianças de todas as idades quando elas se envolvem em atividades on-line

Avalie e aprove jogos e aplicativos antes de serem baixados

Acompanhe o que seu filho ou filha acessam na internet

Use ferramentas de controle parental oferecidas pelas plataformas e aplicativos que seus filhos acessam

Verifique se as configurações de privacidade estão definidas no nível mais alto para sistemas de jogos online e dispositivos eletrônicos

Estabeleça regras sobre o uso da internet e mantenha os dispositivos eletrônicos em uma sala comum, aberta para todos da casa

Explique que as imagens postadas online serão exclusivamente na internet

A velha regra ‘não fale com estranhos’ também serve para a comunicação virtual

O Instagram tem um guia para pais, disponível neste link

Fontes: Childhood Brasil e SaferNet

uol

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Torres pede à Justiça para não devolver R$ 87,5 mil que recebeu da PF enquanto esteve preso

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que exerceu o cargo durante o governo Bolsonaro, entrou com uma ação para preservar os R$ 87.560,67 que recebeu de salário da Polícia Federal enquanto esteve preso no contexto da investigação sobre os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. O pedido está sendo analisado pela 16ª Vara Federal Cível do Distrito Federal.

Torres, que foi secretário de Segurança do Distrito Federal durante os eventos do dia 8 de janeiro, foi detido preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele ficou detido no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal entre 14 de janeiro e 11 de maio de 2023.

Delegado de carreira da PF, o ex-ministro enfrenta um processo administrativo movido pela corporação. Após apresentar diversos recursos, sem sucesso, ele recebeu a guia de recolhimento para o pagamento da obrigação por parte da União em 19 de dezembro.

Na ação, defesa fala em ‘princípio da legalidade’
A ação movida por seu advogado, Eumar Novacki, alega a ilegalidade e inconstitucionalidade da cobrança, argumentando que viola princípios jurídicos e jurisprudenciais, além de não haver denúncia formal contra Torres.

“Encontra-se também malferido o princípio da legalidade, já que não existe qualquer lei formal que autorize a administração pública a suprimir os subsídios percebidos pelo servidor federal preso cautelarmente. Se o agente público é preso por ordem judicial, revela-se evidente que sua ausência ao trabalho resulta de ato alheio à sua vontade”, diz um trecho da ação.

r7

Postado em 7 de fevereiro de 2024

PIB do Brasil pode surpreender positivamente no 1º trimestre, diz presidente do BC

O PIB do Brasil pode surpreender positivamente no início de 2024, avaliando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participou do evento do BTG. “A perspectiva de crescimento [do PIB brasileiro] no primeiro trimestre está parecendo que vai surpreender para cima. Essa é a nossa primeira intuição.”

Segundo Campos Neto, os dados de mais alta frequência mostram o setor de serviços “puxando bastante o crescimento”. O dirigente lembrou o mercado “tem errado [a projeção de] crescimento consecutivo há três anos” e as perspectivas atuais parecem manter no território mais conservador.

O presidente do BC lambrou ainda há um debate sobre a possibilidade de haver “um efeito das reformas acumuladas que foram feitas no passado”.

Segundo Campos Neto, “tem sido um tema bastante explorado academicamente, eu acho que tem [um impacto de reformas estruturais]”. De acordo com o presidente do BC, “acho difícil dizer que [o crescimento que tem pensado para cima nos últimos anos] seja somente efeito de um programa de transferência [de renda] maior ou algo desse tipo”. Para o dirigente, “obviamente tem isso [programa de transferência de renda] também, mas existem vários componentes [na dinâmica de crescimento econômico brasileiro]”.

Campos Neto chamou a atenção para a força do mercado de trabalho no Brasil, “que vem surpreendendo bastante”. Segundo ele, “temos visto finalmente a taxa de participação voltando a subir, que é algo que não acontecia há bastante tempo”.

Sobre a questão fiscal, Campos Neto ressaltou a importância de insistir na meta estabelecida no arcabouço. “A gente tem aqui que é importante insistir na meta. O ministro [Fernando Haddad] fez um esforço muito grande para que isso acontecesse. À medida que o tempo vai passando o mercado vai se ajustando em termos de expectativas.”

Estados Unidos
Campos afirmou existir “bastante ruído” em relação à dinâmica entre inflação e crescimento nos Estados Unidos. “Quando olhamos o índice de surpresa no crescimento, os EUA continuam com surpresa positiva de crescimento”, disse. Conforme o dirigente, os dados econômicos mais recentes nos Estados Unidos “vieram muito fortes”.

O presidente do BC ponderou que, diante das surpresas com a força da economia americana, “houve uma mudança de expectativa em relação à velocidade de corte [de juros] nos EUA”. Ele avaliou que “as condições [financeiras] americanas voltaram a ficar parcialmente frouxas e estamos de volta às condições estimulativas”.

