Lula no STF defende regulação de redes sociais e fala em fascismo sob Bolsonaro

O presidente Lula ( PT ) afirmou nesta quinta-feira (1º) em cerimônia de abertura do ano do Judiciário, na sede do STF (Supremo Tribunal Federal), que o Brasil conheceu o fascismo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). )

“Saudar não só o STF, mas as pessoas que dão vida à Suprema Corte. Vocês sentiram na pele o peso do ódio que se abateu no Brasil, sofreram perseguição, ofensa, campanha de difamação e até ameaça de morte, inclusive contra parentes. Mas não estavam sozinhos, as instituições democráticas queriam e estariam sempre ao lado de vocês. Juntos enfrentamos ameaças que conhecíamos apenas nas páginas mais trágicas da história da humanidade, o fascismo”, disse.

O mandatário também defendeu em discurso a aprovação de uma lei em relação às big techs. “Construir uma regulação democrática das plataformas, da inteligência artificial e das novas formas de trabalho em ambiente digital”, disse.

Lula não citou o ex-presidente Bolsonaro, mas mandou indiretas ao seu antecessor ao mencionar a existência de uma “máquina de notícias falsas que matou milhares de pessoas” durante a pandemia da Covid-19.

Ele também fez uma afirmação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre o possível fechamento do Supremo.

“Diziam que para fechar o STF bastaria um cabo e um soldado. Pois vieram milhares de golpistas armados de paus, pedras, barras de ferro e muito ódio e não fecharam nem o STF, nem o Congresso, nem a Presidência da República, pelo contrário , as instituições e a própria democracia saíram fortalecidas da tentativa de golpe”, disse, em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Lula disse que, há um ano, “ainda ficaram visíveis as marcas da destruição deixadas pelos atos terroristas”.

“Hoje, celebramos a restauração da harmonia entre as instituições e do respeito à democracia. O STF segue cumprindo seu dever, punindo executores, financiadores, autores intelectuais e autoridades envolvidas nos atentado contra regime democrático”, afirmou.

O mandatário afirmou que há uma tentativa “deslegitimar e constranger os responsáveis ​​pelo cumprimento das leis com claro objetivo de escapar impune”.

O presidente também afirmou que o governo tem focado no combate ao crime organizado e que teve avanços econômicos importantes em 2023 com as aprovações da reforma tributária e do arcabouço fiscal.

Folha de SP

Postado em 2 de fevereiro de 2024

INSS notificou mais de 4,3 milhões para fazerem prova de vida

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) notificou mais de 4,3 milhões de pessoas para comprovarem que estão vivas e, assim, recebam pagamentos.
A notificação é feira quando o INSS não consegue localizar os cadastros em bases de dados de órgãos, entidades ou instituições para checar se os segurados estão vivos. O quantitativo engloba aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios nascidos em janeiro, fevereiro e março.

De acordo com a pasta, foram notificadas 3.089.043 pessoas nascidas em janeiro e fevereiro. Nesta quinta-feira (1°/2), será a vez de 1.262.514 aniversariantes de março que estão há mais de 12 meses sem fazer a prova de vida.

O INSS, nos casos de necessidade de realizar o procedimento, envia notificação por meio do aplicativo Meu INSS, Central 135 ou notificação bancária. Os segurados que receberem a notificação devem procurar o Meu INSS ou o banco onde recebem o benefício para fazer a prova de vida.

Caso não realizem a medida, passados 60 dias após as notificações, o pagamento poderá ser bloqueado.

Confira o que o INSS aceita como comprovante de prova de vida:

Acessar o aplicativo Meu INSS ou apps que tenham certificação e controle de acesso
Atendimento em Agência da Previdência Social
Receber pagamento de benefício com biometria
Fazer empréstimo consignado com biometria
Fazer atualizações no Cadastro Único (CadÚnico)
Os segurados ainda podem realizar a prova de vida presencialmente, em agências bancárias e unidades do INSS

Metrópoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

STF derruba obrigatoriedade de pessoas com mais de 70 anos se casarem em regime de separação de bens

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (1º), por unanimidade, derrubar uma obrigação que determinava adoção do regime da separação de bens no casamento de pessoas maiores de 70 anos.

Para os ministros, deve ser possível adotar outro formato para dividir o patrimônio, como a comunhão de bens, se o casal nessa idade manifestar essa vontade.

A posição vale tanto para casamento quanto para uniões estáveis.

Para o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, a norma tem caráter discriminador com a população idosa.

“A utilização da idade como fator de desequiparação não é fundamento legítimo porque estamos lidando com pessoas que são maiores [de idade] e capazes, e que, enquanto conservarem suas faculdades mentais, têm direito a fazer suas escolhas existenciais”, afirmou.

A regra está estabelecida no Código Civil. Os ministros não declararam a norma inconstitucional, mas fixaram a interpretação de que a separação de bens pode ser afastada se o casal quiser optar por outro regime.

O processo discutido tem repercussão geral — ou seja, a decisão servirá de base para todos os casos semelhantes em todas as instâncias da Justiça. A posição do Supremo não afeta processos e discussões anteriores, e só tem validade daqui para frente.

A tese de julgamento aprovada foi a seguinte:

“Nos casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoa maior de 70 anos, o regime de separação de bens previsto no artigo 1641, II, do Código Civil, pode ser afastado por expressa manifestação da vontade das partes mediante escritura pública”.

