Mais de 13 mil vagas no ensino superior serão oferecidas pelo SISU no RN

Os estudantes do Rio Grande do Norte que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023 terão oportunidade de ingressar no ensino superior com mais de 13 mil vagas disponíveis nas quatro instituições públicas de ensino superior do estado por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) 2024.

As inscrições para o Sisu 2024 serão abertas de 23 a 26 de janeiro. A seleção para concorrer a essas vagas será baseada nas notas do Enem do ano passado.

A Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) se destaca ao disponibilizar 2.750 vagas, sendo 200 para ampla concorrência e as demais reservadas para cotas sociais, raciais e ações afirmativas.

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) oferecerá 2.509 vagas, aguardando ainda a publicação do termo de adesão para o Sisu 2024 em seu site.

O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) vai disponibilizar 1.316 vagas na edição única do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) 2024.

A maior oferta vem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que disponibilizará impressionantes 7.186 vagas. Assim como as demais instituições, a UFRN também aguarda a publicação do termo de adesão à edição única do Sisu 2024.

Com informações de Agora RN e Ponta Negra News

Postado em 8 de janeiro de 2024

Programa para recuperar escolas trava na burocracia

O Rio Grande do Norte possui pelo menos 116 obras paralisadas, inacabadas ou não iniciadas na educação em 63 municípios, segundo disse à TRIBUNA DO NORTE o Fundo Nacional do Desenvolvimento Escolar (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). São revitalizações de escolas, creches, ampliações e reformas e construções de quadras, algumas delas paradas há quase 10 anos. Segundo o FNDE, seriam investidos nessas obras com correção do INCC (Índice Nacional da Construção Civil) R$ 81,1 milhões. Os recursos ainda não chegaram. No ano passado, o Governo Lula anunciou um Pacto Nacional pela Retomada de Obras na Educação, no entanto, com possibilidade de R$ 5,7 bilhões em investimentos. O programa, lançado em maio do ano passado, está em fase de trâmites burocráticos e ainda não tem perspectiva de retomada das obras no Estado.

No Rio Grande do Norte, o pacto foi anunciado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em 21 de agosto de 2023, numa visita à Natal. A ideia do projeto, segundo o Governo Federal, era criar 450 mil vagas na rede pública de ensino no país. O programa contempla projetos de infraestrutura educacional com valores repassados pelo FNDE no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR). Ele se destina a obras ou serviços de engenharia paralisados (com instrumento esteja vigente, mas sem execução dos serviços) ou inacabados (com instrumento vencido sem a conclusão do projeto).

Segundo o FNDE, o RN possuía até o fim de dezembro cerca de 173 obras que se enquadravam nos critérios como inacabadas ou paralisadas. No entanto, houve apenas 116 manifestações de interesse de estados e municípios junto ao MEC, finalizado no dia 22 de dezembro.

Segundo apurou a TRIBUNA DO NORTE junto a gestores da educação, há casos de obras que chegaram a ser concluídas e não foram inseridas junto ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), bem como há situações em que determinadas obras não conseguiriam se enquadrar nos critérios do pacto.

“Os municípios que manifestaram interesse foram contemplados. Os outros que não conseguiram é porque temos o casos de obras que realmente não têm a menor condição de dar continuidade em razão da péssima contratação e execução. É melhor até que o recurso volte aos recursos da União e o município faça a demolição da obra. Porque o gestor da época, com sua equipe, não fiscalizou a contento e a obra ficou inviável. Outro fator também é que algumas obras apontadas como inconclusivas na época do levantamento já foram concluídas, como uma creche aqui em Lagoa Nova, nosso município”, explica o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Luciano Santos.

Em nota enviada à TRIBUNA DO NORTE, a União dos Dirigentes Municipais de Educação do Rio Grande do Norte (Undime-RN) disse que “tem reiterado a importância de repactuar as obras inacabadas ou paralisadas dentro do Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação”, no entanto, aponta que secretários potiguares relataram dificuldades para adesão ao pacto.

“Alguns gestores encontraram dificuldades, não apenas sobre a situação financeira, mas sobre ordem burocrática da (re)estruturação da obra junto a empresas que deram início. São necessários laudos e pareceres para que sejam dado continuidade as obras. Temos acompanhado e orientado atentamente para que as cidades não percam a oportunidade de fazer as adequações necessárias, um exemplo é que o FNDE solicita as certidões dos terrenos, e alguns casos eles foram doados, e as cidades não tiverem como regularizar”, disse a Undime.

“A execução, conclusão e entrega das obras é de responsabilidade do ente federativo. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) realiza os repasses mediante comprovação de avanço físico da obra, por parte do ente, no Simec. Ao assinar termo de compromisso o ente assume o compromisso de entregar a obra à sociedade dentro do prazo determinado. As paralisações podem ter diversas razões, não sendo possível avaliar de forma geral sem entender a particularidade de cada caso”, disse o FNDE em nota.

“De toda forma, entendendo o desafio dos entes em especial pela defasagem dos valores em casos de obras mais antigas é que foi instituído pelo Governo Federal e Ministério da Educação, por meio do FNDE, o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação que permite, pela primeira vez na história, a repactuação dessas obras com a correção dos valores com base no INCC”, acrescenta.

RN tem obras paralisadas desde 2015

As obras paralisadas no Rio Grande do Norte vinculadas ao FNDE são datadas de quase 10 anos, segundo informações apuradas pela TN junto ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) do Governo Federal. Há casos de obras que foram iniciadas em 2008, mas que não foram concluídas.

Uma dessas escolas é a Estadual Elizabeth Fátima Araújo, na zona Norte de Natal, com obras executadas em 86,25%, mas paralisadas desde março de 2016. Ela faz parte de uma das 21 escolas que foram inseridas no Simec pela Secretaria Estadual de Educação (SEEC) para obtenção dos recursos do FNDE para conclusão da obra. Com as diligências ainda por serem feitas pelo FNDE, a SEEC quer dar andamento às licitações ainda no primeiro semestre.

“Essas quadras contempla,, além da prática de esportes, anexos, vestiários. É um ginásio no padrão oficial”, explica Patrícia Luz, sucoordenadora de Manutenção e Construção Escolar da SEEC. “Tivemos algumas obras em particular que a dificuldade foi o terreno e ela sequer começou pois o terreno era incompatível com o projeto”, explica.

“Essas 21 obras já foram iniciadas e estão esperando algum tipo de serviço para serem concluídas. Temos quadras com mais de 90% de execução. Tivemos várias situações que contribuíram para que a obra ficasse parada. Tivemos métodos construtivos que a construtora usou outra, por exemplo. E quando isso acontece, o FNDE não libera a medição, fica esse impasse e a obra paralisa. Ao longo do tempo isso foi passando”, aponta.

No caso da rede estadual, todas as obras consistem em quadras poliesportivas em vários municípios potiguares. Um relatório feito pela SEEC e repassado à TN mostra que foram várias as dificuldades por parte do Estado em concluir as obras, na maior das ocasiões, inconformidades na execução dos projetos, falta de pagamentos e quebra de contrato por parte das empresas.

A Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) também aderiu ao pacto e terá seis Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) finalizados com o pacto, sendo três na zona Norte, dois na Sul e um na Oeste. A secretária Cristina Diniz explica que as obras não foram concluídas em virtude de vários fatores, entre eles o bloqueio de recursos do FNDE há alguns anos, o que impediu o aporte do tesouro municipal na obra. As seis obras devem custar, juntas, R$ 10,1 milhões.

“Algumas delas ficaram paralisadas por questões burocráticas, questões do FNDE, como bloqueios que atingiram essas obras. Tivemos situações de empresas desistindo, deixando a obra com um terço feita e abandonara a obra, então precisamos fazer uma nova licitação. Tudo isso demanda muito tempo”, relembra Cristina Diniz.

Programa quer retomar 5,6 mil obras em todo o País

Sancionado pelo presidente Lula em novembro de 2023, 01/11/2023, o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica e Profissionalizante e à Saúde prevê a retomada e a conclusão de 5.641 obras na área da educação, com um investimento médio de R$ 5,7 bilhões, abrangendo obras de escolas de educação infantil, ensino fundamental e profissionalizante, bem como reformas e ampliações de estruturas educacionais, além de quadras e coberturas de quadras esportivas em todo o país.