Segundo o chefe do BC, “a bolsa [americana] contribuiu bastante, porque tem estado muito forte”. Para o dirigente, entre as variáveis ​​que influenciam as condições financeiras, “basicamente sobraram os juros com algum efeito detrator de liquidez”.

Para Campos Neto, “com dados econômicos melhores do Federal Reserve [Fed, o BC americano] pode ter mais conforto em ser cauteloso e esperar um pouco mais [antes de inicar cortes de juros]”.

O dirigente afirmou existir “um debate muito grande sobre como é a dinâmica da inflação americana”. Segundo o dirigente, “existia um argumento de que [a inflação] era efeito de [pressões de] oferta e isso estava realinhando de forma mais rápida”. O problema desse argumento, apontou o especialista, “é que, se isso ocorrer, a correção de juros deveria ser mais rápida dado que foi um efeito de oferta que passou”.

Na visão do presidente do BC, “mas quando olhamos para o gráfico de demanda por bens e serviços. fica difícil de entender que [a inflação nos EUA] foi mais uma questão de oferta”. Na verdade, acrescentou, “mais recentemente a procura por bens voltou a subir e a de serviços voltou para linha pontilhada [superior], ou seja, fica difícil imaginar que foi um efeito puro de oferta”.

Campos Neto ressaltou que o componente de consumo teve impacto significativo no crescimento da economia americana. “Quando a gente olha em termos de contribuição para o PIB {nos EUA], o efeito do consumo das famílias foi fortíssimo”, atualmente.

Valor economico

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Ex-pastores acusam Universal de obrigá-los a fazer vasectomia: ‘Ameaças’

Recentemente, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), liderada por Edir Macedo, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 100 mil para um pastor que disse ter sido obrigado a se esterilizar. O colunista do UOL Rogério Gentile afirmou que a juíza Franciane Aparecida Rosa rejeitou os argumentos apresentados pela defesa da Iurd e atestou que existia uma imposição para a realização do procedimento de vasectomia para pastores que desejavam se casar.

A reportagem conversou com exclusividade com dois ex-pastores da Universal que confirmaram a história que chegou à Justiça.

O que diz a Universal
Em nota, a Universal classificou como mentirosa e criminosa a acusação de transferência de pastores para o Nordeste como compensação por eventualmente insubmissões de seus pastores e bispos.

Sobre a obrigatoriedade do procedimento de esterilização, a Iurd afirma que “a acusação de imposição de vasectomia é facilmente desmentida”.

Muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de ordem da Igreja, têm filhos. São mais de 3.000 filhos naturais de membros do corpo eclesiástico da Igreja.
Universal em nota

A igreja afirma, no entanto, estimular o planejamento familiar, que deve ser “debatido de forma responsável por cada casal”.

Ainda no comunicado, a Iurd diz solicitando a decisão impetrada pela juíza Franciane Aparecida Rosa e afirma que “96% das sentenças em varas e tribunais são sempre elaboradas à Universal. Apenas um título de exemplo, entre 2019 a 2023 —relativos à vasectomia— , são mais de 65 decisões desenvolvidas à Igreja.”

Por fim, a assessoria da Igreja Universal afirma que o ministério em suas igrejas não é destinado a quem deseja ganhar dinheiro, pois, conforme diz a nota, “quem vem com a intenção de enriquecimento, ao perceber que aqui não terá sucesso, cria uma desculpe para sair, e, se aventura em ações judiciais que não param de pé.”

‘Obrigado a fazer a cirurgia’
Pastores são orientados a focar na “obra de Deus”. Marcelo Roque, 41 anos, participou por mais de 20 anos da instituição religiosa, sendo cinco destes como pastor. Ele saiu da Iurd no ano de 2001. Segundo o ex-pastor, “a obrigação em fazer a vasectomia se dá pelo fato do pastor ter compromisso apenas com a dita obra de Deus” e “por isso, todo pastor, antes de casar , é obrigado a fazer a cirurgia”.

Solteiros também são orientados para fazer cirurgia. Roque tem um canal no YouTube onde divulga denúncias dos bastidores da Universal. Ele conta que escuta com frequência histórias de que, agora, os pastores solteiros também são obrigados a realizar o procedimento —o que não acontecia em sua época. “Não [fez a cirurgia], porque na época eu era solteiro e, então até, só casado fazia”, explicou.

Denúncias e ameaças são divulgadas no YouTube. Sávio*, 41, foi pastor na Iurd por 16 anos e deixou a igreja em 2019. “Saí porque comecei a questionar as doutrinas da instituição e a manipulação financeira e política que acontece lá”, relatada. Assim como Roque, ele também tem um canal no YouTube em que faz denúncias sobre a Iurd. Ambos relataram terem sofrido ameaças devido ao conteúdo que publicam.