Entenda
A análise começou em outubro de 2023. Na ocasião, houve a manifestação de advogados e representantes de entidades e de partes no processo.

A discussão se dá em torno da norma do Código Civil, que estabelece o regime de separação de bens no casamento da pessoa que for maior de 70 anos.

O processo em questão envolve o pedido de uma viúva para que seja aplicado à sua união estável o regime geral da comunhão parcial de bens, já que não havia sido pactuado nenhum regime na relação. A união começou quando seu companheiro tinha 72 anos.

O regime de separação de bens prevê que o patrimônio adquirido por cada uma das partes do casal, antes e depois da união, seguem sendo de propriedade individual. É diferente da comunhão de bens, que pode ser parcial (só o patrimônio anterior ao casamento segue como propriedade individual) ou universal (todo o patrimônio, antes ou depois da união, passa a ser do casal e deve ser repartido igualmente se houver separação).

Na disputa judicial do caso em julgamento, a viúva conseguiu uma vitória na primeira instância da Justiça. Na ocasião, foi afastado o regime da separação de bens. O juiz entendeu que a obrigação de se aplicar esse regime contraria os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade.

Assim, a viúva foi autorizada a participar da partilha da herança junto com os filhos do companheiro. Essa decisão, contudo, foi revertida em segunda instância.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) entendeu que deve ser aplicada a separação de bens, prevista em lei, e que a norma visa proteger a pessoa idosa e seus herdeiros de casamentos feitos com “exclusiva finalidade patrimonial”.

CNN

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Saúde anuncia centro de emergência para conter epidemia de dengue

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quinta-feira (1) o lançamento de um Centro de Operações de Emergência para controle da epidemia de dengue no Brasil. Durante reunião tripartite na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília, Nísia fez um pedido de mobilização nacional por parte de estados e municípios.

“Quero fazer aqui um chamamento público para a união de todo o país neste momento. para proteger nossa população e para prevenir, uma vez que sabemos que a maior parte dos focos [do Aedes aegypti], mais de 75%, se encontra nas casas”, disse. “Apenas com essa união podemos avançar no sentido de estarmos protegendo nossa população desse quadro de dengue e, possivelmente, de outras arboviroses.”

Na abertura da reunião, a ministra voltou a dizer que a vacinação contra a dengue não pode ser vista como solução para a epidemia por conta da limitação de doses da Qdenga cedidas pelo laboratório fabricante. Outro ponto crítico da imunização destacado por Nísia é a não-indicação do imunizante para idosos, grupo mais acometido por formas graves da dengue.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

“A vacina é esperança, é instrumento fundamental, mas não é resposta para um momento de crise”, disse. “É hora de prevenir e cuidar. A dengue é uma doença para a qual o Sistema Único de Saúde (SUS) pode operar de forma eficiente, evitando mortes. Isso tem que ser uma tônica nossa neste momento”, concluiu.

EBC

Postado em 2 de fevereiro de 2024

TSE aprova lista tríplice de indicados para julgamento de Moro no TRE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (1º/2), a lista tríplice de indicados para assumir uma vaga no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). A Corte será responsável por julgar as ações que podem levar à cassação do senador Sergio Moro (União-PR).
Os nomes aprovados são dos advogados Roberto Aurichio, José Rodrigo Sade e Graciane Aparecida do Valle Lemos. Cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir quem assume a vaga.

O novo indicado entrará no lugar do juiz Thiago Paiva dos Santos, que deixou a Corte em 22 de janeiro, após o término do segundo biênio.

Relembre o caso
Sergio Moro é investigado por suposto abuso de poder econômico na pré-campanha de 2022. Corre no tribunal duas ações, ajuízadas pelo PL e pelo PT.

O ex-juiz da Lava Jato se filiou ao Podemos em 2021, quando estudava disputar a Presidência da República, mas, próximo ao prazo final para troca partidária, em 2022, vinculou-se ao União Brasil, sigla em que lançou candidatura ao Senado Federal.

PL e PT argumentam que os gastos de pré-campanha destinados ao Planalto seriam “desproporcionais” e “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.

Metrópoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Por que a vacina da dengue não é indicada a quem tem mais de 60 anos?

Os casos de dengue têm disparado no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, só em 2024, foram registrados 243.721 casos prováveis da doença, quase quatro vezes o número observado no mesmo período do ano passado (65.336). Segundo a Fiocruz, os casos da doença podem chegar a 5 milhões neste ano, mais que o triplo do registrado em 2023 (1,6 milhão).

De olho nesse cenário, o Ministério da Saúde decidiu incorporar o imunizante QDenga, da farmacêutica Takeda, à rede pública, como noticiado pelo Estadão em dezembro de 2023. Mas, devido ao número limitado de doses, a vacinação pelo SUS – que deve começar agora em fevereiro – contemplará inicialmente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de 521 cidades.

Em estudos, a QDenga demonstrou eficácia de 80,2% na prevenção da doença e foi aprovada pela Anvisa em março de 2023. Desde julho ela está disponível em farmácias e clínicas particulares. Porém, nem todos os consumidores têm indicação para a vacinação. Ao verificar a bula do imunizante, é possível perceber que ele não é recomendado a quem tem mais de 60 anos. Se o indivíduo com essa idade quiser se vacinar, deve apresentar um pedido médico.