Para priorizar a retomada das obras, serão adotados critérios como o percentual de execução, o ano de contratação, se a instituição atende comunidades rurais, indígenas ou quilombolas, se o município sofreu desastres naturais nos últimos 10 anos, entre outros critérios técnicos. As obras deverão ser concluídas em um prazo de 24 meses, após a efetiva retomada, prorrogáveis, uma vez pelo mesmo período.

A nova pactuação permitirá o reajuste dos saldos a serem transferidos pelo FNDE e terá como base o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) e pode chegar a mais de 200%, dependendo do ano de início da obra.

Por exemplo: uma creche iniciada em 2007 com pactuação original de R$ 1 milhão, tendo o município já recebido R$ 400 mil. O saldo de R$ 600 mil poderia ser recebido com correção de até 206,51%, isto é, R$ 1,8 milhão, valor a ser repassado conforme comprovação do avanço físico da obra.

Tribuna do Norte

Postado em 8 de janeiro de 2024

Em um ano, Moraes proferiu mais de 6 mil decisões relacionadas ao 8/1

Um relatório divulgado pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (7/1), traz um balanço sobre as ações do magistrado diante dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, que completam um ano nesta segunda-feira (8/1).
Segundo o documento, o ministro tomou mais de 6 mil decisões relacionadas aos atos. Entre as 6.204 decisões proferidas, 255 foram referentes a buscas e apreensões e 350 quebras de sigilo bancário e telemático, que resultaram em 800 diligências.

Ao longo do ano, o ministro também decretou 81 prisões preventivas, fruto de investigações da Polícia Federal (PF), além de diversas análises de renovação dessas detenções. De acordo com o relatório, em dezembro de 2023, 70 pessoas seguiam presas.

O balanço também relembra as ações de Moraes logo após a invasão às sedes dos Três Poderes. Entre as decisões, destacam-se o afastamento de Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal, a prisão da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal e a dissolução dos acampamentos formados em frente aos quartéis generais militares.

Os dados ainda apontam que, nesse período, houve 30 julgamentos e condenações de pessoas que participaram do ataque. As penas chegam a até 17 anos de prisão. Outras 146 ações penais já têm data prevista de julgamento e devem acontecer até abril de 2024.

Conforme mostrou a coluna Grande Angular, do Metrópoles, O STF vai julgar os policiais que integravam a cúpula da PMDF à época dos ataques em fevereiro. O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes.

Metrópoles

Postado em 8 de janeiro de 2024

Unesp expulsa quatro estudantes por trote violento que levou aluna à UTI

A Unesp expulsou quatro alunos que obrigaram dois estudantes a beber um litro de cachaça misturada com outros ingredientes. Uma delas, que faz engenharia civil, passou mal, foi levada ao hospital e internada na UTI. Ela saiu do hospital após seis dias de tratamento.

O que aconteceu
O caso aconteceu no campus de Guaratinguetá. Os alunos expulsos frequentavam a Faculdade de Engenharia e Ciências. A nota da Unesp sobre o caso não informa as identidades e nem quais cursos eles frequentavam.

O trote violento foi realizado em julho do ano passado. A exclusão foi anunciada pela Unesp na última quarta-feira como fase final do processo interno.

A Polícia Civil também investiga o caso. Um inquérito apura crime de lesão corporal de natureza contra sete alunos da Unesp. A universidade revelou as fichas dos sete investigados para a Polícia Civil.

O magnífico reitor da Unesp aplica a concessão de desligamento contra quatro discos diretamente envolvidos com a aplicação do trote.
Trecho da nota da Unesp

Outros envolvidos
Além das expulsões, a universidade determinou a suspensão de quatro estudantes por 120 dias. Na prática, eles perderão um semestre e terão as formaturas atrasadas.

Outro aluno recebeu 45 dias de suspensão. Também não foram reveladas as identidades dos universitários punidos.

Sabe-se que eles eram moradores de duas repúblicas masculinas de Guaratinguetá. O trote começou numa delas e terminou na outra.

O caso
A vítima se mudou da república onde vivia e passou a ser tratada como calor. Um estudante cursava engenharia civil desde 2021. Na nova república, era obrigada a “pagar prendas” para as veteranas locais.

Ela e um colega foram entregues para serem punidos por outras repúblicas ao deixarem de cumprir uma obrigação em 4 de junho do ano passado. As situações de violência ocorreram em duas casas onde moravam estudantes do sexo masculino.

As alunas precisavam fazer uma série de flexões ou tomar cachaça quando não cumpriam tarefas vexatórias determinadas pelos garotos da república masculina.

Os shots foram misturados com diferentes substâncias como pimenta, vinagre, pó de café, sal, mostarda e feijão. Ao todo, os dois jovens ingeriram um litro de cachaça misturada com outros ingredientes.

Quatro dias na UTI
Um estudante de engenharia civil passou mal. Uma ambulância foi chamada e sua situação era tão grave que houve encaminhamento para UTI.

O corpo não respondia a estímulos e havia dificuldades de respiração. A garota precisou ser intubada porque saliva e alimentos pararam em sua respiração. Como não conseguiu vomitar, um estudante aspirou substâncias que desencadearam broncoaspiração.

Ela ficou quatro dias na UTI e foi liberada do hospital ao final de seis dias de tratamento.

A Unesp abriu um canal de denúncias de trote violento na sequência deste caso.

uol

Postado em 8 de janeiro de 2024

Nove em cada dez brasileiros reprovam tentativa de golpe, diz Quaest

Oitenta e nove por cento dos brasileiros não aprovam as invasões aos prédios dos Três Poderes ocorridas em 8 de janeiro do ano passado na capital federal. Os atos, que resultaram em depredação do patrimônio público e prejuízo ao Erário, são aprovados, no entanto, por 6%. Quatro por cento não souberam ou não quiseram responder.
Os dados, tornados públicos neste domingo (7/1), são de pesquisa de opinião realizada pela empresa Quaest, entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2023, por meio de 2.012 entrevistas presenciais com questionários estruturados junto a brasileiros com 16 anos ou mais, em 120 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi financiado pela plataforma Genial Investimentos, que opera no mercado financeiro.

De acordo com a apuração, a atitude de terrorismo em Brasília é rejeitada majoritariamente em todas as grandes regiões do país, por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, tanto por eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os resultados da pesquisa revelam a reprovação por 94% dos que declararam voto em Lula no segundo turno das eleições em 2022 e por 85% de quem declarou voto em Bolsonaro; por 87% dos entrevistados no Sul (menor percentual) e 91% no Nordeste (maior percentual). A rejeição é de 88% dos entrevistados com até o ensino fundamental, 90% daqueles com ensino médio (incompleto ou completo) e 91% dos que têm ensino superior (incompleto ou completo). Também desaprovam os atos 89% de quem tem renda familiar até cinco salários mínimos e 91% dos que vivem com renda de mais de cinco salários mínimos.

Influência de Bolsonaro
De acordo com a pesquisa, as opiniões se dividem na pergunta “Bolsonaro teve algum tipo de influência no 8 de janeiro?” Avaliam que sim 47% dos entrevistados e 43% acreditam que não. Dez por cento não souberam ou não quiseram responder.

Todos os dados apresentados acima são próximos dos percentuais encontrados para a versão da pesquisa da Quaest realizada em fevereiro do ano passado. “A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, aponta em nota à imprensa Felipe Nunes, diretor da empresa.

Na opinião dele, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos — que sofreu com a invasão ao prédio do Congresso (Capitólio) em 6 de janeiro de 2001 — no Brasil as opiniões a respeito dos atos de vandalismo sofrem pouca influência das escolhas das legendas políticas. “É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que está em jogo neste caso.”

Livro recente
Felipe Nunes é cientista político e também trabalha como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No final do ano, ele lançou o livro Biografia do Abismo – Como a Polarização Divide Famílias, Desafia Empresas e Compromete o Futuro do Brasil (editora HarperCollins), escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann.

A publicação descreve que as posições políticas passaram a ser parte da identidade de cada brasileiro, e na última eleição presidencial o país “viveu a consolidação de um processo de polarização extrema” — quando se “calcificou” o mecanismo de escolha do voto, “em que os interesses perderam força para as paixões.”

Com informações da Agência Brasil.