Eles se colocam como a voz de Deus. Quem questiona está contra Deus. Então, você vai se anular, porque não quer desagradar a Deus.
Sávio

Ex-membros se relacionam com segregação e dependência. O ex-pastor ainda diz que, somado à dependência financeira e emocional da igreja, quem deixa a instituição é chamado de “caído” e “endemoniado”. “Se você tem um comércio, os membros da igreja até param de comprar com você”, conta.

Se Roque não realizou o procedimento, Sávio, por sua vez, disse ter cedido à pressão e feito a cirurgia quando tinha 33 anos. Ele atuou como pastor em 17 cidades e trabalhou nos programas de televisão da Universal e agora também processa a igreja.

Alguém pode afirmar: ‘Mas eles não colocam uma arma na sua cabeça’. E eu digo que colocar, sim, a palavra [Bíblia] é uma arma poderosa. A trama de argumentos e as ameaças são feitas o tempo todo. Quem não fizer a vasectomia será punido. Perder o salário, será transferido para o Nordeste. Vai perder o carro, vai ser rebaixado de carga, vai ficar de castigo na administração.
Sávio

Sávio explica que enviar um pastor para a região Nordeste é uma espécie de castigo dentro da instituição. Isso porque, segundo eles, as roupas da região seriam de menor arrecadação.

Roque complementa dizendo que um bispo pede para que todos assinem “um documento como se estavam fazendo [a cirurgia] de livre e espontânea vontade, mas, na verdade, estão sendo coagidos.”

Os ex-pastores dizem que a razão principal para essa exigência da denominação se dá pelo fato de que “o filho tira o foco do pastor e da mulher, sem falar que o pastor não fica em um lugar por muito tempo, e com filho acaba limitando um pouco o trabalho e ele se torna até menos agressivo na arrecadação financeira”. Ambos dizem que “as recomendações sempre saem do [Edir] Macedo. Ele é quem dita as regras da instituição”.

Ex-bispo negou ter sido obrigado a fazer vasectomia. Márcio*, ex-bispo da Universal, contou ao UOL que fez o procedimento aos 22 anos. Contrariando a versão de Roque e Sávio, ele negou ter sido solicitado a fazer a cirurgia e afirma não ter se arrependido. “Sou casado há 26 anos e nunca tive essa sensação de frustração, e muito menos que fui obrigado a fazer vasectomia”, disse.

*Sávio e Márcio são nomes fictícios, usados ​​para preservar a identidade das fontes que não quiseram ser reveladas.

uol

Postado em 7 de fevereiro de 2024

PF encontra documentos de operação da Abin na casa de Ramagem, diz site

A Polícia Federal (PF) encontrou documentos sobre uma operação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em comunidades do Rio de Janeiro durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor do órgão e atual deputado federal. A informação é de Natália Portinari, colunista do Uol. 

Além dos documentos, foram encontrados um celular e um notebook que pertencem à Abin. O parlamentar dirigiu a agência durante o governo Jair Bolsonaro e, após sua saída em março de 2022, não poderia ficar com nenhum documento ou equipamento do órgão, conforme normativo da Abin.

Ramagem foi alvo da PF no dia 25 de janeiro, quando foi deflagrada a Operação Vigilância Aproximada, que investiga um esquema na Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. 

Segundo a investigação, Ramagem teria usado a estrutura do órgão para fazer espionagens ilegais que favoreceriam a família de Bolsonaro. Sob as orientações dele, sete policiais federais cumpriam as determinações, monitorando alvos e produzindo relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas.

Os documentos encontrados pela PF durante as buscas estavam descaracterizados, sem logo ou identificação da Abin, e sem data. A PF vai questionar a agência a respeito de onde veio o documento e quando foi produzido. Ramagem pode responder por infração administrativa, por ter ficado com os papéis, e por crime de violação de sigilo profissional, se comprovado algum vazamento de informações para terceiros.

À colunista, a Abin informou que “indivíduos que não mais exerçam atribuições funcionais compatíveis com determinado dado não devem mais exercer qualquer tipo de tratamento sobre ele, como utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, entre outros”.

No ano passado, o site Metrópoles revelou que a Abin, sob comando de Ramagem, gastou recursos da verba secreta para pagar informantes em comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo tráfico de drogas e onde as milícias têm interesse de entrar.

A ação recebeu o nome de “Plano de Operações 06/2021” e era uma das maiores prioridades de Ramagem, embora não seja atribuição da Abin atuar diretamente no ramo de segurança pública, a menos que haja risco à segurança nacional. A PF investiga se houve algum desvio de finalidade nessa operação.

O Terra busca contato com Alexandre Ramagem. O espaço segue aberto para manifestações.

terra

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Jantar “surpresa” reúne 3 principais pré-candidatos à sucessão de Lira

Os três principais pré-candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara dos Deputados se reuniram na noite dessa segunda-feira (5/2), em Brasília, para jantar.
O encontro aconteceu em um restaurante japonês e reuniu os deputados Elmar Nascimento (União-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antônio Brito (PSD-BA).