Cabe destacar que, devido ao aumento de casos, a busca pela vacina na rede privada disparou, apesar do preço salgado – a dose custa ao redor de R$ 400, sendo que o esquema completo de vacinação é feito com duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. De acordo com a rede de farmácias Pague Menos, houve um aumento de 200% na venda do imunizante só em janeiro.

Por que não há indicação após os 60 anos?
De acordo com a infectologista Rosana Richtmann, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), trata-se de uma questão regulatória, e não de segurança. A especialista explica que a vacina da dengue não foi testada para essa faixa etária, então não existem dados que atestem a efetividade da aplicação para esse grupo.

“Não tem a ver com efeitos colaterais, e sim com a falta de testes. Mas, como a Qdenga se mostrou segura para a população até os 60 anos, acredito que ela será liberada para os idosos em breve”, diz.

Sobre a escolha da faixa etária para as pesquisas da vacina, Rosana pontua que os fabricantes devem ter seguido um critério quantitativo, e não de gravidade. “A dengue acomete principalmente jovens, apesar da tendência de os idosos desenvolverem quadros mais graves”, raciocina.

A restrição para crianças menores de 4 anos, contudo, tem outro motivo. De acordo com Rosana, esse público até foi incluído nos estudos, mas a vacina não demonstrou eficácia de proteção significativa. Por isso, ao contrário dos idosos, a especialista não acredita que eles serão incluídos na bula.

Procurada, a Takeda explicou que a Qdenga foi desenvolvida a partir de um estudo que incluiu 28 mil participantes de 1,5 a 60 anos, de 13 países. A farmacêutica afirmou que pretende realizar mais estudos com a vacina, incluindo os idosos. “Até o momento, porém, os dados disponíveis limitam-se à população de até 60 anos”, reforçou a empresa.

E a vacina do Butantan?
A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan teve sua eficácia confirmada em artigo publicado nesta quarta-feira, 31, na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM). O estudo demonstrou a eficácia geral de 79,6% do imunizante. A expectativa é que, ainda neste ano, o Instituto busque o pedido de registro do produto à Anvisa.

De acordo com a instituição, assim como a Qdenga, a vacina brasileira não foi testada no público acima de 60 anos e, por isso, não é recomendada para essa faixa etária. “O imunizante é feito com vírus atenuado, ou seja, enfraquecido. Historicamente, há um receio em aplicar esse tipo de vírus em pessoas com sistema imune enfraquecido e, ocasionalmente, menos eficiente. A vacina não necessariamente fará mal, mas esse cenário dificulta a análise da eficácia do produto”, explicou o Butantan, em nota.

“Neste ano, com os dados já publicados, os cientistas devem começar o recrutamento da população mais velha para os ensaios clínicos, obtendo, assim, informações que vão auxiliar na indicação da vacina para a população”, aponta o comunicado.

Como proteger os idosos da dengue?
As recomendações de prevenção para os maiores de 60 anos são as mesmas do restante da população:

Impedir o acúmulo de água parada dentro de casa (onde, segundo o Ministério da Saúde, estão localizados 75% dos focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença).
Usar repelentes, especialmente de manhã e no final da tarde — horários de maior circulação do Aedes aegypti.
Usar roupas de manga longa para evitar contato direto com o vetor, e em tons mais claros, que têm propriedades repelentes.
Em caso de contaminação, Rosana destaca a importância da hidratação. “Beber água é fundamental para o tratamento de todos, mas, nos idosos, é necessário um cuidado adicional nesse sentido, já que eles podem depender de auxílio para se hidratar”.

TERRA

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Brasil tem 645 amputações de pênis por ano, revela novo levantamento; entenda os motivos e riscos

O Brasil tem em média 645 amputações de pênis a cada ano devido ao câncer no órgão, alerta um novo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com base em dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), do Ministério da Saúde.

De 2013 a 2023, última década, foram registradas ao todo 6.456 amputações. O ano com mais casos do período foi 2019, quando chegou a 702, e o mais baixo foi o ano seguinte, 2020, em que o Brasil contabilizou 619 remoções do órgão.

“Os dados revelam que, infelizmente, o número de amputações no Brasil só registrou alguma queda nos dois primeiros anos da pandemia, possivelmente porque as pessoas evitavam procurar serviços médicos quando entendiam não ser urgente. Como o câncer de pênis ainda é muito pouco conhecido, e no início não dói, frequentemente é negligenciado”, afirma a urologista Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU.

Além disso, o levantamento da SBU mostra que, também no período de uma década, o país registrou 21.766 diagnósticos de câncer de pênis (entre 2012 e 2022) e 4.592 mortes pela doença (de 2011 a 2021). A faixa etária com mais óbitos é de 60 a 69 anos.

Os números são alarmantes, diz a sociedade, porque a maioria dos casos do tumor no órgão podem ser evitados com hábitos como higienização adequada, vacinação contra o vírus HPV (disponível no SUS) e a não remoção do prepúcio quando ele não pode ser completamente puxado para trás para expor a glande e higienizá-la (cirurgia de fimose).

Além disso, o levantamento da SBU mostra que, também no período de uma década, o país registrou 21.766 diagnósticos de câncer de pênis (entre 2012 e 2022) e 4.592 mortes pela doença (de 2011 a 2021). A faixa etária com mais óbitos é de 60 a 69 anos.

Os números são alarmantes, diz a sociedade, porque a maioria dos casos do tumor no órgão podem ser evitados com hábitos como higienização adequada, vacinação contra o vírus HPV (disponível no SUS) e a não remoção do prepúcio quando ele não pode ser completamente puxado para trás para expor a glande e higienizá-la (cirurgia de fimose).