Postado em 8 de janeiro de 2024

Israel afirma ter destruído o Hamas no norte de Gaza

Militares dizem ter descoberto 8 km de túneis apenas no bairro de Jabalia. No sul do enclave, dois jornalistas foram mortos em bombardeio neste domingo, segundo emissora.As forças israelenses anunciaram na noite deste sábado (06/01) que destruíram a estrutura do Hamas ao norte da Faixa de Gaza, e que os membros do grupo radical islâmico que restaram na região agora “agem sem comandante”.

Apenas no bairro de Jabalia, norte da Faixa de Gaza, os militares alegam ter encontrado 8 km de túneis subterrâneos com 40 acessos.

Porta-voz do Exército, Daniel Hagari não descartou a possibilidade de combates e disparos esporádicos de foguetes em direção a Israel, mas disse que os militares agora devem focar suas ações no centro e sul do enclave – onde está refugiada, em condições precárias, a maioria dos pouco mais de 2 milhões de habitantes do enclave palestino.

Nas últimas semanas, Israel foi diminuindo sua atuação no norte de Gaza e intensificando no centro e no sul.

O anúncio do Exército israelense antecede a visita do secretário de Estado americano Antony Blinken, que começou neste domingo uma nova série de viagens pelo Oriente Médio. Ante as mais de 22,8 mil mortes em Gaza desde o início do conflito, os Estados Unidos têm pressionado Israel a moderar sua campanha militar e se concentrar em ações mais específicas contra líderes do Hamas.

Embora se baseie em números fornecidos por entidades controladas pelo Hamas, a contagem oficial de vítimas no lado palestino é tida como plausível por órgãos como as Nações Unidas. Os dados não diferenciam entre civis e combatentes, mas estima-se que cerca de dois terços das vítimas sejam mulheres e menores de idade.

Israel, por sua vez, afirma ter matado mais de 8 mil terroristas em Gaza e perdido 176 soldados desde o início da invasão por terra, no final de outubro. O governo israelense sustenta que o Hamas, ao operar em áreas densamente habitadas e usar a população como escudo humano, é quem deve responder pelas mortes de civis.

O país declarou guerra ao grupo radical islâmico após uma série de atentados em 7 de outubro que mataram cerca de 1.200 pessoas e resultaram no sequestro de outras 240 – destas, estima-se que 129 ainda estejam em cativeiro.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu já frisou diversas vezes que a guerra só acabará quando o Hamas for eliminado, todos os reféns forem libertados e Gaza deixar de ser uma ameaça ao Estado judeu.

Emissora diz que outros dois jornalistas foram mortos em bombardeios

Um bombardeio próximo à cidade de Rafah, sul do enclave, matou dois jornalistas neste domingo – um deles é Hamza Dahdouh, filho mais velho do correspondente da Al Jazeera Wael Dahdouh, segundo informou o veículo catari. Desde o início da guerra Israel-Hamas, Dahdouh perdeu a mulher, dois filhos e um neto. A outra vítima, Mustafa Thuria, colaborava com as agências de notícias AFP, AP e Reuters.

Segundo a AFP, Thuria e Dahdouh estavam em um carro a caminho de Rafah para registrar danos de um bombardeio. Ao deixarem a área, o carro em que eles estavam teria sido bombardeado.

A Al Jazeera condenou o episódio e acusou Israel de “violar os princípios da liberdade de imprensa”. A ONG Repórteres Sem Fronteiras também lamentou as mortes. O Exército israelense ainda não havia comentado o caso.

O Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) afirma que o conflito, que completou três meses neste domingo, já matou ao menos 77 profissionais de imprensa.

Também neste domingo, a organização Médicos Sem Fronteiras anunciou a saída da equipe e parentes do hospital al-Aqsa, na cidade de Deir al-Balah, região central da Faixa de Gaza. A decisão foi tomada diante da orientação do Exército israelense a civis para que evacuem a região.

“É com a consciência pesada que temos que evacuar enquanto pacientes, funcionários e muitas pessoas buscando refúgio continuam dentro do hospital”, afirmou Carolina Lopez, coordenadora de emergência no al-Aqsa.

Chefe de ajuda humanitária das Nações Unidas, Martin Griffiths disse no sábado que a Faixa de Gaza se tornou “inabitável”, assolada por bombardeios e uma crise humanitária sem precedentes.

Mortes também na Cisjordânia

Fora de Gaza, a Cisjordânia ocupada continua a registrar novos episódios de violência.

Ainda neste domingo, a polícia israelense confirmou a morte de uma criança palestina, alvejada por agentes que reagiram a um ataque em um checkpoint.

Outros sete palestinos foram mortos pelo Exército israelense, segundo a Autoridade Palestina, em reação a um ataque às tropas na região.

As autoridades israelenses também comunicaram a morte de uma policial israelense em um atentado a bomba em Jenin.

terra

Postado em 8 de janeiro de 2024

Um ano após tentativa de golpe, STF mantém 66 presos

Dia 8 de janeiro de 2023. O dia que ficou marcado na história do Brasil e do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim como as instalações do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, a sede da Corte também foi invadida e depredada, fato inédito no tribunal. Nem mesmo durante a ditadura militar, quando três ministros do Supremo foram cassados pelo Ato Institucional n° 5, o STF havia sido invadido.

Um ano após os atos golpistas, dos mais de 2 mil detidos durante a invasão, 66 investigados continuam presos pela incitação, financiamento e execução dos atos. Os dados foram levantados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações.

Os demais investigados foram soltos e tiveram a prisão substituída por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair do país, suspensão de autorizações de porte de arma e de certificados de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), entrega do passaporte e apresentação semanal à Justiça.

Até o momento, 25 réus foram condenados pelo Supremo. As penas definidas variam de 10 a 17 anos de prisão em regime inicial fechado.

Eles respondem por cinco crimes: associação criminosa armada, abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e depredação de patrimônio protegido da União.

Cerca 1,1 mil investigados terão direito ao acordo de não persecução penal (ANPP) e não serão denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida vale somente para quem foi preso em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, em 9 de janeiro, dia seguinte aos atos, e não será aplicada para quem participou da invasão e depredação das sedes.

Pelo acordo, acusados de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça podem confessar os crimes em troca de medidas diversas da prisão, como reparação do dano provocado, entrega dos bens que são frutos do crime, pagamento de multa e prestação de serviços à comunidade.

Invasão
A invasão dos prédios públicos no dia 8 de janeiro começou por volta das 15h. Após romperem o cordão de isolamento com poucos policiais militares, os golpistas se dirigiram ao Congresso Nacional e invadiram a sede do Legislativo.

Em seguida, outro grupo se dirigiu ao edifício-sede do STF e também não foi contido pelos agentes da Polícia Judiciária, que fazia a proteção das instalações da Corte.

Atuando de forma organizada, os manifestantes entraram simultaneamente pela frente e pela lateral do prédio, como mostram as imagens captadas pelo sistema de câmeras de vigilância:

Prejuízos
Um ano após os atos golpistas, todas instalações danificadas foram reformadas e estão em pleno funcionamento. O plenário da Corte, principal alvo dos golpistas, foi reformado em tempo recorde e inaugurado menos de um mês após a depredação, em 1° de fevereiro de 2023, quando os ministros realizaram uma sessão solene para celebrar a retomada dos trabalhos, que não foram interrompidos no recesso de janeiro do ano passado.

Os demais setores do tribunal foram entregues nos meses seguintes.

Conforme relatório atualizado pelo Supremo, o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 12 milhões. Foi constatado que 951 itens foram furtados, quebrados ou complemente destruídos, totalizando R$ 8,6 milhões.

Os gastos com a reconstrução do plenário, incluindo troca de carpetes, cortinas e outros itens, somaram mais R$ 3,4 milhões. O prejuízo total será cobrado solidariamente dos golpistas que são investigados pela depredação.

Um ano depois
Nesta segunda-feira, às 15h, ocorre um ato em defesa da Democracia, no Salão Negro do Congresso Nacional. O ato contará com a presença dos chefes dos Três Poderes: o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.

EBC

Postado em 8 de janeiro de 2024

Aposentadoria em 2024: Veja ranking dos 10 melhores países para viver após parar de trabalhar

Senior man fishing with rod at seaside

Qual o melhor lugar para se aposentar em 2024? O ranking do Índice Global de Aposentadoria, divulgado pela revista digital International Living, pode ajudar você a escolher seu destino.