O jantar foi organizado pelo líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta, que chamou individualmente os pré-candidatos, sem avisar que seus adversários estariam presentes.

A aliados, o líder do Republicanos afirmou que o objetivo do encontro seria “quebrar o gelo” entre os postulantes à vaga de Lira. A disputa será em fevereiro de 2025.

Durante o jantar, Elmar, Pereira e Brito discutiram o cenário político atual. Cada um deles aproveitou para marcar posição e reafirmar sua candidatura à presidência da Câmara.

Metropoles

Postado em 7 de fevereiro de 2024

PF apreende celular e computador de homem por ameaça a Lula em perfil nas redes sociais

A Polícia Federal deflagrou uma operação, na manhã desta terça-feira (6), com o objetivo de investigar ameaça e incitação ao crime praticados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra um homem em Aracruz, no Espírito Santo.

A investigação decorre de postagem em rede social cujo teor aventa a arrecadação de fundos, fomentando a criação de uma “vaquinha”, com o intuito de pagar mercenário para atirar em Lula.

De acordo com a PF, as ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Linhares/ES na residência do suspeito, em Aracruz/ES. Foram apreendidos o celular e o computador do investigado, que colaborou e admitiu as postagens nas redes sociais.

“O nome da Operação Eco faz alusão à mitologia grega, especificamente a uma jovem que falava demais, informou a PF, em nota.

Esta não é a primeira vez que Lula é alvo de ataques na internet. Em janeiro de 2023, um homem foi preso em Roraima também por uma publicação nas redes sociais. Na ocasião, ele teria comentado que ‘seria a hora de colocar a bala na cabeça dele’, em referência a uma visita do presidente ao estado.

Em agosto do mesmo ano, um fazendeiro foi preso no Pará após, segundo a Polícia Federal, denúncias de que ele estaria planejando um atentando contra o presidente também durante uma visita de Lula.

Agência O Globo

Postado em 7 de fevereiro de 2024

STF derruba lei que dava porte de arma a agentes socioeducativos no ES

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que uma lei do governo do Espírito Santo que concedia porte de arma de fogo aos agentes socioeducativos do estado é inválida.
A decisão foi tomada por unanimidade em sessão virtual dessa segunda-feira (5/2).

Apesar de conceder porte aos agentes, a norma vedava o uso nas dependências das unidades socioeducativas.

Na ação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) argumentou que a norma viola a competência da União, que tem a prerrogativa de autorizar e fiscalizar a produção de material bélico no país e de legislar sobre o tema.

O colegiado seguiu o entendimento do relator da ação, ministro Gilmar Mendes, de que cabe à União regulamentar o porte e a posse de armas. Portanto, estados não podem criar leis sobre o assunto.

Metrópoles

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Pesquisa Atlas: Aprovação de Lula sobe para 51,7% em janeiro; 42,8% desaprovam

Pesquisa Atlas divulgada nesta terça-feira (6) mostra que 51,7% dos entrevistados aprovam o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros 42,8% desaprovam, enquanto 5,5% não souber avaliar.

O levantamento contou com 7.405 respondentes entre 28 e 31 de janeiro. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.

O resultado mostra crescimento da aprovação, em comparação com o resultado anterior, de novembro. Na ocasião, a aprovação do presidente ficou em 49,6% e a desaprovação em 47,3%. Outros 3,1% responderam não saber.

Sobre a avaliação do governo Lula, houve inversão das taxas de votos “Ótimo”/”Bom” e “Ruim”/Péssimo”, em relação a novembro: desta vez, o percentual de avaliação positiva superou a avaliação negativa.

No levantamento mais recente, 42,2% consideraram o governo “Ótimo”/”Bom” (em novembro eram 42,7%); 39,1% avaliou como “Ruim”/”Péssimo” (em novembro eram 45,1%). Outros 15,9% dos entrevistados consideraram o governo “Regular” e 2,8% não soube responder.

Aprovação Lula
Quando questionados se aprovavam ou desaprovavam o desempenho do presidente Lula, os entrevistados responderam:

Aprovo – 51,7%
Desaprovo – 42,8%
Não sei – 5,5%
Avaliação do governo
Quando questionados sobre como avaliam o governo de Lula, os entrevistados responderam:

Ótimo/Bom – 42,2%
Ruim/Péssimo – 39,1%
Regular – 15,9%
Não sei – 2,8%

CNN

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Pergaminhos carbonizados de 2 mil anos são revelados com ajuda de IA

As Ciências Humanas têm uma nova aliada: a inteligência artificial (IA). Um lote de pergaminhos em papiro de quase 2 mil anos de idade teve seu conteúdo enfim revelado pela primeira vez após pesquisadores utilizarem IA para decifrar o material, carbonizado e deteriorado com os séculos. Para a área, a descoberta pode destravar lacunas que a arqueologia e historiografia não conseguiram desvendar.
O anúncio foi realizado na segunda-feira (5/2), como resultado do prêmio do Desafio do Vesúvio (Vesuvius Challenge), criado pelo cientista computacional Brent Seales, da Universidade do Kentucky, e por apoiadores no Vale do Silício, na Califórnia, EUA. Lançado no ano passado, o objetivo é chamar cientistas para desenvolverem algoritmos para escanear pergaminhos em papiro e transformá-los em imagens em alta resolução por meio de tomografia computadorizada.