De acordo com a SBU, a doença é mais comum em homens acima de 50 anos, embora possa também aparecer em indivíduos jovens.

Os 4 principais sintomas do câncer de pênis são:

Ferida que não cicatriza;
Secreção com forte odor;
Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
Presença de nódulos na virilha.
Além disso, a sociedade destaca os 5 principais fatores que elevam o risco do câncer de pênis:

Baixas condições socioeconômicas;
Má higiene íntima;
Fimose (estreitamento da pele que recobre o pênis);
Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano);
Tabagismo.
Por isso, orienta que 5 medidas simples que podem prevenir o câncer de pênis são:

Higiene diária adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;
Lavagem da região íntima após as relações sexuais;
Vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);
Postectomia (retirada do prepúcio) nos casos em que ele não permite a higienização correta;
Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs como o HPV.
As chances de cura quando o diagnóstico é precoce são altas, diz Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia: “O câncer de pênis é um tumor que pode ser evitado com bons hábitos de vida e higiene, potencializado pela vacina do HPV. Quando o diagnóstico é feito em fases iniciais, conseguimos tratar com a remoção somente da pele, evitando uma retirada do pênis”.

Como é o tratamento do câncer de pênis?
O tratamento nessa fase em que há perspectiva de cura consiste na remoção da lesão por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, protocolo que varia a depender de cada caso.

“Lesões pequenas, superficiais e pouco agressivas podem ser tratadas com ressecções locais ou até mesmo por terapias ablativas (eletrocoagulação, cauterização química)”, Mauricio Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.

Já quando a notícia vem tarde, um dos desfechos que pode acontecer é a necessidade de amputação do pênis. “Em casos de tumores volumosos ou amplamente invasivos, pode ser necessária a ressecção completa do pênis (penectomia radical) e até mesmo dos órgãos genitais adjacentes, como bolsa escrotal ou testículos (emasculação)”, continua o urologista.

Anzolch, uma das idealizadoras da campanha da SBU, reforça a importância de se falar sobre o assunto: “É um câncer que impacta muito não só porque é prevenível com medidas simples, mas pela mutilação que leva nos seus casos avançados. Bem como pela mortalidade, quando se perde a janela do tratamento curativo”.

Folha PE

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Sisu 2024: candidatos aprovados “perdem” vaga após falha no sistema

A divulgação da primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2024 apresentou problemas e saiu nessa quarta-feira (31/1), com um dia de atraso. Após o adiamento, candidatos que eram considerados aprovados descobriram que “perderam” as vagas. A situação gerou revolta nas redes sociais.

Clara Letícia Leite, 18 anos, contou na rede social X, antigo Twitter, que “perdeu” a vaga no curso de direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Obrigada por ser um lixo, Sisu, obrigada pelo sonho estragado”, escreveu.

Com a abertura do sistema do Sisu, Clara manifestou interesse no curso de direito, e o resultado então divulgado era de que ela tinha sido aprovada. No entanto, logo depois, com a atualização da plataforma, a jovem acabou aprovada em relações internacionais na UFRN.

Khauany Freitas, 18, também teve o sonho frustrado após a atualização do sistema do Sisu. A primeira mensagem vista pela jovem foi: “Parabéns, você foi selecionada na chamada regular”.

Contudo, depois, ela verificou que não havia sido aprovada para ciências biológicas na Universidade Federal Fluminense (UFF).

“Caloura da UFF!!! 🥳 Obrigada, Deus, e todas as pessoas que me ajudaram e me incentivaram nessa caminhada, conseguimosss!!!”, escreveu a estudante em uma publicação no Instagram.

“No dia 30 de janeiro às 9 horas eu entrei no site [do Sisu] e contou que eu estava aprovada, minutos depois o site travou, caiu e o MEC fechou o site. Passou o dia inteiro sem dar uma informação ou algo sobre, só a noite que resolveram postar a informação sem confirmar o horário que sairia a classificação. No dia 31 de janeiro às 18h20 quando entrei no site novamente constou que eu não fui aprovada”, contou Khauany ao Metrópoles.

A estudante disse que ficou “totalmente frustrada” e teve que tomar medicamentos para controlar uma crise de ansiedade após ver que não tinha sido aprovada no Sisu.

“Eu me senti totalmente frustrada, sem chão, tive crise de ansiedade e tive que ser controlada através de medicamentos”, lembra.

O Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC) sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Divulgação adiada
A primeira chamada do Sisu deveria ter sido divulgada na terça-feira (30/1). No entanto, o sistema do MEC apresentou falhas técnicas e o resultado final saiu apenas na quarta-feira.

Segundo a pasta, o processo seletivo de 2024 recebeu 1.271.301 de inscrições. A edição deste ano apresentou 264.181 vagas para o primeiro e o segundo semestres.

Metrópoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Casos de câncer vão aumentar 77% em 2050, aponta OMS

Aproximadamente 20 milhões de pessoas receberam diagnósticos de câncer em 2022 e 9,7 milhões morreram pela doença, de acordo com a Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (1º/2), a agência estima que os novos casos de câncer detectados anualmente crescerão 77% em 2050 em relação a 2022, chegando a aproximadamente 35 milhões.