O ranking dos melhores países para se aposentar é produzido a partir de uma rede de correspondentes e colaboradores que vivem experiências do cotidiano em cada local e relatam sobre a possibilidade de viver com mais qualidade de vida e gastar menos dinheiro.

Metodologia do ranking
De acordo com a International Living, o método para elencar cada país não é científico, mas é cauteloso na hora de escolher os correspondentes: eles não possuem relações com agentes imobiliários ou organizações de turismo e desenvolvimento econômico.

Os países são avaliados nos quesitos: habitação, clima, vistos e benefícios, custo de vida, saúde, afinidade e adaptação, desenvolvimento e governança. Também é avaliado o transporte público, se há internet confiável e rápida e a infraestrutura do país.

É importante considerar que as escolhas foram feitas em relação ao estilo de vida e à moeda norte-americana.

Confira o ranking e a nota dos 10 melhores países para se aposentar:

Costa Rica (83,57)
Portugal (83,28)
México (83)
Panamá (82,85)
Espanha (79,71)
Equador (77,42)
Grécia (77)
Malásia (75,71)
França (74,85)
Colômbia (74,71)
5 países latino-americanos fazem parte do ranking
Custo benefício, hospitalidade e lindas paisagens naturais são alguns dos principais atrativos da Colômbia (10º), do Equador (6º), do Panamá (4º), do México (3º) e da Costa Rica (1º) para quem quer curtir a aposentadoria morando no exterior.

A assistência médica de cada país também foi levada em conta no ranking. Na Colômbia, por exemplo, o sistema é comparável ao dos Estados Unidos, já no Equador, além de ter um sistema moderno, a sociedade se preocupa coletivamente com os idosos. Confira as particularidades de cada país latino-americano:

Equador
Em 6º lugar, o Equador chama a atenção principalmente pelo clima estável durante o ano. A região de serras ajuda quem quer um pouco mais de frio.

Culturalmente, é uma sociedade que valoriza bastante a família e cuida dos mais velhos, diz a International Living. Há descontos no transporte e outras vantagens para os idosos.

Panamá
De acordo com a revista, o Panamá se destaca em 4º lugar no ranking e tem uma vantagem: é o país com melhor desempenho na América Latina no quesito ambiental e sustentável.

O clima tropical e as praias do Caribe são convidativas. Segundo a correspondente local, outro ponto positivo é que a região transmite um senso de segurança e bem-estar.

Costa Rica
O país que ficou no topo da lista de 2024 é a Costa Rica e, ainda em 2023, foi eleito como o mais feliz da América Latina. É um atrativo tanto pelas belezas naturais, quanto pela receptividade e incentivos voltados para estrangeiros.

O país é conhecido como “A Suíça da América Central”. O governo aboliu o exército em 1948 e transferiu os investimentos para a saúde e educação. Famosa pelos parques nacionais protegidos, a Costa Rica se destaca no compromisso ambiental e opera com 98% de energia renovável, diz a International Living.

Possui sistema de saúde tanto público, quanto privado e conta com médicos especializados nos Estados Unidos.

terra

Postado em 8 de janeiro de 2024

Após perder US$ 80 bi em 2023, indiano volta a ser homem mais rico da Ásia

Gautam Adani teve um bom começo em 2024. Após um ano tumultuado, o magnata indiano acaba de retomar a posição de homem mais rico da Ásia, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg.
O fundador do Grupo Adani possui uma fortuna que vale agora US$ 97,6 bilhões (R$ 475,99 bilhões), o que o torna a 12ª pessoa mais rica do planeta.

O industrial ganhou mais de US$ 13 bilhões (US$ 63,4 bilhões) em patrimônio líquido nos últimos dois dias, o que lhe permitiu ultrapassar o compatriota Mukesh Ambani como o maior bilionário do continente, disse o rastreador.

Ambani, presidente da Reliance Industries, tem uma fortuna de US$ 97 bilhões (R$ 473,06 bilhões).

O salto de riqueza de Adani — o maior do mundo este ano, de acordo com o índice — ocorre quase 12 meses depois de o seu conglomerado ter sido acusado pela Hindenburg Research de “manipulação descarada de ações e esquema de fraude contabilística”.

Como resultado do escrutínio que se seguiu a essas acusações, a fortuna de Adani, que em setembro de 2022 valia mais do que a de Jeff Bezos, sofreu uma queda impressionante.

A certa altura, o empresário perdeu mais de US$ 80 bilhões (R$ 390,15 bilhões) após a divulgação do relatório pela Hindenburg, em janeiro de 2023.

Seu patrimônio líquido se recuperou um pouco nos meses seguintes. No final do ano passado, o índice Bloomberg estimava a sua riqueza em ​​US$ 84,3 bilhões (R$ 411,12 bilhões), mas ainda assim mais de 40% abaixo do nível de setembro de 2022.

Na investigação, que Hindenburg disse ter demorado dois anos a ser compilada, a empresa norte-americana questionou as “avaliações altíssimas” das empresas de Adani e disse que a sua “dívida substancial” colocava todo o grupo “numa situação financeira precária”.

Os vendedores a descoberto ganham dinheiro apostando que as ações de uma empresa cairão.

O Grupo Adani publicou uma refutação de 400 páginas, chamando a análise de Hindenburg de “nada além de uma mentira”.

Mas isso não impediu o colapso do mercado de ações no início do ano passado, que prejudicou o valor do conglomerado e a fortuna pessoal de Adani. O regulador de mercado do país também lançou uma investigação sobre o grupo.

Mas as ações da Adani subiram esta semana depois que o tribunal superior da Índia ordenou ao regulador que encerrasse de imediato a apuração e disse que não eram necessárias mais investigações sobre o grupo.

Adani saudou a decisão, dizendo que “a verdade prevaleceu” e que a sua “humilde contribuição para a história de crescimento da Índia continuará”. As ações da Adani Enterprises, sua principal empresa, subiram quase 7% esta semana.

Visto como um aliado próximo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, Adani foi por vezes comparado a magnatas empresariais como John D. Rockefeller e Cornelius Vanderbilt, que construíram vastos negócios monopolistas nos anos 1800, durante a Era Dourada dos Estados Unidos.

Ele começou sua carreira no comércio de diamantes, antes de abrir uma empresa de comércio de commodities, em 1988, que mais tarde evoluiu para Adani Enterprises. Ele agora tem empresas em setores-chave que vão desde portos e mídia até energia limpa.

Antes do início da saga Hindenburg, os mercados aplaudiram incansavelmente Adani, apostando na sua capacidade de fazer crescer o seu negócio em setores que Modi priorizou para o desenvolvimento.

Este texto foi originalmente publicado na CNN

Postado em 8 de janeiro de 2024

Militares temem que ato do 8/1 volte a azedar relação com Planalto e reacenda críticas

A convocação pelo presidente Lula (PT) de um ato em memória aos ataques de 8 de janeiro virou motivo de apreensão no meio militar.

Oficiais ouvidos pela Folha reservadamente afirmaram estar preocupados com o evento reacenda críticas à vinculação de militares com o governo Jair Bolsonaro (PL) e à postura permissiva dos ex-comandantes com os acampamentos golpistas que se formaram em frente aos quartéis, após a vitória eleitoral do petista no final de 2022 .

Recebidos com a repercussão do aniversário de 8 de janeiro na caserna, os atuais comandantes das Forças Armadas chegaram a questionar o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro , sobre a necessidade de participar da conferência de imprensa no Senado Federal , prevista para a tarde de segunda-feira (8).

São esperados cerca de 500 convidados , entre ministros de Estado, governadores, parlamentares, lideranças da sociedade civil e membros da cúpula do Judiciário, entre outros.

Os comandantes argumentaram que o ato teria caráter político e que, por isso, deveriam ser dispensados ​​de participar e Múcio teria de representá-los.

O tema foi tratado durante um almoço entre os comandantes da Marinha, o almirante Marcos Sampaio Olsen , do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva , e da Aeronáutica, o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno , e o próprio Múcio.

As objeções já tinham sido discutidas entre os chefes militares em conversas informais que antecederam a reunião com o ministro.