Quem levou o prêmio foi o trio de jovens pesquisadores Youssef Nader (Alemanha), Luke Farritor (Estados Unidos) e Julian Schillinger (Suíça), recebendo US$ 700 mil, segundo o executivo americano Nat Friedman, um dos patrocinadores do desafio.

O trio criou um software que leu 2 mil cartas da Grécia Antiga. O lote era mantido em uma luxuosa villa romana em Heculano, mas foi queimado no ano de 79 depois de Cristo, quando o Vesúvio devastou a Pompeia e levou cinzas às cidades vizinhas. Escavações do século 18 recuperaram mais de mil pergaminhos do lote, cuja propriedade é atribuída ao sogro do imperador romano Júlio César – e, até então, o conteúdo dos pergaminhos estava oculto de pesquisadores, devido à carbonização do material.

O trio se uniu de forma pouco comum. Em outubro passado, Farritor criou um software que conseguiu identificar a palavra grega “roxo”, o que lhe resultou um prêmio de US$ 40 mil em desafio semelhante. Em novembro, ele se juntou a Nader e, dias depois, a Schillinger, que desenvolveu um algoritmo que revela imagens de tomografia computadorizada (TC). A inscrição do trio foi feita no prazo máximo para inscrever o projeto, em 31 de dezembro.

“Este é o início de uma revolução na papirologia de Herculano e na filosofia grega em geral. É a única biblioteca que chegou até nós da antiga Época Romana”, declarou ao jornal The Guardian a papirologista Federica Nicolardi, da Universidade de Nápole Federico II.

O que vem após a descoberta
Agora, os papirologistas e historiadores devem se debruçar sobre a transcrição dos pergaminhos e decifrar os conteúdos. Em leitura preliminar, os rascunhos indicam que se trata de um texto do filósofo e poeta Filodermo de Gadana (110-35 a.C.), um seguidor de Epicuro e professor de Virgílio.

“O epicurismo diz olá, com um texto cheio de música, comida, sentidos e prazer!”, diz Federica, após analisar os rascunhos.

Criador do Desafio Vesúvio, o cientista Brent Seales, da Universidade do Kentucky, nos EUA, afirma que vai construir um escâner de tomografia computadorizada portátil e treinar algoritmos de IA para realizar o trabalho. Segundo ele, o objetivo é evitar retirar os pergaminhos de suas coleções.

“Estamos entrando em uma nova era”, disse Seales ao The Guardian.

Correio Braziliense

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Comissão de Segurança aprova projeto que acaba com ‘saidinhas’ de presos

A Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado aprovou, nesta terça-feira (6/2), o Projeto de Lei (PL) 2253/2022, que acaba com o benefício dos presidiários às chamadas “saidinhas” temporárias em feriados. A matéria foi aprovada em votação simbólica e deve seguir para apreciação do plenário da Casa.

Os senadores ainda votaram um requerimento de urgência, apresentado pelo relator do projeto, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para que seja alterada a tramitação da matéria e ela seja analisada diretamente pelo plenário. Regimentalmente, o texto deveria seguir para avaliação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas, com a aprovação do pedido, o PL será apresentado ao órgão máximo de deliberação da Casa Legislativa.

“É uma modernização da legislação para atender a triste realidade que passa, hoje, o povo brasileiro, sofrendo nas mãos daqueles criminosos de alta periculosidade e, ainda assim, encontram uma brecha na lei para saírem nesses feriados e, infelizmente, cometerem crimes que tiram a vida de inocentes. Por isso, é importante que essa votação vá o quanto antes para o plenário”, disse Flávio Bolsonaro.

No plenário, se aprovada urgência, o projeto deverá ser votado no mesmo dia. A expectativa do relator da matéria é que o texto seja aprovado pela maioria da Casa. “Até aqueles que estavam se encorajando a defender um absurdo desse, que seria manter as saidinhas em feriados, sequer vieram à Comissão de Segurança Pública hoje, porque sabiam que aqui o quórum estava favorável para acabar com as saidinhas”, avaliou.

“Essa matéria não diz respeito à direita ou esquerda, diz respeito aos direitos humanos das vítimas, que é isso que nós queremos preservar e enaltecer na legislação”, completou o senador, que afirmou que a oposição tem maioria para aprovar a matéria em plenário.