O rápido aumento da carga global de câncer se deve ao envelhecimento e ao crescimento da população, bem como às alterações na exposição a fatores de risco relacionados à qualidade de vida, segundo avalia a Iarc.

“O tabaco, o álcool e a obesidade são fatores-chave por detrás do aumento da incidência do câncer, sendo a poluição atmosférica ainda um fator-chave relacionado ao meio ambiente”, apontam os investigadores no relatório.

O impacto será maior em países com índice de desenvolvimento humano (IDH) mais baixo. Nos países mais pobres, os casos aumentarão 142% e as taxas de mortalidade duplicarão.

“O impacto deste aumento não será sentido de forma uniforme nos países com diferentes níveis de IDH. Aqueles que têm menos recursos para gerir o fardo do câncer suportarão o peso global da doença”, afirmou o chefe de Vigilância do Câncer da Iarc, Freddie Bray.

Principais tipos de câncer
Segundo o relatório, o câncer de pulmão foi o mais comum em todo o mundo, com 2,5 milhões de novos casos em 2022, representando 12,4% do total. A organização atribui o ressurgimento do câncer do pulmão como o mais prevalente ao consumo persistente de tabaco na Ásia.

O câncer de mama em pacientes mulheres ficou em segundo lugar, com 2,3 milhões de casos (11,6%). Na sequência aparecem os do tipo colorretal, com 1,9 milhão de casos (9,6%); de próstata, com 1,5 milhão de casos (7,3%); e de estômago, com 970 mil casos em todo o mundo (4,9%).

Mais letais
O câncer de pulmão também foi o que mais levou os pacientes à morte, com o registro de 1,8 milhão de óbitos (18,7% do total de mortes por câncer). Ele é seguido pelo colorretal, com 900 mil mortes (9,3%), câncer de fígado, com 760 mil (7,8%); de mama, 670 mil (7,8%) e câncer de estômago, com 660 mil mortes (6,8%).

Cerca de uma em cada cinco pessoas desenvolve câncer em algum momento durante a vida. Um em cada nove homens e uma em cada 12 mulheres morrem da doença.

Para as mulheres, o câncer mais comumente diagnosticado e principal causa de morte foi o de mama. O câncer de pulmão e colorretal ficaram em segundo e terceiro lugar, tanto em número de novos casos quanto de mortes.

O câncer do colo do útero foi o oitavo mais comum a nível mundial e a nona principal causa de morte por câncer, sendo responsável por 661.044 novos casos e 348.186 mortes.

Já para os homens, o de pulmão é mais prevalente tanto em novos casos quanto em mortes.

Os cânceres da próstata e colorretal foram o segundo e o terceiro mais comuns, enquanto os de fígado e colorretal foram respectivamente os principais causadores de morte por câncer depois do de pulmão.

Desigualdades no atendimento
O relatório escancara as desigualdades na prevenção e no tratamento oferecidos em países ricos e pobres.

“O novo inquérito global da OMS lança luz sobre as grandes desigualdades e a falta de proteção financeira para o câncer em todo o mundo, com as populações, especialmente nos países de rendimentos mais baixos, incapazes de aceder aos cuidados básicos”, afirmou o diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis na OMS, Bente Mikkelsen, em comunicado.

As estimativas globais revelam que, em países com IDH alto, uma em cada 12 mulheres será diagnosticada com câncer da mama em algum momento da vida e uma em 71 morrerá da doença. Nos países com IDH baixo, embora apenas uma em cada 27 mulheres seja diagnosticada com câncer de mama, uma em cada 48 morrerá pela doença.

“As mulheres nos países com IDH mais baixo têm 50% menos probabilidade de serem diagnosticadas com câncer da mama do que as nos países com IDH elevado. Mas elas correm um risco muito maior de morrer da doença devido ao diagnóstico tardio e ao acesso inadequado a tratamento de qualidade”, explica a vice-chefe de Vigilância do Câncer da Iarc, Isabelle Soerjomataram.

Metropoles

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Asteroide do tamanho do Maracanã se aproxima da Terra: ‘potencialmente perigoso’, diz NASA

Um asteroide do tamanho do estádio Maracanã está se aproximando da Terra. De acordo com a NASA, o 2008 OS7 é classificado como “potencialmente perigoso”, mede cerca de 271 metros de diâmetro e passará pelo planeta a uma distância de 2,8 milhões de quilômetros.
A rocha espacial é apenas um pouco menor que o famoso arco do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, com seus 300 metros de diâmetro. O asteroide passará pela Terra às 11h41, no horário de Brasília, desta sexta-feira. Apesar do tamanho e da avaliação “potencialmente perigosa”, a NASA garante não há risco de colisão.

— Não precisamos nos preocupar muito com isso, pois este asteroide não entrará na atmosfera da Terra, embora ainda se aproxime dela— disse o Dr. Minjae Kim, investigador do Departamento de Física da Universidade de Warwick.

O que é um asteroide “potencialmente perigoso”?
A NASA descreve asteroides potencialmente perigosos como aqueles que têm mais de 140 metros de diâmetro e que se aproximam a pelo menos 7,5 milhões de quilômetros da órbita da Terra em torno do Sol.

— O 2008 OS7 é um asteroide muito pequeno cuja órbita se cruza com a da Terra, por isso foi classificado como potencialmente perigoso — disse Dr. Kim — Existem mais de milhões de asteroides no nosso sistema solar, dos quais aproximadamente 2.350 foram classificados desta forma. A próxima abordagem significativa da Terra por um deles será o 99942 Apophis, em 14 de abril de 2029.

