Em ato histórico, Prefeitura de Currais Novos cria a Secretaria Municipal de Cultura

Um ato histórico e sonhado há décadas tornou-se realidade na manhã desta sexta-feira (05) com a sanção da Lei nº 3.931 de 02 de janeiro de 2024 que cria a Secretaria Municipal de Cultura de Currais Novos, que terá como uma das competências o desenvolvimento de atividades, instituições e iniciativas de natureza artística e cultural. Anteriormente vinculada à Secretaria Municipal de Educação, a Secretaria de Cultura terá em sua estrutura a administração das bibliotecas, museus e eventos culturais, por exemplo.

A solenidade de assinatura da lei ocorreu no Salão Nobre do “Palácio Raul Macedo”, sede do executivo municipal, com a presença do Prefeito Odon Jr, do Secretário Municipal de Cultura, Ronaldo Gomes, do Vereador e representante da Câmara Municipal, Mattson Ranier, além de artistas, produtores culturais, educadores, secretários municipais, vereadores, servidores municipais, e representantes de associações culturais.

Citando alguns artistas locais que lutaram pela criação da secretaria, como o artista plástico João Antônio, o Secretário Ronaldo Gomes ressaltou a importância da secretaria para o município. “Neste ano teremos um grande financiamento cultural via editais e leis como a Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que irão fomentar ainda mais a nossa cultura e nossos artistas”, afirmou. “Celebrar este momento hoje com vocês é muito importante, um marco histórico para Currais Novos”, comentou o Prefeito Odon Jr, que lembrou conquistas importantes realizadas pela atual gestão na área cultural, como a inauguração do Teatro Municipal “Ubirajara Galvão”, a criação do Fundo Municipal de Cultura, o início das obras de reforma e ampliação do Museu Histórico “Professor Antônio Quintino Filho” e da sede da Banda “Maestro Santa Rosa”, e em breve, as obras da Biblioteca Municipal “Dr. Antônio Othon Filho”, que será totalmente reconstruída, com maior espaço, salas climatizadas e auditório.

Postado em 5 de janeiro de 2024

MEIs terão novo valor de contribuição em 2024; veja datas

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) terão reajuste no valor de sua contribuição previdenciária. Agora, a quantia paga por MEIs será de R$ 70,60. Antes, era R$ 66.
Além disso, o caminhoneiro que é MEI pagará R$ 169,44 neste ano. Antes, pagava R$ 158,40.

Essa contribuição previdenciária é descontada por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que pode ser emitido pelo portal Simples Nacional e por aplicativo próprio.

É a DAS quem desconta dos micros, mensalmente, 5% do valor do salário mínimo para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esse montante garante o direito à aposentadoria, auxílio-doença, auxílio-maternidade, pensão por morte para os dependentes e auxílio-reclusão.

Essas alterações no valor de contribuição previdenciário se devem ao reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 1.320 para R$ 1.412.

Datas para os MEIs
A DAS do MEI vence no dia 20 de cada mês.
O MEI tem até 31 de janeiro para aderir ou regularizar o Simples Nacional.
Se o micro não faturou mais de R$ 81 mil em 2023, ele não precisa renovar o Simples. Para aquele que faturou mais, é necessário ir para outro sistema de tributação. E aquele em início de atividade tem 30 dias desde o último deferimento de inscrição para se inscrever no Simples (mas não pode ter mais de 60 dias da data de abertura do CNPJ).
O MEI precisa declarar imposto, e isso deve ser feito até 31 de maio.
Todo mês, o MEI tem que preencher o Relatório Mensal das Receitas Brutas do mês anterior (para facilitar a declaração do imposto). Isso deve ser feito até o dia 20 do mês seguinte às vendas ou prestações de serviços. É necessário arquivar esses documentos por, no mínimo, cinco anos.

Metrópoles

Postado em 5 de janeiro de 2024

Sob Nísia Trindade, Fiocruz forneceu testes com sobrepreço de 700%

Na reta final do governo de Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde pagou à Fundação Oswaldo Cruz por testes de Covid-19 valores que chegaram a quase oito vezes mais que os praticados na iniciativa privada.

A Fiocruz era comandada, à época, pela atual ministra da Saúde, Nísia Trindade.

O ministério tinha uma licitação em andamento na ocasião, que foi suspensa pouco antes da aquisição feita junto à fundação.

Foram comprados pelo menos 3 milhões de testes ao preço de R$ 19,40 cada.

Na própria licitação que estava em curso, da qual participavam 35 empresas, havia oferta de testes pelo preço unitário de R$ 2,49.

O valor fechado pelo ministério com a Fiocruz foi nada menos que 679% superior ao menor preço ofertado na concorrência.

A compra se deu por meio de um acordo de cooperação técnica, em dezembro de 2022.

Sobrepreço e outras irregularidades
O caso foi parar no Tribunal de Contas da União, o TCU.
Auditores da Corte atestaram o sobrepreço e detectaram irregularidades tanto na decisão que suspendeu a licitação quanto na contratação direta dos testes assinada com a Fiocruz.

O tribunal ordenou, ainda no ano passado, a suspensão do acordo com a fundação, vinculada ao próprio Ministério da Saúde. A decisão está em vigor até hoje.

Ministério não responde tudo
A coluna enviou doze perguntas ao ministério sobre o assunto na última terça-feira.

Após pedir mais prazo para responder, a pasta limitou-se a enviar uma nota curta nesta quinta-feira na qual não se refere os pontos centrais da contratação.