Monitoramento
O projeto prevê, além do fim das “saidinhas”, a realização de exame criminológico para a progressão de regime e o uso de tornozeleira eletrônica em presos dos regimes aberto e semiaberto ou em progressão para esses regimes. O texto, da Câmara dos Deputados, recebeu relatório favorável do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O projeto altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984). A norma em vigor dá ao juiz a possibilidade de fazer uma análise individualizada sobre o uso da tornozeleira eletrônica em cada caso. Para o senador Flávio Bolsonaro, a experiência de outros países justifica a mudança na legislação brasileira.

Correio Braziliense

Postado em 7 de fevereiro de 2024

Governo amplia isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos

O governo federal editou uma medida provisória (MP) que isenta o pagamento do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até dois salários mínimos. A partir de agora, a pessoa física com remuneração mensal de até R$ 2.824 não terá mais de pagar o tributo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União na noite desta terça-feira (6).
A medida isenta 15,8 milhões de brasileiros, informou o governo.

É estimada redução de receitas de R$ 3,03 bilhões em 2024; de R$ 3,53 bilhões em 2025 e de R$ 3,77 bilhões em 2026.

Antes, a isenção do IR era para salários de até R$ 2.640, correspondendo a dois salários mínimos em 2023. Porém, em janeiro deste ano passou a vigora o novo valor do benefício, de R$ 1.412.

O governo alterou a primeira faixa da tabela progressiva mensal do IR, com elevação do limite de aplicação da alíquota zero em 6,97%. Assim, o valor atualmente vigente passa de R$ 2.112 para R$ 2.259,20.

O contribuinte com rendimentos de até R$ 2.824 mensais será beneficiado com a isenção porque, dessa renda, se tira o desconto simplificado, de R$ 564,80, resultando em uma base cálculo mensal de R$ 2.259,20, ou seja, exatamente o limite máximo da faixa de alíquota zero da nova tabela.

O desconto de R$ 564,80 é opcional, ou seja, quem tem direito a descontos maiores pela legislação atual (previdência, dependentes, alimentos) não será prejudicado.

CNN

Postado em 7 de fevereiro de 2024

‘Como se tivesse sido mordida por um tubarão’, diz bióloga atacada por bactéria devoradora de carne humana

A bióloga Patrícia Casas, 42 anos, foi a primeira espanhola a sofrer uma das doenças mais esquecidas do planeta: a úlcera de Buruli, causada pela bactéria Mycobacterium ulcerans, que devora a carne humana e pode desfigurar o rosto e os membros. Casas contraiu a doença enquanto passava cinco meses nas selvas do Peru, ao retornar, há uma década, algo semelhante a uma queimadura de cigarro apareceu em seu braço esquerdo.

Dia após dia, aquela ferida contínua a crescer sem parar, até se transformar numa úlcera terrível de 12 centímetros, com uma inflamação que ligava o cotovelo à axila. Os médicos tiveram que internar por um mês e meio. “Ficamos tanto tempo sem saber o que era que apelidei a ferida de Débora”, diz a mulher. Débora devorou ​​o braço de Casas e encontrou nela durante quatro anos.

Os profissionais de saúde acreditaram primeiro que ela tinha uma queimadura simples e deram-lhe uma pomada. À medida que a ferida continuava a crescer, eles suspeitavam de uma ocorrência alérgica. Até que, depois de meses veio o diagnóstico: úlcera de Buruli.

A úlcera de Buruli é uma das 20 doenças tropicais negligenciadas, um grupo de patologias que são devastadoras nas regiões mais pobres do mundo. As 2.000 notificações anuais de bactérias concentraram-se na África Central, mas também foram detectados casos em outros países como Peru, México e, sobretudo, Austrália.

A bactéria mudou sua vida. Casas passaram quase dois anos tomando antibióticos. O tratamento de choque danificou seu fígado e feriu surdez. Segundo ela, a cicatriz era como se “eu tivesse sido mordida por um tubarão”.

O mecanismo de transmissão da úlcera de Buruli tem sido um mistério desde que a doença foi descrita em 1948. No caso de Casas, por exemplo, uma bióloga está convencida de que tudo começou com uma picada de mosquito no braço esquerdo.

Uma equipe de cientistas australianos corrobora a tese de Casas. A região da cidade australiana de Melbourne tem registrado um aumento de infecções desde 2017, com mais de 200 casos por ano. A equipe do microbiologista Tim Stinear analisou mais de 65 mil mosquitos na Península de Mornington, uma área turística de praias e vinhedos a cerca de uma hora de carro de Melbourne, e revelou que as pessoas que sofrem de úlcera e os mosquitos portadores da bactéria se sobrepõem nas mesmas áreas.