De acordo com pessoas com conhecimento do assunto, Múcio ressaltou a importância da participação dos comandantes ao tratar de um convite de Lula, formulado em conjunto com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do STF (Supremo Tribunal Federal). ), Luís Roberto Barroso .

Além dos chefes das Forças, o secretário-geral do Ministério da Defesa, Luiz Henrique Pochyly da Costa, e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Renato de Aguiar Freire, compareceram à conferência nacional.

A superação desse impasse não afastou o temor de que o ato, batizado de Democracia Inabalada, acabou por reabrir feridas entre militares e governo e reacende o clima de tensão de um ano atrás.

A relação entre Lula e as Forças Armadas foi marcada por desconfianças desde a transição, mas houve um distensionamento gradual nos últimos meses. O pano de fundo da desconfiança sempre foi uma avaliação, entre conselheiros de Lula, de que oficiais de alta patente estavam comprometidos com o projeto político de Bolsonaro —capitão reformado do Exército.

O próprio Lula já sinalizou que viu participação de fardados no dia 8 de janeiro.

Poucos dias depois das cenas de vandalismo em Brasília, ele declarou em entrevista à GloboNews que os ataques foram um “começo de golpe de Estado” e que membros das Forças Armadas que quiserem fazer têm política de tirar a farda e renunciar à sua carga.

“Enquanto estivermos servindo às Forças Armadas, à Advocacia-Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política. Tem que cumprir com a sua função constitucional, pura e simplesmente”, declarou na ocasião.

Integrantes das Forças Armadas relatam estar preocupados com o ressurgimento de movimentos como o Sem Anistia, marcado pela cobrança de indenização aos participantes dos ataques de 8 de janeiro, entre eles os fardados.

Há ainda a recepção sobre uma possível ocorrência de militares da reserva, sempre mais ruidosos do que os da ativa.

Outro foco de apreensão é que o ato político volta a impulsionar dentro do PT propõe no Congresso para tentar extirpar atribuições dos militares e alterar o artigo 142 da Constituição .

Enquanto as investigações relacionadas aos ataques golpistas miram os vândalos presos nos prédios públicos, os incitadores à frente do quartel-geral do Exército e os financiadores, até o momento os altos oficiais das Forças Armadas estão livres de responsabilização —apesar de vozes influentes do Executivo e do O Judiciário considerou que eles foram, no mínimo, omissos.

Na sexta-feira (5), o Exército disse em nota que houve punições a dois militares no âmbito do 8 de janeiro, mas não detalhou quais condutas causaram a punição disciplinar e quais foram as punições.

A Força também disse que abriu quatro processos administrativos (sindicâncias) para apurar eventuais irregularidades nas condutas de militares, mas que não encontraram pessoas acusadas de crimes.

O Exército também abriu quatro inquéritos policiais militares, que foram concluídos e encaminhados à Justiça Militar. Em um dos casos, o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni foi condenado por mensagens ofensivas a seus superiores hierárquicos em grupos de conversas no dia 8 de janeiro. A pena imposta a ele foi de um mês e 18 dias de detenção, em regime aberto.

FOLHA DE S.PAULO

Postado em 8 de janeiro de 2024

Entre a raiva da direita e da esquerda, fiquei com as Forças Armadas, diz Múcio

e alguém tentar constranger José Múcio Monteiro o chamar de preposto das Forças Armadas no governo, o efeito será o contrário, segundo o próprio ministro da Defesa. “Eu acho o máximo, eu gostaria que dissessem mais. Porque todas as vezes que dizem isso as Forças ficam satisfeitas. Veem em mim uma pessoa que trabalha por eles”, disse Múcio à Folha .

Nos momentos mais críticos do primeiro ano de governo, elegeu a confiança dos comandantes militares ao se unir em torno deles contra as críticas recebidas de todos os lados, como no pós 8 de janeiro. “A esquerda com raiva, achando que as Forças Armadas quiseram dar um golpe, e a direita com raiva porque eles não deram o golpe. Então eu fiquei com as Forças Armadas, negociando com o Executivo e tentando defender as pessoas.”

É esse espírito de general sem farda que rege a visão do ministro em relação aos ataques às sedes dos Três Poderes. Ao passo que muitos veem nos oficiais-generais a raiz da intenção bolsonarista —ao transformarem as Forças Armadas em linhas auxiliares do governo do ex-presidente ou ao tolerarem e até apoiarem os acampamentos golpistas em frente aos quartéis—, para Múcio, eles salvaram o Brasil de um golpe.

Múcio descreve seu acontecimento ao ser convidado para assumir a carga por Lula, com quem diz manter uma “relação de fraterna amizade e confiança” –cantorias ao violão e sua prosa sedutora embalaram a parceria desde o segundo mandato do petista, do qual foi ministro das Relações Institucionais: “Olha, nunca passou isso pela minha cabeça, não servi ao Exército, nunca teve aproximação com as Forças Armadas, a não ser em relações pessoais no meu tempo de deputado, mas ele sabia com certeza o problema que aí estava”.

A tarefa começou espinhosa, com os comandantes militares do governo Bolsonaro se recusando a enviá-lo para a transição. Múcio teve de recorrer ao ex-presidente, que já afirmou ser “apaixonado” por ele, para quebrar as resistências —mesmo assim, o comandante da Marinha, Almir Garnier, não o recebeu.

A missão tornou-se mais complexa com o 8 de janeiro e nos dias posteriores, quando teve de demitir o comandante do Exército, Júlio César Arruda —episódio detalhado detalhes Múcio conta a seguir.


Vinte e um dias depois do comandante do Exército ter tomado posse, o sr. o demitiu. Como foi aquilo, o que aconteceu?
Foi um momento difícil, um sábado de manhã. Eu telefonei para o comandante, que é um homem de bem, general Arruda, mas o governo tinha perdido completamente a confiança dele, e ele é o acesso ao governo, e eu não tinha como levar isso sozinho. Foi aqui, disse que queria o lugar dele. Foi quando convidamos o general Tomás para assumir. No sábado, se não me engano, 21, quando o presidente Lula chegou de Roraima, eu estava no aeroporto com o general Tomás, apresentei-lhe ao presidente, e nós o empossamos.

Por que o presidente Lula perdeu a confiança no comandante Arruda? Era só pela questão relacionada à nomeação do tenente-coronel Cid ? Qual é a conexão com o 8 de janeiro, por exemplo?
Eu acho que foi [também] por conta do dia 8. O presidente perdeu completamente [a confiança], alguns aliados dele perderam também, e fiquei só com o Exército. A esquerda com raiva, achando que as Forças Armadas quiseram dar um golpe, e a direita com raiva porque eles não deram o golpe. Então fiquei com as Forças Armadas, negociando com o Executivo e tentando defender as pessoas, até que a situação do comandante do Exército ficou insustentável.

No dia 21 de manhã, às 6h20, um telefone da minha casa tocou, era o presidente Lula zangado, porque o jornal da véspera tinha dado, que tinha saído num blog, que o tenente-coronel Cid estava voltando de Miami, que estaria sendo designado por um comando importantíssimo do Exército em Goiás, que ele não poderia assumir com a quantidade de suspeitas que havia com relação à conduta dele. E o presidente disse: “Eu quero saber se o Exército vai deixar esse rapaz tomar posse. Não é possível que você vá permitir”. Quando ele desligou o telefone, eu senti que não havia mais clima de jeito nenhum. Estava entre o presidente da República e o Arruda. E eu era ministro do governo, eu provavelmente conduziria as Forças Armadas para que convergissem com a vontade do governo. A Constituição diz que o comandante supremo das Forças Armadas é o presidente da República. Então foi quando fizemos a modificação e colocamos o general Tomás.

Eu queria voltar ao dia 8. O sr. disse que estava…
Você fique tranquilo em voltar ao dia 8, porque dele nós não saímos. Em 365 dias, não sei quantas entrevistas eu dei, mas todas elas tratam do dia 8.

Acha que esse tema já se esgotou?
Olha, o problema é que cada um cria a sua história. Eu tenho certeza absoluta de que não houve golpe porque as Forças Armadas não quiseram. Essa é a minha verdade. Porque, em todo movimento militar, os militares vão na frente e o povo vem atrás. Aqui, se eles quisessem um golpe, era cômodo, porque o povo estava na frente.