O asteroide 2008 OS7 completa uma órbita ao redor do Sol a cada 962 dias, aproximadamente 2,63 anos na Terra. De acordo com Dr. Kim, geralmente, os asteroides são muito pequenos para que possam ser detectados pelas técnicas e pesquisas atuais, por isso é muito difícil vê-los a olho nu. Os únicos visíveis até agora são Pallas e Vesta, com diâmetros de cerca de 500 km.

Epoca

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Os riscos do uso precoce de maquiagem por crianças e adolescentes

Quanto mais cedo, melhor: eis uma máxima que nem sempre se aplica ao comportamento e ao bem-estar dos jovens. Brincar de ser adulto, principalmente na frente do espelho e da câmera do celular, não raro ganha contornos preocupantes quando instiga a busca por um padrão de beleza distante da faixa etária e da realidade. E é a esse que se assiste hoje com apelos cada vez mais precoces para meninas iniciarem uma rotina de cuidados e retoques na pele. O skincare, que inclui a adoção de medidas e produtos para manter o rosto bonito e saudável — entre eles géis de limpeza, loções hidratantes e cremes anti-idade —, agora é propagandeado para um público que não precisa disso: crianças e adolescentes. A moda, claro, é impulsionada pelas mídias sociais, com destaque para o TikTok, antro dos mais novidades. Algoritmos inteligentes rastreiam o que eles querem e vendem sonhos, muitas vezes superfaturados, embalados por influenciadores de plantão.
Quem nada de braçada nesses mares digitais e pode ser enredado por promessas e ilusões ali presentes é a geração alfa, os nascidos depois de 2010 em um mundo onde smartphones e tablets já eram onipresentes. A porta de entrada para a internet é também um passaporte para vídeos e outros conteúdos que induzem a menina a se comportar feito adultos. Ainda que as redes sociais só permitam usuários após os 13 anos, é evidente que poucas barreiras existem para limitar o mergulho nessas águas viciantes e salpicadas de ideias marqueteiras. Não é à toa, diga-se, que influenciadores infantis se tornaram uma categoria à parte nas plataformas. A americana Paige Marrit, de 8 anos, é um deles. Em vídeos, conte como são seus dias na escola enquanto se maquia. Sua entonação e expressões lembram os de uma menina bem mais velha, possivelmente emulando as inspirações on-line. E é assim que umas estimulam as outras a pleitear cuidados com o rosto e o corpo que, transpostos para as telas, são sinônimos de curtidas e sucesso — uma tendência que não encontra fronteiras e ganha terreno entre jovens brasileiros.

O que aflige é ver uma exposição de garotas que nem chegaram à puberdade a padrões de beleza e sexualidade que podem fazer mal até mesmo um adulto, criando uma obsessão pela imagem e pelos artifícios para transformá-la. Nada a ver com a pintura lúdica que a criançada gosta. “A maquiagem pode fazer parte da vida das mais jovens, mas, a partir do momento que se torna central no cotidiano, vira um problema”, diz Danielle Admoni, psiquiatra da infância e adolescência da Unifesp. “Cabe aos responsáveis ​​dialogar com seus filhos para evitar essa estética irrealista.” Fora do marketing das blogueiras, a publicidade de algumas linhas de produtos promete maravilhas para um público que ainda não tem a maturidade e o senso crítico para lidar com tantas iscas. “A vaidade é a ponta do iceberg. Hoje a felicidade está atrelada a esses aspectos físicos, estimulando as mais novidades a só se sentirem realizadas após a compra de um determinado creme ou maquiagem”, afirma Danielle.

Além da pressão emocional, o uso de produtos de beleza pode trazer prejuízos à saúde. Crianças e adolescentes consomem uma diversidade de itens sem saber para que idade e tipo de pele são indicados, com risco de alergias, entre outras reações. “A maioria dos produtos é desenvolvida para uma pele madura, de pessoas com mais de 25 anos. Numa criança pode haver manchas, manchas, interferência de poros”, alerta a médica Paula Rahal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A indústria dos chamados “cosméticos para crianças” tem se expandido. Porém, mesmo com a promessa de oferecer produtos lúdicos, livres de alergênicos, pode haver problemas. Nesse contexto, um estudo da Universidade Columbia, nos EUA, revelou que a maioria das crianças utiliza produtos corporais e maquiagens com ingredientes tóxicos. Ou seja, não há vantagem em aderir à moda tão cedo — pelo contrário. “A pele jovem só precisa de higiene, hidratação leve e proteção solar”, resume Rahal. É uma brincadeira péssima querer se antecipar ao tempo.
VEJA

Postado em 2 de fevereiro de 2024

Após cinco anos, governo retoma hoje contratações do Minha Casa, Minha Vida para baixa renda

O governo retoma nessa quinta-feira, após cinco anos, as contratações do programa Minha Casa, Minha Vida para as famílias enquadradas na Faixa 1 (com renda mensal de até R$ 2.640). Nessa faixa, os beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ganham o imóvel. Os demais pagam uma prestação equivalente a 10% da renda durante cinco anos.

O primeiro contrato para o início das obras será assinado pelo ministro das Cidades, Jader Filho, e a prefeitura de Jaguariúna (SP) para a construção de 115 unidades habitacionais.