Há também um terceiro fator: a falange de cauda anelada, um mamífero marsupial de apenas um quilo que se alimenta das próprias fezes para aproveitar ao máximo os nutrientes das folhas do eucalipto, o micróbio que causa a úlcera de Buruli também é encontrado nesses excrementos. O mosquito aparentemente carrega uma bactéria do marsupial para os humanos.

A Universidade de Melbourne, onde Stinear trabalha, proclamou em um comunicado: “Um mistério de 80 anos resolvido: os mosquitos espalham a úlcera carnívora de Buruli”.

O microbiologista australiano, porém, é cauteloso. Ele registra que o maior estudo realizado em África, numa zona do Benim atingida pela doença, examinou apenas 4.300 mosquitos sem encontrar nenhum associado a bactérias. “Dado que a frequência de mosquitos positiva na Austrália foi de 1%, a ausência de evidências no estudo do Benin não significa evidência de ausência”, disse Stinear.

O microbiologista lembra que outros pesquisadores da Costa do Marfim apontaram os insetos como possíveis vetores de transmissão e os ratos da cana-de-açúcar como reservatório animal. Para Stinear, é urgente realizar pesquisas aprofundadas nas regiões africanas mais afetadas.

O mosquito em destaque é o Aedes notoscriptus, espécie australiana que foi detectada em 2014 na cidade americana de Los Angeles e desde então invadiu a Califórnia. O microbiologista acredita que é “teoricamente possível” o aparecimento de casos de úlcera de Buruli nos Estados Unidos, desde que haja um reservatório animal adequado e a bactéria também seja afetada.

A região de Melbourne possui um clima mediterrâneo, como a Califórnia, por isso Stinear também “não vê razão para descartar” que os insetos possam transmitir a úlcera de Buruli no futuro em outros países temperados, como a Espanha.

Patricia Casas depois de quatro anos de sofrimento está totalmente curada e afirma que “possivelmente teria que amputar meu braço”, caso não tivesse uma saúde pública de qualidade e médicos totalmente dedicados à sua cura. O caso da bióloga é o primeiro da Espanha.

O bioquímico Israel Cruz, chefe de Saúde Internacional do Instituto de Saúde Carlos III, só tem conhecimento de outro paciente anterior: uma mulher de 27 anos da Guiné Equatorial que, após quatro anos com uma úlcera de Buruli na perna esquerda, aviação para Barcelona, em 2003, para tentar se curar. Os médicos do Hospital del Mar tiveram que amputar seu membro devido a uma úlcera muito grave, agravada pelo HIV.

Se precocemente, o tratamento padrão da úlcera de Buruli requer apenas oito semanas de dois antibióticos: rifampicina e claritromicina. Ainda assim, os custos da doença são catastróficos para muitas famílias. Cruz participa de um consórcio internacional, coordenado pela Universidade de Saragoça, que tenta reduzir o tempo de tratamento para apenas quatro semanas, acrescentando amoxicilina e ácido clavulânico.

“Eles ganharam toda a sua autenticidade para desvendar como ocorre a transmissão na Austrália. Na África, contudo, não existem recursos financeiros para apoiar investigação deste calibre. O ideal seria que o mesmo desejo e os mesmos meios fossem postos em prática no contexto africano”, diz Cruz.

O GLOBO

Postado em 7 de fevereiro de 2024

MP entra com ação contra Prevent Senior na Justiça do Trabalho por conduta na pandemia

O ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) entraram com uma ação pública conjunta contra a Prevent Senior, nesta segunda-feira (5), pela conduta durante a pandemia de Covid. Os MPs pedem o pagamento de indenização por dano moral e coletivo na Justiça do Trabalho. O valor é de R$ 940 milhões.
Os pedidos se referem a assédio moral e irregularidades no meio ambiente de trabalho, pesquisa com seres humanos sem autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e violações à autonomia médica, à saúde pública e aos direitos dos pacientes e consumidores do plano de saúde.

Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as solicitações incluem a proibição da exposição dos trabalhadores a situações abusivas, humilhantes e constrangedoras, a obrigação de não interferir na autonomia médica, entre outros, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 100 mil (cem mil reais), por cada obrigação descumprida.

Para os MPs, “o dano moral a ser fixado deve considerar a prática de assédio moral organizacional, o descumprimento das medidas de proteção à saúde e segurança do trabalho relativas ao Covid, a violação da autonomia médica, com a imposição da prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada, e a realização de estudo com seres humanos sem a autorização da CONEP”.

Os órgãos pedem também a condenação dos réus ao pagamento da quantia mínima de R$ 940 milhões que pode ser revertida em favor de órgãos públicos, entidades, instituições ou projetos que previnam ou recuperem danos sofridos pela coletividade.

Veja quem são os réus na ação:
Prevent Senior Private Operadora de Saúde Ltda

Prevent Labor Atendimento Clínico e Hospitalar Ltda

Prevent Senior Corporate Operadora de Saúde Ltda

Sancta Maggiore Remoções Ltda

Instituto Prevent Senior – IPS

Prevent Senior Participações S.A.