Poucos dias antes dos ataques, o sr. disse que os acampamentos eram manifestações da democracia e que até havia lá amigos e parentes seus…
Eu sempre gostei de dizer a verdade. Havia parentes mesmo. Até hoje tenho relações sequeladas com alguns parentes por conta dessa questão eleitoral. Alguns parentes não entenderam que eu vim trabalhar com o presidente Lula, alguns continuam bolsonaristas radicais, apenas alguns gestos um pouco elegantes algumas vezes, mas aquilo foi verdade. Eu disse que eram gestos democráticos, eu ia dizer o quê? Ia dizer que os militares estavam errados? Eu vim para conciliar, vim para juntar. Eu ia dizer que o ambiente era proibido, o ambiente não era permitido, eu já estava fazendo um desafio ao comandante que estava de plantão.

Comparando o que o sr. imaginava no calor da hora como o que sabe de hoje, de quem foi a responsabilidade por aquilo? Qual foi o papel, por exemplo, da Polícia Militar do DF?
A Polícia Militar ficou encarregada de cuidar das ruas e não veio. Recebi uma informação às 14h de domingo de que a Polícia Militar estaria hoje aqui nas ruas. Se um PM tivesse botado 1.000, 1.500 homens aqui, não teria acontecido aquilo. Mas não tinha ninguém. Veio um batalhãozinho de nada, sem comando, sem nada. As pessoas passandom quase que por cima dos policiais, ninguém obedece, ninguém deu importância, ninguém respeitou.

Mas por que o Palácio do Planalto, que tem o batalhão da Guarda Presidencial, não estava garantido?
O general Dutra telefonou para o Palácio, o general Arruda também, perguntando se solicitado de mais gente para reforçar. Havia 1.000, sei lá, 1.500 homens aqui de reserva no Batalhão do [Comando Militar do] Planalto. Disseram, não, nós estamos aqui, não sei com quantos homens, isso aqui dá para segurar. E foi aquela hecatombe que ninguém imaginava. Quando viu-se o erro, já estava o erro apostando.

Quem disse que não precisava mais?
Não sei. A informação de que não veio do GSI. Não sei quem foi que deu essa informação.

O que poderia ter sido feito para evitar aquilo?
Se a PM estivesse nas ruas, acho que aquilo não teria acontecido. Agora, eu lamento… pelo menos até agora, eu não tenho informação de quem financiou aquilo. Não havia um comando único, não havia uma liderança. O que mais me impressionou naquele dia é que você não tinha uma pessoa pra negociar, pra conversar, era realmente um bando de baderneiros, foi um movimento de vândalos.

Qual o papel do ex-presidente Bolsonaro no 8 de janeiro?
Eu não sei, as pessoas que se indignaram com a eleição do presidente Lula foram partidárias do outro candidato. Então ele não pode ter tido uma participação direta, mas produziu algum movimento.

Acha que as Forças Armadas não têm responsabilidade alguma?
Eles cumpriram o que a lei manda, eles hoje têm consciência de que o chefe deles é o presidente da República —a prova disso é que não houve sequer uma nota de um oficial num jornal se solidarizando com o movimento, absolutamente nada, pode ir em todos os blogs e jornais do Brasil.

Mas houve antes a nota dos comandantes endossando os acampamentos, na linha mais ou menos do que o sr. falou, de que eram uma manifestação democrática…
Os acampamentos você ali tem uma família… Se a gente tivesse mexido naquele acampamento, não estaria arrumando uma briga do Exército contra o Exército. Eu tinha certeza de que havia parentes de generais lá nos acampamentos.

Eu passava lá quando vinha para o trabalho, passava lá quando ia de noite para casa, sábado e domingo eu ia guiando meu carro, passando com minha mulher para ver se tinha muita gente. No final de semana tinha esse turismo aqui do entorno de Brasília, o pessoal se vestia de verde e amarelo. E nós achamos que não ia acontecer nada. E aconteceu que cheguei a ônibus de fora. Eu disse, não entra nenhum ônibus no Comando do Exército. Essa falha aconteceu. Os ônibus não entraram, mas as pessoas entraram. O número de pessoas lá aumentou consideravelmente e resolveram marchar para cá.

Como é que o 8 de janeiro influiu, ou ainda influi, nas relações civis-militares no Brasil?
O grau de desconfiança ficou para aqueles que não têm interesse na proximidade. Para mim é um dano maior. Deu discurso a muita gente que não tinha discurso. Ficou ruim para as Forças Armadas, porque eu tenho certeza absoluta de que as Forças Armadas tiveram um comportamento exemplar. Talvez pelo fato de ter sido anuído, poderia ter tido talvez um comportamento mais rígido na questão dos acampamentos. Mas não havia garantia de que a Justiça permitiria botar todo o mundo para fora. Então aquilo ali foi em nome do convívio dos quartéis.

Eu acho que o 8 de janeiro permitiu que as distâncias aumentassem. Foi um ano muito difícil, terminando com um clima absolutamente pacífico. Ficaram as lembranças, mas o dia 8 de janeiro está presente na cabeça de todo mundo. E vamos falar dele ainda por muito tempo.

E como é que o Sr. você viu reações ao 8 de janeiro por parte do STF, do Ministério Público Federal, do Congresso por meio da CPI?
Eu torço que isso chegue a um fim. É como se fosse uma ferida que você todos os dias arrancasse as cascas para que ela continuasse sangrando. Eu acho que o Supremo está fazendo a parte dele, o Ministério Público também, e o Congresso Nacional já fez uma CPI, já produziu um relatório. Agora, estamos aguardando o produto das investigações presididas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Alguns falam, com certo sarcasmo até, que o sr., pela sintonia com as Forças Armadas, é um general sem farda. O que você acha desse apelido?
Eu acho o máximo, eu gostaria que dissessem mais. Porque todas as vezes que dizem isso as Forças ficam satisfeitas. Veem em mim uma pessoa que trabalha por elas. Um dia um deputado competente do PT disse isso num discurso, que eu era na realidade um ministro das Forças, não do governo junto às Forças. Você não pode imaginar como isso me fez bem junto às Forças.

Ó Sr. acredita que haverá punições militares de ativação até 8 de janeiro?
Só quem vai dizer isso é o produto do trabalho do ministro Alexandre de Moraes em função da delação do Cid. Se o Cid disser e provar que havia militares da ativa envolvidos nisso, eu acredito.

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO, 75 anos
, Nascido no Recife, é formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Pernambuco. Começou uma carreira política na Arena, partido de apoio à ditadura. Pelo PDS, herdeiro da Arena, foi prefeito de Rio Formoso (PE) e deputado federal, cargo que exerceu por cinco mandatos consecutivos (1991 a 2011), por diferentes partidos. Foi presidente nacional do PFL (1992 a 1993), líder do PTB na Câmara e líder do segundo governo Lula (2007), do qual foi também ministro das Relações Institucionais (2007 a 2009). Indicado pelo petista para o TCU, foi ministro do tribunal de 2009 a 2020. É ministro da Defesa desde o começo do terceiro mandato de Lula

Folha de SP

Postado em 8 de janeiro de 2024

Com onda de violência, Rio deixou de ganhar R$ 3,3 bi com turismo em 2023

Poucos cantos do planeta reúnem tantos cartões-postais sobre o Rio de Janeiro. Eles se enfileiraram em uma cidade que mescla uma vida urbana rica em cultura e lazer à exuberante beleza do litoral, emoldurada por um relevo repleto de florestas e pontuado pelo Cristo Redentor. Até o clima, em geral oculto, conspira para fazer dessas praias um dos pontos mais admirados em todo o globo, dentro e fora do Brasil. Isso, porém, não se traduz nos rankings do turismo, mesmo quando se compara o Rio a outros destinos da América Latina — segundo uma recente pesquisa da revista americana Travel+Leisure , a peruana Cusco, a colombiana Cartagena, São Paulo e a equatoriana Quito, nessa ordem, despontam à frente da Cidade Maravilhosa, que ocupa um modesto oitavo lugar na atração de forasteiros. O resultado aquém do esperado tem raízes fincadas em um motivo nada belo: a sensação de insegurança que assombra os próprios cariocas espanta brasileiros e estrangeiros de outras partes, tão conveniente para fazer as engrenagens da economia girar, sobretudo neste período agitado de férias.