A meta para este ano é contratar 187,5 mil moradias em 560 municípios. Para isso, o governo terá disponível no Orçamento da União R$ 9,4 bilhões. Os valores são desembolsados de acordo com a execução das obras.

Além da retomada das contratações, o governo trabalha para retoma obras que estão paralisadas desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que mudou o nome do programa para Casa Verde e Amarela, essa faixa de renda deixou de ser atendida. A política habitacional ficou focada nas famílias com capacidade de assumir um financiamento com recursos do FGTS.

Lula retomou o nome antigo do programa, dando prioridade à Faixa 1. Os empréstimos habitacionais com recursos do FGTS foram mantidos e foi incluída a possibilidade de financiar imóveis usados.

Folha PE

Postado em 1 de fevereiro de 2024

F1: Hamilton pode trocar Mercedes pela Ferrari, afirma jornalista

Lewis Hamilton pode movimentar de vez o mercado da Fórmula 1 na próxima temporada. Segundo o jornalista Simon Lazenby, da emissora britânica ‘Sky Sports’, o piloto, que tem contrato até este ano com a Mercedes, considerada uma possível mudança para a Ferrari em 2024.

A decisão seria devido ao desconforto de Hamilton com a construtora por não ter construído um carro vencedor pelo segundo ano consecutivo, frustrando seus planos.

No entanto, trata-se apenas de um rumor difícil de se concretizar, já que tanto Charles Leclerc quanto Carlos Sainz têm contrato até o final de 2024 com a Ferrari.

Ainda de acordo com o veículo britânico, seu nome também foi ouvido pela Aston Martin, mas Fernando Alonso assinou um contrato longo e Lance Stroll é filho do coproprietário da escuderia. Além disso, a equipe está feliz com o desempenho do espanhol.

IG

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Cidade em situação de emergência contrata show milionário de Gusttavo Lima

Gusttavo Lima foi contratado pela prefeitura de Campo Alegre de Lourdes, de 30 mil habitantes, na Bahia, pelo valor de 1,3 milhões de reais. A contratação acontece em meio a uma situação de emergência no município, declarada em setembro de 2023 e válida por 180 dias (até março), por conta da estiagem que atinge a região. Com isso, a cidade ganha o direito de pedir recursos financeiros emergenciais ao estado. O show foi contratado sem licitação pelo prefeito Enilson Marcelo Rodrigues da Silva (PCdoB), com o valor que é três vezes maior do que todo o montante destinado ao orçamento da cultura da cidade em 2023, que foi de 413 mil reais.

O valor total é dividido entre o cachê, de 1,1 milhões de reais, e outros 200 mil reais, que custearão o transporte do artista e sua equipe. O show, que terá duração de uma hora e meia, foi parcelado em cinco vezes. No contrato, a cidade ainda deverá arcar com a hospedagem, transporte local, camarim e carregadores de equipamento. Nas redes sociais, a prefeitura de Campo Alegre de Lourdes anuncia a novidade com entusiasmo. “Agora é oficial! Dia 9 de fevereiro sobem ao palco do nosso município: Gusttavo Lima, Tayrone e Francildo Silva — Pisadinha do Vaqueiro. Os Festejos de Nossa Senhora de Lourdes estarão repletos de grandes atrações, e você é nosso convidado especial! Esperamos por você! O Centro de Lazer irá tremer”.

VEJA

Postado em 1 de fevereiro de 2024

Como superar o fim de um relacionamento? ‘Animal mais monogâmico do mundo’ pode ter uma resposta

Na melhor das hipóteses, esse animal dá pistas sobre como superar uma separação. Na pior das hipóteses, é uma pequena metáfora sobre amor e esquecimento. Um estudo realizado com ratazanas da pradaria mostrou que esses roedores experimentam uma explosão de dopamina, o hormônio do prazer, quando se reencontram com seu parceiro. Porém, após um período de separação, o efeito diminui. Resumindo, com o tempo, os roedores superam o ex, mas eles não esqueceram disso.
— Sabemos que eles se lembram do parceiro, mesmo depois de quatro semanas sem vê-lo — explica Zoe Donaldson, neurocientista comportamental da Universidade do Colorado em Boulder e autora principal do trabalho. — Isso é semelhante ao que acontece conosco, humanos: não esquecemos aqueles que amamos depois que eles se vão, embora o que eles signifiquem, o seu lugar em nossas vidas diárias, tenha que ser realocado.

Eles se comportaram como se conhecessem o parceiro, mas a ocorrência deles, no nível neuronal, não é a mesma. Depois de um mês sem contato, eles não sentem a mesma vontade de acasalar ou aconchegar-se. É um período de tempo consideravelmente longo, considerando que a sua expectativa de vida gira em torno de dois anos.

O comportamento dos arganaz-das-pradarias (Microtus ochrogaster) começou a atrair a atenção científica na década de 1970, quando, numa experiência na Universidade de Illinois, constataram que havia uma espécie de rato que caía em armadilhas de dois em dois. Em casais. Descobriu-se então que esta espécie mantém relações monogâmicas e exclusivas ao longo da vida, ao contrário de seus parentes, os cães da pradaria.

Estima-se que apenas 3% dos mamíferos sejam monogâmicos. Desde então, esse pequeno roedor se tornou uma unidade de medida do amor na ciência. Em diversos estudos foi comprovado que esses animais acompanham os cuidados com seus filhotes ou que sentem empatia pelo parceiro. Eles ficam estressados ​​​​quando o outro fica estressado e tentam animá-lo com contato físico. Muitos, depois de ficarem viúvos, permanecem sozinhos até a morte.