Fernando Fagundes Parrillo

Eduardo Fagundes Parrillo

Andrea Fagundes Parrillo

Maria Aparecida Fagundes Parrillo

A CNN entrou em contato com a Prevent Senior que informou que não pode se manifestar, porque sequer conhece a ação. Em nota, a empresa afirmou que a instituição “atende às melhores práticas em todos os segmentos em que atua, o que será reconhecido ao fim do processo”.

Provas
A investigação reuniu provas a partir da análise de documentos da CPI Federal, CPI Municipal, inquéritos civis dos três MPs, processos administrativos da Agência Nacional de Saúde e sindicâncias do CREMESP.

Além disso, a averiguação também levou em conta a oitiva em audiências presenciais de quase 60 testemunhas, pesquisa e análise de ações trabalhistas individuais, laudos da Perícia de Medicina do Trabalho do MPT, realização de diligências na empresa, dados da Secretaria de Saúde, dos réus e da Receita Federal.

Entre as provas, comunicados enviados pela empresa demonstram que os profissionais da saúde eram obrigados a prescrever o “Kit Covid” diante de qualquer relato de sintoma gripal, desrespeitando a conduta médica do profissional.

A obrigação tornou-se protocolo interno e tinha de ser seguido compulsoriamente, sob pena de “castigos” aos médicos. Essas penas eram variadas e consistiam em perda ou realocação de plantões e até em demissões, nos casos extremos.

De acordo com uma testemunha, “no início da pandemia, os médicos prescreviam o kit Covid, havendo dúvidas acerca de sua eficácia contra a doença. Com o tempo, os profissionais perceberam que eram medicações absolutamente ineficazes ao tratamento da enfermidade”.

“A partir de julho de 2020, após estudos sérios e robustos apontando a ineficácia das medicações do kit Covid. Mesmo assim, a Prevent tentou a todo custo convencer os médicos sobre a suposta eficácia desses remédios com a divulgação de estudos de metodologia absolutamente duvidosa e enviesada”, complementou a testemunha.

Ainda segundo o MPT, No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MPSP em 2021, a empresa confessou a sua conduta de realizar pesquisas científicas e prescrever o “kit Covid” de forma ilegal.

Outro meio de comprovação de irregularidades foi a análise de controles de jornada de dias trabalhados por médicos “PJ” e empregados, de janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Após a sobreposição dos dados foi constatado que ao menos 3.679 profissionais trabalharam infectados nos 14 dias seguintes à confirmação.

Os autores da ação afirmam que a realização de tais pesquisas mediante práticas de assédio ao seu corpo de médicos e sem aprovação e qualquer controle pelos órgãos responsáveis “gerou na sociedade brasileira um forte sentimento de desamparo e desproteção, como se qualquer um de pudesse se tornar cobaia humana, sem qualquer proteção ou controle”.

CNN

Postado em 7 de fevereiro de 2024

MPF se manifesta contra projeto de lei que acaba com a “saidinha”

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou um comunicado, nesta terça-feira (6/2), em que se manifesta contra o Projeto de Lei nº 2.252/22, que acaba com o direito da saída temporária, as chamadas “saidinhas”, para presos. O texto, de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PL), foi aprovado na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal.
A nota do MPF é assinada pelo Grupo de Trabalho de Defesa da Cidadania, formado por instituições civis e do sistema de Justiça. Na avaliação do grupo, a proposta é “flagrantemente inconstitucional”.

“As chamadas ‘saidinhas’ são um importante instrumento de ressocialização e reconstrução dos laços sociais, fortalecendo os vínculos familiares e contribuindo para o processo de reintegração social da pessoa em privação de liberdade”, destaca a nota.

O MPF também argumenta que a medida tem se mostrado “exitosa”, uma vez que, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) de 2019, a taxa de fugas do sistema prisional, incluindo as ocorridas durante as saidinhas, foram de 0,99%, “o que deveria ser considerado um grande sucesso”, segundo o órgão.

“Os discursos populistas que associam as ‘saidinhas’ ao aumento da criminalidade violenta carecem, portanto, de embasamento em dados da realidade e ignoram sua relevância para o sistema de progressão de regime necessário à reintegração social das pessoas em privação de liberdade, o que segundo a lei é a principal função da pena de prisão”, ressalta.

Ao fim do comunicado, o MPF prestou solidariedade às vítimas de crimes praticados por “uma minoria de condenados que fez mau uso do instituto da saída temporária”.

“O que não pode servir de justificativa para penalizar uma imensa maioria de beneficiados que cumpriram fielmente as condições que lhes foram impostas e se encontram em pleno processo de ressocialização”, finaliza o órgão.

Metrópoles

Postado em 7 de fevereiro de 2024