A percepção sobre a violência se reflete em estatísticas recentes, como a que compara os níveis de criminalidade entre cidades latino-americanas — atualmente, no Rio, ela é na mídia 40% superior às concorrentes. E o desdobramento para a caixa fluminense não é desprezível. De acordo com um levantamento iniciado pela Confederação Nacional do Comércio, feito a pedido de VEJA, o estado deixou de arrecadar com o turismo 3,3 bilhões de reais em 2023. Com isso, o setor representa apenas 7% do PIB local, um país que sabidamente poderia ser bem mais generoso. “O que mais afasta o turista é a divulgação de imagens que reverberam mundialmente, de crimes violentos seguidos de morte, modalidade em que o patamar é bastante alto”, explica o economista Fabio Bentes, que coordenou a pesquisa. Também outros delitos ajudam a sedimentar o medo que faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de fechar a passagem. “Os assaltos acontecem em todos os lugares, mas no Rio eles são à mão armada e de frequência elevada”, observa Marco Pessoa, diretor da HEL Ecossistema, especializada em gestão de eventos, área que sofre com esses indicadores.

A incidência de roubos e furtos em zonas em que tipicamente os turistas se concentram, como Copacabana, na Zona Sul, vem subindo em escala preocupante, a ponto de ser assunto preferencial nas redes e nas mesas de bar. Não raro, esses crimes, que avançaram quase 40% em oito meses, se deram na forma de arrastões, produzindo aquelas cenas de bandos surrupiando a população no atacado. O crescimento dessa prática é tão impactante que voltou à cena o conceito surreal de “celular do bandido” — mais barato e sem dados armazenados. “Passei a andar com um smartphone antigo só para entregar caso seja assaltado”, conta a estudante Gisele Vieira, 22 anos. Já as caixas de som que embalam os quiosques da orla estão sendo agora acorrentadas às cadeiras para não serem roubadas pelas turbas que passam carregando tudo de valor que encontram pela frente. Vítima de um desses arrastões, um grupo de taiwaneses passou pelo famoso Calçadão quando foi abordado por duas ofertas de marginais que lhe arrancaram celulares e joias. Eram clientes da empresa Compass Brazil, que a partir daí passaram a andar com a escolha de seguranças particulares.

Essas são ocorrências que repercutiram no mundo fora e alimentaram a descrição no poder público, abrindo espaço para uma excrescência — a reunião de juízes, gente que se junta para tentar resolver a situação com as próprias mãos, linchando os delinquentes e reproduzindo, eles também, a nefasta violência. “A polícia nem faz mais nada porque prende os caras e eles acabam voltando às ruas”, tenta ocasionar um lutador de jiu-jítsu, que teve de prestar contas na delegacia por liderar a convocação de centenas nas redes. A ação dele e dos outros acendeu um alerta entre especialistas e no próprio Estado — foi coletado no passado historicamente pelos governantes que a praga das milícias se disseminou no Rio, até se tornarem organizadas células criminosas.

As autoridades confirmaram que a propaganda negativa gerada por episódios que ganham os holofotes em escala planetária é difícil de apagar. No show da diva pop Taylor Swift, em novembro, uma multidão foi alvo de roubos em massa na saída do estádio. O fã Gabriel Milhomem Santos, 25 anos, passou a noite na orla de Copacabana depois que um dos espetáculos foi adiado e acabou ingressando no infeliz rol das vítimas de latrocínio. “Era minha primeira vez na cidade e encontraria com ele em questão de horas, inacreditável. Nunca mais piso no Rio”, afirma a prima, Juliana Milhomem, traumatizada. Diante da profusão de histórias assim, a Polícia Militar se reuniu com representantes da prefeitura e outros membros das forças de segurança para traçar um plano de emprego mais racional dos agentes, numa parceria entre policiais e guardas-civis. “Precisamos nos unir e organizar melhor nossa ocupação do terreno”, confirmou o secretário da PM, Luiz Henrique Pires.

Foi essa a trilha percorrida pela cidade de Nova York nos anos de 1990, quando uma iniciativa bem orquestrada de combate aos roubos e furtos que castigavam a Broadway e outras atrações fizeram os índices de criminalidade despencar. O reforço ao policiamento nas regiões de maior incidência de ocorrências, adotando tecnologia para monitorar a posição dos agentes e evitar que algum ponto fique desguarnecido, é comprovado como essencial. O Tolerância Zero, nome que batizou a investida contra a bandidagem, também foi implacável ao punir delitos considerados menores.

O Rio tenta agora se mexer para debelar essa praga que traz prejuízo em tantos graus. “Desde o réveillon, ampliamos os recursos tecnológicos: além das câmeras corporais nos policiais, estamos empregando um sistema de leitura facial e de placas de carros”, contou a VEJA o novo secretário de Segurança, Victor Cesar dos Santos. Na virada do ano, aliás, funcionou muito bem — prova de que, quando polícia e autoridades se empenham, os resultados vêm. Com o crime mostrando sua cara em tantos níveis, é necessário acelerar o passo. Lindo, o Rio jamais deixará de ser. Mas precisa se tornar de uma vez por todas mais seguro para que os turistas possam aproveitar esta maravilha de cenário.

VEJA

Postado em 8 de janeiro de 2024

Neymar recebe críticas nas redes sociais por “ignorar” morte de Zagallo

O fato de Neymar Jr. Não ter feito menções à morte de Zagallo em suas redes sociais tem sido alvo de críticas por parte dos internautas. A única menção à morte do único tetracampeão da Copa do Mundo ocorreu no perfil “Neymar Jr. Site Oficial”. “Descanse em paz lenda !”, publicou o perfil acompanhado de uma foto de Neymar com Zagallo.

“Mas por qual razão será que o Neymar, que NUNCA GANHOU UMA COPA DO MUNDO, Não se Manifestou sobre o Falecimento do Zagallo, que GANHOU 4 COPAS DO MUNDO?”, disse uma internauta na rede social X, o antigo Twitter.

“O grande ídolo dessa geração é o Neymar e ele não fez uma menção à morte do Zagallo”, afirmou outro. “Pra mim é obrigação de uma figura desse porte fazer algo desse tipo independente se você conhecesse ou não. Até pra geração atual entenda a grandeza do Zagallo”.

“Morre um cara do tamanho do Zagallo e o Neymar não presta uma homenagem. É totalmente alheio à história da seleção brasileira”, afirmou um terceiro.

Zagallo morreu aos 92 anos no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ex-atacante, Zagallo foi campeão do mundo como jogador em 1958 e 1962.

Em 1970, já como técnico, liderou a Seleção ao Tricampeonato. Em 1994, compunha a comissão técnica do treinador Carlos Alberto Parreira, que conquistou o tetra. Ele ainda foi o treinador brasileiro na Copa de 1998, enquanto o Brasil foi vice-campeão.

O POVO

Postado em 8 de janeiro de 2024

Invasão aos Três Poderes completa um ano: relembre o ataque à democracia brasileira

Completa nesta segunda-feira, 8 de janeiro, um ano do evento que ficou conhecido como ataque aos Três Poderes e à democracia, em Brasília (DF). Centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em marcha até a capital federal em ofensiva contra os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, sob chuva de argumentos sem fundamento pelo resultados nas urnas eletrônicas.

O ataque sucede uma série de investidas anti-Lula, incluindo bloqueio de vias por caminhoneiros bolsonaristas e ameaças de bombas em Brasília. Poucas horas depois de tomarem os prédios dos Três Poderes e destruírem acervos e grande parte da estrutura do Executivo, Legislativo e Judiciário, o presidente Lula (PT), recém empossado no cargo Executivo, decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal; 365 dias depois, o STF segue julgando os terroristas que causaram danos históricos ao país.

“Me parece que quem pensou, organizou e financiou o 8 de janeiro quis que a partir dali houvesse uma avalanche de outras manifestações em várias capitais do país para que a necessidade da Garantia da Lei da Ordem fosse requerida, principalmente pelos apoiadores por aqueles que representavam o governo Bolsonaro, principalmente no Parlamento e um ou outro no Poder Judiciário”, recorda José Niemeyer, doutor em Ciência Política e coordenador do curso de Relações Internacionais no Ibmec RJ.