Não houve resposta, por exemplo, às perguntas sobre o valor de R$ 19,40 acertado com a Fiocruz.

O ministério disse apenas que o processo licitatório que estava em andamento à época, no qual havia oferta de testes por valores bem abaixo, foi suspenso porque empresas participantes foram desclassificadas.

O acordo com a Fiocruz foi firmado, diz o texto, como “alternativa” à licitação.

O ministério afirmou, ainda, que um novo edital para aquisição de novos testes rápidos de Covid-19 está em vias de ser lançado, com previsão de entrega ainda no primeiro trimestre deste ano.

Fiocruz fala em incentivo à produção nacional
A Fiocruz, por sua vez, disse também em nota que o fornecimento dos testes para o ministério se deu em um contexto que vai além da simples venda dos produtos e incluiu, por exemplo, ações para desenvolver a produção nacional.

“Como instituição vinculada ao Ministério da Saúde, o fornecimento de insumos e prestação de serviços em saúde ao SUS ocorre em um contexto de sustentação da base científica, tecnológica e industrial do Ministério da Saúde, modelo que vem permitindo importantes plataformas e produtos, com o objetivo de ampliar o acesso da população”, diz a nota, sem esclarecer se é esse “contexto” que justifica o preço maior pago por cada teste.

Indagada se produz integralmente os testes que fornece ao ministério ou se os adquire de outros fabricantes e faz apenas o papel de intermediária, a Fiocruz afirmou que ela própria é responsável pela produção e, quando isso não acontece, os testes são produzidos por um parceiro, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná, o IBMP.

A fundação não respondeu qual foi o papel de sua então presidente, Nísia Trindade, hoje ministra da Saúde de Lula, no acordo acertado com a pasta.

O TCU sustenta que a aquisição levou a um prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres do governo federal.

Metropoles

Postado em 5 de janeiro de 2024

Temos a possibilidade de identificar os responsáveis por plano de enforcar Moraes, diz diretor da PF

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos, afirmou nesta quinta-feira que a partir de mensagens aprendidas durante as investigações sobre os ataques terroristas de 8 de janeiro do ano passado será possível identificar os responsáveis pelo plano de enforcar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes falou sobre a existência do plano em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo Globo.

— A partir dessas mensagens a gente tem a possibilidade de identificação dos responsáveis — afirmou Andrei, em entrevista à GloboNews.

Indagado quem são os responsáveis, o chefe da Polícia Federal respondeu:

— Saberemos em breve.

De acordo com o diretor-geral, a PF já tinha conhecimento do plano revelado por Moraes ao Globo.

— Isso são informações extraídas de troca de mensagens, das prisões, de todo o trabalho que está sendo feito.

Folha PE

Postado em 5 de janeiro de 2024

Ednaldo Rodrigues retorna à CBF e quer Dorival Júnior como técnico da Seleção Brasileira

De volta à presidência da CBF por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ednaldo Rodrigues tem como prioridade escolher um novo técnico para a seleção brasileira depois que o italiano Carlo Ancelotti decidiu renovar seu contrato com o Real Madrid. Um dos nomes que agrada o dirigente é Dorival Júnior, treinador do São Paulo.

Como contou Ednaldo à revista Veja, “resolver a questão do técnico e da comissão técnica definitiva da seleção principal” é uma das questões prementes ao reassumir o comando da CBF. A outra medida, essa até mais urgente ainda, é inscrever a seleção brasileira no Pré-Olímpico. O prazo se encerra nesta sexta-feira O tempo curto foi determinante para o decano da Corte reconduzir o cartola ao cargo.

Diniz Fora
Ednaldo quer definir logo quem será a comissão técnica da seleção brasileira. No cargo interinamente, Fernando Diniz sairá no meio do ano e não existe o interesse do dirigente em efetivá-lo no cargo, principalmente porque o Brasileirão não será paralisado durante a disputa da Copa América. Assim, esse cenário de dupla função do técnico seria problemático para Diniz, seleção e Fluminense. Também pesam contra Diniz os resultados ruins à frente da equipe nacional, apenas a sexta colocada das Eliminatórias.

Ainda sem convite
O Estadão apurou que ainda não houve, porém, convite a Dorival, que tem contrato com o clube paulista até o fim do ano. O treinador e o São Paulo não receberam proposta, nem há conversas por enquanto. Seu estafe evita comentar “especulações”. Por ora, trata-se de um desejo de Ednaldo, que também precisa definir quem será o coordenador de seleções. O cargo está vago desde a saída de Juninho Paulista. Um outro ex-jogador, Filipe Luís, recém-aposentado, é um dos preferidos do dirigente.

O ex-lateral do Flamengo, que se aposentou dos gramados no ano passado, é amigo de Dorival, com quem trabalhou no time rubro-negro, e poderia ser coordenador ou um dos membros da comissão técnica. O interesse de Ednaldo em Dorival e Filipe Luís foi inicialmente divulgado pela Veja.