A maior parte das análises realizadas até agora centraram-se na fase inicial do enamoramento, que tem sido mais refletida não só pelo cinema, mas pela ciência. “É, totalmente, a parte mais divertida da pesquisa: a paixão hedônica”, admite a Dra. Donaldson. Mas o estudo, publicado este mês na revista Current Biology, destaca-se por ter analisado o amor estável e como ele se desgasta com o tempo e a distância. Depois da fase de apaixonar-se vem o amor sereno.

— A base é construída onde você começa a associar uma pessoa… Bom, ou um rato… Com essa experiência realmente agradável e satisfatória— explica a especialita. Com o tempo, os relacionamentos se estabilizam. Os amantes começam a construir uma rotina. Eles possuem uma hipoteca ou uma toca. — E o parceiro passa a ser uma importante fonte de recompensa, motivação e apoio. Queríamos saber qual é o papel da dopamina na manutenção desses laços.

Para descobrir, sua equipe isolou uma ratazana apaixonada em uma gaiola com duas portas transparentes e duas alavancas. Ao ativar uma entrada, o roedor poderia alcançar seu parceiro. Ativando outro, para um espécime desconhecido. Eles descobriram que os roedores liberaram mais dopamina no primeiro caso do que no segundo. Os estudos também envolveram mais o parceiro quando se conheceram e, ao fazê-lo, experimentaram um aumento maior de dopamina no núcleo accumbens (a área do cérebro responsável pelo gerenciamento do circuito de recompensa).

— Acreditamos que esta liberação aprimorada de dopamina ajuda a manter os laços vivos ao longo do tempo, motivando os casais a se reunirem quando estão longe um do outro — explica Donaldson. — Eles podem formar um novo vínculo após essa mudança na dinâmica da dopamina, algo que não faz enquanto o vínculo anterior ainda estiver intacto.

Donaldson descreveu as características como uma forma de “superar o rompimento”. Embora esses efeitos sejam atenuados com o tempo e a distância. A tal ponto que o rato ama supera a ausência do ex e se disponibiliza para começar uma nova vida.

Aplicável a pessoas?
O estudo pode ser relevante para compreender como as pessoas superam a perda. Principalmente no caso de pacientes com transtorno de luto prolongado, que têm dificuldade em lidar com essas situações. Segundo Donaldson, isso ocorre porque o sinal dopaminérgico gerado pelo parceiro pode não se adaptar após a perda, o que dificultaria o processo de cura.

Os ratos da pradaria não são exatamente como as pessoas. Não trapaceiam, nem se desconstroem para experimentar novos modelos relacionais, combater a monotonia ou praticar o poliamor.

— É verdade que os seres humanos são capazes de ter uma ampla gama de relacionamentos e tipos de famílias — regular Donaldson. — Mas o importante é que nós, como eles, podemos formar laços duradouros como casal. Provavelmente usamos muitos dos mesmos mecanismos neurobiológicos para fazer isso.

Diego Redolar, professor de Psicobiologia e Neurociências da Universidade Oberta da Catalunha e pesquisador do Cognitive NeuroLaB, valoriza o estudo, com o qual não tem qualquer relação, de forma muito positiva. Mas ele é mais cauteloso ao traçar paralelos com o comportamento humano.

— Nosso estabelecimento de vínculos pode ser explicado em parte pela dopamina secretada no accumbens — explica. — Mas é muito mais complexo. A oxitocina e a vasopressina também desempenham um papel muito importante. No córtex pré-frontal do cérebro ocorre uma atividade que nos permite adaptar a nossa resposta ao ambiente ético e regulatório em que vivemos.

Portanto, mesmo que ele secreta dopamina como um rato da pradaria, uma pessoa não vai tentar aconchegar-se e acasalar-se com seu ex assim que o vir como estes fazem. É algo mais complexo.

— Podemos ter um pico de dopamina no núcleo accumbens que nos leva a um determinado estímulo de acasalamento ou ligação, mas o córtex pré-frontal nos permitirá adaptar essa resposta — afirmou o professor.

Embora a resposta seja diferente, o estímulo é semelhante. As lições aprendidas por estes cientistas no mundo dos arganaz têm uma tradução clara para as relações dos casais humanos.

— Somos animais sociais e o vínculo entre um casal é um dos mais fortes que vamos criar — afirma a psicóloga de casais Lorenlay Fraile. — Cria-se uma dependência emocional e quando você quebra, entra em um período de abstinência. Você não vai beber ao álcool. Se você está parando de fumar, não fumará dois cigarros às segundas e quartas-feiras.

A mesma coisa acontece com o amor.

— Quando um relacionamento termina, aparece o luto e leva um tempo para se ajustar. É muito difícil fazer isso se você estiver em contato com a pessoa que você deixou — afirma a psicóloga.

Com o tempo, explica Fraile, o vínculo com o ex-companheiro fraco, assim como acontece com os roedores. A solução não é tão fácil quanto abrir uma alavanca e abrir uma porta com um novo parceiro. O tempo para superá-lo será superior às quatro semanas indicadas no estudo. Mas, no nível cerebral e neuronal, o mecanismo é muito semelhante. No amor e no esquecimento, somos como ratos da pradaria.

O GLOBO

Postado em 1 de fevereiro de 2024