Antes do ataque
Um descontentamento seguido de violência acontecia desde dezembro de 2022, quando grupos bolsonaristas queimaram ônibus na sede da Polícia Federal em Brasília, em resposta a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante, por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes, em 12 de dezembro, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

O motivo foi de que o indígena participava e liderava manifestações contra a democracia e o Estado Democrático. A diplomação de Lula. vitorioso no segundo turno das eleições presidenciais, acontecia no mesmo dia no Tribunal Superior Eleitoral.

Acampamentos no QG
Desde novembro, grupos de caminhoneiros se formavam nas estradas para bloquear as vias, em manifestação. A Polícia Rodoviária Federal chegou a registrar mais de 160 bloqueios em 15 cidades. O Ministério Público chegou a investigar imagens de bolsonaristas por saudação nazista em bloqueio feito em Santa Catarina.

Em paralelo, os bolsonaristas formavam acampamentos em frente ao Quartel General da Força, no Setor Militar Urbano, em Brasília, assim como em outras capitais, como São Paulo, Salvador, Cuiabá, Rio Branco e Manaus. Foram, no total, 70 dias de ocupação nas cidades, incluindo o DF.

Ameaça de explosivos em Brasília
No dia 24 de dezembro de 2022, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a pasta estava apurando informações sobre um ‘suposto artefato explosivo encontrado em Brasília’ naquele sábado, véspera de Natal.

No mesmo dia, George Washington de Oliveira Sousa, 54, foi preso e confessou ter armado uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília, alegando que queria “provocar o caos” contra a eleição de Lula. Apoiador de Bolsonaro, ele tinha contato com outros bolsonaristas que acampavam em frente ao Quartel General do Exército com apelos golpistas contra a eleição de Lula. George Washington foi condenado pelo ato.

Além dele, Alan Diego dos Santos Rodrigues também foi condenado por participar do crime, com pena de cinco anos. A Justiça concluiu que foi ele quem colocou o explosivo no caminhão que o deixou no canteiro central da pista de rolamento. Outro condenado pelo episódio foi o blogueiro Wellington Macedo de Souza, a seis anos de prisão. Ele foi o responsável por dirigir até o local. Ele estava foragido e foi preso no Paraguai em setembro de 2023.

No feriado natalino, a Polícia Militar do Distrito Federal encontrou um material explosivo em uma área de mata na cidade do Gama, próximo a capital federal. À noite, por volta das 22h30, o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais conseguiu neutralizar os artefatos.

Com a intensiva dos bolsonaristas, foi reforçada a segurança também para a posse do presidente eleito, tradicionalmente marcada para o dia 1º de janeiro.
Domingo, 8 de janeiro de 2023
Uma marcha de bolsonaristas e outros opositores seguiu em direção a Esplanada dos Ministérios por volta das 15h de domingo, 8 de janeiro de 2023. O clamor era por intervenção federal contra o resultado das eleições presidenciais que deram vitória democrática a Lula, confirmando a derrota de Bolsonaro. Calcula-se aproximadamente 4 mil pessoas no local.

O ataque
Bolsonaristas radicais invadiram as estruturas dos prédio após entrar em confronto com a Polícia Militar no local. A segurança usou spray de pimenta na tentativa de afastar as manifestações antidemocráticas. Imagens mostravam pessoas vestidas de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil entrando nos espaço da área federal. A maioria levava paus de madeira e outros instrumentos usados na depredação.

Vidraças foram quebradas e cadeiras e pedaços de mobília eram jogadas em todos os prédios. O primeiro ataque foi no Salão Verde da Câmara dos Deputados, além do plenário. Em seguida, foi a vez dos vândalos invadirem Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. O ataque durou cerca de 4h, quando finalmente os terroristas antidemocráticos foram dispersados.

Durante a invasão, policiais militares do Distrito Federal aparecem em imagens fazendo fotos com celular e conversando amigavelmente com apoiadores de Bolsonaro.

Fezes no STF
Bolsonaristas evacuaram e urinaram em salas dentro do STF durante os atos terroristas. O plenário do Supremo foi revirado e teve móveis quebrados. Imagens circularam nas redes sociais na época, mostrando também vândalos molhando o local com mangueira para destruir equipamentos e documentos oficiais.

Uma sala, destinada ao trabalho do ministro Alexandre de Moraes, também teve depredação. A porta de armário foi destruída, onde se guardam as togas do jurista.

Lula decreta Intervenção federal no DF
Lula estava em Araraquara (SP) no dia 8, acompanhando os danos causados pelas chuvas no município. Em coletiva de imprensa organizada com urgência, o presidente se manifestou sobre o caso e decretou intervenção federal no DF, que seria levada sob o comando do então secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.

“O objetivo da intervenção é pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado no Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão a prédios públicos”, diz o decreto lido por Lula.

“Aquelas pessoas que chamamos de fascistas, chamados porque está combinado na política invadir a sede do governo federal e invadir a Suprema Corte, como verdadeiros vândalos. Achamos que houve falta de segurança, todas as pessoas serão encontradas e punidas. Vão perceber que a democracia garante liberdade de expressão, mas exige que as pessoas respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia”, declarou Lula em coletiva de imprensa no fim da tarde do dia 8 de janeiro de 2023.

Prisões
Moraes determinou a dissolução, em 24 horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos quartéis generais e unidades militares, a desocupação de vias e prédios públicos em todo o território nacional e a apreensão de ônibus que trouxeram terroristas para o Distrito Federal.

Para Sergio Praça, doutor em Ciência Política e professor da Fundação Getúlio Vargas, o principal dano social causado pelo 8 janeiro é a sensação de impunidade por parte dos políticos que incentivaram os atos. “Diversos deputados federais e senadores apoiaram a tentativa de golpe e seguem impunes. Eles deveriam ter sido punidos imediatamente, logo após a ocorrência dos ataques”, reforça.

Para o cientista político, ainda, o Brasil já se recuperou do susto. “O fato de Bolsonaro ter se tornado inelegível faz com que uma nova ameaça de golpe seja bastante improvável”, completa.

Ao menos 243 pessoas* foram presas dentro dos prédios públicos e na Praça dos Três Poderes (161 homens e 82 mulheres) após ação da polícia para retomar o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo. No mesmo dia, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi afastado do cargo por decisão do ministro Alexandre de Moraes, referendada pelo Plenário posteriormente.

Total de prisões nos dias 8/1 e 9/1: 2.170
Total de pessoas que permanecem presas preventivamente: 66
“O peso histórico foi tremendo e, no caso do Brasil, 8 de janeiro de 2023 ficará como uma marca na historiografia política brasileira, porque a gravidade, além da violência dos ataques, foi a violência contra o processo eleitoral”, avalia o professor do Ibmec RJ.

Com informações do Supremo Tribunal Federal*

Postado em 8 de janeiro de 2024

Avião faz pouso de emergência com 420 kg de cocaína e piloto é preso

Um avião de pequeno porte com quase meia tonelada de cocaína fez um pouso forçado na noite de ontem (6) na zona rual da cidade de Rio Sono, a 174 km de Palmas, no Tocantins. O piloto foi preso.

O que aconteceu
O avião com 420 kg de cocaína foi apreendido pelo 3º Batalhão da Polícia Militar. A droga foi encontrada graças a uma notificação anônima informando que um avião havia realizado um pouso de emergência em uma propriedade rural.

Ao chegar no endereço, por volta das 19h, um PM encontrou o piloto, cujo nome não foi divulgado. O homem de 54 anos tinha escoriações na cabeça em razão do choque provocado pelo pouso imposto, segundo a polícia.

Um vídeo mostra que a aeronave ficou acidentada após o pouso. Dentro dele, a droga estava embalada em dez pacotes pesando cerca de 40 kg cada.

O piloto confessou ter carregado seu avião com uma droga em Corumbá, Mato Grosso do Sul, disse a polícia. O destino da mercadoria seria uma outra propriedade rural em uma cidade do Tocantins.

O homem, nascido em Ponta Porã (MS), tinha passagem pela polícia. Ele já havia sido preso por tráfico de drogas, afirma a PM.

Ele foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Palmas, capital do estado.

UOL

Postado em 8 de janeiro de 2024