Diario do Nordeste

Postado em 5 de janeiro de 2024

Um ano depois do 8/1, 30 réus foram condenados a até 17 anos de prisão

As vidraças, a mobília, os equipamentos de trabalho e os objetos de arte das sedes dos três poderes da República foram restaurados ou repostos (a um custo milionário) após o quebra-quebra provocado pela turba que tomou conta de Brasília em 8 de janeiro de 2023. Os sinais, no entanto, são de que os reflexos da insanidade golpista irão se estender por muito tempo. Em dezembro, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não incluir os condenados pelos ataques no seu indulto de Natal. No mesmo mês, um empresário de Londrina, no Paraná, tornou-se o primeiro denunciado pela Procuradoria-Geral da República por financiar a horda antidemocrática. Os dois atos indicam não só que a batalha iniciada naquele triste domingo está longe do fim, mas que não haverá alívio a quem conspirou contra a democracia.

No curso daquele que é o maior julgamento da história do Brasil, nada menos que 1 406 pessoas foram denunciadas por associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Trinta já foram condenadas, algumas a dezessete anos de cadeia. Um contingente de 1 121 acusados aguarda a possibilidade de fazer um acordo de não persecução penal — em troca de terem seus processos suspensos, ficariam proibidos de interagir em redes sociais e teriam que usar tornozeleira eletrônica. Um ano depois, 66 pessoas ainda estão atrás das grades em presídios da capital.

O repúdio generalizado à barbárie, até por parte da oposição mais civilizada, permitiu uma firme reação das instituições e assegurou o avanço das investigações e o julgamento dos envolvidos. Sob a guarda de Alexandre de Moraes, o caso avança com rapidez no STF. O ministro segue atuando com o rigor necessário diante do ocorrido, a despeito de algumas críticas de que a celeridade das ações penais estaria prejudicando a ampla defesa. A tramitação dos processos diretamente no Supremo, última instância do Judiciário, também engrossou a polêmica por minar as possibilidades de recurso, assim como as prisões preventivas, que muitos veem como desnecessárias ou ilegais. Grande parte dessas reclamações, diga-se, parte de setores ligados ao bolsonarismo. “Criou-se um clima de abuso de autoridade, um regime de exceção”, diz o deputado Marco Feliciano (PL-SP), apoiador do ex-presidente.

Na verdade, ao contrário do que defendem políticos como Feliciano, a tentativa de criar um regime de exceção partiu justamente dos que afrontaram as instituições no 8 de Janeiro, o que justifica plenamente o peso da espada da Justiça utilizado no caso pelo STF. “As pessoas ali sabiam o que estavam fazendo, não estamos falando de inocentes”, diz Pedro Serrano, doutor em direito do estado pela PUC-SP e um dos redatores de projeto que em 2021 impôs novas regras para terrorismo e permitiu colocar no banco dos réus quem atenta contra a democracia — por ironia, sancionado por Bolsonaro. Com o 8 de Janeiro, foi a primeira vez que o Brasil puniu um crime de golpe de estado — nem os responsáveis pela ditadura militar (1964-85) tiveram o mesmo destino.

A reação firme das instituições, de fato, era a única resposta possível à gravidade do ocorrido em 8 de janeiro. Para o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico dos Santos, responsável pelas acusações, a resposta dada pelo sistema de Justiça serve para mostrar que episódios desse tipo não podem ser tolerados. “Nesse aspecto, a função pedagógica está sendo cumprida”, afirma. De acordo com ele, os casos seguem o rito processual convencional, com audiências de custódia, de instrução e alegações finais. A própria PGR pediu a liberdade de mais de setecentos acusados. Para a cientista política e professora da UFRJ Mayra Goulart, uma parte do estranhamento se deve ao fato de que a punição recaiu sobre pessoas “que não costumam sentir o braço punitivo do estado”, numa referência à grande quantidade de pessoas de classe média envolvidas nos tumultos. “A herança desse episódio é: quais são os limites de uma linguagem crítica, antipolítica, que se oponha ao Estado Democrático de Direito?”, afirma.

Os desdobramentos judiciais não alcançaram ainda alguns envolvidos, já que dois braços da investigação estão em andamento. Um é o inquérito que apura os financiadores dos atos e que levou à denúncia contra o empresário Pedro Luis Kurunczi, de Londrina, acusado de usar 59 000 reais para levar quatro ônibus, com 108 pessoas, para Brasília. Outra frente é a que investiga políticos e integrantes de governos e que tramita sob sigilo. Nenhuma autoridade foi denunciada até agora, nem o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que era secretário de Segurança do DF na época dos ataques e ficou preso por 117 dias. O general Gonçalves Dias, o GDias, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e apareceu conversando com invasores do Planalto, chegou a ter o indiciamento pedido por uma CPI da Câmara Distrital do DF, mas foi poupado pela CPMI do Senado, onde foi alvo de radicais.

Mesmo sem punições até agora, o quebra-quebra golpista já deixou muitos estilhaços na política. O bolsonarismo, por exemplo, foi duramente atingido. O episódio, repudiado até mesmo por pessoas que estiveram ao lado de Bolsonaro na eleição de 2022, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), colocou o ex-presidente politicamente na defensiva. E judicialmente pode lhe trazer complicações. Em dezembro, a PGR recuperou e enviou ao STF um vídeo que ele havia postado e apagado em janeiro no qual compartilhava a tese de que a vitória de Lula havia sido fraudada — a publicação foi anexada ao inquérito que apura se ele incitou a barbárie antidemocrática. Além disso, em outubro, o relatório final da CPMI do Senado pediu o indiciamento de Bolsonaro e mais de sessenta pessoas, entre militares, ex-ministros e empresários — os pedidos aguardam a análise da PGR. “Esse foi o segundo erro dos radicais. Primeiro tentaram dar um golpe, depois incentivaram a instalação de uma CPMI que os colocou no centro das investigações”, lembra o cientista político Cláudio Couto, da FGV. No final de novembro, o bolsonarismo levou a sua versão sobre o 8 de Janeiro para a Avenida Paulista, onde fez um protesto contra a morte do empresário Cleriston Pereira da Cunha, na Papuda, que aguardava julgamento.

Já para Lula, o episódio tumultuou o início do seu governo, mas teve um lado positivo. Nos dias que se seguiram à intentona golpista, o presidente conseguiu reunir apoio político dos chefes dos poderes e dos governadores de todos os estados, incluindo adversários eleitorais. “O 8 de Janeiro serviu para fazer Supremo, Congresso e Executivo entenderem que tinham de criar um denominador comum se quisessem extirpar os radicais autoritários do jogo político”, diz Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisas Quaest e professor do Departamento de Ciência Política da UFMG. A depredação de prédios públicos contribuiu também para o discurso de Lula como fiador da democracia e ajudou o petista a construir pontes com aliados do ex-­presidente no Congresso, como o próprio Lira e o Centrão. “O que aconteceu foi um episódio grotesco e lamentável para o país e que ainda deixou a oposição mais fragilizada”, reconhece o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP).

Apesar da resposta firme das instituições, é preciso permanecer em alerta. Pesquisa Datafolha feita em dezembro mostra que o apoio à democracia no país caiu de 79%, em outubro de 2022, para 74%. O mesmo levantamento mostra que 91% dos que votaram em Bolsonaro em 2022 não se arrependem de sua escolha. Também não custa lembrar que Donald Trump, acusado de incitar a invasão do Capitólio, sede do Congresso dos EUA, por não aceitar a derrota na eleição presidencial, é favorito para a eleição de 2024. Para especialistas, no entanto, o 8 de Janeiro servirá para estabelecer limites claros para a crítica política. “A impressão antes do 8 de Janeiro era de que valia tudo. O cenário mudou”, diz o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV. Na segunda 8, Lula, os chefes do Congresso e ministros do STF farão o ato “Democracia Inabalada” para lembrar um dos mais graves ataques à democracia brasileira. Apesar da reação firme do país, não custa manter a vigilância.

VEJA

Postado em 5 de janeiro de 2024

Natura exclui salário mínimo como referência e adota índice próprio para definir salários

A Natura cumpriu a meta de estabelecer salários dignos a 100% de seus colaboradores e até para trabalhadores de zonas extrativistas dos insumos usados em suas fábricas. Em muitos casos, o novo indexador — que serve de base para o cálculo das remunerações— chega a ser o dobro do salário mínimo local. Até 2022, 95% recebiam igual ou acima da chamada “renda digna”.

O novo indexador foi uma meta estabelecida pela companhia em 2020 alinhada com um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. Ele se refere à renda mínima necessária para que uma pessoa e sua família consigam suprir necessidades básicas com alimentação, aluguel, saúde, educação, roupas, transporte e até alguma poupança.

Segundo Gleycia Leite, diretora de organização, remuneração e digitalização da Natura, para o cálculo da renda digna, a companhia adota metodologias do “Wage Indicator Foundation”, um instituto que faz pesquisa de custo de vida em diversos países.

Nessa pesquisa, entram despesas com alimentação, água, habitação, educação, saúde, transporte, vestuário, e uma provisão para situações inesperadas.

“Essas informações são revistas por região e com alguma periodicidade. Em um país como a Argentina, por exemplo, com a alta pressão inflacionária, não podemos olhar para essas informações uma vez por ano e achar que está tudo bem”, disse Leite.

A partir de agora, a meta da Natura é ter, no mínimo, 30% de posições gerenciais ocupadas por públicos sub-representados.

“Estamos falando de negros, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência”, disse.

Folha de SP

Postado em 5 de janeiro de 2024

Vaticano esclarece que não mudou doutrina apesar de anúncio de bençãos a casais gays

O Vaticano respondeu, nesta quinta-feira (4), às críticas internas recebidas após ter autorizado a benção a casais do mesmo sexo na Igreja Católica e garantiu que sua doutrina não mudou.

Em um documento publicado em 18 de dezembro e aprovado pelo papa Francisco, o Dicastério para a Doutrina da Fé autorizou a benção de casais “irregulares” aos olhos da Igreja, incluindo pessoas que voltaram a casar e casais homossexuais, porém, fora dos rituais litúrgicos.

A nota, chamada “Fiducia supplicans” (“Confiança suplicante”), foi considerada uma mudança doutrinária importante na Igreja, mas provocou o protesto de muitos bispos, especialmente em países da África, como Malawi, Nigéria, Zâmbia e República Democrática do Congo.

Em reação, o Dicastério disse nesta quinta, em um comunicado de cinco páginas, que quer “esclarecer” o texto publicado em dezembro e lamentou a “confusão” sobre o sacramento do casamento, que permanece estritamente reservado aos casais heterossexuais.

O prefeito (responsável máximo) do Dicastério, o cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, afirmou que, apesar da doutrina se manter, é preciso levar em conta “a delicada situação de certos países”, onde a homossexualidade é rejeitada, ou castigada com prisão e até mesmo com a pena de morte.

O Vaticano também esclarece no comunicado que as bençãos aos casais do mesmo sexo “não são ritualizadas” e que se caracterizam pela “simplicidade e brevidade de sua forma”, porque “não pretendem justificar algo que não é moralmente aceitável”.

A Igreja Católica segue condenando as relações homossexuais, que classifica como pecado.

Desde sua eleição em 2013, o papa Francisco tem insistido na importância de abrir a Igreja, em particular aos fiéis LGBT+, mas seus esforços encontram forte resistência.

correio braziliense

Postado em 5 de janeiro de 2024

Thammy Miranda e padre Júlio Lancellotti aparecem juntos em vídeo após polêmica sobre CPI; veja

O vereador Thammy Miranda (PL) e o padre Júlio Lancellotti apareceram juntos em uma live nas redes sociais após a polêmica da tentativa de criação de uma CPI que mira o religioso na Câmara Municipal de São Paulo. Thammy havia assinado o requerimento feito pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Contudo, anunciou nesta quinta-feira, 4, que estava retirando o apoio. O documento assinado por Thammy e outros vereadores não citava investigações contra o padre, o que foi depois verbalizado por Rubinho Nunes em entrevistas e nas redes sociais.

“Muito obrigado pelo apoio nesse momento tão difícil”, disse o vereador ao sacerdote no vídeo divulgado nas redes. “Quando eu assinei a CPI, em nenhum momento foi citado o nome do senhor”, disse Thammy, reforçando que “jamais teria assinado” algo nesse sentido. Thammy disse que o trabalho que o religioso faz, de ajudar as pessoas, é também o que ele faz. Na transmissão, o vereador aproveitou para pedir que seus seguidores ajudem em uma vaquinha que o padre está fazendo para ampliar os serviços de ajuda à população de rua e ofereceu também, ele próprio, ajuda financeira. “As pessoas que me seguem vão ajudar o senhor a fazer esse trabalho tão bonito que o senhor faz”, completou.

Padre Júlio agradeceu pelo que chamou de “gentileza e transparência” de Thammy Miranda. “Importante que mesmo que nos joguem em posições falsas, antagônicas, nós somos capazes de romper essas barreiras’.

Retirada de nomes CPI
Além de Thammy, ao menos mais três vereadores anunciaram que retiraram o apoio à iniciativa, após a divulgação do nome dos vereadores que assinaram o documento. A mudança de posição coloca em dúvida a viabilidade da proposta. A CPI precisa ser pautada pelos líderes e aprovada pela maioria em plenário para sair do papel. O autor do pedido não atendeu a reportagem para comentar o caso.

A CPI articulada na Câmara de São Paulo tem por objetivo investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, região central de São Paulo. O autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), prevê que a comissão será instaurada em fevereiro, após o recesso parlamentar. Segundo ele, o padre Júlio Lancellotti será um dos principais alvos da CPI das ONGs.

Rubinho acusa as organizações de promoverem uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”. Segundo ele, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos, à população em situação de rua, o que, argumenta ele, gera um “ciclo vicioso” no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.

O sacerdote diz que seus trabalhos estão vinculados à Ação Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que, por sua vez, “não se encontra vinculada, de nenhuma forma, às atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão.”

O padre Júlio Lancellotti afirma que se trata de uma ação legítima quando se instala uma CPI para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor. Ele acrescenta que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, mas, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.

A Craco Resiste, um dos alvos do vereador, informou que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer. “Quem tenta lucrar com a miséria são esses homens brancos cheios de frases de efeito vazias que tentam usar a Cracolândia como vitrine para seus projetos pessoais. Não é o primeiro e sabemos que não será o último ataque desonesto contra A Craco Resiste”, diz a entidade em nota divulgada nas redes sociais. A reportagem não conseguiu contato com o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, também mencionada por Rubinho.

TERRA

Postado em 5 de janeiro de 2024

Sem ameaça identificada, 8 de janeiro terá 2 mil PMs na Esplanada

Mesmo sem identificar ameaças à segurança do evento marcado para o próximo dia 8 de janeiro, mais de 2 mil policiais militares do Distrito Federal devem fazer o patrulhamento ostensivo em Brasília na próxima segunda-feira (8). O número é quase quatro vezes superior ao do último dia 8 de janeiro, quando foram empregados 580 PMs na Esplanada, segundo relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpistas daquele dia.

A estratégia para a segurança da Esplanada no próximo 8 de janeiro foi pactuada nesta quinta-feira (8) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que assinaram um protocolo de ações de segurança no Palácio do Buriti, sede do GDF, em Brasília.

O ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou que até o momento não há nenhuma informação que gere preocupação maior. “Claro, isso é monitorado dia a dia e todas as providências estão sendo tomadas para que tenhamos um dia 8 de celebração democrática histórica no Brasil”, destacou.

Cappelli acrescentou que não há hipótese do 8 de janeiro de 2023 se repetir porque “a reação da sociedade e dos Poderes foi muito forte e essa reação estabeleceu um limite muito claro”.

O documento assinado pelos governos federal e do DF “define o planejamento e as prioridades de atuação de cada órgão, como efetivo policial e organização do trânsito, com foco no evento alusivo à data que ocorrerá no Senado”.

Além dos 2 mil agentes da Polícia Militar do DF que devem ser mobilizados, o plano de segurança prevê o emprego de 250 agentes da Força Nacional que ficarão de prontidão no Ministério da Justiça. A Esplanada ficará fechada no dia 8 na altura da Avenida José Sarney, que é a pista anterior à Alameda dos Estados, próxima ao Congresso Nacional.

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, destacou que, mesmo sem ameaça detectada, haverá agentes suficientes para qualquer situação. “Será um dia de tranquilidade, um dia de monitoramento e de tranquilidade realmente aqui no Distrito Federal”, ponderou.

Manifestação e golpe
Toda essa segurança é para o ato marcado no Congresso Nacional, que marcará o primeiro ano do último 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado do processo eleitoral, promoveram tentativa frustrada de golpe de Estado.

A cerimônia da próxima semana foi uma proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve contar com a presença dos presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de governadores, parlamentares, representantes da sociedade civil e ministros e representantes dos tribunais de Justiça e assembleias legislativas.

Ricardo Cappelli, afirmou que manifestações políticas não serão reprimidas, desde que não ameacem as instituições.

“Todo mundo manifesta sua preferência política e ideológica livremente e é ótimo que seja assim. Agora, não se confunde manifestação democrática com tentativa de golpe de Estado, não se confunde manifestação democrática com ataque aos Poderes”, afirmou.

O responsável pela segurança na Esplanada dos Ministérios na próxima segunda-feira (8) será o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Alencar. “(O 8 de janeiro de 2023) não vai se repetir. Não vai se repetir em razão desse trabalho que temos feito de inteligência”, afirmou.

O planejamento da segurança para o evento vem desde o final do ano passado, quando representantes dos órgãos de segurança do governo federal e do GDF passaram a se reunir para definir um plano integrado de ações a fim de evitar ameaças de ataques ao evento no Congresso.

Viaturas
Além de assinar o protocolo de segurança para próxima segunda-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda fez a entrega de 20 viaturas, armamentos, fardas, drones e outros equipamentos para as forças de segurança do Distrito Federal no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2).

Ao todo, o investimento feito foi de R$ 3,6 milhões. O Pronasci 2, lançado em março deste ano, tem desenvolvido ações de integração entre as forças de segurança nacional e estaduais, com entrega de equipamentos para as polícias de todo o país.

ebc

Postado em 5 de janeiro de 2024

Padre Júlio liga para Nunes e aliados desistem de CPI após repercussão

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), conversaram por telefone na noite desta quarta-feira (3/1), após a divulgação da proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo na Câmara Municipal da cidade. Nesta quinta (4/1), a repercussão em torno do tema fez com que parte da base do prefeito desistisse de apoiar a criação da comissão.

O prefeito afirma que o requerimento que circulou entre os vereadores não fez nenhuma menção ao padre. O pedido era para a instalação de uma CPI para investigar “as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.

Nunes já criticou a ação de entidades como a organização Craco Resiste, que promove ações assistenciais aos dependentes químicos do fluxo, e propõe medidas mais duras para parte dos usuários, como a internação compulsória. Mas ressalta que o requerimento não mirava as ações do padre católico. Ele ressaltou esse ponto na conversa com o padre.

Ligado à Igreja Católica e próximo do cardeal de São Paulo, dom Odilo Scherer, Nunes também conversou com outros integrantes da igreja, que queriam saber mais sobre a investigação, nesta quinta-feira. A Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota em que informou acompanhar o caso “com perplexidade”.

A proposta de criação da CPI é de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), e circulou entre os demais vereadores nos últimos dias de dezembro, antes do início do recesso parlamentar.

Para ser instalada, a comissão precisava de 19 assinaturas. Rubinho colheu 23, mas parte dos parlamentares argumenta que assinou o pedido sem saber que o padre Júlio seria alvo da ação, uma vez que não havia nenhuma citação a ele no pedido.

Nesta quinta, o vereador Xexéu Tripoli (PSDB), um dos vereadores que assinou o pedido, informou ao Metrópoles que sua assessoria irá protocolar um requerimento para tornar a assinatura sem efeito. Os parlamentares Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (PSDB) e Sidney Cruz (Solidariedade) informaram o mesmo.

Líder de Nunes na Câmara, Fabio Riva (PSDB) afirmou que não há nenhum acordo na Casa para que a CPI seja instaurada.

Metrópoles

Postado em 5 de janeiro de 2024

Para 61% dos brasileiros, atividades culturais reduzem estresse, tristeza e solidão, afirma pesquisa

A cultura é fonte de bem-estar e a atividade que mais proporciona prazer a 54% dos brasileiros, revela a pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú e pelo Datafolha e divulgada nesta quinta-feira (4). Ao todo, foram ouvidas 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país entre 1º e 28 de setembro de 2023. Atrás dos programas culturais, estão passeios e idas a parques, praias e igrejas (19%), prática de esportes (19%) e assistir novelas e séries (3%).

Entre os 54% que elegeram a cultura a atividade que mais proporciona bem-estar, 18% preferem ir ao cinema, 15% priorizam shows e festivais de música e 12% optam pelo teatro. Ouvir música e dançar é o programa favorito de 9%, enquanto 4% gostam mais de ir ao cinema. Apenas 3% privilegiam a leitura.

A pesquisa também apontou relações entre hábitos culturais e saúde mental. Para 61% dos entrevistados, programas culturais reduzem o estresse e diminuem a sensação de tristeza e a solidão. 58% acreditam que a vida cultural melhora o relacionamento em casa (o índice cai para 50% quando se trata de relações de trabalho). 57% afirmam que hábitos culturais elevam a qualidade de vida em geral.

O levantamento também investigou o estado da saúde mental dos brasileiros: 42% dos entrevistados declaram ter sofrido algum tipo de problema de saúde mental nos 12 meses anteriores e 63% buscou tratamento. Mulheres e pessoas de 25 a 34 anos são os mais afetados por questões emocionais (53%), seguidos por integrantes das classes D e E. Entre os indivíduos de 35 a 44 anos, 34% relataram problemas de saúde mental. 55% deles estão desempregados.

O Nordeste é a região brasileira com mais pessoas que enfrentam a deterioração da saúde emocional: 50%. Em seguida, vêm o Centro-Oeste e o Sul (44%), o Sudeste (40%) e o Norte (24%). Os índices também são altos nas regiões metropolitanas do Rio (45%) e de São Paulo (37%).

Folha PE

Postado em 5 de janeiro de 2024

Brasil quita dívidas com organismos internacionais

O Brasil pagou, em 2023, R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros com organismos internacionais e zerou a dívida com essas instituições, divulgaram nesta quinta-feira (4), em Brasília, os Ministérios das Relações Exteriores (foto) e do Planejamento e Orçamento. O dinheiro foi repassado à Organização das Nações Unidas (ONU), bancos multilaterais, fundos internacionais e dezenas de instituições.

Desse total, informou o Ministério do Planejamento, R$ 2,7 bilhões correspondem a valores em aberto em 31 de dezembro de 2022. O R$ 1,9 bilhão restante refere-se a compromissos do ano passado.

O pagamento mais recente ocorreu em 21 de dezembro, quando o governo quitou R$ 289 milhões em contribuições regulares à ONU e pagou R$ 1,1 bilhão em dívidas com missões de paz.

Sem passivos com as Nações Unidas, o Brasil garantiu o direito de voto na Assembleia Geral da ONU em 2024, num ano em que o país preside o G20, grupo das 20 maiores economias do planeta. No segundo semestre de 2023, o Brasil presidiu o Conselho de Segurança do organismo internacional.

“Esse quadro de adimplência, que resulta do trabalho conjunto do Ministério do Planejamento e Orçamento e do Ministério das Relações Exteriores, além de outros órgãos do governo federal, fortalece a imagem do Brasil no cenário internacional global e regional, reafirma o compromisso do país com o multilateralismo e reforça a capacidade de atuação diplomática em prol dos interesses nacionais e dos princípios que regem a política externa brasileira”, destacou nota conjunta dos dois ministérios.

O comunicado listou a recuperação de direito de voto nos seguintes órgãos:

  • Organização Internacional para as Migrações (OIM);
  • Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO);
  • Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA);
  • Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ);
  • Tribunal Penal Internacional (TPI).

Outras dívidas
O país ainda saldou dívidas com organismos multilaterais como:

  • Organização dos Estados Americanos (OEA);
  • Organização Mundial do Comércio (OMC);
  • Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco);
  • Organização Internacional do Trabalho (OIT);
  • Organização Mundial da Saúde (OMS);
  • Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Meio ambiente
O governo brasileiro também quitou débitos na área de meio ambiente e mudança do clima. Segundo a nota conjunta, o ato reforça a importância do compromisso do país nas duas áreas, à medida que Belém, no Pará, sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Os principais passivos zerados nessas duas áreas foram os seguintes:

  • Contribuições relativas à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC);
  • Contribuições relativas ao Protocolo de Quioto;
  • Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB);
  • Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (Convenção de Estocolmo);
  • Convenção sobre Mercúrio (Convenção de Minamata).

América Latina
Na esfera regional, o Brasil regularizou cerca de R$ 500 milhões em aportes para o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), em abril. O fundo fornece recursos para projetos em áreas como infraestrutura urbana, segurança, saneamento básico e saúde.

O pagamento permitiu que o Brasil acessasse R$ 350 milhões para financiar projetos em municípios brasileiros em regiões de fronteira com os países do Mercosul. Em dezembro, durante a 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercosul, o governo saldou R$ 14,6 milhões com o Instituto Social do Mercosul (ISM).

Outras dívidas com órgãos regionais quitadas em 2023 foram estas:

  • Associação Latino-Americana de Integração (Aladi);
  • Secretaria do Mercosul;
  • Parlamento do Mercosul (Parlasul);

O país também pagou contribuições para os seguintes órgãos do Mercosul:

  • Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH);
  • Secretaria do Tribunal Permanente de Revisão (TPR).

Histórico
No fim de 2022, o gabinete de transição para o governo atual informou que havia cerca de R$ 5 bilhões de dívidas do governo brasileiro com organismos internacionais. No fim de dezembro do mesmo ano, o Itamaraty recebeu R$ 4,6 bilhões, que foram convertidos em restos a pagar para 2023.

Cabe ao Ministério do Planejamento pagar as contribuições a todos os organismos internacionais dos quais o Brasil participa. O ministério também se responsabiliza pela integralização de cotas em bancos multilaterais e pela recomposição de fundos estrangeiros.

Para evitar novas dívidas, o Orçamento de 2024 – aprovado no fim de dezembro – tornou obrigatórias as despesas com organismos internacionais e compromissos assumidos em tratados externos, o que proíbe o contingenciamento (bloqueio temporário). Segundo o Itamaraty e o Ministério do Planejamento, a mudança “corrige uma inadequação histórica e confere mais previsibilidade à atuação internacional do Brasil em nível multilateral”.

EBC

Postado em 5 de janeiro de 2024

Síndrome do pânico: cientistas descobrem via cerebral responsável pelos sintomas

A síndrome do pânico é caracterizada pela recorrência dos chamados ataques de pânico – episódios de ansiedade extrema que provocam sintomas como taquicardia, falta de ar, medo excessivo e sudorese. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Saúde Mental estima que 4,7% dos adultos vão lidar com o distúrbio em algum momento da vida. Agora, um novo estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature Neuroscience, traz boas notícias para o combate ao problema.

Cientistas do Instituto Salk para pesquisas biológicas, nos Estados Unidos, descobriram uma via cerebral inédita que media os sintomas do transtorno. Além disso, identificaram que ela pode ser utilizada como um novo alvo para o desenvolvimento de tratamentos, conta o autor sênior do estudo, Sung Han, professor associado da Salk, em comunicado:

“Temos explorado diferentes áreas do cérebro para entender onde começam os ataques de pânico. Anteriormente, pensávamos que a amígdala, conhecida como o centro do medo do cérebro, era a principal responsável. Mas mesmo as pessoas que têm danos na amígdala ainda podem sofrer ataques de pânico, por isso sabíamos que precisávamos procurar outro lugar. Agora, encontramos um circuito cerebral específico fora da amígdala que está ligado a ataques de pânico e pode inspirar novos tratamentos para transtorno de pânico que diferem dos medicamentos atuais”.

De forma resumida, o novo circuito consiste em neurônios especializados que enviam e recebem um neuropeptídeo (pequena proteína que envia mensagens por todo o cérebro) chamado PACAP. Os pesquisadores descobriram que as células nervosas que produzem o PACAP são ativadas durante um ataque de pânico, e que esses neuropeptídeos, por sua vez, ativam receptores responsáveis por causar os sintomas comportamentais e físicos da síndrome do pânico.

No estudo, os cientistas foram além e observaram ainda que o neuropeptídeo e os neurônios envolvidos na via cerebral são possíveis alvos de drogas. Em modelos animais, eles inibiram esse circuito e, com isso, constataram uma redução dos sinais do problema. O achado é inicial, mas representa um caminho promissor para novas intervenções terapêuticas – algo que a equipe do Salk buscará.

Como o circuito foi identificado
Para identificar o novo circuito cerebral, os cientistas começaram examinando uma parte do órgão chamada núcleo parabraquial lateral, conhecida como centro de alarme do cérebro. A área controla fatores como respiração, frequência cardíaca e temperatura corporal. Por isso, os responsáveis pelo trabalho já imaginavam que ela estava envolvida nos sintomas dos ataques de pânico.

Durante o estudo, os pesquisadores do Salk descobriram que a região de fato produzia um neuropeptídeo, o PACAP, que era conhecido anteriormente por ser o principal regulador das respostas ao estresse. Mas a conexão entre essa expressão do PACAP e o desencadeamento dos sintomas do pânico ainda não estava clara. Por isso, os cientistas recorreram a camundongos.

Ao imitar ataques de pânico nos animais, eles confirmaram que, durante o espidódio, os neurônios que expressam os PACAP no núcleo parabraquial lateral foram ativados. E observaram que, em seguida, esses neuropeptídeos foram enviados para uma outra parte do cérebro chamada rafe dorsal.

Lá, residem outros tipos de neurônios que produzem receptores, que se conectavam justamente com os PACAP. Com isso, os neuropeptídeos ativaram esses receptores e eles, por sua vez, foram os responsáveis por causar os sintomas comportamentais e físicos do pânico nos camundongos.

A descoberta desse complexo circuito, e de que ele pode ser inibido com drogas, representam o primeiro passo para o objetivo dos pesquisadores de construir um mapa completo das regiões, neurônios e conexões do cérebro envolvidas na síndrome de pânico.

Folha PE

Postado em 5 de janeiro de 2024

Servidores sobre suposta ação da Abin contra Moraes: “Consternação”

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiram uma nota, por meio da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), na qual manifestam “consternação” com o suposto envolvimento do órgão no plano de atentado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Em entrevista ao Globo, publicada nesta quinta-feira (4/1), Moraes disse que havia três planos de golpistas contra ele, incluindo um no qual o objetivo era prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes.

Segundo o ministro, “houve uma tentativa de planejamento” de ataque contra ele. “Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”, pontuou.

Em nota, a Intelis afirmou que, durante a maior parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), a Abin “esteve sob gestão de servidores de outro órgão, durante a qual houve ocupação de cargos por indicação exógena em quantidade inédita na história da Abin, situação que perdurou até março de 2022”.

“O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, aprovado em 18/10/2023, é inequívoco quanto ao compromisso dos profissionais da ABIN com a Democracia, manifestado e documentado no acompanhamento da radicalização que culminou nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 e no compartilhamento de informações às autoridades competentes sobre possíveis atentados à segurança pessoal de agentes públicos e contra instituições basilares do Estado brasileiro”, enfatizou.

Segundo a entidade, “tais ameaças permanecem objeto do acompanhamento silencioso de nossos servidores orgânicos, que mesmo sob condições adversas, trabalham incansavelmente pela segurança da sociedade e do Estado.”

“O necessário aprofundamento dos trabalhos de Inteligência em defesa do Estado de Direito no Brasil depende da urgente reforma das prerrogativas legais da Abin, com definição de meios e focos de sua atuação, do reforço e valorização do quadro de pessoal e do efetivo controle externo da atividade, exercido pelo Congresso Nacional”, disse a Intelis.

Metropoles

Postado em 5 de janeiro de 2024